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SALÁRIO
RESUMO
O presente artigo tem por objetivo fazer uma breve reflexão sobre a visão atual e tradicional de
salário, levando-se em conta que atualmente o salário/remuneração está considerada como fator
custo para as organizações; em uma visão inovadora, estaria voltada para o aperfeiçoamento do
empreendimento, impulsionando processos de competitividade, tendo assim, um sistema que
considera e valoriza acima de tudo, conhecimentos, habilidades, competência, desempenho e
resultados. Neste ambiente inovador, a questão do comprometimento dos trabalhadores passa a ter
um papel fundamental. Sendo que o comprometimento ocorre nas empresas por meio de processos
ideológicos e psicológicos. Desta forma, condiciona-se a criação de ferramentas de trabalho que
atendam às necessidades e expectativas de seus colaboradores.
1 INTRODUÇÃO
pessoas, suas competências e seu potencial, não avaliando somente as atividades que lhes são
dirigidas. Este novo processo serve de elemento motivador, tornando o ambiente de trabalho mais
criativo e competitivo.
A importância que a gestão salarial vem adquirindo no cenário competitivo remete à
busca por identificar os principais resultados dela esperados e suas características essenciais,
permitindo o acompanhamento de sua efetividade.
Alguns olham com restrições para esta sucessão de inovações. A verdade é que, com o
surgimento de novas estruturas e com o crescimento da autonomia das equipes, este cenário de
mudanças exige dos gestores soluções rápidas e criativas.
“Não basta, portanto, estabelecer princípios ou filosofias, é necessário uma base salarial
e cultural que venha atrair e conquistar o trabalhador” (HIPÓLITO, 2001, p. 27).
Cabe às organizações que desejam modernizar sua gestão salarial ultrapassar barreiras,
agindo sobre resistências e dificuldades. As empresas devem estar voltadas para a capacitação e
envolvimento da equipe, elementos fundamentais para o novo processo.
2 SALÁRIO E A MOTIVAÇÃO
Segundo Pontes (2000, p. 25), o salário não é fator de motivação, sendo que este
encontra-se nas teorias motivacionais modernas, dentre elas a "Hierarquia das Necessidades” de
Maslow:
Para Maslow, as necessidades humanas podem ser divididas em cinco, dentro de uma
escala na qual, a partir do momento que se tom uma necessidade satisfeita, a necessidade
seguinte passa a ser o fator motivador das atitudes, até atingir a satisfação de todas elas.
Mas, mesmo tendo atingido a satisfação da necessidade mais complexa, se alguma outra
deixar de ser satisfeita, esta assume papel preponderante, tomando imprescindível a sua
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satisfação.
- Salário por tempo: é aquele pago em função do tempo no qual o trabalho foi prestado ou o
empregado permaneceu à disposição do empregador, ou seja, a hora, o dia, a semana, a
quinzena e o mês, excepcionalmente um tempo maior.
- Salário por produção: é aquele calculado com base no número de unidades produzidas
pelo empregado; cada unidade é retribuída com um valor fixado pelo empregador
antecipadamente; esse valor é a tarifa; o pagamento é efetuado calculando-se o total das
unidades multiplicado pela tarifa unitária.
- Salário por tarefa: é aquele pago com base na produção do empregado; o empregado
ganha um acréscimo no preço da tarefa ou é dispensado, quando cumpre as tarefas do dia,
do restante da jornada.
- Meios de pagamento do salário: pode ser pago em dinheiro (é a forma normal), em cheque
ou depósito bancário e em utilidades.
- Periodicidade do pagamento: deve ser pago em períodos máximos de 1 mês, salvo
comissões, percentagens e gratificações (CLT, art. 459); a CLT fixa, como dia de
pagamento, o 5º dia útil do mês subseqüente ao do vencimento.
- Inalterabillidade: não pode o empregador fazer alterações sem o consentimento do
empregado; mesmo com a anuência do trabalhador, serão consideradas nulas, se
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prejudiciais.
- Estipulação do valor: estipular o valor significa fixar a quantia a ser paga ao empregado;
aplica-se o princípio da autonomia da vontade (CLT, art. 444); o princípio sofre limitações,
uma vez que há um valor mínimo a ser fixado a há correções salariais imperativas e gerais.
