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URI – UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS


MISSÕES CAMPUS DE FREDERICO WESTPHALEN PRÓ-REITORIA DE
ENSINO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS DA
COMPUTAÇÃO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ARTHUR DALLA NORA

MAÍLA PENA

LAUDO TÉCNICO DE INSPEÇÃO PREDIAL

FREDERICO WESTPHALEN - RS
2021
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SUMÁRIO

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................................... 2


IDENTIFICAÇAO DO SOLICITANTE .................................................................... 2
CLASSIFICAÇÃO DO OBJETO DA INSPEÇÃO................................................... 2
LOCALIZAÇÃO DA EDIFICAÇÃO......................................................................... 2
DATA DA DILIGÊNCIA............................................................................................. 3
DESCRIÇÃO TÉCNICA DO OBJETO ..................................................................... 3
TIPOLOGIA E PADRÃO CONSTRUTIVO ............................................................. 3
2. METODOLOGIA ......................................................................................................... 3
CRITÉRIO DE INSPEÇÃO PREDIAL ..................................................................... 3
NÍVEL UTILIZADO .................................................................................................... 4
GRAU DE RISCO ........................................................................................................ 4
CLASSIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE USO ..................................................... 4
3. IDENTIFICAÇÃO E DESCRIÇÃO DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS 5
MANIFESTAÇÃO PATOLÓGICA 01 ...................................................................... 5
MANIFESTAÇÃO PATOLÓGICA 02 ...................................................................... 8
MANIFESTAÇÃO PATOLÓGICA 03 ...................................................................... 9
MANIFESTAÇÃO PATOLÓGICA 04 .................................................................... 11
MANIFESTAÇÃO PATOLÓGICA 05 .................................................................... 13
MANIFESTAÇÃO PATOLÓGICA 06 .................................................................... 16
MANIFESTAÇÃO PATOLÓGICA 07 .................................................................... 17
MANIFESTAÇÃO PATOLÓGICA 08 .................................................................... 19
LOCALIZAÇÃO GERAL DAS PATOLOGIAS .................................................... 21
4. RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS ........................................................................... 24
INDICAÇÃO DE PRIORIDADE ............................................................................. 24
AVALIAÇÃO DA MANUTENÇÃO E CONDIÇÕES DE USO DA
EDIFICAÇÃO E DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS ..................................................... 24
RECOMENDAÇÕES GERAIS DE SUSTENTABILIDADE ................................ 24
RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS ........................................................................... 24
RECOMENDAÇÃO DO PRAZO PARA NOVA INSPEÇÃO .............................. 25
RESPONSABILIDADE TÉCNICA .......................................................................... 25
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1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Identificaçao do solicitante

Este laudo técnico foi solicitado por Fabio Dischkaln do Amaral, professor do curso de
Engenharia civil da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI,
Campus de Frederico Westphalen.

Classificação do objeto da inspeção

Trata-se de uma edificação com finalidade residencial de dois pavimentos construída


em 1991, em que sua finalidade não sofreu alteração. A edificação conta com uma área total
construída de 229,33 m², sendo 70,55m² no subsolo, 50,00m² de garagem e 108,78m² no andar
térreo.

Localização da edificação

A edificação a ser analisada está localizada na Avenida do Comércio no centro da cidade


de Rodeio Bonito/RS, à 27º 28' 14" de latitude Sul e à 53º 10' 08" de longitude Oeste, sua
altitude é de 371 metros e possui área de 81,675 km². Na Figura 01 pode ser observada a
localização exata da edificação.

Figura 01 – Localização da edificação

Fonte: Google (2021).


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Data da diligência

A inspeção efetuada no imóvel, foi realizada no dia 30 de maio de 2021 pela parte da
tarde. O dia se encontrava ensolarado, com temperatura próxima aos 20 °C e com a umidade
relativa próxima aos 68%, segundo o The Weather Channel.

Descrição técnica do objeto

Como descrito anteriormente, a edificação analisada possui subsolo e pavimento térreo.


No subsolo encontra-se, dois dormitórios de 13,25m² e 11,80m² respectivamente, uma sala de
estar de 13,70m², circulação de 5,00m², uma cozinha de 18,00m², uma lavanderia de 4,00m², e
um banheiro de 4,80m². No pavimento térreo encontra-se três dormitórios de 16,20m², 9,30m²
e 7,50m² respectivamente, uma sala de estar de 13,30m², circulação de 3,40m², uma cozinha de
21,00m², uma lavanderia de 19,00m², um banheiro de 6,18m², uma sacada de 3,90m² e uma
varanda de 9,00m². A edificação conta com uma garagem com vaga para dois carros.

