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Aula Penal 3 – 18/03

ARTIGO 242: Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao estado


civil de recém nascido. - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de
outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente
ao estado civil: Pena - reclusão, de dois a seis anos.
Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza:
Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a pena.
Aqui há um tipo penal misto cumulativo: Caso o agente pratique duas ou mais infrações
contidas nesse artigo, será aplicado o concurso de crimes (esse artigo contém três tipos
penais diferentes).
No núcleo “ocultar recém nascido ou substituí-lo”, caso o agente pratique as duas
condutas, o juiz irá configurar uma delas como crime e a outra como circunstância
judicial desfavorável na aplicação da pena. Esta terceira figura é de natureza mista
alternativa.
1° tipo penal: Dar parto alheio como próprio.
OBS: Dar parto próprio como alheio, ou seja, o inverso, não constitui crime, mas, a
pessoa que comete essa ação poderá responder como partícipe no crime, já que, a outra
pessoa que der o parto alheio como próprio irá responder pelo tipo penal.
OBS: Ex. Caso uma mãe vai até o cartório e registra esse filho que ela teve com o nome
de outra pessoa, ela comete crime? Sim, mas não o art. 242, mas sim o crime de
falsidade ideológica.
2° tipo penal: Registrar seu o filho de outrem
Ex: Caso uma pessoa registre como seu o filho o de outrem, apesar de cometer o crime
de falsidade ideológica, ela responde pelo art. 242, pois é utilizado o princípio da
especialidade.
3° Ocultar recém nascido suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil.
OBS: Prestar bastante atenção na volitividade do agente.
OBS: Até que idade se configura o termo “recém nascido”? O Fábio entende que a
idade tem que ser de alguns dias ou poucas semanas.
Características gerais:
 Crime próprio no primeiro tipo e comum nos outros.
 O sujeito passivo é o recém nascido e os familiares. O sujeito mediato é o
Estado. No crime de registrar como seu o filho de outrem, há um outro sujeito
passivo, que é a Fé Pública.
 São crimes formais, ou seja, o resultado naturalístico é dispensável.
 A tentativa é admitida em todos tipos penais.
 São crimes de ação pública incondicionada.
*Adoção à brasileira
Ocorre quando alguém registra um filho alheio como próprio ou até mesmo dá parto
alheio como próprio. Entende o legislador que o motivo da prática do crime é relevante
o bastante para o juiz diminuir ou até perdoar a pena( a natureza jurídica do perdão
judicial é uma causa extintiva da punibilidade). Se estiver presente no caso concreta a
“reconhecida nobreza” o magistrado é obrigado a aplicar o parágrafo primeiro, ficando
facultado a si a pena privilegiada ou o perdão judicial, já que, é um direito público
subjetivo.
OBS: O crime de registrar como seu o filho de outrem é uma exceção para o conto da
prescrição, nesse tipo penal a prescrição começa a contar do momento em que a
autoridade competente tem contato com o falso registro. Essa dica é importante para os
casos de adoção à brasileira.

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