O Último Templo de Mekthor
abundante e manipulado por magos e feiticeiros
Esta é uma aventura introdutória para o Mundo
de Averum, utilizando as regras do Dungeons and
Dragons 5ª Edição. Ela pode ser jogada de forma
independente ou pode ser utilizada como início
de uma campanha. Recomenda-se de 4 a 6
jogadores, com personagens de 3º nível. É
interessante que pelo menos um dos personagens
tenha acesso a magias arcanas e um deles tenha
acesso a magias divinas.
Introdução para os Jogadores
Averum é um mundo fantástico decadente,
corrompido e exaurido misticamente. Onde antes
existiam vastos e poderosos impérios, hoje só
existem ruínas. Os poucos resquícios de
civilização que ainda existem são formados por
pequenas vilas e cidades, separadas por vastos
ermos, que lutam por sua sobrevivência e
mantém um tímido comércio entre si. Criaturas
que parecem feitas de pura sombra e bestas
tocadas por uma espécie de mácula demoníaca
perambulam pelas regiões mais distantes,
emboscando viajantes incautos. A própria
natureza se tornou ameaçadora em muitos
lugares. Florestas verdejantes se tornaram
lugares sombrios e decrépitos, infestados de
fungos, vermes e outras abominações
indescritíveis. Alguns rios simplesmente secaram
enquanto outros se tornaram venenosos. Muitas
planícies viraram desertos ou pântanos. Essas
mudanças tornaram ainda mais difícil as viagens,
pois muitos caminhos podem não ser mais o que
já foram um dia.
O conhecimento é extremamente fragmentado,
pois livros são artigos raros e a maior parte das
histórias é transmitida oralmente. As grandes
metrópoles, que eram centros de conhecimento e
possuíam vastas bibliotecas, hoje são apenas
escombros evitados por aqueles que têm um
mínimo de bom senso. O poder místico, outrora
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para criar maravilhas, tornou-se escasso e
perigoso. Aqueles que ainda detêm algum
conhecimento arcano possuem dificuldade em
controlar as forças mágicas, sempre com o risco
de produzirem terríveis efeitos colaterais, como
dor, envelhecimento, podridão e até mesmo
morte. Já a influência divina é tênue e, em alguns
casos, inexistente. Nenhuma divindade responde
mais aos seus fiéis - templos foram abandonados,
rituais foram esquecidos e congregações foram
dispersadas. Os poucos acólitos que ainda
perseveram em sua fé, sejam devotos das
divindades celestiais ou da natureza, depositam
suas esperanças em relíquias ou amuletos que
lhes permitem um fraco contato com o poder
divino.
Mas o que tornou Averum um cenário tão hostil?
Dizem as lendas, que todas essas mazelas foram o
fruto de uma grande guerra travada entre os
chamados “Deuses Antigos”, que não se limitou a
esfera celestial, mas foi travada também em
campos de batalha no plano material de Averum.
Essa guerra teria sido provocada por uma
divindade ancestral de enorme poder e maldade,
conhecido como Zakanon, que disseminou a
intriga e a discórdia entre os outros deuses. As
batalhas em Averum teriam sido travadas por
poderosos heróis, imbuídos de poderes divinos e
liderados pelos Avatares dos Deuses Antigos.
Essas lutas persistiram por muitos anos, levando
o caos e destruição aos reinos dos humanos, elfos
e anões, enquanto esgotavam a energia mística de
Averum, culminando com a destruição dos
Avatares e a morte dos seus heróis. Esse mundo
arruinado, exaurido e abandonado pelos deuses
era exatamente o que Zakanon desejava para
tomar para si … Porém, poucos acreditam em
lendas - o que a maioria acredita é que Averum
foi abandonada pelos deuses como um castigo
pela cobiça e ostentação dos antigos governantes.
1

Novas Regras de Magia
A Guerra Celestial que devastou Averum
consumiu a maior parte da energia mística
(mana), que é a essência primordial que traz
vitalidade e ordem para o mundo. O nível de
mana em Averum em geral é bem baixo, mas
ainda existe. Em alguns locais, próximos a
grandes campos de batalha ou onde a magia foi
intensamente utilizada, a mana está
completamente drenada. O resultado disso é que
nenhuma vida cresce nesses lugares e tudo
envelhece mais rapidamente - realizar magias é
muito difícil e perigoso. Porém, outras regiões
ainda mais raras podem possuir um nível elevado
de mana e, nesse caso, os efeitos das magias são
potencializados e não há efeitos colaterais. Alguns
desses locais são conhecidos como Santuários
Místicos ou Nexos Dimensionais. E há finalmente
lugares que foram tocados pela magia
corrompida de Zakanon - onde a magia pode
simplesmente não funcionar ou possuir um efeito
completamente diverso do esperado. (para efeito
descritivo os personagens nunca ouviram falar
desses lugares; para efeito de regras são os locais
de mana corrompido – ver a seção “lançando
magias”)
A magia em Averum é diferente daquela dos
mundos tradicionais de D&D. Os lançadores de
magia, seja divina ou arcana, são poucos e
geralmente são temidos pela população em geral.
Isso ocorre, pois, a magia é perigosa tanto para
seus invocadores quanto para quem está
próximo. Ela possui um caráter imprevisível e
corruptor, cobrando um preço caro para quem a
utiliza - como a mana de Averum está esgotado,
as magias consomem a própria energia vital de
seus lançadores, como combustível. Seus efeitos,
nesse caso, são mais destrutivos e incertos do que
as magias de outros mundos.
Criando Personagens Invocadores
Todas as classes lançadoras de magias
necessitam de um objeto para focalizar a energia
mística ou o poder divino. O tipo específico de
objeto varia dependendo de cada classe, mas ele
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pode ser fabricado pelo invocador, desde que ele
tenha tempo e materiais a disposição. Existem
ainda alguns artefatos mágicos de Averum que,
além de seus poderes, também podem funcionar
como um poderoso foco de magia, geralmente
eliminando os efeitos colaterais da realização de
magias com um objeto focal tradicional.
Mago, Feiticeiro e Bardo
O objeto focal dessas classes é uma gema,
encantada a partir de uma pedra preciosa. Essa
gema pode ser engastada num anel, cajado ou
instrumento musical. O invocador precisa estar
em contato com o objeto para poder realizar a
magia. Ela funciona como um potencializador de
mana, concentrando o pouco mana que existe no
ambiente ao redor do seu utilizador. A criação
dessa gema é um ritual complexo que leva dias e
pode ter sido transmitido de mestre para
aprendiz, descoberto em um tomo antigo ou
ensinado por uma entidade extraplanar.