Tipologia e padrão construtivo

A edificação analisada possui sistema construtivo de estrutura de concreto armado com


alvenaria de vedação, com algumas paredes internas sendo de alvenaria e o restante em madeira.
No subsolo, o piso é de material cerâmico, tanto nas áreas secas quanto nas áreas molhadas, as
esquadrias são metálicas e o revestimento do teto é em argamassa de reboco. No pavimento
térreo, o piso é de material cerâmico nas áreas molhadas e de carpete nas áreas secas, as
esquadrias são metálicas na fachada principal (dormitório 01, sala de estar e cozinha) e no
restante dos cômodos é do tipo veneziana e o forro é revestido de madeira.
O telhado da edificação é composto por treliças de madeira e telhas de fibrocimento, a
parte hidráulica é de canos de PVC e a parte elétrica é de cabos semiflexíveis de cobre. Na
edificação à também um murro contenção de alvenaria com blocos cerâmicos maciços.

2. METODOLOGIA

Critério de inspeção predial

Os critérios utilizados para análise da edificação foram baseados no IBAPE (2012)


“Normas de Inspeção de Edificações”. A inspeção da edificação foi realizada por meio de
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registros fotográficos e análises de manifestações patológicas, as mesmas foram analisadas com


o objetivo de evidenciar seu surgimento e propor possíveis medidas corretivas.

Nível utilizado

A norma do IBAPE (2012) menciona três níveis para a inspeção predial, considerando
as características de avaliação. O nível utilizado para a inspeção da edificação foi o Nível 1, o
mesmo é descrito como “inspeção predial realizada em edificação de baixa complexidade
técnica, de manutenção e de operação de seus elementos e sistemas construtivos. Normalmente
empregada em edifícios com planos de manutenção muito simples ou inexistente.”, segundo o
IBAPE (2012).

Grau de risco

O grau de risco pode ser dividido em três definições de acordo com a Norma de Inspeção
Predial do IBAPE (2012), que levam em consideração as patologias existentes na edificação,
considerando o risco oferecido aos usuários, ao meio ambiente e também ao patrimônio. A
seguir constam as definições.
a) Crítico: risco de provocar danos contra a saúde e segurança das pessoas e do meio
ambiente; perda excessiva de desempenho e funcionalidade causando possíveis
paralisações; aumento excessivo de custo de manutenção e recuperação;
comprometimento sensível de vida útil.
b) Médio: Risco de provocar a perda parcial de desempenho e funcionalidade da
edificação sem prejuízo à operação direta de sistemas, e deterioração precoce.
c) Mínimo: Risco de causar pequenos prejuízos à estética ou atividade programável e
planejada, sem incidência ou sem a probabilidade de ocorrência dos riscos críticos e
regulares, além de baixo ou nenhum comprometimento do valor imobiliário.

Classificação das condições de uso

A edificação pode ser classificada em duas categorias de acordo com o seu uso, como:
a) Uso regular: Quando a edificação inspecionada se encontra ocupada e utilizada de
acordo com o uso previsto no projeto.
b) Uso irregular: Quando a edificação inspecionada se encontra ocupada e utilizada de
forma irregular, com o uso divergente do previsto no projeto.
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3. IDENTIFICAÇÃO E DESCRIÇÃO DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

As manifestações patológicas encontradas na edificação foram classificadas de acordo


com os critérios citados anteriormente e podem ser observadas a seguir. Para melhor
entendimento da proporção das patologias foi utilizado, como referência, uma caneta BIC nas
fotos. Na Figura 02 temos a planta baixa da edificação analisada.

Figura 02 – Planta baixa da edificação - Subsolo e Térreo, respectivamente.

Fonte: Autores (2021)

Manifestação patológica 01

A seguir na Figura 03, pode se observar a localização da patologia 01, em planta baixa
e no local, e posteriormente na Figura 04, tem-se a patologia.
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Figura 03 – Localização na planta e no local da manifestação patológica 01

Fonte: Autores (2021).


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Figura 04 – Manifestação patológica 01

Fonte: Autores (2021)


Manifestação Trinca Vertical
Patológica:
Local da Dormitório 01 - Subsolo
Manifestação:
Possível Causa: Fissuras causadas por sobrecarga e/ou inexistência ou mal
dimensionamento de contra-verga
Grau de Risco: Mínimo
Verificar se a fissura está ativa ou não, se a mesma estiver ativa,
Medidas remover o reboco, aplicar tela estuque e após refazer o acabamento/
Corretivas: ou executar contra-verga para distribuição correta dos
carregamentos.
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Manifestação patológica 02

A seguir na Figura 05, pode se observar a localização da patologia 02, em planta baixa
e no local, e posteriormente na Figura 06, tem-se a patologia.

