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TEORIA SOCIOLÓGICA

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Sumário

NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................................................... 2


Sociologia e as Teorias Clássicas ............................................................................................................. 3
Sociologia clássica: Durkheim, Marx e Weber ........................................................................................ 3
KARL MARX.............................................................................................................................................. 3
DIVISÃO DO TRABALHO........................................................................................................................... 5
CLASSES ................................................................................................................................................... 5
LUTA DE CLASSES .................................................................................................................................... 6
FETICHISMO ............................................................................................................................................ 6
MAIS-VALIA ............................................................................................................................................. 6
ALIENAÇÃO .............................................................................................................................................. 6
IDEOLOGIA............................................................................................................................................... 7
PRINCIPAIS CRÍTICAS SOCIOLÓGICAS A MARX ........................................................................................ 7
2 - DURKHEIM.......................................................................................................................................... 7
REPRESENTAÇÕES COLETIVAS ................................................................................................................. 9
DIVISÃO DO TRABALHO E FUNCIONALISMO ......................................................................................... 10
PRINCIPAIS CRÍTICAS SOCIOLÓGICAS A DURKHEIM .............................................................................. 10
3 - WEBER .............................................................................................................................................. 11
AÇÃO SOCIAL ......................................................................................................................................... 13
RELAÇÃO SOCIAL ................................................................................................................................... 13
DOMINAÇÃO ......................................................................................................................................... 14
ESFERAS SOCIAIS ................................................................................................................................... 15
CLASSE E ESTAMENTO ........................................................................................................................... 15
PRINCIPAIS CRÍTICAS SOCIOLÓGICAS A WEBER .................................................................................... 15
RELEVÂNCIA ATUAL DE MARX, DURKHEIM E WEBER PARA A SOCIOLOGIA ......................................... 16
Referência Bibliográfica ........................................................................................................................ 17

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em


atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com
isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível
superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de
promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem
patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras
normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e


eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética.
Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de
cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do
serviço oferecido.

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Sociologia e as Teorias Clássicas
Caro aluno essa disciplina tem um caráter teórico e conceitual. Leia o texto do link
com bastante atenção pois, nesse caso trata-se do livro das Professoras Tânia
Quintaneiro, Maria Lígia de Oliveira Barbosa e Márcia Gardênia Monteiro de Oliveira
que oferece forte base teórica. Assista aos vídeos, usando o link ou em pesquisa no
Google. Bons estudos!

Texto disponível em:

http://perio.unlp.edu.ar/catedras/system/files/durkheim_webber_marx_-
_um_toque_de_classicos_0.pdf

Vídeo Disponível em:

https://youtu.be/0J8GtRBryTs - Vídeo sobre a Pluralidade Cultural

Sociologia clássica: Durkheim, Marx e Weber

A importância dos fundadores das ciências sociais para a constituição deste campo
científico justifica a necessidade de uma aula introdutória sobre estes clássicos.

1 - KARL MARX

KARL MARX , alemão nascido na data de 05 de maio de 1818, em Trier, produziu


uma ciência baseada em vários conhecimentos, cursou filosofia, direito e historia nas
universidades de Bonn e Berlim. Em 1842 assumiu o cargo de redator – chefe do
jornal alemão Gazeta Renana , editado em colônia onde tinha a postura de um liberal
radical. Ele queria descobrir a causa dos conflitos de classes provocadas pela
revolução Industrial e o meio de os resolver.

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Karl Marx

Algumas influências no desenvolvimento do pensamento de Marx : leitura crítica da


filosofia de Hegel ( método dialético ) , contato com o pensamento socialista francês
e inglês. No ano de 1843 transferiu-se para Paris . Lá conheceu Engels , um radical
alemão de quem se tornaria amigo íntimo e com quem escreveria vários ensaios e
livros. Fora do âmbito das Ciências Sociais, Marx é conhecido principalmente pelos
seus escritos sobre o comunismo.

Elaborou sua teoria geral e o programa dos movimentos operários. Assim


o marxismo tem suas bases no socialismo científico e no materialismo histórico e
dialético.

