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CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO 8º PERÍODO

DISCIPLINA: ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA

ANDERSON R. DO NASCIMENTO

SOAP

ANÁPOLIS-Go
2023
1.IDENTIFICAÇÃO
Nome: A.T.P
Idade: 65 anos
Data de nascimento: 28/09/1957
Nacionalidade: brasileira
Profissão: aposentado
Naturalidade: não consta
Procedência não consta
Estado civil: casado
Internação: 11/03/2023
Leito: 443
N° do prontuário: 1343375
Escolaridade: sem declaração

2. QUEIXA PRINCIPAL:
Paciente admitido com quadro de astenia, adinamia e intolerância a via oral há
vários dias, piora dos sintomas nas 24 horas anteriores a internação. Apresentou
evacuações diarreicas líquida e vômitos de conteúdo gástrico, nega febre.

3. DIAGNÓSTICO / HIPÓTESE DIAGNÓSTICA:


Enfisema pulmonar e paresseptal bilateral de predomínio pariapical
 Hiponatremia
 DPOC Exacerbado
 Astenia
 Gastroenterite

4. HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL:


Enfisema pulmonar exacerbado possivelmente desenvolvido pelo uso prolongado do
tabaco.

5. HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA (HPP):


DM descompensada, nega HAS, nega intolerâncias/alergias alimentares. Presença
de inapetência com perda de peso.

6. HISTÓRIA FAMILIAR:
Sem relatos de DM, HAS, CA, OB ou qualquer outras DCNTs.

7. HISTÓRIA SOCIAL E AMBIENTAL


Condições de moradia: casa própria
Saneamento básico: presente na moradia
N° pessoas na casa: 2
Quem são: ele e a esposa
Relacionamento familiar: bom relacionamento com a esposa
Ambientes costumam frequentar: paciente com dificuldade de deambular, quase não
sai de casa
Quantos contribuem com a renda: ele e a esposa
Eletrodomésticos básicos: geladeira, televisão, micro-ondas, celular
Aquisição dos alimentos: no mercado e na feira
Produção doméstica de alimentos: não
Etilismo (tipo e frequência): sim, socialmente
Tabagismo: sim, média de 20 cigarros por dia
Drogas ilícitas: Não
Sono: Irregular
Atividade Física (tipo e frequência): sedentário (paciente debilitado fisicamente)
Atividades da vida diária: banho, higiene pessoal, alimentação

8. ESTUDO TEÓRICO DA(S) DOENÇAS


 HIPONATREMIA
A hiponatremia é uma alteração metabólica caracterizada pela baixa
concentração de sódio no sangue em relação ao volume de água no organismo. Ela
ocorre em decorrência do desequilíbrio no complexo sistema fisioquímico, que
regula a absorção e excreção de água e sódio no nosso corpo, e está associada ao
processo de envelhecimento. Uma pessoa saudável apresenta nível estável de
sódio no plasma sanguíneo entre 135 e 145 mEq/L (miliequivalentes por litro).
Abaixo desse limite, configura-se quadro de hiponatremia - detectável por meio de
exame de sangue (ROCHA, 2011).
A presença de hiponatremia está associada a uma série de desfechos
desfavoráveis, como aumento no tempo de permanência hospitalar, necessidade de
internamento em UTI, custo da hospitalização7 e mortalidade. A associação de
hiponatremia com aumento na mortalidade é bastante consistente, seja ela adquirida
na comunidade, no hospital ou na UTI (ROCHA, 2011).