Clérigo, Paladino e Bruxo
Estas classes necessitam de uma “relíquia
mística” para poderem realizar magias. Como
Averum foi abandonada pelos Deuses, preces
divinas ou contratos infernais não funcionam
mais para garantir poderes para estes
invocadores. A relíquia é um objeto que está
imbuído com o poder da divindade / entidade
que concede magias ao personagem. O que é
exatamente a relíquia, depende da divindade /
entidade associada. Por exemplo, um paladino de
Mekthor poderia ter um escudo com runas
gravadas nele.
Estes invocadores utilizam os chamados pontos
de poder, contidos nas relíquias e que
representam uma medida do próprio poder
concedido pela divindade / entidade. . O número
de pontos de poder está atrelado aos pontos de
vida do personagem. Uma vez esgotados esses
pontos, a relíquia pode ser recarregada se levada
a uma local onde ainda exista um resquício de
influência da divindade / entidade do invocador.
São os chamados santuários divinos ou
profanos.
2
Druida e Patrulheiro
Estas classes utilizam um elemento de conexão
com a natureza como objeto focal. Esses
elementos são os amuletos ou totens. Amuletos
podem ser dentes de animais, arranjos de
gravetos ou pedras com runas gravadas, por
exemplo. Já totens podem ser esculpidos tanto em
madeira quanto em ossos ou pedras. O
importante é que esse objeto deve ter sido criado
pelo próprio invocador utilizando a matéria
prima retirada de um santuário da natureza
(coração de uma floresta, nascente de um rio,
pico de uma montanha, etc.), que nunca tenha
sido corrompido por magia arcana. Ele pode
tanto ser recarregado num desses santuários,
como pode também focalizar a mana local,
decisão essa a cargo do jogador. Ou seja, ele pode
decidir se vai armazenar e gastar os pontos de
poder armazenados no objeto ou se vai focalizar a
mana local. Para qualquer um dos efeitos
escolhidos, as limitações ainda se aplicam.
Lançando Magias
As classes que utilizam a mana do ambiente têm
de pagar um “preço de sangue”, devido à escassez
de mana. Cada magia realizada custa um ponto de
vida do invocador por nível da magia. Para as
classes que utilizam pontos de poder, o custo da
magia é também de um ponto de poder por nível
da magia. Magias de “nível 0” não custam pontos
de vida ou poder. Realizar magia em locais
drenados (sem nenhuma mana) custa o dobro de
pontos, enquanto que realizar em locais
potencializados (com nível de mana elevado)
não possui nenhum custo. Além disso, de modo a
refletir a corrupção mística, todas as magias
lançadas em Averum, em locais não
potencializados, causam mais dano (1 ponto a
mais por nível da magia) e curam menos (1 ponto
a menos por nível da magia). Magias que não são
de dano ou cura possuem uma chance de ter seu
efeito distorcido - jogue 1d6: 1 a 3 significa que a
magia teve seu efeito reduzido e 4 a 6 significa
que a magia teve seu efeito ampliado. Já em locais
de mana corrompido os riscos de usar magia são
ainda maiores: magias de dano causam o dobro
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de dano, magias de cura causam danos ao invés
de curar e as outras magias tem uma chance de
produzir um efeito oposto ao esperado - jogue
1d6: 1-2 significa que a magia funcionou como
esperado, 3-4 significa que a magia teve um efeito
completamente oposto ou indesejável (por
exemplo, uma magia globo de luz produzindo
trevas e uma magia sono atingindo um alvo
aleatório) e 5-6 significa que a magia
simplesmente não funcionou.
Recarregando Objetos de Poder
As relíquias místicas, os amuletos e os totens
possuem pontos de poder, que são consumidos
para realizar magias. O número de pontos de
poder de uma relíquia é igual ao número de
pontos de vida inicial do personagem. Já no caso
dos amuletos / totens, o número de pontos de
poder é a metade dos pontos de vida do
personagem, arredondado para cima. Em ambos
os casos, esses pontos são ajustados de acordo
com o avanço de nível do personagem. Para
recarregar um objeto de poder ele deve ser
levado e mantido por 1d6 horas em um
santuário divino / profano (no caso das
relíquias) ou em um santuário da natureza (no
caso de amuletos e totens).
Caso um santuário divino / profano não esteja
disponível, o personagem pode gastar um dia
para criá-lo, desde que não seja em um local
corrompido ou drenado. Já os santuários da
natureza não podem ser criados. Para criar um
objeto de poder é necessário um objeto
apropriado e alguns dias de preces / rituais em
um santuário correspondente.
História de Averum
Se você é apenas um jogador e não pretende
mestrar esta aventura, deve parar sua leitura por
aqui. A seguir são descritos eventos históricos
que não são de conhecimento de todos os
personagens.
3
A Grande Guerra Celestial
Segundo contam as lendas, Aktos, o Senhor da
Eternidade, é uma entidade de imensurável
poder, responsável pelos ciclos de existência das
Esferas, dentre as quais figura Averum. No
princípio do ciclo de Averum, Aktos depositou
parte de seu poder num artefato conhecido como
O Orbe da Criação. Deste Orbe surgiram os
Deuses Primordiais, que deram forma aos
elementos que compuseram o plano material
(terra, água, fogo e ar). Estes Deuses então se
retiraram para os Planos Elementais. Nasceram
então do Orbe aqueles que seriam conhecidos e
reverenciados como os “Deuses Antigos”. Para
interagir com suas criações, esses Deuses se
manifestavam por meio de Avatares no Plano
Material.
Mekthor foi o criador dos humanos, Alkantis foi o
criador dos Elfos e Falagar foi o criador dos
anões, sendo estas as grandes raças de Averum.
Terepidas criou os animais e as plantas e
Zakanon criou as raças inferiores. O avatar de
Mekthor era um grande guerreiro com uma
armadura dourada – o Senhor das Armas, o de
Alkantis era um mago com asas de luz – o Senhor
da Magia e o de Falagar era um dragão de ferro –
o Senhor das Riquezas. Já Terepidas e Zakanon
nunca assumiram avatares específicos, o primeiro
acostumando assumir a forma de grandes bestas
selvagens e o segundo assumindo formas de
monstros subterrâneos, como aranhas e vermes
gigantes.
Durante milênios as grandes raças prosperaram
em seus reinos, subjugando as raças inferiores de
Zakanon, mas convivendo em harmonia entre si e
com as criações de Terepidas. Os humanos se
espalharam, criando cidades esplendorosas por
todo o continente oeste. Os elfos, mestres das
artes mágicas criaram magníficas cidades
suspensas nas grandes árvores de seu continente,
com a ajuda dos cristais Eril. E os anões criaram
as impenetráveis fortalezas de pedra, onde
forjavam suas grandes riquezas.
Zakanon, invejoso do poder e prosperidade das
criações dos outros Deuses decidiu fomentar a
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discórdia entre eles, de modo a arruinar suas
criações e conseguir o domínio total de Averum.
Aos poucos ele começou a semear a desconfiança
entre os Deuses, manipulando a fraca mente dos
humanos, elfos e anões, de modo que eles
atacassem uns aos outros e consumissem
desenfreadamente as criações de Terepidas em
seus esforços de guerra. Temendo por suas
criações, os Deuses Antigos deram início à Grande
Guerra Celestial. Como no Plano Celestial eles
eram imortais e invencíveis, as batalhas seguiram
para o Plano Material. As batalhas em Averum
foram travadas por poderosos heróis, imbuídos
de poderes divinos e liderados pelos Avatares dos
Deuses Antigos. Essas lutas persistiram por
muitos anos, levando o caos e destruição aos
reinos dos humanos, elfos e anões, enquanto
esgotavam a energia mística de Averum,
culminando com a destruição dos Avatares e a
morte dos seus heróis.
O Império Akanita
Esta aventura se passa centenas de anos após a
queda do Império Akanita, na região do grande
Reino de Sur-Akan (vide Mapa 1), um dos mais
prósperos reinos humanos que compunham esse
império, juntamente com os Reinos de Nir-Akan,
Vel-Akan e Rad-Akan. O que existe hoje é um
punhado de vilarejos espalhados e várias ruínas
dos tempos de glória do reino. A maior povoação
é a cidade portuária de Alendril, que é uma
sombra do grande entreposto comercial que já foi
um dia.
A divindade adorada no Império Akanita era
Mekthor, O Senhor das Armas, um Deus Antigo
representado por um poderoso guerreiro
vestindo uma armadura dourada e portando
escudo e espada. Ele era a personificação da luz,
da justiça e era visto antes como um grande
protetor do que como um arauto da guerra. Com
a queda do Império, seus templos foram sendo
abandonados, os ritos foram esquecidos e as
preces não eram mais ouvidas. O último grande
templo, localizado na Cordilheira de Arat, ao
norte de Sur-Akan, por muitos anos ainda atraiu
peregrinos, que buscavam qualquer indício de
4
que Mekthor retornará para trazer o esplendor
dos tempos antigos e afastar a corrupção e
decadência que se alastrou pelas terras.
A Chama Branca
Nos últimos anos, nem mesmo comerciantes têm
ido mais até o templo. Esse isolamento e os
invernos rigorosos que se abateram sobre a
região, trouxeram fome e doenças para os
clérigos que ainda insistiram em permanecer.
Diante dessa situação desoladora, o alto
sacerdote conhecido como Sarus, o Justo,
resolveu imbuir Agnus Mordred, um dos mais
valorosos paladinos do Último Templo de
Mekthor, de uma missão desesperada. Sarus
entregou a Agnus uma poderosa relíquia, a
Espada Farlond, A Chama Branca. Segundo as
lendas, se empunhada por um dos descendentes
dos campeões de Mekthor, que eram os
escolhidos para receber seus poderes divinos em
batalha, ela poderá ser usada para restaurar a
influência do Senhor das Armas em Averum.
Porém, Farlond está incompleta. Uma gema
branca, O Olho de Farlond, foi retirada da espada
e guardada no Alto Templo de Ankor-Zarum,
outrora uma grande cidade de Sur-Akan, pois
dizem que essa arma teria sido amaldiçoada com
uma sede de sangue insaciável. Sem a gema, a
espada é apenas uma arma de boa qualidade e
não possui nenhum poder especial. Assim, Agnus
foi incumbido de buscar Ankor-Zarum, de modo a
restaurar a arma, além de descobrir um dos
descendentes dos campeões para empunhá-la. De
acordo com antigos mapas, Ankor-Zarum se
localizava onde hoje é a Floresta das Brumas.
Ankor-Zarum e os Campeões da Luz
Ankor-Zarum, no apogeu do Império Akanita, foi
um importante centro bélico, pois lá eram
selecionados e treinados os melhores soldados do
império, que formavam unidades de elite, tais
como a Guarda Pessoal do Imperador. Foi nessa
época (a cerca de 300 anos) que teve início a
Grande Guerra Celestial, quando cada divindade
assumiu o corpo físico de um Avatar. Mekthor, o
criador da raça humana, assumiu a forma de um
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poderoso guerreiro, com cerca de 3 metros de
altura, sendo que de seus olhos emanava uma
intensa luz branca. Para se preparar para a luta
contra os Elfos (liderados pelo avatar do Deus
Alkantis) e os Anões (liderados pelo avatar do
Deus Falagar), Mekthor escolheu os mais
valorosos e devotos soldados de Ankor-Zarum
para se tornarem seus campeões, recebendo uma
parte do seu poder divino e incumbidos de
liderarem os Exércitos Akanitas. Esses soldados
ficaram conhecidos como Campeões da Luz e até
mesmo seus descendentes continuaram a
carregar parte do poder divino que lhes foi
concedido.
Com o passar do tempo e o prolongamento das
batalhas entre humanos, elfos e anões, os reinos
começaram a esgotar seus recursos e a entrar em
decadência. Mesmo depois de todos os Campeões
da Luz terem morrido, a herança divina deles
acabou se espalhando pela população de Ankor-
Zarum. A sua população por fim acabou por
definhar, assolada por algum mal desconhecido e
a cidade foi engolida pela misteriosa Floresta das
Brumas. Os últimos sobreviventes a
abandonaram e estabeleceram um povoado ao
sul da floresta, onde hoje é Moradrin. Embora
todas essas histórias tenham se perdido com o
tempo, os habitantes de Moradrin ainda carregam
o sangue dos Campeões da Luz e sabem que
existem ruínas no coração da Floresta das
Brumas que, embora ligadas aos seus
antepassados, devem ser evitadas por conta de
alguma maldição obscura que lá persiste.
A Aventura
Um estranho em Moradrin
Moradrin (vide Mapa 2) é uma pequena vila, com
pouco mais de 100 habitantes, situada na borda
da Floresta das Brumas e atravessada pelo rio
Adrin. Ela subsiste basicamente da agricultura e
criação de animais, além de possuir um pequeno
comércio estabelecido com Alendril (situada a
dois dias de viagem, seguindo por uma estrada
que vai para sudeste). A vila já possuiu uma
população bem maior no passado, porém muitos
5
de seus habitantes foram embora para Alendril,
pois a misteriosa Floresta das Brumas está se
expandindo numa velocidade preocupante, ano
após ano, engolindo a vila, apesar dos esforços
dos seus habitantes. Por esse motivo, várias casas
ao norte da vila estão abandonadas e tomadas
pela vegetação.
A vila não possui um prefeito, mas seus
habitantes respeitam e pedem conselhos para um
ancião chamado Colin Torn, que mora numa
cabana próxima da floresta, do outro lado do rio.
Dizem que o ancião já foi um poderoso mago, que
serviu ao último Imperador Akanita. Porém tais
histórias são consideradas apenas boatos, pois se
fossem verdade Colin Torn teria mais de 300
anos de idade. Os personagens dos jogadores são
justamente as pessoas em quem o ancião mais
confia, a quem ele costuma atribuir missões
importantes, tais como proteger a vila contra o
ataque de animais selvagens ou levar importantes
mensagens para Alendril. O personagem arcano
do grupo é o único que sabe que Colin Torn
pratica magia de fato, tanto que ele é seu
aprendiz.
Numa chuvosa e fria tarde de outono um
estranho visitante, chega a galope na vila. Trata-
se de Agnus Mordred, porém somente o ancião
irá reconhecê-lo como tal. Assim que seu cavalo
para, Agnus cai no chão, inconsciente. Essa cena é
presenciada por um ou mais personagens. Agnus
está infectado pelo Flagelo Negro, contraído no
combate contra uma Besta do Flagelo. Ele está
extremamente pálido, febril e sua pele está
enegrecida ao redor de ferimentos que parecem
feitos por garras, na sua perna e abdômen.
Ninguém na vila reconhece essa doença, logo a
opção mais sensata é buscar auxílio a Colin Torn.
Colin Torn o identifica como um valoroso
paladino de Mekthor e consegue tratá-lo o
suficiente apenas para retardar o avanço da
enfermidade, pois se trata de uma doença mágica
para a qual não existe cura conhecida. Depois de
algum descanso, Agnus recobra lentamente sua
consciência e consegue conversar com os
personagens.
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A nobre missão
Embora bastante enfraquecido pelo Flagelo
Negro, que está lentamente transformando Agnus
em uma Cria do Flagelo (uma espécie de morto
vivo, servo de Zakanon), ele ainda possui lucidez
suficiente para contar para os personagens sobre
sua missão. Ele lhes explica brevemente sobre as
lendas da Grande Guerra Celestial e da
decadência dos Deuses Antigos. Conta também
que a esperança para a raça humana não
sucumbir a Zakanon é conseguir restaurar a
influência de Mekthor, que abandonou suas
criações e foi esquecido, com a destruição de seu
Avatar. Por fim ele fala sobre Farlond e Ankor-
Zarum, entregando a espada para o personagem
que aparente ser o guerreiro mais forte do grupo
(sem a gema Farlond é apenas uma espada longa
de boa qualidade, com dano de 1d8 ou 1d10 se
utilizada com as duas mãos).
Depois de contar sua história ele suplica, como
último desejo de um moribundo, que os
personagens completem sua missão, buscando o
Olho de Farlond (que se encontra no Alto Templo
de Ankor-Zarum) e levando a espada novamente
para o Último Templo de Mekthor, na Cordilheira
Arat, que fica ao norte das Terras Arruinadas
(uma região a oeste da Vila de Irazin). Uma vez
que a espada completa esteja de volta no templo,
então os sacerdotes irão decidir como encontrar
um dos descendentes dos Campeões da Luz (na
verdade nem Agnus nem os personagens sabem
que eles mesmos possuem o sangue dos heróis de
Mekthor).
Se perguntado sobre seus ferimentos, Agnus
contará que foi emboscado por uma Besta do
Flagelo, enquanto atravessava as Terras
Arruinadas. Ele lhes diz para terem muito
cuidado ao atravessarem essa região, pois ela
possui diversos pontos corrompidos pelo Flagelo
Negro. Ele não sabe ao certo a origem do Flagelo,
apenas que nos locais afetados por ele a natureza
é distorcida e decadente, e que são geralmente
habitados por Bestas do Flagelo, que talvez
tenham sido animais um dia, mas que hoje são
6
uma espécie de demônios de sombras, sedentos
de sangue.
A Floresta das Brumas
O pouco que os personagens sabem sobre a
floresta é oriundo das histórias que eles ouviram
desde sua infância dos habitantes de Moradrin.
Que ela possui algo maligno em seu interior, que
ela está aos poucos engolindo a vila e que aqueles
que entram na floresta se perdem nas suas
brumas e nunca mais conseguem achar o
caminho de volta. Dizem ainda que cortar uma
árvore da floresta traz má sorte. Uma história
contada pelos mais velhos assegura que um
grupo de lenhadores que cortaram várias árvores
ao norte da vila sofreram os mais diversos
infortúnios: um deles teria enlouquecido, um se
afogou no rio e outro morreu atingido por um
touro enfurecido.
Colin Torn também contará o que ele sabe sobre
a floresta. Segundo ele, a Floresta das Brumas não
é necessariamente maligna - a palavra que a
melhor define é “indomável”. Desde a queda de
Ankor-Zarum ela estaria “lutando” para retomar
a natureza da região ao seu estado selvagem, se
expandindo rápida e profusamente, eliminando
todos os traços de civilização. O nome dela se
deve a um misterioso nevoeiro que pode surgir
repentinamente, mesmo com o sol a pino,
fazendo com que aventureiros que estejam no
coração da floresta acabem se perdendo e não
consigam achar o caminho de volta. Felizmente, a
cidade perdida se encontra às margens do Rio
Adrin, bastando então que os personagens
apenas sigam rio acima. O ancião reforça que os
personagens não devem, em hipótese alguma, se
distanciar muito do rio, caso contrário eles
correm o risco de se perder nas brumas.
Sobre Ankor-Zarum propriamente dita, o que ele
pode lhes contar é que ela é uma ruína de uma
fantástica cidade de tempo antigos, que possuía
vastas avenidas, monumentos, palácios, jardins e
pináculos. Além desse esplendor arquitetônico,
ela era um importante centro de adoração de
Mekthor e possuía também um dos maiores
exércitos já vistos. Como ela entrou em declínio
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não se sabe ao certo. Supostamente uma
maldição teria recaído sobre a cidade e todos
aqueles que lá permaneceram acabaram
morrendo. Os poucos sobreviventes teriam sido
os ancestrais dos fundadores de Moradrin.
A Oradora das Árvores
Depois de reunir informações e se equipar, os
personagens podem então partir em sua jornada
rumo à cidade perdida. Se eles seguirem os
conselhos de Colin Torn e procurarem seguir
próximo ao rio a viagem durará cerca de três dias.
A floresta é muito densa para cavalos, logo todo o
caminho terá de ser feito a pé.
Após entrarem algumas centenas de metros na
floresta, os personagens percebem que ela não é
uma floresta comum. Ela é exageradamente rica
em vida: cada centímetro é ocupado por alguma
espécie de planta ou fungo e existem uma incrível
variedade de árvores, arbustos, flores e cipós,
além de muitos tipos de insetos, pássaros e
outros pequenos animais, tudo formando o que
parece uma deslumbrante pintura a óleo, dada a
estonteante mistura de cores. Até mesmo durante
a noite o espetáculo parece continuar, devido aos
diversos fungos e insetos bioluminescentes. Os
cheiros também são muito intensos, graças à rica
presença de flores, o que é esquisito dado que é
outono. A propósito do clima, apesar do frio que
já faz fora da floresta, ela parece emanar um calor
próprio, que lembra um abafado e úmido dia de
verão, embora não chegue a ser sufocante. O chão
da floresta é coberto constantemente por uma
fina camada de névoa, o que acaba dando um
aspecto onírico para a paisagem. Além disso, de
tempos em tempos essa névoa se intensifica e se
ergue repentinamente, limitando a visão a poucos
metros. Essa espessa neblina pode durar alguns
minutos ou até mesmo horas.
Se um personagem se afastar muito do rio, ele
terá de fazer um teste de Sobrevivência com
CD15 para tentar achar o caminho de volta para a
margem do rio. Se ele falhar duas vezes
consecutivas, acabará perdido na floresta (se for
durante a noite, basta apenas uma falha).
Personagens perdidos ficarão automaticamente
7
exaustos depois de perambularem um dia inteiro
- a sensação é como se seus sentidos fossem
ficando anestesiados e a floresta estivesse
convidando para um sono agradável. No início de
terceiro dia esse(s) personagem(s) será(ão)
encontrado(s) pela Oradora das Árvores (ver
adiante).
Enquanto seguirem pela margem do rio os
personagens não encontrarão nenhuma ameaça.
Porém, durante os dois primeiros dias ocorrerão
várias situações que tentarão afastá-los do rio -
são na verdade ilusões criadas pela floresta.
Gritos de socorro, vultos que observam os
personagens, trilhas que parecem ter sido abertas
recentemente, luzes fortes durante a noite, etc.
Fica a cargo do Mestre criar uma ou mais dessas
situações “tentadoras”.
Por volta da metade da manhã do terceiro dia o
terreno começará a ficar mais acidentado, com o
rio formando cascatas e corredeiras. Isso vai
obrigar os personagens a entrarem um pouco
mais na mata. Num certo momento as árvores
parecerão bloquear o caminho ao longo do rio -
se insistirem em seguir ao longo do rio os
personagens serão atacados por 3-5 Homens-
Árvore.
Homem-Árvore
Planta grande, neutro
Classe de Armadura 13 (armadura natural)
Pontos de Vida 59 (7d12+14)
Deslocamento 7m
FOR DES CON INT SAB CAR
19(+4) 6(-2) 15(+2) 10(+0) 10(+0) 7(-2)
Vulnerabilidade a dano Fogo
Resistência a dano Concussão, Perfurante
Sentidos Percepção Passiva 10
Desafio 2 (450 XP)
Aparência Falsa. Enquanto permanecer imóvel um
Homem-Árvore é indistinguível de uma árvore normal.
Ações
Pancada. Ataque corpo-a-corpo com arma: +6 para
atingir, alcance 3m, um alvo. Acerto: 14 (3d6+4) de
dano de concussão.
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O combate deve ser desesperador e os
personagens devem sofrer ferimentos. Quando
tudo parecer perdido (com um ou mais
personagens caídos ou incapacitados), os
Homens-Árvore param o ataque e se tornam
simples árvores novamente. Nesse momento
aparece uma linda mulher, que parece emanar
uma luz própria, com a pele branca, olhos
esmeralda, cabelos lilás com diversas flores e um
vestido feito de folhas. Ela é Nyraeth, a Oradora
das Árvores.
Ela fala suavemente com os personagens, no
idioma akanita, porém com um sotaque musical.
Ela pede desculpas pela maneira rude como suas
filhas os trataram (se referindo obviamente às
criaturas árvore que os atacaram). Ela derramará
um líquido (que parece água) nas feridas dos
personagens, curando-os totalmente. Ela
transmite grande tranquilidade e parece estar
sempre sussurrando para as plantas e animais ao
seu redor, andando de maneira bastante graciosa.
Qualquer personagem que tenha se perdido
estará junto dela.
Nyraeth é na verdade um espírito da floresta,
conjurado em tempos remotos por Terepidas
para ajudá-lo a cuidar de suas criações. Com o
esgotamento e corrupção da mana de Averum,
diversas criações de Terepidas também sofreram,
morrendo ou se distorcendo. No caso da Floresta
das Brumas, ela começou a crescer
descontroladamente, como uma espécie de
câncer, alimentado por uma corrupção que
emana de Ankor-Zarum.
A Oradora se mostrará extremamente solícita e
comunicativa, contando que desde que seu pai a
abandonou (uma referência ao enfraquecimento
de Terepidas) tem sido difícil cuidar de Tair-
Alessin (o nome original da Floresta das Brumas),
pois as árvores têm se comportado de maneira
agressiva e mesquinha. Ela perguntará o que os
personagens procuram: se eles forem sinceros ela
se oferecerá para ajudá-los, caso contrário ela
ficará silenciosa e dirá que é melhor eles irem
embora, pois seus corações estão negros como as
8
antigas ruínas que se encontram no centro da
floresta.