- Salário mínimo: é o menor valor da contraprestação devida e paga pelo empregador a todo
trabalhador, para que atenda às suas necessidades básicas e às de sua família com moradia,
alimentação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e Previdência Social.
- Salário profissional: denomina-se assim, aquele fixado como mínimo que pode ser pago a
uma determinada profissão.
- Piso salarial: é o valor mínimo que pode ser pago em uma categoria profissional ou a
determinadas profissões numa categoria profissional; expressa-se como um acréscimo
sobre o salário mínimo; é fixado por sentença normativa ou convenção coletiva.
- Salário normativo: é aquele fixado em sentença normativa proferida em dissídio coletivo
pelos Tribunais do Trabalho; expressa-se como uma forma de garantir os efeitos dos
reajustamentos salariais coletivos, porque impede a admissão de empregados com salários
menores que o fixado por sentença.
- Salário de função: é aquele garantido por sentença normativa como mínimo que pode ser
pago a um empregado admitido para ocupar vaga aberta por outro empregado despedido
sem justa causa.
- Abonos: significa adiantamento em dinheiro, antecipação salarial pagos pelo empregador;
integram o salário (art. 457, § 1º, da CLT).
- Adicionais: adicional é um acréscimo salarial que tem como causa o trabalho em
condições mais gravosas para quem o presta; em nosso direito, são compulsórios os
adicionais por horas extras (art. 59, CLT), por serviços noturnos (73), insalubres (192),
perigosos (193, § 1º) e, ainda, por transferência de local de serviço (469, § 3º); salvo os
adicionais de insalubridade e periculosidade entre si, os demais, bem como estes, são
cumuláveis.
- Comissões: é uma retribuição com base em percentuais sobre os negócios que o vendedor
efetua, ou seja, o salário por comissão.
- Gratificações: são somas em dinheiro de tipo variável, outorgadas voluntariamente pelo
patrão aos seus empregados, a título de prêmio ou incentivo, para lograr a maior dedicação
e perserverança destes.
- Décimo terceiro salário: é uma gratificação compulsória por força de lei e tem natureza
salarial; foi criado pela Lei 4090/62, como um pagamento a ser efetuado no mês de
dezembro e no valor de uma remuneração mensal; para o empregado que não trabalha todo
o ano, seu valor é proporcional aos meses de serviço, na ordem de 1/12 por mês,
considerando-se a fração igual ou superior a 15 dias como mês inteiro, desprezando-se a
fração menor; a lei 4749/65 desdobrou em 2 seu pagamento; a 1ª metade é paga entre os
meses 02 e 11, a 2ª até 20/12.
- Gorjeta: consiste na entrega de dinheiro, pelo cliente de uma empresa, ao empregado desta
que o serviu, como testemunho da satisfação pelo tratamento recebido.
- Prêmios: prêmio é um salário vinculado a fatores de ordem pessoal do trabalhador, como
a produção, a eficiência, etc.; não pode ser forma única de pagamento; caracteriza-se pelo
seu aspecto condicional; uma vez verificada a condição de que resulta, deve ser pago.
- Equiparação salarial: o princípio da igualdade salarial é enunciado com o direito
assegurado aos trabalhadores de receberem o mesmo salário desde que prestem serviços
considerados de igual valor e segundo os requisitos exigidos pelo direito interno de cada
país; é garantido pela CF (art. 7º, XXX) e disciplinado pela CLT (art. 461), que exige os
seguintes requisitos para a equiparação salarial: a) trabalho para o mesmo empregador; b)
na mesma localidade; c) entre empregados da mesma função; d) com diferença de tempo de
função não superior a 2 anos; e) que exerçam o trabalho com a mesma produtividade; f) que
tenham a mesma perfeição técnica.
Outro fator, que grande parte das organizações brasileiras considera na fixação dos salários
é o tempo, geralmente sobre a forma de adicionais por tempo de serviço, prática que teve
grande aceitação pelas empresas por se constituir em fator objetivo e de fácil controle e
entendimento (CARIOCA, apud HIPÓLITO, 2001, p. 45).
Visto de outra forma, acreditamos ser esta a ordem de causas e efeitos da problemática
salarial: a ausência de competitividade e de exigência do cliente levou as organizações a
negligenciarem questões de ordem salarial, o que permitiu o desenvolvimento de tabus e
posturas negativas, na administração de cargos e salários, e isto, por sua vez, favoreceu a
existência dos problemas [...] (RESENDE, 2002, p. 3).
oferecidos aos colaboradores sem opção de escolha e muitas vezes os benefícios oferecidos pela
empresa não agregam valor para os empregados.
