131
Aula 4º
Formação docente e saberes
necessários no trabalho didático-
pedagógico
Caros(as) acadêmicos(as), esta aula quatro
foi organizada tendo como finalidade as questões
inerentes aos saberes pedagógicos necessários à
formação do profissional que atua ou atuará com a
Educação de Jovens e Adultos - EJA, bem como, a
ação docente mediante a construção da identidade
deste educador, considerando as especificidades
dessa modalidade de ensino.
O conteúdo desta aula está direcionado ao
professor, referente ao papel que ocupa no contexto
educacional e social por meio da função que assume
como profissional da educação com pessoas
jovens e adultas, que possui então, competências e
habilidades de direito para a realização e atuação do
exercício de sua própria profissão.
Essas competências e habilidades também
podem ser destacadas como saberes pedagógicos
direcionados aos elementos indispensáveis para
a relação entre teoria e prática educativa, onde se
efetiva o processo ensino – aprendizagem por meio
de uma prática pedagógica contextualizada.
Ah, é importante ainda que leia e posicione-
se criticamente em relação aos objetivos de
aprendizagem e as Seções de estudo desta Aula 4.
Boa aula!
29
132 Abordagem Didática em Educação de Jovens e Adultos
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
‡ refletir sobre a formação profissional do
Pedagogo mediante a legislação: o que se espera do
mesmo na prática pedagógica;
‡ reconhecer as competências e habilidades
necessárias ao educador de EJA.
Seções de estudo
1 - Formação docente perante a legislação
2 - Formação profissional do educador de
jovens e adultos
1Ȃ)RUPD©¥RGRFHQWHSHUDQWHDOHJLVOD©¥R
Todavia, falar de trabalho docente, relacionado
à formação do professor é refletir na educação do
nosso país. A formação de professores, ou seja, o
trabalho docente tem preocupado muitos teóricos e
pesquisadores da área educacional, como: Antonio
Nóvoa (1999); Moacir Gadotti (2001); Queluz
e Alonso (2003); Paulo Freire (2003); Philippe
Perrenoud (2000) e Selma Garrido Pimenta (2002)
que, em seus estudos, retratam a questão da formação
docente mediante uma prática pedagógica reflexiva,
apontando questionamentos e defendendo a
necessidade da pesquisa como elemento essencial na
formação profissional do professor como também
destacando a importância da trajetória docente num
trabalho coletivo.
Segundo Nóvoa (1999, p. 16):
2P¯QLPRTXHVHH[LJHGHXPHGXFDGRU«TXHVHMDFDSD]GH
VHQWLURVGHVDȴRVGRWHPSRSUHVHQWHGHSHQVDUDVXDD©¥R
nas continuidades e mudanças do trabalho pedagógico, de
participar criticamente na construção de uma escola mais
DWHQWD¢VUHDOLGDGHVGRVGLYHUVRVJUXSRVVRFLDLV
Segundo o autor, um educador para conseguir
sentir e analisar quais os desafios do tempo presente
é preciso constantes leituras e pesquisas, juntamente
com a reflexão de sua prática educativa para aderir às
mudanças que vêm ocorrendo no mundo globalizado
e informatizado.
30
$ IRUPD©¥R LQLFLDO FRPR SUHSDUD©¥R SURȴVVLRQDO WHP
SDSHO GHFLVLYR SDUD SRVVLELOLWDU TXH RV SURIHVVRUHV VH
DSURSULHPGHGHWHUPLQDGRVFRQKHFLPHQWRVHTXHSRVVDP
H[SHULPHQWDUHPVHXSUµSULRSURFHVVRGHDSUHQGL]DJHP
RGHVHQYROYLPHQWRGHFRPSHW¬QFLDVQHFHVV£ULDVSDUDDWXDU
na educação.
Tendo como base a reforma de Darcy Ribeiro,
percebe-se que este Senador tem deixado várias marcas
suas na então denominada “Lei Darcy Ribeiro”, com
relação à formação adequada dos professores para
a educação básica, induzindo os mesmos a buscar o
nível superior e a continuação de seus estudos por
meio de uma formação permanente, aprimorando seus
conhecimentos através do ensino, pesquisa e extensão,
tendo a sua prática pedagógica como objeto de estudo,
reflexão-ação e reflexão compartilhada.
