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Superior Tribunal de Justiça

EDcl no AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.004.060 - PR (2007/0259850-6)

RELATOR : MINISTRO BENEDITO GONÇALVES


EMBARGANTE : INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA
AGRÁRIA - INCRA
PROCURADORA : ALINE PAULO SERVIO DE SOUSA CARDOSO E OUTRO(S)
EMBARGADO : CLORIOLANDO BARBOSA DE MACEDO E OUTRO
ADVOGADO : CARLOS MANSUR ARIDA
INTERES. : UNIÃO
EMENTA

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE


DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.
INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE. DESAPROPRIAÇÃO
PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA. DISCUSSÃO ACERCA DA
PRODUTIVIDADE DO IMÓVEL EXPROPRIADO. OMISSÃO. NÃO
OCORRÊNCIA. APRECIAÇÃO DOS TEMAS ESSENCIAIS À RESOLUÇÃO
DA LIDE. MERO INCONFORMISMO.
1. Os embargos de declaração são cabíveis quando o provimento jurisdicional padecer
de omissão, contradição ou obscuridade, nos ditames do art. 535, I e II, do CPC, bem
como para sanar a ocorrência de erro material, vícios esses inexistentes na espécie.
2. Hipótese em que o embargante suscita omissão, alegando que o acórdão embargado
não declinou os fundamentos pelos quais negou provimento ao Agravo Regimental da
União, limitando-se a transcrever, como razões de decidir, a parte dispositiva da r.
decisão monocrática que negou seguimento aos recursos especiais.
3. No caso em análise, o acórdão embargado decidiu de forma clara e fundamentada,
assentando que (i) o Tribunal de origem reconheceu que o imóvel pertencente aos
recorridos não se enquadra no conceito de terra improdutiva para fins de reforma
agrária, já que, consoante perícia técnica, alcançou os índices GUT de 61% e GEE de
100,21%, e desse modo, cumpriu a função social da terra, prevista no art. 186 da CF/88;
e (ii) a discussão acerca de o imóvel expropriado atender ou não à função social da
terra requer análise de matéria constitucional, o que é defeso, em recurso especial,
tendo em vista que a delimitação de competência estabelecida pelo art. 105, III, da
Carta Magna de 1988 destina-se a uniformizar, tão somente, a interpretação do direito
infraconstitucional federal.
4. Observa-se, em verdade, o mero inconformismo da embargante, cuja real pretensão
é o rejulgamento do mérito recursal, procedimento vedado pela via estreita dos
embargos de declaração.
5. Embargos de declaração rejeitados.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os
Ministros da Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, rejeitar os embargos
de declaração, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Hamilton Carvalhido,
Luiz Fux, Teori Albino Zavascki e Arnaldo Esteves Lima votaram com o Sr. Ministro Relator.
Brasília (DF), 17 de agosto de 2010(Data do Julgamento)

Documento: 11531339 - EMENTA / ACORDÃO - Site certificado - DJe: 24/08/2010 Página 1 de 2


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MINISTRO BENEDITO GONÇALVES


Relator

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