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Faculdade federal rural do rio de janeiro

Data:28/02/2023
Nome: Vitória Regina Duarte Alves

As aplicações das teorias de Piaget e Vygotsky para química

O que é o construtivismo?

Desenvolvido pelo psicólogo e epistemólogo suíço Jean Piaget, no início da década


de 1920, o construtivismo considera que há uma construção do conhecimento e que,
para que isso aconteça, a educação deve criar métodos que estimulem essa construção.

Construtivismo e o processo de ensino-aprendizagem no ensino da Química

Mas afinal, o que é construtivismo? Qual sua importância e relevância para o


professor e aluno? Essas perguntas merecem não apenas respostas, mas refletirmos
sobre elas, de modo que possamos praticá-las no ambiente escolar, tornando o ensino
propício à realidade do aluno, da escola e intervindo na finalidade da educação, formar
cidadãos críticos, reflexivos e capazes de viver e conviver em sociedade.

Assim, para Becker (1992, p.08):Construtivismo é, portanto, uma ideia; melhor,


uma teoria, um modo de ser do conhecimento ou um movimento do pensamento que
emerge do avanço das ciências e da Filosofia dos últimos séculos. Uma teoria que nos
permite interpretar o mundo em que vivemos. No caso de PIAGET, o mundo do
conhecimento: sua gênese e seu desenvolvimento.

Construtivismo não é uma prática ou um método; não é uma técnica de ensino nem
uma forma de aprendizagem; não é um projeto escolar; é, sim, uma teoria que permite
(re)interpretar todas essas coisas, jogando-nos para dentro do movimento da História –
da Humanidade e do Universo.

Neste sentido, percebe-se que o construtivismo vai além de um recurso, constitui


uma teoria que propõe um novo olhar acerca do processo em que acontece o
conhecimento e seu desenvolvimento, ou seja, permite que professores tomem como
relevante a ação do aluno e a intervenção dele no processo de ensino-aprendizagem.
Desta forma, o construtivismo não é uma prática nem um método como relata Becker
(1992), e sim uma teoria que permite conceber o conhecimento como algo que não é
dado, e sim construído e constituído pelo sujeito através de sua ação e da interação com
o meio.

O aprendizado de Química pelos alunos segundo o Parâmetro Curricular Nacional


(PCN, 2002, p.240),

[...] implica que eles compreendam as transformações químicas que ocorrem no mundo
físico de forma abrangente e integrada e assim possam julgar com fundamentos as
informações advindas da tradição cultural, da mídia e da própria escola e tomar decisões
autonomamente, enquanto indivíduos e cidadãos.
Nesta perspectiva, o construtivismo tem como papel
favorecer a aprendizagem partindo de um contato direto com a realidade e o
que a Química Proporciona para os alunos partindo de uma análise ou estudo para
melhor apreensão e aquisição do conhecimento nos conteúdos a eles propostos.

A teoria sociointeracionista de Vygotsky considera o homem como um ser ativo


Que está inserido dentro de um contexto histórico e cultural que absorve experiências
externas A partir do meio no qual faz parte, internaliza e expressa esse aprendizado de
acordo com sua Compreensão de mundo. Esse processo é contínuo, o sujeito vai se
modificando ao longo do Processo de aprendizagem, tornando-se um sujeito consciente
e atuante na sociedade.A escola é um ambiente que deve favorecer as relações entre os
indivíduos, sejam Elas emocionais, sociais e de aprendizagem, visto que é uma
ambiente onde ocorrem Conflitos, discordâncias, concordâncias, trocas de informações
e até mesmo o estabelecimento De vínculos, e isso é favorável, pois o aprendizado do
aluno ocorre quando o mesmo faz uma oposição, concorda com algo, dá seu ponto de
vista, internaliza significados, e tudo isso Ocorre no convívio social. Para que haja o
favorecimento dessas interações é fundamental Mobilizar o aluno, buscar estratégias
efetivas para motivá-lo, para que assim o mesmo Participe ativamente das discussões e
das demais atividades propostas. (MARTINS, 2012)

Amaral e Nascimento (2012) discutiram o processo de ensino-aprendizagem dos


Conceitos de ácido-base por meio de uma atividade experimental realizada em grupo
por uma Turma de 1º ano do ensino médio sob a perspectiva da teoria sócio
interacionista de Vygotsky. Elas observaram que a curiosidade e o interesse dos alunos
cresciam ao passo em que eles Associavam a atividade com as discussões realizadas em
sala de aula sobre as funções Químicas presentes no cotidiano, os aspectos da corrosão,
dados à saúde humana e outros.

As autoras relatam ainda que no início da prática os discentes tiveram certa


Dificuldade em realizar o procedimento experimental, visto que não haviam tido aulas
Experimentais nos anos anteriores. No entanto, a postura de liderança de alguns
integrantes do Grupo e o entendimento de outros a respeito dos conceitos estudados, foi
importante no Sentido de ajudar no desenvolvimento da atividade e envolver os demais
componentes da Equipe nas discussões necessárias para alcançar o objetivo final. Essas
diferentes formas de Participação na atividade reforçam a teoria de Vygotsky quando
ele diz que o aprendizado Ocorre quando os indivíduos interagem entre si e que, na
troca de experiências, constroem Juntos o conhecimento. De acordo com Amaral e
Nascimento (2012, p. 589)

[...] as interações constituídas em sala de aula têm lugar relevante no Processo de


ensino-aprendizagem. É na troca com outros sujeitos com Diferentes formas de pensar e
agir, assim como diferentes níveis de Elaboração conceitual, que os conceitos vão sendo
formados. É por meio da Atividade que esses conceitos vão sendo socialmente
construídos.

As autoras destacam a importância de atividades em grupos, que possibilitem uma


Interação significativa entre os alunos e o objeto de estudo, o que favorece a
aprendizagem, Uma vez que os alunos discutem e sugerem possíveis resultados. Dessa
forma, as interações Sociais são de grande relevância no ensino de química, pois através
das interações Estabelecidas em sala de aula entre o professor e os alunos e, sobretudo,
aluno-aluno Possibilitam uma troca de saberes que ajuda no processo de construção do
conhecimento, ou Seja, o aprendizado é socialmente construído a partir dessas
interações.

As interações sociais dentro do contexto da sala de aula podem favorecer o


desenvolvimento da autonomia do aluno, tendo a oportunidade de expressar-se
livremente e torna-se ativo no processo de aprendizagem. As habilidades de trabalho em
equipe são também favorecidas, uma vez que está ocorrendo o contato com outros
indivíduos e o diálogo entre eles. Destarte, reconhecemos as potencialidades da teoria
sociointeracionista para enriquecer o processo de construção do conhecimento de
Química possibilitando trocas e reconstrução de conceito por parte dos educandos.

Referências:

O CONSTRUTIVISMO E O ENSINO DA QUÍMICA: contribuições para o processo


de ensino- aprendizagem no Ensino Fundamental,Aldenira de M. S. de Jesus,1Instituto
Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Maranhão

ENSINO DE QUÍMICA NUMA ABORDAGEM SOCIOINTERACIONISTAAna


Paula Vieira Vilaça (1); Danielle Pereira de Almeida (2); Orientadora: Sheila Beatriz da
Silva Fernandes (3)

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