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Autores: Adriana Ávila Moura; Ana Carolina Carvalho de Ruela Pires; Auxiliadora Damianne
Pereira Vieira da Costa; Junko Asakura Bezerra de Oliveira; Magna Régia Oliveira Duarte
O paciente com COVID-19, de modo geral, apresenta os seguintes sintomas: febre (>
37,8°C), tosse, dispneia, mialgia, fadiga, sintomas respiratórios e gastrintestinais, como diarreia
e vômitos (mais raros).
Indivíduo com quadro respiratório agudo, caracterizado por sensação febril ou febre*,
mesmo que relatada, acompanhada de tosse OU dor de garganta OU coriza OU dificuldade
respiratória.
*Na suspeita de COVID-19, a febre pode não estar presente.
Síndrome gripal que apresente: dispneia OU pressão persistente no tórax OU SPO2 < 95%
em ar ambiente OU cianose de lábios ou face.
**Em crianças: além dos itens anteriores, observar os batimentos de asa de nariz, cianose,
tiragem, desidratação e inapetência.
DOENÇA NÃO Quadro compatível com infecção de vias aéreas superiores, sem sinais de
COMPLICADA desidratação, dispneia, sepse ou disfunção de órgãos. Os sinais e sintomas
mais comuns são: febre, tosse, dor de garganta, congestão nasal, cefaleia,
mal-estar e mialgia. Imunossuprimidos, idosos e crianças podem
apresentar quadro atípico.
DOENÇA Pneumonia Infecção do trato respiratório inferior sem sinais de
COMPLICADA gravidade
- máscara cirúrgica
- avental impermeável
- luvas de procedimento
PROFISSIONAIS DE APOIO, CASO - higiene das mãos com água e sabonete líquido ou
PARTICIPEM DA ASSISTÊNCIA DIRETA preparação alcoólica a 70%
AO CASO SUSPEITO OU CONFIRMADO
- gorro (para procedimentos que gerem aerossóis)
(PROFISSIONAIS DA HIGIENE E
LIMPEZA, NUTRIÇÃO, MANUTENÇÃO, - óculos de proteção ou protetor facial
ETC)
- máscara cirúrgica
- avental
- luvas de procedimento
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
Casos leves (infecção de vias aéreas superiores ou pneumonia sem sinais de gravidade):
- Acompanhamento ambulatorial
- Não está recomendado o uso rotineiro de glicocorticoides, exceto para choque refratário e
broncoespasmo. Avaliar cuidadosamente uso de IGIV no choque séptico.
- 10 mg/kg (máx 600mg/dose) VO 2x/dia (D1); 3 mg/kg (máx 200mg/dose) VO 8/8h por 10
dias;
SUPORTE VENTILATÓRIO
- Quadros moderados: Suporte de oxigênio de acordo com a SpO2. Preferência cateter nasal
com baixo fluxo (até 6 L/min), principalmente em crianças menores, ou máscara com
reservatório e não reinalante. Evitar máscara de Venturi.
- Quadros graves: CPAP ou VNI em ventilador com circuito fechado; Ventilação mecânica
invasiva. Instalar filtro tipo HEPA (High Efficiency Particular Air – filtros de ar para partículas finas
de alta eficácia) eletrostático e hidrofóbico no ramo expiratório dos equipamentos para suporte
respiratório (ventilação invasiva e não invasiva e ventiladores manuais). Observar que os filtros
trocadores de calor e umidade (HME – Heat and Moisture Exchange) colocados entre a cânula
traqueal e o “Y” do circuito de ventilação mecânica em substituição ao sistema de umidificação
e aquecimento tradicional, muito utilizado em pacientes adultos, não estão recomendados no
período neonatal e no lactente jovem devido à baixa eficácia na umidificação e aquecimento. O
uso de cânulas traqueais com cuff pode ser útil em prevenir vazamento de gás durante a
ventilação. Seu uso no período neonatal é controverso.
Nos casos confirmados de infecção por COVID, principalmente nas situações de recursos
de precaução e isolamento insuficientes, considerar fortemente a intubação, mediante
sequência rápida de intubação (SRI). Em UTI, a posição prona tem se mostrado útil e pode ser
utilizada por até 18 horas/dia. Mais detalhes sobre suporte ventilatório no Anexo 2.
INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL
VERIFICAR PRÉ-INTUBAÇÃO:
➔ ANTES DE ENTRAR NO LEITO:
EPI’s:
✓ Gorro ✓ Kit de EPI’s COVID-19 disponível
✓ Óculos / Protetor ✓ Equipe paramentada com os EPI’s
facial ✓ Paciente com acesso venoso periférico
✓ Máscara N-95 ➔ APÓS ENTRAR NO LEITO:
(PFF-2) ✓ Monitorização do paciente
✓ Avental ✓ Capnógrafo e ventilador prontos?
impermeável ✓ Plano de intubação verbalizado
Higroscópio- Recomenda-se:
NÃO
válvula-bolsa- Check-list
Clampeamento do
reservatório ok?
(AMBU) + Filtro, tubo orotraqueal com
com fluxo suficiente pinça, durante a
para garantir O2 a SIM intubação; ou
100%. (Mínimo: oclusão com embolo
6/min). Sem de seringa.
ventilar. Entretanto,
considerando que o
Intubação por sequência rápida com primeira paciente está em
tentativa ótima: apneia, pode ser
1. Definir papéis dispensável.
2. Pré-medicação com Lidocaína 2% (1 a 2 mg /kg),
Cetamina (2 mg/Kg) - 1ª escolha
3. Pré-oxigenação com )2 a 100% (3 a 5 minutos)
4. Bloqueio neuromuscular*
5. Insuflar balonete com cufômetro
OBS.: Pré-oxigenar com AMBU + O 2 seco SEM
VENTILAR, aproximar apenas a máscara no paciente para
“inalar” (oferta espontânea)
Suporte ventilatório
PACIENTE:
✓ Taquipneia
✓ Hipoxemia (PO2<60)
✓ SpO2 ≤ 93% e/ou uso de musculatura acessória
✓ Retenção de CO2 (PaCO2 > 60 mmHg e/ou pH < 7,20)
CONSIDERAR:
Ofertar O2 baixo fluxo, SEM UMIDIFICAR
✓ Ventilação não invasiva (4 a 6L)
com circuito de ventilador *Utilizar cateter nasal de baixo fluxo, para meta
e filtro HME e HEPA no de Sat O2 ≥ 94%
ramos expiratório se
quarto isolado
NÃO se recomenda: Paciente SIM
✓ Cateter nasal de alto fluxo melhorou?
NÃO
World Health Organization. Clinical management of severe acute respiratory infection (SARI)
when COVID-19 disease is suspected. Interim guidance 13 March 2020. Disponível em
https://www.who.int/publications-detail/clinical-management-of-severe-acuterespiratory-
infection-when-novel-coronavirus-(ncov)-infection-is-suspected Acessado em março de 2020.
National Health Service. Clinical guide for the management of paediatric patients during the
coronavirus pandemic. Specialty guides for patient management during the coronavirus
pandemic. NHS. 16 March 2020 Version 1. Disponível em https://www.england.nhs.
uk/coronavirus/wp-content/uploads/sites/52/2020/03/Specialty-guide_paediatrics-
andcoronavirus_V1_17-March.pdf Acessado em março de 2020.