Uma das alternativas para esse problema é a flexibilização dos planos de benefícios.
Dessa forma, a empresa dará aos empregados a opção de escolha. Os colaboradores passam a
escolher o que é melhor para eles e suas famílias.
O custo do salário indireto é significativo para a empresa e deve ser objeto constante de
atenção. Este custo tem-se elevado em função da pressão para incluir novos itens, e pelo aumento
do custo de alguns itens (DUTRA, 2001).
Além disso, sua importância também advém do impacto sobre a imagem da organização
no meio social, diretamente sobre a qualidade de vida dos colaboradores.
Em sua forma tradicional os benefícios são oferecidos como pacotes, cujo teor e número
variam de acordo com o nível hierárquico do colaborador, reforçando assim os objetivos da
empresa, a estabilidade, comprometimento e a lealdade (DUTRA, 2001).
A política de benefícios é coerente neste sentido, ou seja, a única possibilidade de
receber mais benefícios é mudar de cargo ou de empresa, um cargo mais alto significa salário maior
e plano de benefícios mais amplos.
As mudanças ocorridas nas empresas, o achatamento das estruturas hierárquicas, a
valorização do trabalho em grupo, são fatores que demonstram a dificuldade de utilização de
pacotes de benefícios. Podemos citar outros fatores, como: o aumento da diversidade no ambiente
de trabalho, a crescente critica do custo/benefício de tais planos, também fazem parte dos fatores
que demonstram dificuldade de utilização de planos. Pois, os planos tradicionais de benefícios, não
consideram as necessidades específicas das minorias dentro das organizações (DUTRA, 2001).
Como os planos são concebidos para um padrão de usuários que nem sempre corresponde
ao perfil real dos funcionários, ocorre de um lado, um custo adicional pago pela empresa e
que não tem, por falta de demanda, contra partida em serviços; de outro, uma insatisfação
por parte dos funcionários, quando estes arcam com parte dos custos, justamente por não
utilizarem os benefícios (WOOD JUNIOR; PICARELLI, 2004, p. 88).
É importante para um plano gerencial com estilo mais aberto e moderno, implantar em
seu sistema organizacional planos de benefícios flexíveis, além de possibilitar maiores ajustes entre
custo X benefícios (DUTRA, 2001).
O aumento da complexidade da gestão salarial é uma das dificuldades encontradas no
momento em que resolvermos implantar planos de benefícios flexíveis. Uma vez que os planos
tradicionais geram conflitos e insatisfações sua operacionalização é mais simples (RESENDE,
2002).
“Os benefícios também podem ser uma fonte de vantagem competitiva, ajudando a
empresa a atrair e reter os profissionais que deseja” (WOOD JÚNIOR; PICARELLI, 2004, p. 90).
Assim, conclui-se que o grau de flexibilização deve ser dosado de empresa para
empresa, as organizações devem sempre analisar o contexto e os perfis de seus colaboradores.
Uma das alternativas é a utilização de planos mistos, ou seja, planos que utilizam itens
fixos, mas que a flexibilização crescente esteja prevista nos sistemas de benefícios.
Incentivos são recursos importantes para ajudar na motivação das pessoas. A relação entre
esses dois fatores, no entanto, não é tão simples, como imaginava Taylor, o pai da
Administração Científica. Se os empregados têm bons salários, desempenham funções
estimulantes e são reconhecidos pela gerência, devem desempenhar bem suas atribuições
independentemente da oferta de novos incentivos. Ademais, a concessão de benefícios
financeiros por si só, com forme a teoria de Herzberg, não é suficiente para motivar as
pessoas. Com efeito, é necessário garantir que os empregados estejam satisfeitos com seus
salários para que outros fatores possam motivá-los (GIL, 2001, p. 212).
A relação entre a empresa e o funcionário deve ser uma relação de troca. A empresa
precisa corresponder às expectativas de seu colaborador para que este corresponda às expectativas
da empresa. É uma espécie de mercado interno, no qual o funcionário assume o papel de cliente.
Portanto, é fundamental conhecer seus desejos e dar-lhe condições de satisfazê-los.