Se forem sinceros e aceitarem a ajuda ela pedirá
para os personagens a acompanharem até uma
clareira (longe do rio), onde existe uma fonte de
água termal, sob um enorme carvalho. Lá ela
apanhará uma folha para cada personagem,
molhará na água da fonte, beijará e entregará
para cada um deles. Ela lhes diz que enquanto
mantiverem essas folhas, nenhum mal mais
acontecerá com eles na floresta (as brumas não
mais se formarão, não aparecerão mais ilusões e
nem serão atacados por Homens-Árvore). Se não
tiverem a ajuda de Nyraeth, eles sofrerão outro
ataque por 1-2 Homens-Árvore, próximo da
cidade perdida.
As ruínas da cidade perdida
As ruínas de Ankor-Zarum ocupam uma vasta
região nas duas margens do rio Adrin, no coração
da Floresta das Brumas. Diversas pontes
cruzavam o rio, porém hoje só restam escombros
delas. A maior parte das construções está
completamente tomada pela vegetação, só
restando algumas paredes em pé. De todas as
magníficas obras arquitetônicas que existiram no
passado, apenas algumas ainda estão
relativamente preservadas: as muralhas que
circundam a cidade, um palácio fortificado (ao
norte), uma enorme torre branca (no centro da
cidade) e o Alto Templo de Mekthor (localizado
no topo de uma colina, mais a oeste). Uma tênue
névoa cobre toda a região, deixando o sol mais
fraco, mas não impedindo a localização desses
pontos de referência.
A vegetação nas ruínas é tão exuberante quanto
na floresta, exceto na colina do templo. Lá a
vegetação é esparsa, retorcida, cheia de espinhos,
quase sem folhas. No solo não há vegetação
rasteira, somente matéria em decomposição, que
exala um forte cheiro de podridão. Sobre o prédio
do templo não cresce nenhuma planta, porém ele
está coberto de musgo e fungos de aspecto
hediondo. Toda a mana na região do templo está
corrompida. Diante do templo havia uma estátua
de Mekthor, porém ela está quase irreconhecível,
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sem braços e sem cabeça, além de estar coberta
por um espinheiro. Na entrada do templo existem
ainda duas pesadas portas de bronze, que
resistiram às intempéries. Elas estão
entreabertas, permitindo o acesso sem maiores
dificuldades.
O interior do templo (vide Mapa 3) está escuro e
bastante úmido. Os personagens precisarão de
tochas para explorá-lo. O ar está estagnado, com
um cheiro forte de mofo. As salas que compõe o
templo são as seguintes:
Antecâmara (1): logo que entram no templo, os
personagens se deparam com essa sala que dá
acesso ao salão principal e às alas laterais. O
acesso ao salão principal também se dá por
enormes portas de bronze, porém elas estão
emperradas. Tentativas de forçá-las podem
provocar um desabamento, pois o teto aqui está
instável. Aqui existem também quatro estátuas de
pedra que representam poderosos heróis que
lutaram na Grande Guerra Celestial.
Câmara Principal (2): esse grande salão era o
centro de adoração do templo, onde se reuniam
os sacerdotes e os devotos. O teto, apesar de
sustentado por colunas, está rachado em alguns
pontos e, como resultado, o chão está coberto de
poças d’água. Junto às colunas há outras quatro
estátuas de heróis.
Ala Norte: a primeira sala (3) desta ala está
repleta de sarcófagos, que contém os restos de
paladinos de Mekthor. Se algum personagem
resolver abrir um sarcófago, despertarão 8
guerreiros esqueleto dos sarcófagos, como
resultado da corrupção que afeta o templo.
As salas seguintes desta ala são um ossuário (4),
que possui várias urnas com ossos, e uma sala de
embalsamamento (5), que possui duas grandes
mesas de pedra, além de frascos e instrumentos
diversos enferrujados (facas, pinças, martelos,
etc.). O acesso da sala dos sarcófagos para o
ossuário está barrado por escombros.
9
Guerreiro Esqueleto escorrido uma tinta preta, desde o topo da
Morto-vivo médio, leal e mau cúpula.
Classe de Armadura 13 (restos de armadura) No centro da sala, flutuando sobre um altar, está
Pontos de Vida 13 (2d8+4) o Olho de Farlond, um cristal branco do tamanho
Deslocamento 9m de um punho fechado, que emite uma tênue luz. A
FOR DES CON INT SAB CAR gema também possui manchas escuras que
10(+0) 14(+2) 15(+2) 6(-2) 8(-1) 5(-3) parecem estar em seu interior e se movem
Vulnerabilidade a dano Concussão lentamente, como se o interior da gema estivesse
Imunidade a dano Veneno cheio de um líquido. Ela possui o formato exato
Imunidade a condição Envenenado, Exausto para se encaixar no engaste que existe na Espada
Sentidos Visão no Escuro 18m, Percepção Passiva 9 Farlond. Em frente ao altar também há uma
Desafio 1/4 (50 XP) estátua de Mekthor, com cerca de 3 metros de
Ações altura, feita em bronze.

Espada Curta. Ataque corpo-a-corpo com arma: +4 O que os personagens não sabem é que a fonte de
para atingir, alcance 1,5m, um alvo. Acerto: 5 (1d6+2) toda a corrupção e a origem da maldição da
de dano cortante. cidade é justamente essa gema. Além de Zakanon
semear a discórdia entre as raças de Averum, ele
Ala Sul: esta ala é formada por quatro salas. A
também corrompeu vários artefatos poderosos,
primeira delas (6) era destinada a realização de
dentre eles Farlond. Os sacerdotes de Ankor-
rituais de purificação. Nela existe uma fonte e
Zarum ocultaram esse fato da população,
uma piscina: ao invés de água ela está cheia de
acreditando que no Alto Templo eles
um lodo negro. Por todos os lados crescem vários
conseguiriam eliminar, por meio de rituais, a
fungos e cogumelos bioluminescentes, que dão
corrupção da espada. Assim eles removeram a
um aspecto fantasmagórico para o local. Assim
gema e enviaram a espada para o templo da
que entrarem aqui os personagens devem
Cordilheira Arat. A maldição, porém, estava ligada
realizar um teste de Vigor, pois os cogumelos
ao cristal, que acabou corrompendo a mana da
próximos disparam uma nuvem de esporos
região, fazendo com que as pessoas adoecessem e
tóxicos (trate como um veneno Nocauteante).
a floresta crescesse descontroladamente.