 DPCO - Doença Pulmonar Crónica Obstrutiva


A DPCO é uma enfermidade respiratória que descreve um grupo de doenças
pulmonares que dificultam o esvaziamento do ar dos pulmões. Ela é caracterizada
pela presença de obstrução crônica do fluxo aéreo, que é usualmente progressiva e
está associada a resposta inflamatória anormal dos pulmões e das vias aéreas à
inalação de partículas ou gases tóxicos, causada primeiramente pelo tabagismo.
Apesar da DPCO comprometer os pulmões, ela também produz consequências
sistêmicas significativas. Entre essa efeitos, podem ser observadas alterações
metabólicas e nutricionais, disfunção muscular esquelética, inflamação sistêmica e
miopatia induzida por drogas (CUPPARI, 2019).
Conforme mencionados, as doenças pulmonares crônicas podem afetar a
função muscular esquelética. Em pacientes hospitalizados, a desnutrição energética-
proteica em 30 a 50% dos pacientes. Nos pacientes estáveis atendidos em
ambulatório, os valores estão na faixa de 22 a 24%. Reduções no peso corporal,
resultando em valores abaixo de 90% do peso ideal e em valores abaixo do índice
de massa corporal (IMC), são fatores prognósticos negativos independentemente da
gravidade da doença (CUPPARI, 2019).
Na DPOC, a oferta de energia deve ser adaptada à demanda metabólica. O
método mais indicado para estimar o gasto energético de repouso assumido como
basal [gasto energético basal (GEB)] é a calorimetria indireta (CI). No entanto, como
a CI é um método pouco disponível na prática clínica, equações de predição têm
sido empregadas para estimar o GEB. Entre elas, destaca-se a equação de Harris e
Benedict que, apesar de ter sido validada para uma população saudável e com IMC
médio de 22 kg/m², tem sido utilizada em diferentes doenças e em diversos graus de
gravidade (CUPPARI, 2019).

 Astenia

Pode ser definida como uma sensação subjetiva de cansaço fraqueza ou falta
de energia. Um sentimento angustiante, persistente e subjetivo de cansaço físico,
emocional e/ou cognitivo ou exaustão relacionada com o cancro e/ou com o
tratamento, não proporcional à atividade realizada e que interfere de maneira
significativa na capacidade funcional normal (RADBRUCH et al., 2008).
Apesar da alta prevalência, severidade e distress que causa, os mecanismos
patofisiológicos da Astenia continuam desconhecidos. A patogênese é complexa e
multifatorial envolvendo a interação de fatores cognitivos, emocionais, psicossociais
e somáticos com alta variabilidade na sua expressão clínica. Vários mecanismos
individuais podem explicar a causa da Astenia que pode ser considerada de origem
central e/ou periférica (RADBRUCH et al., 2008).

 Diabetes Mellitus (DM)

O diabete é considerado uma doença crônica não transmissível que ocorre


quando o pâncreas não produz insulina suficiente ou quando há resistência à ação
desse hormônio, quadro denominado resistência à insulina. A insulina é o hormônio
que regula as taxas de glicose no sangue. A hiperglicemia é um achado frequente
no diabete não controlado e, ao longo do tempo, pode aumentar o risco de
desenvolvimento de doenças macro e microvasculares (CUPPARI, 2019).
Os principais tipos de diabete são o diabete tipo 1, o diabete tipo 2 e o diabete
gestacional. O diabete tipo 1 é caracterizado por produção de insulina deficiente e
requer administração diária de insulina, a fim de manter o nível de glicose na faixa
adequada. Esse tipo de diabete é diagnosticado pela elevada concentração de
glicose circulante associada aos sintomas que incluem volume urinário excessivo
(poliúria), sede excessiva (polidipsia), fome constante (polifagia), perda de peso,
alterações na visão e fadiga. Em geral é decorrente de uma reação autoimune na
qual o sistema imunológico ataca as células beta pancreáticas produtoras de
insulina. Esse tipo de diabete pode se desenvolver em qualquer idade, mas ocorre
com maior frequência em crianças e adolescentes (CUPPARI, 2019).
O diabete do tipo 2 é o mais comum e acomete aproximadamente 90% dos
indivíduos com essa enfermidade. Nesse caso, a hiperglicemia é o resultado de uma
produção inadequada de insulina e da baixa sensibilidade dos tecidos ao hormônio,
definida com orável na produção de insulina, a hiperinsulinemia, associada a
concentrações de glicose pouco ou muito aumentadas, a hiperglicemia. Os sintomas
podem ser semelhantes aos do diabete tipo 1, mas geralmente menos perceptíveis.
As causas do diabete tipo 2 são diversas e estão fortemente associadas a
hiperadiposidade corporal, história familiar, envelhecimento, etnia, obesidade,
sedentarismo, diagnóstico prévio de pré-diabete ou diabete gestacional, bem como a
presença de componentes da síndrome metabólica (CUPPARI, 2019).
O diabete gestacional é caracterizado por um quadro de hiperglicemia, visto
que durante o crescimento placentário ocorre a secreção de hormônios que
diminuem a ação da insulina. Os principais são o lactogênio placentário, a
progesterona, o estradiol, o hormônio do crescimento e a prolactina. As mulheres
com diabete gestacional correm maior risco de complicações durante a gravidez e
no parto. Elas e seus filhos também estão em maior risco de diabete tipo 2 no futuro
(CUPPARI, 2019).