A contribuição que Marx teve para o pensamento sociológico foi principalmente um


olhar da “teoria do conflito”, em que a organização social e a sua mudança baseiam
nos conflitos intrínsecos á sociedade.

Para Marx o homem somente pensa após a produção de trabalho, ou seja , o homem
terá que produzir suas condições de vida através do trabalho e só assim poderá
pensar ou filosofar. Esse processo Marx deu o nome de infraestrutura.

Existe uma base econômica na sociedade, que está relacionada às formas de


produção de bens necessários para a sobrevivência. Onde a sociedade esta sempre
exigindo mais qualidade e quantidade, incentivando as forças produtivas.

Para Marx não são os pensamentos que determinam a vida; é a vida que determina
os pensamentos: esta é a base do materialismo histórico em contraposição
ao idealismo hegeliano.

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“ É a produção da vida na história, qualitativamente. Vivemos de acordo
com a nossa época e produzimos os bens necessários para esse modo
de viver, a cada época.” Karl Marx (1818-1883)

Ele talvez seja o mais conhecido cientista social e também o menos


conhecido. Explico melhor: é difícil encontrar alguém que nunca tenha ouvido falar de
Marx, mas também é difícil encontrar pessoas que conheçam bem as ideias deste
autor. Talvez porque o pensamento de Marx seja muito aberto, o que possibilita
leituras diferenciadas. Mas o pensamento de Marx é mais bem aproveitado pelos
economistas que pelos cientistas sociais. Isso porque para Marx, a mercadoria é a
base de todas as relações sociais, e este é o ponto-chave para a compreensão de
suas ideias. Para ele, há uma tendência histórica das relações sociais
se mercantilizarem: tudo vira mercadoria.

Provavelmente Marx tenha dado tanta importância à economia porque estivesse


presenciando as mudanças sociais provocadas pela Revolução Industrial,
principalmente nas relações de trabalho. A partir da centralidade da mercadoria no
pensamento de Marx, podemos entender alguns de seus conceitos mais
importantes. Comecemos pela divisão do trabalho.

DIVISÃO DO TRABALHO

Evolutivamente, a divisão do trabalho é a segunda maneira de construir relações


sociais de produção, que são formas como as sociedades se organizam para suprir
suas necessidades. A primeira é a cooperação. Falar em divisão do trabalho em Marx
é falar em formas de propriedade. Isso porque a divisão do trabalho se dá entre quem
concede e quem executa o trabalho, entre os donos dos meios de produção e os
donos da força de trabalho.

CLASSES

Da divisão do trabalho surgem as classes. Para Marx, as classes não são constituídas
de agregados de indivíduos, mas são definidas estruturalmente: as classes são efeito
da estrutura. No modo de produção antigo as classes eram a dos patrícios e dos
escravos; no modo de produção feudal, havia senhores e servos; no modo de

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produção capitalista, burgueses e operários. Há sempre uma relação de oposição
entre duas classes, de modo que uma não existe sem a outra. Esta oposição ele
chamou de luta de classes.

LUTA DE CLASSES

A luta de classes, assim como as classes decorrem da divisão do trabalho. Nas


sociedades modernas a luta de classes se dá entre capitalistas ou burgueses (donos
dos meios de produção) e trabalhadores ou proletariado (donos da força de
trabalho). O trabalho nas sociedades modernas é denunciado por Marx pelo seu
caráter exploratório do trabalhador. No entanto, Marx vê uma solução para esta
relação exploratória: a revolução que seria feita pelo proletariado. No entanto, a
revolução do proletariado contra o modo de produção capitalista só não acontece,
segundo Marx, devido à alienação.

FETICHISMO

A separação da mercadoria produzida pelo trabalhador dele mesmo esconde o caráter


social do trabalho. O fetichismo se dá quando a relação entre os valores aparece como
algo natural, independente dos homens que os criaram. A criatura se desgarra do
criador. O fetichismo incapacita o homem de enxergar o que há por trás das relações
sociais. E o maior exemplo de fetichismo da mercadoria é a mais-valia.