A sala seguinte (7) aparentemente era um
Assim que os personagens tocarem na gema a
agradável jardim interno, com bancos de pedra,
estátua de bronze ganhará vida: ela é na verdade
fontes e um teto de vidro. O teto, porém, está
um golem guardião, que atacará imediatamente.
parcialmente quebrado e as plantas que infestam
O combate com esse golem será bastante difícil -
o jardim são espinheiros e plantas venenosas.
o Mestre pode sugerir duas alternativas: os
As outras salas eram uma biblioteca (8) (os livros personagens fugirem correndo (mas nesse caso
e pergaminhos são apenas um monte de pó) e perderão a possibilidade de explorar as outras
uma sala de meditação (9) (possui bancos de saídas da câmara) ou eles tentarem derrubar a
pedra, castiçais de ouro e ilustrações de batalhas cúpula sobre o guardião, atacando as colunas que
heroicas gravadas nas paredes). a sustentam (é necessário quebrar pelo menos
Câmara do Cristal (10): esta sala octogonal três colunas para derrubar a cúpula; elas
possui um teto alto, com uma cúpula sustentada possuem CA 17 e 15 PVs cada uma).
por seis colunas. Ela está mais seca e mais bem
conservada que o restante do templo, porém
chama a atenção o fato das paredes, chão e teto
apresentarem manchas negras, como se tivesse

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O Guardião de Bronze
Constructo grande, neutro
Classe de Armadura 17 (armadura natural)
Pontos de Vida 142 (15d10+60)
Deslocamento 9m
FOR DES CON INT SAB CAR
18(+4) 8(-1) 18(+4) 7(-2) 10(+0) 3(-4)
Imunidade a dano Veneno
Imunidade a condição Envenenado, Exausto,
Enfeitiçado, Paralisado, Amedrontado
Sentidos Visão no Escuro 18m, Percepção Passiva 10
Desafio 7 (2900 XP)
Ações
Ataques múltiplos. O Guardião realiza dois ataques
de pancada.
Pancada. Ataque corpo-a-corpo com arma: +7 para
atingir, alcance 2m, um alvo. Acerto: 11 (2d6+4) de
dano de concussão.
De posse da gema, os personagens podem mantê-
la separada da espada ou colocá-la em seu
engaste. No primeiro caso, quem a estiver
carregando se sentirá cansado e terá de parar de
tempos em tempos para recuperar o fôlego,
acumulando um ponto de corrupção por dia,
mesmo que não seja arcano. Além disso, parecerá
ouvir vozes vindas da gema, murmurando em
algum idioma incompreensível.
No segundo caso, colocar a gema na espada
ativará seus poderes mágicos, mas também a
maldição associada. Farlond é um artefato mágico
extraordinário, equivalente a uma espada longa
+3. Porém, ela possui uma sede de sangue
insaciável: assim que ela atingir o primeiro
inimigo, o seu usuário deverá ser bem-sucedido
em um teste de resistência de Sabedoria com CD
20, caso contrário ele não vai poder parar de
atacar até ter certeza de que todos os inimigos
estão realmente mortos e não apenas
incapacitados. Esse efeito não cessará mesmo que
os inimigos tenham se rendido ou que o atacante
esteja em óbvia desvantagem, o que pode ser
bastante perigoso.
Alcova do Alto Sacerdote (11): nessa pequena
sala o alto sacerdote se reunia com os demais
acólitos do templo. O único móvel que ainda
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existe aqui é um trono, feito de uma resistente
madeira e decorado com detalhes de ouro e
pedras preciosas.
Relicário (12): essa pequena sala é acessível por
uma passagem secreta na Câmara do Cristal, que
se encontra aberta. Aqui eram guardados
diversos símbolos sagrados dos sacerdotes e
paladinos de Mekthor. Ainda existem escudos,
espadas, machados, adagas e armaduras em bom
estado, todos esses objetos ostentando o símbolo
do Deus Antigo.
Sala dos Mistérios (13): essa era outra sala que
possuía um acesso oculto no passado, porém que
agora pode ser facilmente acessada a partir da
Alcova do Alto Sacerdote. É uma sala do “tesouro”
que guardava itens únicos, com poderes diversos,
de natureza não divina. Várias prateleiras e baús
estão destruídos, bem como seus conteúdos.
Porém em meio aos destroços há um baú em bom
estado. Para determinar o seu conteúdo, role os
itens mágicos na tabela de Desafio 0-4, da página
137 do Dungeon Master’s Guide. Assim que os
itens são retirados do baú ele se desfaz em
pedaços (uma magia o mantinha intacto).
Retornando para Moradrin
Quando os personagens conseguirem o Olho de
Farlond eles poderão retornar para Moradrin,
seguindo rumo ao Último Templo de Mekthor.
Saindo das ruínas de Ankor-Zarum eles serão
interpelados novamente pela Oradora das
Árvores. Ela diz ser capaz de sentir que eles estão
carregando a fonte de todo o caos da Tair-Alessin.
Além disso, ela agradece se eles levarem tal
objeto (ela se recusará a olhá-lo) para o mais
longe possível da floresta e destruí-lo.
Nyraeth diz que eles devem se apressar e para
tanto lhes dará um barco, para que possam
descer pelo Rio Adrin. Assim que chegarem à
borda do rio, eles encontram um barco que não
parece que foi construído com tábuas e sim uma
árvore que cresceu na forma de um barco (!),
possuindo inclusive brotos verdes e alguns ramos
com folhas. Com esse barco eles devem chegar a
Moradrin em um dia. A única dificuldade que
11
terão será no trecho de corredeiras, onde dois
personagens precisarão ser bem-sucedidos em
dois testes de Destreza com CD 15. Cada falha
significa que um personagem escolhido
aleatoriamente caiu no rio. Personagens que
caírem no rio precisarão ser bem-sucedidos em
um teste de Atletismo com CD 15, ou correrão o
risco de se afogarem.
Assim que saírem da floresta o barco encostará
por conta própria na margem, próximo à casa de
Colin Torn. Quando saírem do barco ele afundará,
parecendo ser “absorvido” pelo leito do rio. Eles
terão então a oportunidade de contar sobre os
ocorridos para o ancião, além de verificarem o
estado de Agnus. O paladino se encontra
desacordado, com o Flagelo Negro espalhando-se
lentamente pelo seu corpo. Colin Torn está
estudando uma cura para a doença, porém ele
acredita que somente um Alto Sacerdote de
Mekthor será capaz de curá-lo definitivamente.
Assim ele insiste para que eles partam
imediatamente para o Último Templo, para
cumprir a missão e também pedir a ajuda de
Sarus para curar Agnus Mordred.
Para completar a segunda etapa da jornada, os
personagens deverão seguir pela Estrada Real
para oeste, até chegarem à vila de Irazin. De lá
deverão então entrar nas Terras Arruinadas e
seguir em frente até encontrar a antiga estrada
que vai para o norte, em direção a Cordilheira
Arat.