9. HISTÓRIA ALIMENTAR
HISTÓRIA ALIMENTAR HABITUAL
Segundo relato da acompanhante o paciente vinha com diminuição de apetite, baixa
aceitação alimentar e perda de peso a aproximadamente 2 anos.

CONCLUSÃO
Paciente do sexo masculino, 65 anos, brasileiro, casado, internado no dia
11/03/2023 com quadro de hiponatremia, astenia e DPCO exacerbado. Paciente
diabético, não hipertenso, tabagista, não etilista. Reside com esposa, casa própria
com saneamento básico presente. Não realiza atividades domésticas diárias,
sedentário e debilitado fisicamente. Alimentação na residência em baixa quantidade
com baixa aceitação, presença de inapetência e perda de peso. Diagnóstico de
enfisema pulmonar e paresseptal bilatarel de predomínio pariapical.

10. HISTÓRIA ALIMENTAR ATUAL


Apetite: Inapetência, ingestão VO em 30% avaliado por MVO na enfermaria.
Ingestão hídrica (mL/dia): 480 ml/dia
Dieta: Dieta enteral via SNE associada a dieta oral pastosa com característica
hipoglicídica

CONCLUSÃO
Paciente em dieta enteral via SNE com DO pastosa associada em evolução calórica.
Ingestão hídrica de 480 ml/dia.

11. EXAME FÍSICO


Exame clínico geral: 13/03/2023
Revisão de sistemas:
-Boca: Sem lesão, uso de prótese dentaria
-Esôfago: sem alterações
-Estômago: sem alterações
-Intestino: Fezes pastosa
-Músculo esquelético: Depleção acentuada
-Nervoso: sem alterações
-Cardiovascular: sem alterações
-Rins: sem alterações

11.1 ECTOSCOPIA
Pele: Enrugada e pouco hidratada
Bochecha: Bola de Bichat diminuída
Boca: Sem lesão, uso de prótese
Lábios: Desidratados
Ombro: Depleção muscular grave
Clavículas: Depleção muscular grave
Edema (pernas): ausente
Temperatura: Afebril
Capacidade funcional: deambulante
Paciente emagrecido: Sim

11.2 CONCLUSÃO DO EXAME FÍSICO


Paciente com perda visível de peso, sem lesões na boca, uso de prótese dentária,
fezes pastosas, diurese, bola de Bichat diminuída, pele enrugada, acamado, sem
presença de edema, lábios ressecados, perda muscular acentuada nas regiões do
ombro e clavículas, afebril.

12. ANTROPOMETRIA
Classificação
Estatura Estimada: 1,63 m *
AJ (cm): 50 *

PE (kg): 37,52 *

PU (kg): acompanhante não soube


*
referir
PI (kg): 66,4 *
Adequação P. (%): 56,5 % Desnutrição grave
Paj (kg): 44,74 *
% PPR: Sem o peso usual para fazer o cálculo
Baixo peso (Baixo peso OPAS, 2002 –
IMC (kg/m2): 14,12
IMC Idoso)
Adequação da CB: 61,09 %
CB (cm): 19
Desnutrição grave
CC (cm): *
CP (cm): 25 Depleção muscular / sarcopenia

12.1 CONCLUSÃO
Paciente com baixo peso segundo o IMC, desnutrição grave segundo a adequação
da circunferência do braço e sarcopenia segundo a circunferência da panturrilha
13. EXAMES LABORATORIAIS
PARÃMENTROS REFERÊNCIAS RESULTADOS CLASSIFICAÇÃO
PCR (Proteína C
<0,5 mg/dL 63,5 Elevada
Reativa)
H: 13,5 a 18 g/dL
Hemoglobina 10,70 Baixo
M: 12 a 16 g/dL
H: 40% a 54%
Hematócrito 28,20 Baixo
M: 37% a 47%
Sódio 135 a 145 mEq/L 126 Baixo
Dentro da
Potássio 2,7 a 4,5 mEq/L 3,4
normalidade
Dentro da
Uréia 10 a 40 mg/dL 24,0
normalidade
H: 0,7 a 1,3 mg/dL Dentro da
Creatinina 0,8
M: 0,6 a 1,1 mg/dL normalidade
4.000 a 11.000
Leucócitos 14,340 Elevado
células/mm²
150.000 a 400.000 Dentro da
Plaquetas 262.000
mm³ normalidade
Fosforo 2,5 a 4,5 mg/dL 2,1 Baixo

CONCLUSÃO DOS EXAMES BIOQUÍMICOS:


PCR e leucócitos elevados, sugerem quadro infeccioso. Hemoglobina, hematócrito e
Sódio baixos, sugestivo de anemia e desnutrição. Uréia e creatinina dentro da
normalidade sugerem sistema renal funcionante, não presença de cetoacidose
diabética e catabolismo proteico não aumentado.