Na Proposta de Diretrizes para a Formação
Inicial de Professores da Educação Básica (2000),
pode-se verificar que sobre as demandas da reforma
da educação para a formação de professores, a
melhor formação docente implica em:
[...] instaurar e fortalecer processos de mudança no interior
das instituições formadoras, respondendo aos entraves e
DRV GHVDȴRV DSRQWDGRV 3DUD LVVR Q¥R EDVWDP PXGDQ©DV
VXSHUȴFLDLV )D]VH QHFHVV£ULD XPD UHYLV¥R SURIXQGD GRV
GLIHUHQWHV DVSHFWRV TXH LQWHUIHUHP QD IRUPD©¥R LQLFLDO
de professores, tais como: a organização institucional, a
GHȴQL©¥R H HVWUXWXUD©¥R GRV FRQWH¼GRV SDUD TXH UHVSRQGD
¢V QHFHVVLGDGHV GD DWXD©¥R GR SURIHVVRU RV SURFHVVRV
IRUPDWLYRV TXH HQYROYHP DSUHQGL]DJHP H GHVHQYROYLPHQWR
GDVFRPSHW¬QFLDVGRSURIHVVRUDYLQFXOD©¥RHQWUHDVHVFRODV
de formação inicial e os sistemas de ensino. (MEC, 2000, p. 11).
Nesse contexto, é possível analisar que
só a existência de professores preparados e
comprometidos com a aprendizagem dos alunos
poderão dar sustentação a médio e longo prazo à
reforma da educação, pois somente professores que
assumam, na prática, os princípios educacionais
é que poderão garantir o bom desenvolvimento
curricular mediante dimensão pedagógica de uma
prática docente reflexiva.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional - LDBEN, nº 9.394 (1996, p. 27), nas
disposições do Artigo 61, sobre as incumbências do
educador, dedica um capítulo específico à formação
dos profissionais da educação:
 133
$IRUPD©¥RGHSURȴVVLRQDLVGDHGXFD©¥RGHPRGRDDWHQGHU GHTXHRVHXWUDMHWRGHFRQVWUX©¥RVHHVWHQGHDRSURFHVVR
aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino de formação continuada, sendo, portanto, um instrumento
e as características de cada fase do desenvolvimento do QRUWHDGRU GR GHVHQYROYLPHQWR SURȴVVLRQDO SHUPDQHQWH
educando, terá como fundamentos:
I – a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a
capacitação em serviço;
ΖΖȂDSURYHLWDPHQWRGDIRUPD©¥RHH[SHUL¬QFLDVDQWHULRUHV
em instituições de ensino e outras atividades;
>@ 3DU£JUDIR ¼QLFR $ H[SHUL¬QFLD GRFHQWH « SU«UHTXLVLWR
SDUDRH[HUF¯FLRSURȴVVLRQDOGHTXDLVTXHURXWUDVIXQ©·HVGH
magistério, nos termos das normas de cada sistema de ensino.
Assim, esta LDBEN menciona que a formação
profissional da educação, tem como finalidade
primordial atender aos objetivos propostos
aos diferentes níveis e modalidades de ensino,
como também o dever de educar, respeitando
as características específicas de cada fase de
desenvolvimento do educando. Em resumo, a
formação dos profissionais da educação deve
atender aos objetivos da educação básica.
O trabalho docente tem como eixo principal
à pesquisa de formação docente em educação,
valorizando o conhecimento do professor em um
processo interativo e reflexivo que busca contribuir
para a apreciação do próprio fazer docente. Pois, o
trabalho docente não se constrói por acumulação
de conhecimentos, mas através de uma reflexão
crítica sobre o exercício docente, para (re)construção
permanente de uma identidade pessoal. Por isso, é
necessário respeitar os professores como pessoas,
seres humanos e eternos aprendizes que, partindo de
uma formação contextualizada buscam transformar-
se, compreendendo o grupo no qual estão inseridos
e ressignificando sua prática pedagógica.
1.1&RPSHW¬QFLDVHKDELOLGDGHV
QHFHVV£ULDV¢IRUPD©¥RGRFHQWH
Baseando-se nas Diretrizes Gerais para a
Formação inicial de professores, verifica-se que a
formação para a educação básica deverá estar voltada
para o desenvolvimento de competências que
abranjam todas as dimensões da atuação profissional
do educador:
2 GHVHQYROYLPHQWR GH FRPSHW¬QFLDV SURȴVVLRQDLV «
processual e a formação inicial, é, apenas, a primeira etapa
GRGHVHQYROYLPHQWRSURȴVVLRQDOSHUPDQHQWH$SHUVSHFWLYD
GRGHVHQYROYLPHQWRGHFRPSHW¬QFLDVH[LJHDFRPSUHHQV¥R
0(&S
Nessa perspectiva, o desenvolvimento de
competências exige a compreensão de que o seu trajeto
de construção se estende ao processo de formação
continuada sendo, portanto, um instrumento
norteador de desenvolvimento profissional
permanente. Portanto, as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Formação de Professores, destacam
a importância de formar professores competentes,
que possam adquirir ao longo da formação inicial
e/ou continuada, o conjunto de competências para
atuação profissional do educador, mencionado nas
definições do Conselho Nacional de Educação
expressas na Resolução CP/CNE nº 1/99, Artigo 1,
§ 2º, no Decreto Presidencial nº 3276/99, Artigo 4º,
§ 1º e nos Referenciais para Formação de Professores
publicado pelo Ministério de Educação.
Esse conjunto de competências tem como
finalidade, o comprometimento com os valores
estéticos, políticos e éticos inspirados da sociedade
democrática; à compreensão do papel social da escola;
o domínio dos conteúdos a serem socializados, de seus
significados em diferentes contextos e de sua articulação
interdisciplinar, como também do conhecimento
pedagógico; o conhecimento de processos de
investigação que possibilitem o aperfeiçoamento da
prática pedagógica e o gerenciamento do próprio
desenvolvimento profissional.
Shiroma (2004), argumenta que o SHIROMA,
professor é tido como agente de mudança, Eneida Oto,
all. WŽůşƟĐĂ
sendo o responsável pela realização do et. ĞĚƵĐĂĐŝŽŶĂů. 3ª
ideal neste século XXI. As principais edição. Rio de
características do professor desse século Janeiro: DP&A,
2004.
seriam: competência, profissionalismo
e devotamento. Com isso, analisa-
se que a formação profissional de
professores deve assegurar a aquisição de
conhecimentos sobre o desenvolvimento
humano e a forma como cada cultura
caracteriza as diferentes faixas etárias e
as representações sociais e culturais dos
diferentes níveis do crescimento e de
experiências humanas.
O professor precisa conhecer aspectos
psicológicos, sobre desenvolvimento cognitivo
31
134 Abordagem Didática em Educação de Jovens e Adultos
físico e social dos seus educandos, de modo que
possam atuar nos processos de aprendizagem e
socialização; ter conhecimento do desenvolvimento
dos processos de aprendizagem dos diferentes
conteúdos escolares em diferentes momentos do
desenvolvimento do educando, das experiências
institucionais e do universo cultural e social em que
seus alunos estão inseridos. Esses conhecimentos
habilitarão o professor para obter um atendimento
qualificado quanto à diversidade dos educandos para
trabalhar na perspectiva de uma escola inclusiva,
principalmente buscando contribuir para a execução
de um trabalho docente coletivo.
Com relação à concepção teórica de Selma
Garrido Pimenta (2002), sobre a importância da
formação docente e a prática pedagógica reflexiva,
fica evidente que:
D LGHQWLGDGH SURȴVVLRQDO FRQVWUµLVH SHOR VLJQLȴFDGR TXH
FDGDSURIHVVRUHQTXDQWRDWRUHDXWRUFRQIHUH¢DWLYLGDGH
docente no seu cotidiano a partir de seus valores, de seu
modo de situar-se no mundo, de sua história de vida, de
suas representações, de seus saberes, de suas angústias e
DQVHLRVGRVHQWLGRTXHWHPHPVXDYLGDRVHUSURIHVVRU
>@ 2V VDEHUHV GD H[SHUL¬QFLD V¥R WDPE«P DTXHOHV TXH
os professores produzem no seu cotidiano docente, num
SURFHVVR SHUPDQHQWH GH UHȵH[¥R VREUH VXD SU£WLFD
mediatizada pela de outrem – seus colegas de trabalho, os
WH[WRVSURGX]LGRVSRURXWURVHGXFDGRUHV‹D¯TXHJDQKDP
importância na formação de professores os processos de
competências prioritárias para a Formação de
professores na Educação Básica, visando atuar
com uma proposta de currículo por competências.