MAIS-VALIA

A mais-valia é o excedente de trabalho não pago, não incluído no salário do


trabalhador. É a mais-valia que forma o lucro que será investido para aumentar o
capital.

ALIENAÇÃO

A alienação faz com que o trabalhador não se reconheça no produto de seu trabalho,
não percebendo a sua condição de explorado. A solução para o problema da
alienação passa por uma luta política do próprio proletariado e não pela educação.

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IDEOLOGIA

Como dissemos, as classes dominantes controlam os meios de produção. A


infraestrutura (conhecimentos, fábricas, sementes, tecnologia etc.), que está nas
mãos da classe dominante, determina a superestrutura (Estado, Direito, Religião,
Cultura etc.). A superestrutura é uma construção ideológica que serve para garantir o
poder da classe dominante, mantendo a classe trabalhadora alienada.

PRINCIPAIS CRÍTICAS SOCIOLÓGICAS A MARX

Marx não reconhece outros fatores de formação social além dos econômicos. Para
ele, a economia determina todas as relações sociais, o que foi amplamente apropriado
pelos economistas. Existem critérios não econômicos que as ideias de Marx não dão
conta na hora de analisar sociologicamente uma sociedade. Por exemplo, Marx
desconsidera a divisão técnica do trabalho. Para ele, a divisão do trabalho obedece
apenas fatores econômicos.

As ideias de Marx aproximam-se mais de uma filosofia moralista que de uma produção
científica. Talvez este seja o motivo de tento sucesso das idéias de Marx durante o
século XX, o que deu origem ao marxismo, que são interpretações dos escritos de
Marx. A verdade em Marx é uma verdade absoluta, moralista, doutrinária. Isso dá à
teoria marxista um caráter ilustrativo: como a “verdade” já foi descoberta (por Marx),
cabia aos cientistas ilustrar com exemplos a ‘verdade’ enunciada por Marx. Por muito
tempo os cientistas sociais aplicaram a teoria de Marx.

2 - DURKHEIM
ÉMILE DURKHEIM nasceu em 1858, em Épinal, no noroeste da França, próximo à
fronteira com a Alemanha. Era filho de judeus, porém, não seguiu o caminho da
família, optando por uma vida secular, ou seja, optou por uma vida sem vínculos
religiosos. Desde jovem, foi um opositor da educação religiosa e defendia o método
científico como forma de desenvolvimento do conhecimento. Em boa parte dos seus
trabalhos, procurou demonstrar que os fenômenos religiosos tinham origem em
acontecimentos sociais.

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Durkheim foi um dos pensadores que mais contribuiu para a consolidação da
Sociologia como ciência empírica e para sua instauração no meio acadêmico,
tornando-se o primeiro professor universitário dessa disciplina. As referências
necessárias para situar seu pensamento são, por um lado, a Revolução Francesa e
a Revolução Industrial, e por outro, o manancial de ideias que vinham sendo formado
por Saint-Simon e Comte.

Émile Durkheim

Émile Durkheim além de ser considerado um dos fundadores da sociologia moderna,


é considerado o pai da sociologia da educação. A educação é uma socialização da
jovem geração pela geração adulta e, a construção do ser social – feita em boa parte
pela educação – é a absorção do indivíduo de uma série normas e princípios (morais,
religiosos, éticos, comportamentais, etc.) que determinam o comportamento do
individuo na sociedade. Tinha como máxima que os “fatos sociais devem ser tratados
como coisa”.

Para Durkheim, a sociedade sempre prevalece sobre o individuo, dispondo de certas


regras, normas, costumes e leis que asseguram sua perpetuação. Essas regras e leis
independem do individuo e pairam acima de todos, formando uma consciência coletiva
que dá sentido de integração entre os membros da sociedade. Elas se solidificam em
instituições, que são a base da sociedade e que correspondem, nas palavras de
Durkheim, a “toda crença e todo comportamento instituído pela coletividade”.

Diferentemente da sociologia estrutural de Marx que pregava o conflito e luta entre as


classes, Durkheim vê a sociedade de certa forma integrada, criando um coeso em
geral cujo era mantido por regras de convivência. Um exemplo da integração é a
intensidade em que membros de um grupo/sociedade interagem entre si, como por

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exemplo trabalhos diferentes, porém complementares, que precisam um do outro,
provocam um sentimento de união/integração do grupo de trabalhadores. Durkheim
defendia que os grupos compartilham valores, crenças e normas coletivas que os
mantêm unidos.

David Émile Durkheim nasceu em 15 de abril de 1858, na França, e morreu em


1917. O princípio sociológico de Durkheim está fundado no social. Para ele, o que não
advém do social não tem importância para a sociologia que ele pretende fazer. Isso
porque a sociedade é a pré-condição de ser humano: é na sociedade que o
indivíduo. A vida social unifica, estrutura e gera significados para a existência
humana. Ele é determinista, dando absoluto predomínio ao social tanto no plano
causal quanto no plano das ações.

O social existe no plano ideal. Para Durkheim, é no social que está tudo aquilo que a
gente sabe, que os antepassados descobriram e que as futuras gerações irão
descobrir. O social é universal e, por isso, objetivo e racional.

REPRESENTAÇÕES COLETIVAS

O social cria representações coletivas, que são atitudes comuns de uma determinada
coletividade em uma determinada época. Esta representação coletiva independe dos
indivíduos, pois o indivíduo não tem poder criativo. Em Durkheim, o social que
determina o indivíduo. É como se cada indivíduo trouxesse em si a marca do social, e
esta marca determinasse suas ações.
SOLIDARIEDADE
A comunhão dessas representações coletivas é por ele chamado de solidariedade.
Não se trata de um sentimento de bondade, mas de uma comunhão de ideias. A
solidariedade é o partilhar de um mesmo conjunto de regras.

Há dois tipos de solidariedades, a mecânica ou por similitudes e a orgânica ou devida


à divisão do trabalho. A evolução de uma sociedade faz com que ela passe da
solidariedade mecânica, em que o partilhar das regras é feita de maneira coerciva,
para a solidariedade orgânica, em que o partilhar das regras sociais é feita a partir da
diferenciação feita pela divisão do trabalho social. Mas até em sociedades mais
complexas ainda há espaço para a solidariedade mecânica. É o caso do direito penal:

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o direito penal é um resíduo de solidariedade mecânica ainda existente nas
sociedades complexas.

DIVISÃO DO TRABALHO E FUNCIONALISMO

A divisão do trabalho, para ele, pode ser: normal ou geral e anômica ou


patológica. Normal é o que se repete de maneira igual, o que funciona
espontaneamente, gerando a solidariedade necessária à evolução do social. O
patológico é aquilo que difere do normal. Durkheim acha que as coisas tendem à
normalidade: até o patológico caminha para a normalidade.

Durkheim compara a sociedade a um corpo humano, onde o Estado é o cérebro,


elaborando representações coletivas que aperfeiçoem a solidariedade. Para ele, todas
as partes do corpo tem uma função, não havendo hierarquias entre as diferentes
partes. É uma sociedade harmônica.

Até o crime é considerado normal porque não há sociedade onde não haja crime e
também tem uma função social, a função de manter e gerar uma coesão
social. Quando acontece um crime, a consciência coletiva é atingida: o social é
agredido pelo indivíduo. Um ato não ofende a consciência coletiva porque seja
criminoso, mas é criminoso porque ofende a consciência coletiva. No entanto, o
Estado pode fortalecer a consciência coletiva através da punição do criminoso. É
através da punição do criminoso que a consciência coletiva mantém a sua vitalidade. A
pena impede um crescimento exagerado do crime, não permitindo que ele se torne
patológico.

Numa visão durkheimiana, a impunidade, não-punição do crime pelo Estado,


enfraquece a consciência coletiva, os laços de solidariedade, gerando um estado de
anomia. Quando o patológico prevalece sobre o normal, há uma desestruturação
social. O estado de anomia é uma situação limite e sem função na sociedade.