Figura 05 – Localização na planta e no local da manifestação patológica 02

Fonte: Autores (2021).


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Figura 06 – Manifestação patológica 02

Fonte: Autores (2021)


Manifestação Trinca Vertical
Patológica:
Local da Banheiro 01 - Pavimento Térreo
Manifestação:
Possível Causa: Inexistência ou mal dimensionamento de verga.
Grau de Risco: Mínimo
Medidas Verificar se a fissura está ativa ou não, se a mesma estiver ativa,
Corretivas: remover o reboco, aplicar tela estuque e após refazer o acabamento
ou preencher a fissura com material selante /ou executar verga para
distribuição correta dos carregamentos.

Manifestação patológica 03

A seguir na Figura 07, pode se observar a localização da patologia 03, em planta baixa
e no local, e posteriormente na Figura 08, tem-se a patologia.
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Figura 07 – Localização na planta e no local da manifestação patológica 03

Fonte: Autores (2021).


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Figura 08 – Manifestação patológica 03

Fonte: Autores (2021)


Manifestação Trinca Horizontal
Patológica:
Local da Dormitório 03 - Pavimento Térreo
Manifestação:
Possível Causa: Movimentação da estrutura
Grau de Risco: Mínimo
Medidas Verificar se a fissura está ativa ou não, caso não estiver ativa
Corretivas: realizar reparos com veda trinca e corrigir a pintura.

Manifestação patológica 04

A seguir na Figura 09, pode se observar a localização da patologia 04, em planta baixa
e no local, e posteriormente na Figura 10, tem-se a patologia.
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Figura 09 – Localização na planta e no local da manifestação patológica 04

Fonte: Autores (2021).


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Figura 10 – Manifestação patológica 04

Fonte: Autores (2021)


Manifestação Rachadura Horizontal
Patológica:
Local da Lavanderia - Pavimento Térreo
Manifestação:
Possível Devido a ampliação executada pode ter ocorrido má dimensionamento ou
Causa: má execução das amarrações ou até a movimentação da estrutura
Grau de Médio
Risco:
Medidas Verificar se a fissura está ativa ou não, remover o revestimento e aplicar
Corretivas: selante, caso necessário realizar esforço estrutural.

Manifestação patológica 05

A seguir na Figura 11, pode se observar a localização da patologia 05, em planta baixa
e no local, e posteriormente na Figura 12, tem-se a patologia.
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Figura 11 – Localização na planta e no local da manifestação patológica 05

Fonte: Autores (2021).


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Figura 12 – Manifestação patológica 05

Fonte: Autores (2021)


Manifestação Rachadura Vertical e Horizontal
Patológica:
Local da Cozinha - Subsolo
Manifestação:
Possível Má dimensionamento ou má execução da estrutura e/ou sobrecarga da
Causa: laje
Grau de Crítico
Risco:
Medidas Verificar se a rachadura está ativa ou não, se a mesma estiver ativa,
Corretivas: realizar reforço estrutural na viga, caso não esteja ativa, aplicar selante.
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Manifestação patológica 06

A seguir na Figura 13, pode se observar a localização da patologia 06, em planta baixa
e no local, e posteriormente na Figura 14, tem-se a patologia.

Figura 13 – Localização na planta e no local da manifestação patológica 06

Fonte: Autores (2021).


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Figura 14 – Manifestação patológica 06

Fonte: Autores (2021)


Manifestação Fissuras Verticais e Infiltração
Patológica:
Local da Murro nas Escada de Acesso à Garagem - Subsolo
Manifestação:
Possível Excesso de carga provocada pelo solo e falta de impermeabilização no
Causa: murro
Grau de Mínimo
Risco:
Medidas Verificar se a fissura está ativa ou não, aplicar material impermeabilizante
Corretivas: ativo e realizar camada drenante e caso necessário reforço estrutural.

Manifestação patológica 07

A seguir na Figura 15, pode se observar a localização da patologia 07, em planta baixa
e no local, e posteriormente na Figura 16, tem-se a patologia.
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Figura 15 – Localização na planta e no local da manifestação patológica 07

Fonte: Autores (2021).