Essas competências necessárias à formação docente
implicam em organizar e dirigir situações de
aprendizagem, assimilando os conteúdos a serem
ensinados, trabalhando com os educandos a partir
de suas próprias representações, erros e obstáculos à
aprendizagem, procurando envolvê-los em atividades
e projetos de conhecimentos. O professor precisa ser
competente para conhecer e administrar situações-
problemas, obtendo uma visão longitudinal as
possibilidades do aluno, estabelecendo de certa forma
uma relação entre teoria e prática de aprendizagem,
principalmente na educação de jovens e adultos,
como também ser um mediador entre experiências
de vida do educando, ou seja, prática vivenciada, com
a teoria que está sendo estudada, fazendo com que o
aprendizado que está adquirido torne-se significativo
para o jovem ou adulto.
Segundo o autor, o professor precisa conceber
e evoluir os dispositivos de diferenciação;
desenvolvendo a cooperação mútua entre os alunos,
fornecendo apoio integrado aos educando com
portadores de grandes dificuldades.
Envolver os alunos em sua aprendizagem,
suscitando-lhes o desejo de aprender, oferecer
atividades diferenciadas para ajudá-lo em sua
formação pessoal e profissional, como também,
através da execução de atividades num trabalho
UHȵH[¥RVREUHDSUµSULDSU£WLFD>@Ζ'(0S
Assim, a autora
argumenta que os saberes
da experiência são
produzidos no cotidiano
escolar num processo
permanente de reflexão
sobre a prática pedagógica,
pois “produzir a vida do
professor implica valorizar,
Fonte: http://
apenascomecamosunb.blogspot.
como conteúdos de sua
com.br/2009/04/voce-sabe-o-que- formação, seu trabalho
e-eja.html.
crítico-reflexivo sobre
as práticas que realiza e sobre suas experiências
compartilhadas”. (PIMENTA, 2002, p. 29).
Em contrapartida, Perrenoud (2000) aborda
claramente sobre a questão dos dez domínios de
32
em equipe, participando da administração escolar
fazendo evoluir a participação dos alunos no
âmbito escolar, explorar as potencialidades
didáticas, comunicando-se a distância e utilizando
as ferramentas multimídia no ensino, são atividades
que um educador competente e qualificado exerce
em sua prática pedagógica.
O educador desempenha o importante papel na
transformação e mediação dos conhecimentos, pois
está comprometido com a conquista da cidadania de
todos. É por meio do diálogo e da relação pedagógica
que ocorre a interação entre educador e educando,
a fim de alcançar a construção do conhecimento.
Perrenoud (2000) também deixa claro que o
professor precisa ser responsável pela sua própria
formação profissional contínua, estabelecendo
assim, uma reflexão teórico-prática sobre suas
próprias competências e habilidades.
 135
Percebe-se, no entanto, que o educador de jovens
0HGLDQWHDVFRPSHW¬QFLDVSURSRVWDVSRU3HUUHQRXG
SRGHVHDYHULJXDUTXHRSURIHVVRUSUHFLVDHVWDUTXDOLȴFDGR
SDUDDWXDUQD£UHDGDHGXFD©¥RYLVDQGRTXHRHQVLQRQ¥R
é somente uma mera transmissão de conhecimentos, mas
DO«P GH WUDQVPLWLU WHPRV R ȊHGXFDUȋ TXH VLJQLȴFD HQVLQDU
doutrinar, plantar e cultivar.
O professor necessita
de constante formação
continuada para
melhorar e aperfeiçoar
VXDVFRPSHW¬QFLDVFRPR
sendo um educador
UHȵH[LYR VREUH VXD
prática pedagógica. Fonte: http://www.marianos.org.br/
blogvocacional/page/256/.
O educador precisa plantar o conhecimento, cultivar esse
FRQKHFLPHQWR PHGLDQWH UHȵH[¥R H DSHUIHL©RDPHQWR GH
sua prática pedagógica para poder colher os frutos dos
seus educandos.