PRINCIPAIS CRÍTICAS SOCIOLÓGICAS A DURKHEIM

Durkheim dá excessiva ênfase ao social, o que acaba retirando a responsabilidade do


indivíduo em suas ações. Há pouco espaço para o indivíduo decidir, escolher, no

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pensamento durkheimiano. Até a ideia de indivíduo, segundo ele, é construída pelo
social. Suas teorias sofrem muita influencia do positivismo e do evolucionismo social.

3 - WEBER
MAX WEBER foi um cientista social alemão, que viveu no século XX. Teve sua
formação intelectual, em um momento histórico onde existiam divergências sobre a
forma que as ciências sociais deveriam ser aplicadas. Desde cedo sempre teve a sua
educação voltada ao estudo das humanidades, graças ao seu pai que era um
conhecido advogado da época. Detinha o conhecimento de diversas línguas, historia
e literatura clássica. Foi professor de economia na universidade de Freiburg, no
entanto, dois anos depois, apresentou sérios distúrbios nervosos. Foi co-editor de
ciências sociais o que trouxe vários avanços para os estudos da sociologia em seu
país. No fim de suas atividades como professor, dava aulas particulares até falecer
em 1920.

Max Weber

Weber acreditava que a sociologia era a capacidade da captação da relação de


sentido humana. Sendo assim, para se conhecer um fenômeno social é necessário
extrair dele o seu conteúdo simbólico presente nas ações que o geraram. Weber apoia
a ideia de que é necessário entender o sentido e o motivo da ação do individuo e não
apenas o aspecto exterior da mesma. Ele considerava que os sentidos dessa ação
não deveriam ser somente analisados do ponto de vista das ciências naturais embora
se relacione mais com as ciências sociais, deveria se tentar compreende-la dentro do
âmbito das ciências humanas.

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Diante da sociedade em que vivia Weber também teorizou diversos pontos de vista,
entre eles: O legal e o típico onde e questionou os conceitos impostos sobre a
sociedade, a qual fazia do individuo um instrumento de relações inter-sociais. Tais
ideais eram conceitos definidos conforme critérios sociais impostos pela classe
dominante da sociedade.

Dentre outras análises feitas pelo sociólogo, podemos citar seus estudos sobre a
sociologia da religião, de forma mais precisa a interpretação sobre as relações entre
as ideias e atitudes religiosas, que foram publicadas em três volumes no livro
Sociologia das Religiões. Além do caráter religioso, a obra também aborda questões
econômicas e o surgimento do capitalismo.

No âmbito político o autor possuía dois tipos de acepções, uma geral e outra restrita
no qual em seu sentido mais amplo era entendido por ele como “qualquer tipo de
liderança independente em ação”. No sentido restrito, ela seria a liderança de um tipo
de associação específica; em outras palavras o Estado, o qual só existiria se um
conjunto de pessoas se sujeitasse a autoridade alegada pelos detentores do poder no
Estado. Para tanto, é necessário que estes possuam uma autoridade reconhecida
como legítima. Em relação ao tipo de autoridade tradicional, Weber apresenta duas
formas; em relação ao desenvolvimento e ao corpo
administrativo: Gerontocracia e patriarcalismo. Em ambos os casos, nenhum individuo
ocupa autoridade independente do controle de um corpo administrativo, cujas funções
e status são fixadas

Max Weber nasceu em Erfurt, em 21 de abril de 1864, e faleceu em junho de


1920. Weber vive numa época em que as ideias de Freud impactavam as ciências
sociais e em que os valores do individualismo moderno começavam a se consolidar. A
grande inovação que Weber trouxe para a sociologia foi o individualismo
metodológico. Para ele, o indivíduo escolhe ser o que é, embora as escolhas sejam
limitadas pelo grau de conhecimento do indivíduo e pelas oportunidades oferecidas
pela sociedade. O indivíduo é levado a escolher em todo instante, o que faz da vida
uma constante possibilidade de mudança. O indivíduo escolhe em meio aos embates
da vida social. Essa ideia faz com que o sentido da vida, da história, seja dado pelo
próprio indivíduo. Os processos não têm sentido neles mesmos, mas são os
indivíduos que dão sentido aos processos.

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AÇÃO SOCIAL

A sociedade em Weber é vista como um conjunto de esferas autônomas que dão


sentido às ações individuais. Mas só o indivíduo é capaz de realizar ações sociais. A
ação social é uma ação cujo sentido é orientado para o outro. Um conjunto de ações
não é necessariamente ação social. Para que haja uma ação social, o sentido da ação
deve ser orientada para o outro. Seja esta ação para o ‘bem’ ou o ‘mal’ do outro. A
ação social não implica uma reciprocidade de sentidos: o outro pode até não saber da
intenção do agente.

Para Weber há quatro tipos de ação social: ação social tradicional, ação social afetiva,
ação social racional quanto aos valores, ação social racional quanto aos fins.

Ação social tradicional é aquela que o indivíduo toma de maneira automática, sem
pensar para realiza-la.

Ação social afetiva implica uma maior participação do agente, mas são respostas mais
emocionais que racionais. Ex.: relações familiares. Segundo Weber, estas duas
primeiras ações sociais não interessam à sociologia.

Ação racional com relação a valores é aquela em que o sociólogo consegue construir
uma racionalidade a partir dos valores presentes na sociedade. Esta ação social
requer uma ética da convicção, um senso de missão que o indivíduo precisa cumprir
em função dos valores que ele preza.

Ação racional com relação aos fins é aquela em que o indivíduo escolhe levando em
consideração os fins que ele pretende atingir e os meios disponíveis para isso. A
pessoa avalia se a ação que ela quer realizar vale a pena, tendo em vista as
dificuldades que ele precisará enfrentar em decorrência de sua ação. Requer uma
ética de responsabilidade do indivíduo por seus atos.

RELAÇÃO SOCIAL

Até agora falamos de ação social em Weber, que em diferente de relação


social. Enquanto o conhecimento do outro das intenções do agente não importa para
a caracterização da ação social, a relação social é o sentido compartilhado da

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ação. Relação social não é o encontro de pessoas, mas a consciência de ambas do
sentido da ação. A relação social é sempre probabilística, porque ela se fundamenta
na probabilidade de ocorrer determinado evento, o que inclui oportunidade e risco. A
vida social é totalmente instável: a única coisa estável da vida social é a possibilidade
(e necessidade) de escolha. Não há determinismos sobre a o que será a
sociedade. Por isso, as análises sociológicas são baseadas em probabilidades e não
em verdades.

DOMINAÇÃO

Como já dissemos a vida social para Weber é uma luta constante. Por conta disso,
ele não vê possibilidade de relação social sem dominação. Todas as esferas da ação
humana estão marcadas por algum tipo de dominação. Não existe e nem vai existir
sociedade sem dominação, porque a dominação é condição de ser da sociedade. A
dominação faz com que o indivíduo obedeça a uma ordem acreditando que está
realizando sua própria vontade. O indivíduo conforma-se a um padrão por sua própria
escolha e acha que está tomando uma decisão própria.

Existem pelo menos três tipos de dominação legítima: legitimação tradicional,


legitimação carismática e legitimação racional. Para Weber a burocracia é a mais bem
acabada forma de dominação legítima e racional. A burocracia baseia-se na crença
na legalidade ou racionalidade de uma ordem. A burocracia mais eficaz de exercer a
dominação. E é uma consequência do processo de racionalização da vida social
moderna, sendo responsável pelo gerenciamento concentrado dos meios de
administração da sociedade. A burocracia é uma forma de organizar o trabalho, é um
padrão de regras para organizar o trabalho em sociedades complexas. A
modernização para ele é o processo de passagem de uma perspectiva mais
tradicional do mundo (em que as coisas são dadas) para uma perspectiva mais
organizada (onde as coisas são elaboradas, construídas). Mas para Weber, só o herói
individual (o líder carismático) pode alterar o rumo da história. Mesmo que
imediatamente, uma vez que para Weber toda legitimação carismática tende a tornar-
se legitimação tradicional.