Não há previsão legal, que regulamente a concessão desta parcela. Regra geral são pagos
em razão de fatores de ordem pessoal do empregado ou de muitos empregados, como assiduidade,
produção, qualidade, eficiência, etc. Depende de fator interno, isto é, do próprio empregado.
Para o pagamento do prêmio, o empregado deve preencher as condições implantadas
pelo empregador. Participação nos lucros ou resultados
“Participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,
excepcionalmente, na gestão da empresa, conforme definido em lei” (artigo 7º, XI, CF) Lei 10.101 -
de 19.12.2000 - tornou obrigatória à participação nos lucros ou resultados.
Pode gerar à organização e aos funcionários bons resultados a médio e longo prazo,
quando bem projetada. É um dos sistemas de remuneração/salário mais complexos e sofisticados do
conjunto da Remuneração Estratégica, e isto se deve tanto pelas dificuldades operacionais, causadas
pela legislação trabalhista e sua regulamentação como percepção de seus benefícios (DUTRA,
2001).
Os empregados passam a sentirem-se proprietários da empresa, focando uma relação de
longo prazo, e passam a ter um senso de identidade, comprometimento e orientação para resultados.
Contudo, é necessário um projeto muito bem elaborado para a implantação já que a
participação acionária pode apresentar desvantagens para a empresa quando mal implantada, como
uma distribuição mal dimensionada de ações que pode causar a redução do valor unitário,
prejudicando os acionistas (RESENDE, 2002).
A participação acionária é praticada há anos em países como os Estados Unidos e
Inglaterra. No Brasil, embora já venha sendo utilizada como complemento.
Cabe às organizações que desejam modernizar sua gestão salarial, ultrapassar barreiras,
agindo sobre resistências e dificuldades. As empresas devem estar voltadas para a capacitação e
envolvimento da equipe, elementos fundamentais para o novo processo.
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Zimpeck (1992, p. 242) descreve que “a pesquisa de salário tem por objetivo obter
elementos de comparação entre a estrutura da empresa e os níveis que prevalecem na comunidade”.
Uma Tabela Salarial é construída à partir de uma pesquisa salarial, que deve ser baseada
nos padrões de salário da região onde a empresa está localizada ou em empresas concorrentes do
mesmo setor. Para Coopers e Lybrand (1996, p. 51):
Pode-se observar através da citação acima que além da preocupação com a justiça no
valor dos cargos, o desempenho dos profissionais é fundamental para que possa crescer dentro da
organização o qual está inserido, aumentando o seu salário.
Concluindo, a tabela salarial, constitui a fase culminante do processo de remuneração.
Por meio do estabelecimento de uma estrutura salarial, a empresa terá condições de: definir uma
posição ou um ponto de referência diante de valores salariais pagos pelo mercado concorrente,
atender considerações de mérito exclusivo (avaliações de desempenho), por meio do uso de faixas
ou amplitudes salariais; determinar procedimentos para o tratamento individual dos salários;
descobrir distorções salariais e corrigi-las; e manter o necessário controle das relações salariais em
todas as unidades da organização.
Para orientar as decisões das pessoas que têm a atribuição de definir ou alterar salários
dentro da empresa, é recomendável a definição de algumas regras básicas sobre o funcionamento do
Plano de Cargos e Salários. Estas regras estarão dispostas na política salarial da empresa. De acordo
com Coopers e Lybrand (1996, p. 51):
4 CONCLUSÃO
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5 REFERÊNCIAS
_________. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. São Paulo:
Atlas, 1998.
DUTRA, Joel Souza. Gestão por competências: um novo modelo avançado para gerenciamento de
pessoas. São Paulo: Gente, 2001.
GIL, Antonio Carlos. Gestão de pessoas: enfoque nos papéis profissionais. São Paulo: Atlas, 2001.
PONTES, Benedito Rodrigues. Administração de cargos e salários. 8.ed. São Paulo: LTr, 2000.
WOOD JÚNIOR; Tomaz; PICARELLI, Vicente. Remuneração e carreira. 3.ed. São Paulo: Atlas,
2004.
_________. Remuneração estratégica: a nova vantagem competitiva. São Paulo: Atlas, 1996.
ZIMPECK, Bervely Glen. Administração de salários. 7.ed. São Paulo: Atlas, 1992.