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DECISÃO
Nas razões do recurso especial, interposto com fulcro no art. 105, inciso III,
alíneas a e c, da Constituição da República, o Parquet sustenta violação ao art. 14, inciso II
É o relatório.
Decido.
"[...]
Quando previsível o resultado, mesmo que o agente não queira produzi-lo,
e assentido, perfaz-se a teoria do assentimento. Tem-se o dolo eventual.
As duas teorias adotadas pelo Código Penal são, pois, a da vontade e a do
assentimento. A que importa, nesse momento, é a segunda.
E diz-se que importa o dolo eventual para o caso dos autos, porquanto,
como supratranscrito, a denúncia é expressa no sentido de que BRUNO assumiu o risco
de produzir o resultado morte das vítimas Gustavo e Aparecida.
Pois bem.
'[...]
O desvalor da ação do agente que age por dolo eventual é tão intenso,
pela teoria finalista, que deve ser responsabilizado como se quisto fosse.
O agente não quer o resultado, pois se assim fosse haveria
dolo direto. Ele antevê o resultado e age. A vontade não se dirige ao
resultado (o agente não quer o evento), mas sim à conduta, prevendo que
esta pode produzir aquele. Percebe que é possível causar o resultado e,
não obstante, realiza o comportamento. Entre desistir da conduta e causar
o resultado, prefere que este se produza'. (JESUS, Damásio de., ob. cit., p.
331).
No mesmo sentido: