Você está na página 1de 11

29/04/2023

Volume x pressão
no coração

Sistema Cardiocirculatório V Quando o coração contrai, a


pressão aumenta e o sangue flui
Débito Cardíaco e Regulação para as áreas de menor pressão.

Medicina
Alterações na pressão e no
volume que ocorrem no
Prof. Vitor Schuabb, PhD ventrículo esquerdo:

O lado esquerdo do coração gera pressões mais


elevadas do que o lado direito, o qual envia o sangue
para a circulação pulmonar, que é mais curta.

Volume diastólico final Contração


(VDF) isovolumétrica

• Enchimento passivo de sangue do • No início da contração ventricular,


átrio para o ventrículo (A  A’) fechamos as valvas AV e as
semilunares estão fechadas.
O ventrículo está relaxando e se
expande para acomodar o sangue • Ventrículo contrai mas o volume
que está entrando. não é alterado, logo a pressão do
fluido sobe (B  C)
• Contração atrial desloca mais
sangue para o ventrículo. (A’  B)
29/04/2023

Volume sistólico final Relaxamento ventricular

• Quando a pressão é suficiente para • Quando a pressão no ventrículo cai a


abrir as semilunares, o volume de valores inferiores aos da pressão na
sangue é ejetado, enquanto o aorta, a válvula semilunar se fecha, e
ventrículo ainda se contrai (C  D) o ventrículo mais uma vez se torna
O coração não se esvazia uma câmara isolada.
completamente de sangue a cada
contração ventricular. • O restante do relaxamento ocorre
• O volume sanguíneo deixado no sem alteração no volume sanguíneo
ventrículo ao final da contração é e, portanto, essa fase é chamada de
chamado de volume sistólico final relaxamento isovolumétrico (D  A)
(VSF).

Voltamos ao início do ciclo


- Enchimento passivo

Diagrama de
• Quando a pressão ventricular cai a Wiggers
níveis inferiores aos da pressão
atrial, a valva AV esquerda (mitral)
abre-se e o ciclo inicia novamente.
29/04/2023

A quantidade de sangue (volume)


Volume Sistólico bombeado por um ventrículo
durante uma contração.
Eficácia do coração – Débito Cardíaco
 Volume sanguíneo ejetado pelo ventrículo esquerdo em um
determinado período de tempo.

O débito cardíaco é o mesmo em


ambos os ventrículos. Débito cardíaco –
Controle fisiológico
Débito Se por alguma razão um lado do
coração começa a falhar e se torna • Durante o exercício físico, o
cardíaco incapaz de bombear de maneira débito cardíaco pode chegar de
nos eficiente, o débito cardíaco torna-se 30 a 35 L/min.
• Alterações homeostáticas no
desigual.
ventrículos débito cardíaco são provocadas
por mudanças na frequência
Nessa situação, o sangue é represado cardíaca, no volume sistólico ou
na circulação atrás do lado mais fraco em ambos.
do coração.
29/04/2023

• Atletas treinados, em repouso, podem ter uma


frequência cardíaca menor ou igual a 50 bpm.

• Alguém que está excitado ou ansioso pode apresentar


uma frequência cardíaca igual ou superior a 125 bpm. Controle da FC Sistema Nervoso e
Frequência Cardíaca (FC)
• A média da frequência cardíaca
em repouso em adultos é de • A frequência cardíaca é iniciada pelas células
aproximadamente 70 batimentos autoexcitáveis do nó SA mas é modulada por
por minuto (bpm). estímulos neurais e hormonais.
• O Sistema Nervoso Autônomo influencia a
frequência cardíaca através de um controle
• A frequência cardíaca é iniciada antagônico.
pelas células autoexcitáveis do
nó SA, porém, ela é modulada
por estímulos neurais e Atividade Parassimpática frequência cardíaca
hormonais.
Atividade Simpática frequência cardíaca

FC e Sistema autônomo SNP Parassimpático


ACh ativa os receptores colinérgicos muscarínicos que influenciam os canais de K+ e
Parassimpáticos diminui Ca+2 nas células marca-passo:
Simpáticos aumenta

• A permeabilidade ao K+ aumenta, hiperpolarizando a célula, de modo que o


potencial marca-passo inicia em um valor mais negativo.
• A permeabilidade ao Ca+2 diminui nas células marca-passo. A diminuição da
permeabilidade ao Ca+2 retarda a taxa em que o potencial marca-passo
despolariza.

 A combinação dos dois efeitos faz a célula levar mais tempo para alcançar o
limiar, atrasando o início do potencial de ação no marca-passo e diminuindo a
frequência cardíaca.
29/04/2023

Parassimpático e FC SNP Simpático


As catecolaminas noradrenalina (dos neurônios simpáticos) e adrenalina (da medula
da glândula suprarrenal) aumentam o fluxo iônico através dos canais If e de Ca+2 ,
fazendo a célula atingir o limiar mais rapidamente.
M2 no coração (Gi)

cAMP
• Os receptores β1 utilizam o sistema de segundo mensageiro AMPc para alterar as
propriedades de transporte dos canais iônicos.
• No caso dos canais If, que são canais dependentes de nucleotídeos cíclicos, o
próprio AMPc é o mensageiro. Quando o AMPc se liga para abrir os canais If, eles
permanecem abertos por mais tempo.
• A permeabilidade aumentada ao Na+ e ao Ca+2 durante as fases do potencial
marca-passo acelera a despolarização e a frequência cardíaca.

Simpático e FC

cAMP

Controle SN
autônomo da FC
29/04/2023

Quando todos os sinais simpáticos e


Aumento da FC
parassimpáticos para o coração são
Controle tônico bloqueados, a frequência de Um aumento da FC pode ser alcançado de duas formas:
despolarização espontânea do nó SA é
da FC de 90 a 100 vezes por minuto. 1. O modo mais simples de aumentar a FC é diminuir a atividade parassimpática.
Quando a influência parassimpática é retirada das células autoexcitáveis, elas
O controle tônico da assumem sua frequência intrínseca de despolarização e a FC aumenta para 90 a
frequência cardíaca é Para alcançar uma FC em repouso de 70 100 bpm.
dominado pela
porção
bpm, a atividade parassimpática tônica
parassimpática. deve diminuir a frequência intrínseca 2. Um estímulo simpático é necessário para aumentar a FC acima da taxa
de 90 bpm. intrínseca.

Efeito SN
autônomo da
condução elétrica DC e a força de contração cardíaca
Ambas as subdivisões autonômicas também
alteram a velocidade de condução no nó AV.

• A acetilcolina desacelera a condução dos


potenciais de ação através do nó AV, O débito sistólico está
Quando a força de
aumentando, assim, o retardo elétrico nessa diretamente relacionado
estrutura. contração aumenta, o
à força gerada pelo
volume sistólico
músculo cardíaco
aumenta.
• As catecolaminas, adrenalina e noradrenalina, durante uma contração.
aceleram a condução dos potenciais de ação
através do nó AV e do sistema de condução.
29/04/2023

A força de contração ventricular é afetada por


dois parâmetros:
Força de contração • Nos músculos estriados, a
Relação comprimento-tensão força gerada por uma fibra
muscular é diretamente
1. O comprimento da fibra muscular no início da Músculo estriado relacionada com o
contração comprimento do sarcômero,
Força de • O volume diastólico final determina o
comprimento do músculo.
como indicado pelo
comprimento inicial da fibra
contração muscular.
2. A contratilidade do coração
• Contratilidade é a capacidade intrínseca de • Quanto mais alongada estiver
uma fibra muscular cardíaca de se contrair em a fibra muscular e o sarcômero
qualquer comprimento da fibra e é uma no início da contração, maior
função da interação do Ca+2 com os será a tensão desenvolvida,
filamentos contráteis. até um limite máximo.

Força de contração Força de contração


Relação comprimento-tensão Relação comprimento-tensão
Coração Pré-carga cardíaca

 A relação comprimento-tensão
observada no músculo esquelético • Se mais sangue chegar ao ventrículo,
também pode ser vista no coração. as fibras musculares se estiram mais,
aumentando a força de contração,
ejetando mais sangue.
O estiramento das paredes
ventriculares aumenta, o mesmo • O grau de estiramento do miocárdio
acontece com o volume sistólico. antes do início da contração é
chamado de pré-carga sobre o coração,
pois esse estiramento representa a
 A relação entre estiramento e carga colocada sobre o músculo
força no coração intacto é plotada cardíaco antes que ele contraia.
na curva de Starling.
29/04/2023

Lei de Frank-Starling: O volume sistólico aumenta


quando o volume diastólico final aumenta.
Força de contração
Relação comprimento-tensão
Lei de Frank-Starling O volume diastólico final é determinado pelo retorno
Volume venoso, que é a quantidade de sangue que retorna ao
sistólico e coração pela circulação venosa.
• O débito sistólico é proporcional ao
volume diastólico final. Retorno Três fatores afetam o retorno venoso:
• Quanto mais sangue chega ao coração,
ele se contrai com mais força e ejeta
venoso
mais sangue (lei de Frank-Starling do 1. a contração ou compressão das veias que levam o
coração). sangue para o coração (bomba do músculo
esquelético)
Dentro dos limites fisiológicos, o coração 2. a mudança na pressão no abdome e no tórax
ejeta todo o sangue que chega até ele. durante a respiração (a bomba respiratória)
3. a inervação simpática das veias

Retorno venoso – Retorno venoso –


Bomba do músculo esquelético Bomba do músculo esquelético

• A contração do músculo esquelético espreme • A contração do músculo esquelético espreme


as veias (particularmente nas pernas), as veias (particularmente nas pernas),
comprimindo-as e empurrando o sangue em comprimindo-as e empurrando o sangue em
direção ao coração. direção ao coração.

 Durante exercícios que envolvem os membros Durante exercícios que envolvem os membros
inferiores, o músculo esquelético ajuda a inferiores, o músculo esquelético ajuda a
bombear o sangue de volta para o coração. bombear o sangue de volta para o coração.
Durante os períodos em que se está imóvel, Durante os períodos em que se está imóvel,
sentado ou em pé, a bomba do músculo sentado ou em pé, a bomba do músculo
esquelético não auxilia no retorno venoso. esquelético não auxilia no retorno venoso.
29/04/2023

• O movimento do tórax durante a inspiração


expande e o diafragma que se move em direção ao
abdome, a cavidade torácica se amplia e A constrição das veias é devida à atividade
desenvolve uma pressão subatmosférica que
Retorno diminui a pressão na veia cava inferior permitindo
que mais sangue das veias abdominais entre na
simpática (veremos nas próximas aulas ).

venoso – veia cava. Retorno venoso – • Quando ocorre constrição das veias , seu
Bomba Constrição das volume diminui, empurrando mais sangue
para dentro do coração.
respiratória • A bomba respiratória é auxiliada pelo aumento da
pressão exercida no lado de fora das veias
veias
abdominais quando o conteúdo abdominal é
comprimido durante a inspiração.  Com um volume ventricular maior no início
da próxima contração, o ventrículo contrai com
mais força, enviando mais sangue para o lado
• A combinação do aumento da pressão sobre as arterial da circulação.
veias abdominais e da diminuição da pressão
sobre as veias torácicas aumenta o retorno venoso
durante a inspiração.

Regulação da
contratilidade
• Toda substância química que afeta a A contratilidade é
contratilidade é chamada de agente controlada pelos
inotrópico, e sua influência é chamada
de efeito inotrópico. sistemas nervoso e
endócrino
• Se uma substância química aumenta a
força de contração, ela possui um efeito
inotrópico positivo.
Catecolaminas
(Receptor β1) e o
A contratilidade aumenta conforme a efeito inotrópico
quantidade de cálcio disponível para a
contração aumenta.
Notem: Mesmo VDF mas com volumes sistólicos diferentes!
29/04/2023

O efeito da pós-carga O efeito da pós-carga


A força ventricular deve ser usada para vencer
a resistência criada pelo enchimento de sangue
no sistema arterial.

• Para ejetar sangue do ventrículo, o coração A contração ventricular deve


deve gerar força para deslocar o sangue para a empurrar uma carga de sangue
aorta, empurrando-o ainda mais adiante. através da valva semilunar e para
dentro de artérias cheias de
sangue.
• A carga combinada do sangue no ventrículo (o
VDF) e da resistência durante a contração
ventricular é chamada de pós-carga.

Aumento da pós-carga Aumento da pós-carga - Consequências

• Clinicamente, a pressão sanguínea arterial é usada com frequência como um indicador indireto da
pós-carga.

• Ecocardiografia, um procedimento de ultrassom no qual as ondas sonoras são refletidas no tecido • Para manter constante o volume sistólico quando a pós-carga aumenta, o ventrículo
cardíaco. deve aumentar sua força de contração e isso leva a uma necessidade maior de
oxigênio e de produção de ATP para o músculo cardíaco.
 Um índice funcional derivado desse procedimento é a fração de ejeção, ou porcentagem de VDF
ejetado em uma contração (débito sistólico/VDF).
• Se o aumento da pós-carga se torna uma situação crônica, as células miocárdicas
-Utilizando nossos valores-padrão para um homem de 70 kg, a fração de ejeção em repouso é de 70 hipertrofiam, resultando em um aumento da espessura da parede ventricular.
mL/135 mL, ou 52%.
-Se o débito sistólico aumenta para 100 mL com o exercício, a fração de ejeção aumenta para 74%.
29/04/2023

O volume sistólico e a frequência cardíaca determinam


o débito cardíaco

FIM

Você também pode gostar