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ESFERAS SOCIAIS

A dominação pode ser exercida em diferentes esferas da vida social. As “esferas” são
mais analítico-teóricas que reais, e são criadas pela divisão social do trabalho. Uma
esfera não determina uma outra esfera, mas elas trocam influências entre si. As
esferas são autônomas, mas não independentes. A esfera é o lugar de luta por um
tipo de sentido para as relações sociais. Classes, estamentos e partidos são
fenômenos da disputa de poder nas esferas econômica, social e política,
respectivamente.

CLASSE E ESTAMENTO

Vamos falar um pouco mais de classe e estamento em Weber, até para diferencia-lo
de Marx. Classe para Weber é o conjunto de pessoas que tem a mesma posição
diante do mercado. Há dois tipos básicos de classe, as que têm algum tipo de bem e
as que não tem algum tipo de bem. Mas as classes também se diferenciam pela
qualidade dos bens possuídos. As classes, como já dissemos estão ligadas à esfera
econômica da vida social. Para Weber, a esfera econômica não tem capacidade de
produzir um sentimento de pertencimento que seja capaz de gerar uma comunidade.

Estamento está ligado à esfera social, que é capaz de gerar comunidade. Estamento
é um grupo social cuja característica principal é a consciência do sentido de
pertencimento ao grupo .A luta por uma identidade social é o que caracteriza um
estamento. A luta na esfera social é para saber qual estamento vai dominar. As
profissões podem ser analisadas como estamentos.

PRINCIPAIS CRÍTICAS SOCIOLÓGICAS A WEBER

Weber supervaloriza o indivíduo, tornando demasiada a cobrança sobre suas


escolhas e conformidades. Talvez nem tudo seja escolhido individualmente.

Ele ao mesmo tempo em que vê na burocracia forma mais acabada de dominação


legítima, acha que a burocracia fortalece a democracia por causa de sua
impessoalidade. Talvez ele não tenha tido tempo para perceber que a burocracia tem

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a possibilidade de ser um instrumento de democratização, mas que frequentemente
funciona de maneira contrária, servindo apenas como instrumento de dominação.

RELEVÂNCIA ATUAL DE MARX, DURKHEIM E WEBER PARA A SOCIOLOGIA

A principal importância de Marx para hoje é que podemos dizer que ele ao enunciar
que tudo vira mercadoria, acertou (ou contribuiu para isso). A prevalência da economia
hoje em dia, representada pela força dos próprios economistas na sociedade
(funcionando como gurus), dá uma ideia da importância de Marx para as ciências
sociais. Outro aspecto importante é que o uso da teoria marxista hoje não precisa se
preocupar com a análise da realidade política, uma vez que o socialismo real chegou
ao fim.

A importância de Durkheim é que não se pode fazer sociologia da educação sem


Durkheim, principalmente na análise de processos de socialização a partir da
escola. Durkheim fornece instrumentos para entender os processos. O conceito de
anomia, por exemplo, é básico para entender mudanças que impliquem alterações
nas relações sociais, tais como modernização da sociedade, urbanização,
industrialização, padrões morais e construção/alteração de identidades coletivas.

Weber talvez seja o mais atual dos autores clássicos da sociologia com importantes
contribuições para a teoria antropológica, devido ao seu individualismo metodológico,
para a sociologia das profissões, para a análise das relações de dominação e dos
processos de racionalização das sociedades. Mas sem dúvida a grande contribuição
de Weber foi a necessidade de pesquisas empíricas para afirmar alguma coisa
científica. Isso porque sua teoria não aceita determinismos.

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Referência Bibliográfica

Durkheim, Marx e Weber. Os Clássicos da Sociologia, São Paulo, Editora Ática, 1999

HTTP://CLASSICOSDASOCIOLOGIA.BLOGSPOT.COM.BR/2012/04/CLASSICOS-
DA-SOCIOLOGIA-AUGUSTE-COMTE.HTML

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