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Figura 14 – Manifestação patológica 07

Fonte: Autores (2021)


Manifestação Manchas de umidade e Mofo
Patológica:
Local da Sacada do dormitório 01 - Pavimento Térreo
Manifestação:
Possível Falta de pingadeira ocasionando a presença de umidade e falta de
Causa: impermeabilização
Grau de Mínimo
Risco:
Medidas Limpeza da área com solução de hipoclorito, aplicação de pintura
Corretivas: impermeabilizante e colocação de pingadeiras.

Manifestação patológica 08

A seguir na Figura 17, pode se observar a localização da patologia 08, em planta baixa
e no local, e posteriormente na Figura 18, tem-se a patologia.
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Figura 17 – Localização na planta e no local da manifestação patológica 08

Fonte: Autores (2021).


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Figura 18 – Manifestação patológica 08

Fonte: Autores (2021).


Manifestação Desplacamento do concreto, corrosão da armadura e umidade
Patológica:
Local da Escada de acesso ao subsolo
Manifestação
:
Possível Baixa resistência do concreto, falta de cobrimento na armadura e presença
Causa: de umidade
Grau de Crítico
Risco:
Medidas Remoção do concreto danificado, verificação da espessura das armaduras,
Corretivas: limpeza e tratamento anticorrosivo nas armaduras, nova aplicação de
concreto e impermeabilização

Localização geral das patologias

A seguir, para facilitar a localização das patologias citadas anteriormente, tem-se as


plantas baixas da edificação com as respectivas patologias, sinalizadas e enumeradas. Na Figura
19 temos a planta baixa do subsolo e na Figura 20 temos a planta baixa do pavimento térreo.
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Figura 19 – Planta baixa do subsolo com as manifestações patológicas sinalizadas

Fonte: Autores (2021).


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Figura 20 – Planta baixa do térreo com as manifestações patológicas sinalizadas

Fonte: Autores (2021).


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4. RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS

Indicação de prioridade

A edificação analisada possui uso regular, porém possui diversas manifestações


patológicas identificadas na residência em estudo, porém deve-se dar prioridade para as de grau
de risco crítico. As patologias de risco crítico podem causar problemas a segurança dos
usuários, bem como danos a saúde dos mesmos. Em seguida, deve-se adotar as medidas
corretivas adequadas para as patologias de grau de risco mínimo e médio, para o conforto e
saúde de seus ocupantes.

Avaliação da manutenção e condições de uso da edificação e dos sistemas


construtivos

Após a inspeção completa na residência, a mesma deve ser reparada imediatamente nos
pontos críticos citados, para total segurança dos usuários. As fissuras são patologias frequentes
da edificação, tendo que haver um cuidado com as mesmas, para que não ocorra prosseguimento
de seu grau de risco. Por fim, a presença de umidade e mofo deve ser tratada e sanada para que
não prejudique a saúde de seus usuários.
Posterior as reparações necessárias, deve-se periodicamente realizar manutenções nos
diversos locais da residência, para garantir a segurança e o desempenho ideal ao longo da vida
útil da estrutura. Também assegurando aos usuários da edificação saúde e confiabilidade.

Recomendações gerais de sustentabilidade

A edificação analisada não apresenta patologias que comprometam a segurança de seus


usuários, como também, não causam danos a sustentabilidade do local. Mas é necessário que
ocorram as reparações citadas no laudo técnico, para que as mesmas não evoluam, podendo
assim causar danos severos.

Recomendações técnicas

Como não foi realizado nenhum ensaio mais detalhado para determinação da causa
exata das patologias, apenas uma análise visual, recomenda-se o acompanhamento das mesmas
para acompanhar sua evolução. As medidas corretivas citadas anteriormente foram definidas
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de acordo com o observado no dia da vistoria, e recomenda-se a aplicação o mais breve possível,
para evitar o agravamento.

Recomendação do prazo para nova inspeção

Recomenda-se que a inspeção da edificação ocorra a cada ano, para que se possa
observar as correções que foram realizadas, bem como analisar se as mesmas não sofreram
alterações. Com a inspeção, pode-se evitar o surgimento ou agravamento de manifestações
patológicas.

Responsabilidade técnica

Os responsáveis técnicos pela vistoria e laudo técnico, não se responsabilizam pela obra
caso os proprietários não executem as recomendações de reparos necessários, bem como sua
manutenção periódica.

Frederico Westphalen, 21 de junho de 2021

Arthur Dalla Nora


CREA – RS 12355-2

Maíla Pena
CREA – RS 12477-1

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