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Em busca de uma pedagogia do esporte

educacional, eficiente e honesta com o que


se propõe, com a formação integral de
crianças e jovens para o exercício da
cidadania, apresentaremos orientações
metodológicas e princípios pedagógicos
que orientam o planejamento e atuação
profissional na dimensão educacional do
esporte.
Quando pensamos em metodologias de
ensino de esportes, numa perspectiva
educacional, devemos considerar que todos
os alunos, indiferente de seu nível de
habilidades ou experiências prévias na
modalidade, devem ter oportunidade de
praticar. As atividades devem oferecer
condições para todos. Da mesma forma, tão
importante quanto garantir possibilidade
de prática e sucesso para todas as crianças
e jovens é garantir o avanço das habilidades
técnicas para o aperfeiçoamento da
competência de jogar bem.
O planejamento pedagógico deve também
considerar o que se pretende ensinar que
não diz respeito às competências técnicas
ou táticas do esporte e quais
comportamentos e valores se pretende
construir por meio da prática esportiva.
Observados estes pressupostos básicos de
ensinar esporte para todos, ensinar bem
esporte para todos e ensinar mais que
esporte para todos, o próximo passo é
planejar a pedagogia do esporte,
respeitando os princípios do esporte
educacional.
1. Inclusão de todos – criação de condições e
oportunidades para que todas as crianças e jovens tenham
acesso à prática esportiva;
2. Construção coletiva – possibilitar aos alunos o
envolvimento na construção/planejamento de seus programas
de aprendizagem esportiva, considerando seus interesses, suas
expectativas e necessidades;
3. Respeito à diversidade – reconhecer e respeitar a
heterogeneidade dos alunos em relação à etnia, ao sexo, ao
biótipo, assim como de repertórios e habilidades (motoras ou
não);
4. Educação integral – possibilitar aprendizagens que
ultrapassem a dimensão psicomotora da prática esportiva
como, por exemplo, as cognitivas, sociais e afetivas.
5. Rumo à autonomia – compreender a prática esportiva
como ação emancipatória, baseada no conhecimento,
esclarecimento e na possibilidade de, no futuro, o aluno auto-
gerenciar sua prática de atividade física e esportiva e se tornar
um cidadão desportivamente entusiasta, crítico e competente.
Para Freire e Scaglia (2003) os
conteúdos da educação física são
pontualmente o exercício corporal e o
jogo. O primeiro, voltado para as
atividades físicas e o segundo, o jogo,
ao esclarecer que este não pode ser
colocado num mesmo patamar que as
outras manifestações, já que o jogo é
maior que as outras manifestações
por ser capaz de enquadrar todas elas
como diferentes manifestação do
jogo.
Como a pessoa aprende ?

Quais os aspectos do comportamento


humano que envolvem a aprendizagem ?

Até que ponto a aprendizagem é


semelhante para todos os tipos de
comportamento, ou muito diferenciada
para cada tipo de comportamento?
Para compreender a pessoa em termos de
comportamento humano, a perspectiva
desenvolvimentista defende, para fins de
análise, a criação de CATEGORIAS DE
COMPORTAMENTO (DOMINIOS) para
determinar, didaticamente, quais os tipos de
aprendizagem podem ocorrer em cada um
desses domínios, lembrando que na realidade
concreta tudo se relaciona e é inseparável.
Domínios:
• COGNITIVO: semelhante a “atividades
intelectuais” (Guilford, 1959).
• AFETIVO: Trata dos sentimentos e das emoções
manifestadas comportamentalmente.
• MOTOR: Estabelece uma base para
identificação do movimento corporal humano.
MOTOR: Estabelece uma base para
identificação do movimento corporal humano.
Este domínio também é denominado
Psicomotor, dada a relação racional/mental
com a maioria das habilidades motoras.
Habilidades motoras simples e fundamentais
incluindo atividades esportivas, industriais e
de conhecimento técnico, encontram-se
classificadas neste domínio e envolvem
componentes dos outros tipos de
comportamento.
A compreensão dos domínios é importante
para distinguir as atividades de Educação
Física em termos de sua especificidade em
relação aos mundos em que se desenvolve esta
prática profissional (esporte, lazer, portadores
de necessidades especiais e geracional,
educação e fitness.
O processo do desenvolvimento motor revela-se
basicamente por alterações no comportamento motor.
Todos nós - bebês, crianças, adolescentes e adultos -
estamos envolvidos no processo permanente de aprender
a mover-se com controle e competência, em reação aos
desafios que enfrentamos diariamente em um mundo em
constante mutação. Podemos observar diferenças
desenvolvimentistas no comportamento motor,
provocadas por fatores próprios do indivíduo (biologia),
do ambiente (experiência) e da tarefa em si
(físicos/mecânicos). Podemos fazer isso pela observação
das alterações no processo (forma) e no produto
(desempenho). Assim, um meio primário pelo qual o
processo de desenvolvimento motor pode ser observado
é o estudo das alterações no comportamento motor no
decorrer do ciclo da vida. Em outras palavras, o
comportamento motor observável real de um indivíduo
fornece uma "janela" para o processo de
desenvolvimento motor, assim como indicações para os
processos motores subjacentes.
PIAGET:
-Sensório-motor: estágio de ref lexos inatos,
manipulação dos objetos (0/02 anos).
-Pré-operatório: desenvolvimento da
linguagem, interação com outras crianças, por
meio de brinquedos, desenvolvimento afetivo e
moral, pensamento social (02/07 anos).
-Operatório-concreto: capacidade para ref letir,
discutir e conversar, passagem do egocentrismo
à cooperação social (07/12anos).
-Operatório-formal: capacidade para entender
teorias abstratas e para construir teorias
abstratas, estender seu pensamento até o
infinito (12 anos...).
• Somente o desenvolvimento perceptivo-motor
correto garantirá a criança uma concepção mais
ajustada sobre o mundo externo que a rodeia.
•Dificuldades de aprendizagem simbólica
(representação do mundo de forma verbal, escrita e
teleológica), ref letem uma deficiente integração
das noções espaço e tempo que são fundamentais
para a organização do sistema sensório-motor da
criança.
•Qualquer aprendizagem escolar, quer se trate de
leitura, escrita ou de cálculo (lógico-matématica)
é, fundamentalmente, um processo de relação
perceptivo-motora.
•A garantia de um pleno desenvolvimento
preceptivo motor por parte da criança, oferecerá
condições para favorecer o amadurecimento e
depuramento de suas estruturas cognitivas. É
PELO COMPORTAMENTO PERCEPTIVO-MOTOR
que a criança aprende o MUNDO DO QUAL FAZ
PARTE.
Pensamentos:

“O desenvolvimento global da criança depende


(apoia-se) no comportamento perceptivo-
motor, o qual exige como condição variadas
oportunidades de aplicação: a exploração
lúdica, o controle motor, a percepção,
integração inter-sensorial (sentidos), noção de
corpo, espaço e tempo, etc.”
“A compreensão do processo de desenvolvimento
motor ajuda a explicar como o aprendizado de
habilidades motoras ocorre, o que é crucial para a
instrução desenvolvimentista apropriada.”
Não basta aprender as habilidades motoras
específicas da modalidade; é preciso aprender
a organizar-se socialmente para jogar,
compreender as regras como elemento que
torna o jogar possível (...), aprender a respeitar
o adversário como um companheiro e não
como um inimigo a ser aniquilado, pois sem ele
simplesmente não há jogo... É preciso, enfim,
que o aluno seja preparado para incorporar
qualquer modalidade, para deles tirar o melhor
proveito possível.

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