Irazin e as Terras Arruinadas
Assim que partirem de Moradrin, começará a
chover torrencialmente. O Mestre deverá sempre
que possível inserir pequenos infortúnios ao
longo de toda viagem até o Último Templo, por
conta da maldição do Olho de Farlond. Alguns
exemplos são: perda de provisões e outros itens
importantes, um dos cavalos adoecer, uma arma
quebrar durante um combate, etc. Os jogadores
devem ficam com a sensação de que tudo está
dando errado nos piores momentos possíveis.
A viagem até Irazin, a cavalo, deverá durar cerca
de dois dias. Para esse trecho o Mestre pode criar
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um ou mais encontros aleatórios com outros
viajantes ou salteadores. Irazin é um vilarejo um
pouco maior que Moradrin, porém cercado por
uma paliçada. As pessoas nesse local são bastante
desconfiadas de forasteiros, devido à grande
quantidade de assaltos que ocorrem por
bandidos que vagam pela região. Apesar disso, se
os personagens chegarem de dia e aceitarem
entregar suas armas, conseguirão entrar,
comprar suprimentos e até mesmo se
hospedarem.
A região conhecida como “Terras Arruinadas” já
foi dominada por verdejantes bosques e
campinas no passado. Hoje praticamente toda sua
vegetação está morta e ressecada. A mana dessa
região está drenada. As únicas coisas vivas que
podem ser encontradas são algumas poucas ervas
daninhas, insetos e pequenos répteis. Alguns
pontos estão afetados ainda pelo Flagelo Negro: o
solo e a vegetação estão negros e emitem uma
tênue fumaça (como se tivesse ocorrido um
incêndio recente, apesar de estar frio), além da
mana desses locais estar corrompida.
Apesar dos personagens terem de seguir para
oeste, para encontrar a antiga estrada que ia da
capital de Sur-Akan até a cordilheira Arat, quem
estiver carregando o Olho de Farlond se sentirá
atraído inexplicavelmente por alguma coisa ao
sul. Se decidirem investigar, os personagens
acabarão chegando num local corrompido pelo
Flagelo Negro, onde serão atacados por 3-4
Bestas do Flagelo, com a forma de lobos
selvagens. Se resolverem ignorar e continuar no
caminho, eles serão atacados durante a primeira
noite pelas Bestas, pois elas também foram
atraídas pelo Olho de Farlond.
Besta do Flagelo
Demônio médio, caótico e mau
As Bestas do Flagelo são abominações surgidas da
influência do Mundo Inferior sobre os animais de
Averum, em locais corrompidos pelo Flagelo Negro.
Assim, uma besta possui a forma que lembra
vagamente um animal nativo da região corrompida.
Apesar disso, ela não parece uma criatura do plano
material, já que é formada por uma neblina negra em
constante movimento, com olhos verdes brilhantes. E
12
mesmo com esse aspecto imaterial, ela ainda é capaz Concluindo a aventura
de morder e arranhar com suas garras.
Após o embate com as Bestas do Flagelo, os
Essas criaturas são completamente imunes a dano
físico, só podendo ser feridas por dano mágico, fogo e
personagens conseguirão prosseguir a viagem,
eletricidade. Uma luz forte não é capaz de lhes causar encontrando a estrada que leva para o Último
dano, porém elas tentarão fugir nesse caso. Elas Templo. Serão um total de cinco dias de viagem,
também são capazes de se teleportar por curtas dois dos quais passados nas Terras Arruinadas. O
distâncias através das sombras, o que torna trecho final de viagem se dará por uma planície
praticamente impossível fugir delas durante a noite. completamente inóspita, onde não encontrarão
Mas o pior de tudo é seu ataque: alguém que seja mais nenhum sinal de civilização.
ferido por uma Besta do Flagelo contrairá o Flagelo
Negro, uma doença mágica que vai lentamente Chegando à Cordilheira Arat, os personagens
drenando a vitalidade da vítima até ela morrer, terão de subir por uma trilha, agora sob uma
quando então retornará como uma Cria do Flagelo. forte nevasca. Ao final da trilha, no cume de uma
Uma vítima do Flagelo Negro deve realizar um teste de
montanha, encontrarão o famoso Templo. O Alto
resistência de Constituição com CD15 por dia. Se ela Sacerdote Sarus os receberá e ouvirá
falhar, recebe um nível de exaustão. Se tiver sucesso, pacientemente o relato dos acontecimentos. Ele
permanece estável. A única maneira de curar alguém agradece imensamente a ajuda deles, lhes
afligido por essa doença é através da magia Cura oferecendo abrigo e curando qualquer um que se
Completa. encontre enfermo. Além disso, ele enviará
Classe de Armadura 13 urgentemente outro sacerdote para Moradrin,
Pontos de Vida 22 (4d8+4) para curar Agnus.
Deslocamento 15m Quanto à espada Farlond, ela permanecerá
FOR DES CON INT SAB CAR guardada numa câmara especial, até que Sarus
12(+1) 14(+2) 13(+1) 6(-2) 12(+1) 6(-2) descubra como remover a maldição e como
Perícias Percepção +5, Furtividade +5 encontrar um descendente dos Campeões da Luz,
Vulnerabilidade a Dano Radiante, Fogo, Elétrico para empunhá-la. Mas isso é assunto para uma
Imunidade a dano Veneno, Concussão, Perfurante e outra história...
Cortante de armas não-mágicas
Sentidos Visão no Escuro 18m, Percepção Passiva 15
Desafio 1 (200 XP)
Furtividade Sombria. Enquanto estiver na penumbra
ou na escuridão, a Besta do Flagelo pode realizar a
ação de Esconder-se como uma ação bônus.
Fraqueza Solar. Enquanto estiver sob luz solar, a
Besta do Flagelo tem desvantagem nas jogadas de
ataque, testes de habilidade e testes de resistência.
Ataque Infectante. Se uma criatura for ferida por um
ataque de uma Besta do Flagelo ela contrairá o Flagelo
Negro.
Ações
Mordida / Garra. Ataque corpo-a-corpo com arma: +4
para atingir, alcance 1,5m, um alvo. Acerto: 9 (2d6+2)
de dano necrótico.
Teleporte. A Besta do Flagelo pode se teleportar para
uma região de sombras a até 10m de distância.

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Mapas da Aventura

Mapa 1: Reino de Sur-Akan

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 Mapa 2: Vila de Moradrin

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 Mapa 3: Templo de Mekthor

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