2)RUPD©¥RSURȴVVLRQDOGRHGXFDGRU
de jovens e adultos
As instituições de ensino, muito têm se
preocupado com a formação profissional docente,
pois a qualidade do ensino depende praticamente
da relação professor/aluno e das competências e
habilidades que o educador tem obtido durante sua
formação docente.
Com isso, verifica-se que o professor precisa ser
pesquisador mediante sua prática educativa, ou seja,
precisa ter uma pesquisa baseada na ação-reflexão-
ação, envolvendo assim, teoria e prática. O educador
precisa buscar uma prática pedagógica, uma didática
crítico-reflexiva para com os seus educandos,
analisando o contexto histórico, social e político e
de cada aluno, auxiliando-os a buscar uma sociedade
mais justa e igualitária.
O conceito de educação de jovens e adultos
vai se movendo à medida que a realidade começa a
fazer algumas exigências em relação à sensibilidade
e à competência dos educadores. Conforme
argumenta Gadotti:
Pela educação, queremos mudar o mundo,
a começar pela sala de aula, pois as
grandes transformações não se dão apenas
como resultantes dos grandes gestos,
mas de iniciativas cotidianas, simples e
persistentes. (GADOTTI, 2001, p. 65).
e adultos vai construindo o seu saber alicerçado em
relações históricas, convicções e compromissos
por meio da inserção do professor na sociedade
contemporânea, abordando todas as dimensões na
sua função de educador. Gadotti, em sua reflexão
menciona que:
ReÁetir sobre as funções do educador, rever
estratégias de ação, trocar experiências,
propor políticas e até mesmo assumir a
pedagogia da indignação, só é eÀcaz no
coletivo, pois as atitudes isoladas, [...]
pode gerar no enfraquecimento da ação
(GADOTTI, 2001, p.67).
A formação do professor é uma prática de
conhecimento que visa à aquisição de uma Proposta
Pedagógica pautada no diálogo, questionamento e
na compreensão da realidade que norteia a busca
de novas propostas coletivas de mudanças, na
qual o conhecimento é apresentado como uma
construção social.
Sabe-se que atualmente existe um grande
número de pesquisas desenvolvidas enfocando a
temática da formação de professores, mas em relação
à formação de educadores de jovens e adultos,
bem como, de saberes didáticos pedagógicos para
trabalhar com esta modalidade de ensino, o número
ainda é pequeno. Assim, o educador de jovens e
adultos precisa buscar uma prática social, ou seja,
buscar a realidade sociocultural do aluno relacionada
aos contextos de vida, de modo a facilitar a
aprendizagem do mesmo.
Esta aprendizagem é medida conforme a
necessidade e característica do grupo, mediante
a realidade escolar e a vivência de cada educando.
É necessário que o professor trabalhe de forma
interdisciplinar com os seus educandos, valorizando
a experiência de cada um, integrando a turma na vida
escolar e ampliando assim, o universo cultural por
meio da sociabilização.
Paulo Freire, por sua vez, em seu livro FREIRE, Paulo.
Pedagogia da Autonomia: saberes necessários WĞĚĂŐŽŐŝĂĚĂ
à prática educativa, argumenta sobre a ĂƵƚŽŶŽŵŝĂ:
saberes
formação do educador contextualizado necessários
de acordo com o ambiente social e cultural ăƉƌĄƟĐĂ
ĞĚƵĐĂƟǀĂ͘^ĆŽ
do educando. Partindo de uma pergunta, Paulo: Paz e
ele diz o seguinte: Terra, 2003.
33
136 Abordagem Didática em Educação de Jovens e Adultos

1 - Formação docente perante a legislação

Como ensinar, como formar sem estar aberto ao contorno
Esta seção aborda a questão das competências
JHRJU£ȴFRVRFLDOGRVHGXFDQGRV"3UHFLVRDJRUDVDEHURX
e habilidades necessárias à formação docente, bem
DEULUPH¢UHDOLGDGHGHVVHVDOXQRVFRPTXHPSDUWLOKRDPLQKD
DWLYLGDGHSHGDJµJLFD3UHFLVRWRUQDUPHVHQ¥RDEVROXWDPHQWH
como a necessidade de se formar profissionais
íntimo de sua forma de estar sendo, no mínimo, menos capacitados para atuarem na área da educação
HVWUDQKRHGLVWDQWHGHOD)5(Ζ5(S visando as diversidades culturais e sociais presente na
Nesse sentido, Freire parece ir além da visão
“intimista” de educador descrito por Pimenta (2002),
apontando que o educador tem que ter o outro,
necessariamente como foco de sua reflexão. Como
também, fica evidente na concepção de Freire que
o educador da EJA precisa relacionar as disciplinas
e seus conteúdos como elas aparecem na vida dos
educandos, ensinando através da própria experiência.