Fármaco Dose/ Tempo de uso Indicação Interação


indicado para o tratamento de
Úlcera péptica gástrica, ou
duodenal; Esofagite de refluxo;
Reduz a
Síndrome de Zollinger-Ellison;
Omeprazol 200 mg 1 cap 6/6 h via oral biodisponibilidade
Profilaxia de aspiração de
de vitamina B12
conteúdo gástrico durante a
anestesia geral em pacientes de
risco.
Hidrocortizona 100 1 frasco com 100 mg Indicada no tratamento de Reduz a absorção
mg endovenoso 12/12 h inflamações causadas por Vitaminas A, C,
distúrbios endócrinos, reumáticos, B6, ácido fólico,
hematológicos, doença do Ca, K, P e Mg.
colágeno, doenças Também
dermatológicas, oftálmicas, aumentam a
gastrointestinais, respiratórias, excreção de
neoplásicas e em estados Vitaminas C, B6,
edematosos. K, Zn e tiamina.
É utilizado para controlar vômito e
náusea decorrente de tratamento
Ondansetrona 4 mg 1 amp 8/8 h de quimioterapia e radioterapia; Não se aplica
para prevenir náuseas e vômitos
durante pós-operatório
É indicado para o controle e
prevenção dos espasmos
4 PUFF inalatório 4/4
Salbutamol 100 mg (contrações) dos brônquios Não se aplica
h
durante as crises de asma,
bronquite crônica e enfisema.
Para tratar DM auxiliando a
Insulina humana 16 unid. Subcutânea manter os níveis glicêmicos
Não se aplica
NPH 100 u 2x dia dentro dos parâmetros
considerados normais.
Spray nasal aquoso indicado
Diplopionato de 1 amp. De 2 ml para profilaxia e tratamento da
Beclometasona 400 inalatório 24/24 h rinite alérgica perene e sazonal, Não se aplica
mg (livre) incluindo febre do feno e rinite
vasomotora.
Indicado para tratamento de
manutenção do broncoespasmo
Brometo de
30 gotas via associado a quadros de doença
Ipratropio 0,025% 20 Não se aplica
nebulização 6/6 h pulmonar obstrutiva crônica
ml
(DPOC) como bronquite crônica,
asma e enfisema pulmonar.
É utilizada na terapia de
Cloreto de potássio
2 amp. 24/24 h hidratação venosa para evitar a
19,1%
hipocalemia.
é indicado para o tratamento da
esquizofrenia, como monoterapia
ou adjuvante no tratamento dos
episódios de mania associados ao
Quetiapina 25mg 1 ½ comp. ás 21h transtorno afetivo bipolar, dos Não se aplica
episódios
de depressão associados ao
transtorno afetivo bipolar, no
tratamento de manutenção do
transtorno afetivo bipolar I
(episódios maníaco, misto ou
depressivo) em combinação com
os estabilizadores de humor lítio
ou valproato, e como monoterapia
no tratamento de manutenção no
transtorno afetivo bipolar
(episódios de mania, mistos e
depressivos).
É um antibiótico injetável de
Tem o potencial
amplo espectro que é utilizado
de interagir com
para eliminar o excesso de
laticínios,
bactérias no organismo, podendo,
Cefatrixona PO inj 1 principalmente
1 amp 12/12 h por isso, ser usado no tratamento
g com o Ca 2+,
de vários tipos de infecção, desde
quando
infecções sexualmente
administrada por
transmissíveis, infecções na pele,
via oral.
pneumonia ou, até meningite.
É utilizada para o
restabelecimento de fluido e
eletrólitos. A solução também é
Cloreto de sódio utilizada como repositora de água Não se aplica
1 bolsa 100 ml
0,9% e eletrólitos em caso de alcalose
metabólica de grau moderado, em
carência de sódio e como diluente
para medicamentos.

CONCLUSÃO
Paciente sob protocolo para DPCO, insulinoterapia, reposição de eletrólitos e
antibioticoterapia.

15. DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL


MAN: Desnutrido
Nível de assistência Nutricional: terciária

Conclusão
Conclui-se, portanto que o paciente se encontra em estado de desnutrição grave.

16. CONTEXTUALIZAÇÃO BIO-PSICO-SOCIAL


Paciente tabagista, não soube informar a quantos anos, atualmente fumando em
média 20 cigarros diariamente, contudo relata que chegou a fumar 40.
Aparentemente mantém um bom relacionamento com os filhos e esposa. Estado
emocional estável.

17. NECESSIDADES NUTRICIONAIS


Peso utilizado TMB GET kcal/kg/dia
44,74 kg 1078 kcal/dia 1.671 kcal/dia 37,34
MACRONUTRIENTES
g/kg/dia g/dia %VET
PTN 1,5 67,11 16
CHO 3,61 161,7 60
LIP 0,64 28,76 24
Sat. 0,18 8,38 7
PoliS. 0,21 9,58 8
MonoS. 0,24 10,78 9
Fibras solúveis Fibras insolúveis
10 g/dia 20 g/dia
Necessidade hídrica
1.565 ml/dia
MICRONUTRIENTES
Nutriente Recomendações diária
Na 1000 mg/dia - RDA
Fe 8 mg/dia - RDA
P 4700 - AI
Magnésio 420 g/dia - RDA
Ômega 3 1,6 g/dia - AI
Fosforo 700 mg/dia - RDA

17. OBJETIVOS DA CONDUTA NUTRICIONAL

CURTO PRAZO
Evitar síndrome de realimentação
Manter TGI funcionante diariamente
Evitar a progressão da desnutrição

MÉDIO PRAZO
Modular a resposta orgânica ao tratamento clínico
Melhorar o estado nutricional

LONGO PRAZO
Recuperar estado nutricional
Diminuir o tempo de internação
18. PRESCRIÇÃO DIETÉTICA
DESCREVER PRESCRIÇÃO
Dieta Oral pastosa com característica hipoglicídica associada a TNE.
Dieta enteral via SNE, polimérica hc/hp, sem fibras 1,5 kcal/ml, vazão a 12 ml/h
volume 264 ml/dia ofertando 378 kcal/kg (10 g/kg/dia) e 0,5 PTN g/kg (18,9 g/dia).
Oferta hídrica água mineral via SNE 80ml/dia.
Oferta hídrica água mineral via oral 400 ml/dia.
Oferta hídrica total (VO + TNE): 664,8 ml/dia.
CARDÁPIO
SEGUNDA – 13/03/2023
PASTOSA HIPOGLICÍDICA (DM)
Mingau de MUCILON (DM aveia e
DEJEJUM adoçante)
Papinha de abacaxi
COLAÇÃO Iogurte DM
Sopa de legumes com macarrão
integral e carne (não colocar batata)
ALMOÇO
Sobremesa: Papinha de banana e
laranja
Frapê de maracujá (Somente para
LANCHE DA TARDE
DM fazer com adoçante)
Sopa de legumes com macarrão
JANTAR integral e frango (não colocar batata)
MAPA: Tapioca com frango
Mingau de MAISENA (DM aveia,
LANCHE NOTURNO
maisena, leite desnatado e adoçante)

RESUMO DOS NUTRIENTES


RESUMO DE NUTRIENTES PRESENTES NO VOLUME PROPOSTO NA
TNE
CHO PTN LIP Fibra
6,42 g 1,98 g 1,5 g 0g
Sódio Cálcio Ferro Potássio
31,68 mg 21 mg 0,34 mg 61,77 mg
Zinco Ômega 3 Vit D B3
0,31 mg 0,07 g 0,44 ug 0,42 mg
B6 B2 B1 B12
0,03 mg 0,06 mg 0,03 mg 0,07 ug
Obs: Sem informações para fazer o resumo de nutrientes da VO

JUSTIFICATIVA
Paciente com boa tolerância até o momento à dieta enteral, em progressão calórica
e TGI funcionante.
19. ORIENTAÇÕES GERAIS
 Tenha um período de repouso antes das refeições;
 Realizar refeições pequenas e frequentes nutricionalmente densas;
 Ingerir primeiro os alimentos mais energéticos;
 Utilizar os alimentos mais preferidos pelo paciente;
 Tentar aumentar o número de refeições e lanches durante o dia;
 Limitar líquidos durante as refeições, tomar somente 1h após;
 Comer refeições maiores em períodos de melhora do cansaço;
 Caso o paciente prepare seu próprio alimento ter a disposição alimentos que
requeiram menos preparo e possam ser aquecidos facilmente em um forno de
micro-ondas;
 Limitar o consumo de álcool a menos de dois drinques/dia (30 g de álcool)
 Evite fumar

20. ENCAMINHAMENTOS

ALTA HOSPITALAR: Sem informações

EVOLUÇÃO
DESCRIÇÃO
Enfermaria 4
Realizo visita para acompanhamento nutricional, paciente consciente, orientado,
responsivo, em ventilação espontânea com auxílio de O2 suplementar em CN a 3L.
Mantenho dieta mista TNE+VO. TNE com boa assimilação, em progressão calórica,
e VO com boa aceitação conforme MVO do dia anterior (50%). Deixo novo MVO
para avaliar aceitação e oriento acompanhante sobre a oferta e preenchimento.
Nega náuseas e vômitos, diurese presente e evacuação presente 1x em
consistência normal. Apresentando pico hiperglicêmico no período (95-429 mg/dl).
Apresentando hoje exames bioquímicos alterados (hiponatremia, hipomagnesemia,
hipocapocalemia, hipofostatemia, fósforo diminuído e uréia diminuída). Sem novos
exames no dia de hoje, solicito ao plantonista. Aguardo resultados de novos
exames.
Triagem De Risco Nutricional:
11/03/2023: MAN: Desnutrido/Nível de assistência nutricional: Terciário.
História clínica/alimentar:
Relata DM, tabagismo, e nega demais comorbidade;
Nega alergias, intolerâncias e aversões;
Relata perda de apetite e redução grave da ingesta alimentar;
Relata perda de peso, porém não sabe quantificar.

Avaliação Antrométrica:
11/03/2023:
CB: 19 cm CP: 25 cm AJ: 50 cm
Peso estimado 37,52 kg Peso referido: 35 kg
Altura estimada: 1,63 m
IMC: 14,19 kg/m² - Classificação: baixo peso (OPAS, 2002 – IMC idoso)

PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR


Definição do Problema:
Hiponatremia
DPOC exacerbado

Metas terapêuticas:
Recuperação do estado nutricional – 18/03/2023
Monitorar TGI – Diariamente
Monitorar tolerabilidade da TNO – Diariamente
Monitorar a tolerância da TNE – Diarimente
Auxiliar no quadro de hiponatremia – 18/03/2023

Resultado e justificativa:
14/03/2023 – Paciente em TN mista, com boa tolerância da SNE e boa aceitação da
VO, em progressão calórica, vigilância para síndrome de realimentação, evacuação
presente, permanece em hiponatremia.

Conduta diária:
Mantenho dieta Mista SNE+VO
Mantenho oferta calórica e proteica
Mantenho oferta hídrica
Mantenho dieta VO, consistência conforme a preferência do paciente.

Prescrição dietoterápica:
Dieta oral pastosa, com característica hipoglicidica;
Dieta enteral polimérica HC/HP sem fibras 1,5 Kcal/ml em vazão de 12 ml/h,
ofertando 378 kcal/dia (10 kcal/kg) 0,5 g/PNT/kg (18 g/d);
Oferta hídrica via SNE 80 ml/dia – somente para lavagem da sonda, 20 ml/ 6/6 hrs;
Oferta hídrica via oral de 400 ml/dia
Segue em acompanhamento nutricional conforme classificação.

REFERÊNCIAS

CUPPARI, Lílian. Nutrição clínica no adulto 4a ed. Barueri-SP: Editora Manole, 2019.
E-book. ISBN 9788520464106.

INSTITUTE OF MEDICINE (US) STANDING COMMITTEE ON THE SCIENTIFIC


EVALUATION OF DIETARY REFERENCE INTAKES et al. Dietary reference intakes.
In: Dietary Reference Intakes for Calcium, Phosphorus, Magnesium, Vitamin D, and
Fluoride. National Academies Press (US), 1997.

RADBRUCH, Lukas, et al. Fatigue in palliative care patients—an EAPC approach.


Palliative Medicine, 2008, 22.1: 13-32.

ROCHA, Paulo Novis. Hiponatremia: conceitos básicos e abordagem


prática. Brazilian Journal of Nephrology, v. 33, p. 248-260, 2011.

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