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1 Afasia infantil

2 Os distúrbios da escrita geralmente fazem parte de uma síndrome afásica complexa na


3 qual a escrita é o componente mais interrompido. Lesões cerebrais focais na infância
4 podem resultar em distúrbios de linguagem semelhantes aos distúrbios afásicos do
5 adulto. O interesse especial da afasia infantil é que ela envolve o sistema nervoso e a
6 função da linguagem no processo de maturação. Estudos mostram que crianças com
7 afasia apresentam redução da linguagem expressiva e da linguagem espontânea. Na
8 maioria dos casos, a escrita espontânea, a escrita sob ditado e a cópia foram
9 completamente suprimidos. Onde restava alguma linguagem escrita, em todos os casos
10 ela era perturbada e essa perturbação era mais severa do que a da linguagem oral. Os
11 erros ortográficos observados frequentemente dependiam de distúrbios fonéticos
12 correspondentes. Os déficits na escrita refletem a aquisição posterior da linguagem
13 escrita para a qual, no desenvolvimento, novos circuitos neurais foram elaborados para
14 codificar as unidades fonêmicas da linguagem em unidades gráficas. Em outras
15 palavras, nenhuma automatização da escrita foi desenvolvida.

16 Geralmente, quanto mais cedo o dano ao cérebro da criança, melhor a recuperação, mas
17 o desempenho da linguagem geralmente não é tão bom quanto o de uma criança normal
18 da mesma idade. Embora a linguagem atinja um nível de utilidade prática na maioria
19 das situações, testes cuidadosos, geralmente revelam déficits, principalmente na
20 compreensão sintática e semântica. A falta de evidências de distúrbios neurológicos
21 óbvios em muitas crianças com distúrbios de linguagem levou o campo da
22 fonoaudiologia nos últimos quarenta anos a empregar o conceito de disfunção cerebral
23 mínima (DMC) ou transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Há muito
24 se reconhece que algumas crianças com comprometimento da linguagem também
25 apresentam distúrbios comportamentais, déficits de percepção, atenção e déficits
26 neurológicos menores, todos sugestivos de distúrbio cerebral. Muitas vezes, no entanto,
27 os déficits neurológicos são tão leves e sutis que são considerados despercebidos no
28 exame neurológico pediátrico de rotina.

29 O profissional que se depara com uma criança que não conseguiu desenvolver a
30 linguagem, normalmente deve primeiro decidir se o distúrbio de linguagem é o distúrbio
31 primário ou se a falha de linguagem é secundária a uma condição mais generalizada.
32 Falha grosseira no desenvolvimento da linguagem tem sido associada a (1) perda
33 auditiva periférica; (2) um déficit generalizado da função cognitiva conhecido como
34 retardo mental; (3) autismo infantil.

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