O trabalho docente necessita também direcionar
para uma ampliação dos horizontes culturais dos
educandos, proporcionando uma interação que
auxilia na motivação, além de estimulá-los a continuar
perseverantes no caminho do aprendizado. O professor
ao ser criativo utiliza o conteúdo a ser trabalhado em
sala de aula junto com a realidade do educando, por
meio de uma prática pedagógica contextualizada,
mostrando assim, seu diferencial na EJA.
No entanto, o docente de jovens e adultos
precisa ser um educador marcante na vida do
educando, procurando fazer o diferencial, utilizando
a própria história de vida dos educandos para
planejar e realizar suas aulas, como também para:
conteúdos das aulas, diálogos, debates, discussões,
troca de experiências; fazendo com que as aulas
sejam participativas (trabalhando em equipe) e que
sejam do interesse do educando.
$XODFRQVWUX¯GDFRPEDVHQD0RQRJUDȴDGH(VSHFLDOL]D©¥R
em Educação de Jovens e Adultos de BORGES, Elizabete
9HOWHU'RXUDGRV8(06
Retomando a aula
&KHJDPRVDVVLPDRȴQDOGDTXDUWDDXOD(VSHUDVH
TXHDJRUDWHQKDȴFDGRPDLVFODURRHQWHQGLPHQWR
GHYRF¬VVREUHDIRUPD©¥RGRFHQWHUHODFLRQDGD¢
educação de jovens e adultos mediante realização
GH XPD SU£WLFD SHGDJµJLFD FRQWH[WXDOL]DGD
Vamos, então, recordar:
34
sociedade, uma vez que, a cada século são atribuídas
funções ao professor, que até então era também
direcionado a família, de precisar desenvolver funções
que atendam as especificidades dos educandos,
sendo criativo, dinâmico, organizado, dialógico e
desenvolva uma prática pedagógica contextualizada
com a realidade dos alunos.
2 - Formação profissional do educador de
jovens e adultos
Nessa seção apresenta-se reflexões sobre a
atuação docente na modalidade de Educação de
Jovens e Adultos, considerando que a metodologia de
ensino precisa estar relacionada com as experiências
de vida dos próprios educandos, integrando assim,
teoria com a prática vivenciada no cotidiano social
e cultural das pessoas que atuam e frequentam a
educação de jovens e adultos.
&DVRYRF¬WHQKDȴFDGRFRPG¼YLGDV
sobre a Aula 4, mande perguntas
para o e-mail: <elizabete.velter@
unigran.br> ou acesse as ferramentas
ȊIµUXPȋȊTXDGURGHDYLVRVȋHRXȊFKDWȋ
e interaja com seus colegas de curso
e com seu tutor.
$ȴQDOYRF¬«RSHUVRQDJHPSULQFLSDO
GHVXDDSUHQGL]DJHP
Vale a pena
Vale a pena ler
NOVOA, Antônio (Org.). Vidas de professores.
2ª edição. Coleção Ciências da Educação. Lisboa:
Porto, 1995.
PIMENTA, Selma Garrido (Org.). Saberes
pedagógicos e atividade docente. 3ª edição. São Paulo:
Cortez, 2002.
 137

Vale a pena acessar

Programa EJA Digital. Disponível em: <www.

ejadigital.org.br/>. Acesso em: 12 de abr. de 2012.
EJA – Portal educação. Disponível em:
<http://www.educacao.org.br/eja/Paginas/
default.aspx>. Acesso em: 12 de abr. de 2012.

Vale a pena assistir

‡7RGDFULDQoDpHVSHFLDO
‡&pXGHRXWXEUR

As atividades referentes a esta aula

estão disponibilizadas na ferramenta
“Sala Virtual – Atividades”. Após
responder, envie por meio do
3RUWIµOLRȂIHUUDPHQWDGRDPELHQWH
de aprendizagem UNIGRAN Virtual.

35