1 - O que torna/tornou o recurso de agravo de instrumento cabível? O dispositivo que
tornou cabível o agravo foi o art. 59, §2º da Lei 11.101/05.
2 - O que confere/conferiu legitimidade aos agravantes para interpor o respectivo
recurso? A que classe de credores eles pertenciam? Os agravantes são credores da agravada, por isso são partes legítimas para interpor o agravo de instrumento. Os credores eram empregados da empresa agravada e faziam parte da Classe I e II.
3 - Circunstancie os fatos que ensejaram o agravo. No juízo a quo os agravantes
impugnaram a votação da assembleia geral de credores por vício do consentimento, pois o plano apresentado no dia da assembleia era diverso do plano apresentado em juízo, tendo sido negado a impugnação. Diante disso, os agravantes ficaram irresignados com a decisão interlocutória do juízo a quo que negou a impugnação ao plano de recuperação, nulidade, e rejeitou os embargos de declaração.
4 - O que foi requerido no agravo e com que fundamentos jurídicos? Requereram a
nulidade da decisão do juízo a quo que deferiu o plano de recuperação, sob o fundamento da ausência de observância, mesmo após a oposição de embargos declaratórios, da presença do vício de consentimento na votação do plano de recuperação. Ainda, requereram a reforma das decisões para determinar o pagamento dos credores trabalhistas, na forma do folder apresentado no momento da assembleia e, de maneira subsidiária requereu o reconhecimento de vício de vontade na votação da assembleia geral dos credores e que seja realizada nova votação. Por fim, requereram AJG, alegando não possuir condições financeiras e o recebimento do agravo com efeito suspensivo. Os requerimentos foram feitos com base no ataque dos Princípios da Lealdade e Transparência, presentes na Teoria Geral dos Contratos.
5 - O recurso foi considerado adequado e tempestivo pela 5ª Câmara Cível do TJRS?
Sim, foi considerado tempestivo e adequado. Foram preenchidos os pressupostos de admissibilidade, o recurso deve ser conhecido. 6 - O que refere o relator, quanto aos limites do controle judicial, acerca do plano e suas deliberações? “O plano e suas deliberações estão sujeitos ao controle judicial apenas no que diz respeito ao preenchimento dos requisitos de validade dos atos jurídicos em geral.”
7 - Qual argumento o relator utilizou para fundamentar seu entendimento quanto a
ausência de ilegalidade na cláusula do plano de recuperação atinente à divisão dos credores trabalhistas em subclasses? O argumento foi de que “a empresa pode acordar no sentido de efetuar pagamento de forma e condições mais favoráveis desde que pautada em critérios objetivos, garantindo tratamento igualitário aos credores que se encontram em semelhantes condições, hipótese dos autos”. O relator menciona também que, é opção dos credores e que isso não viola as disposições da Lei de Recuperação e Falências, não cabendo ao Judiciário controle sobre o mérito do plano.
8 - A decisão foi pelo provimento ou improvimento do recurso? A decisão foi pelo
improvimento do recurso.
AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5102285-10.2022.8.21.7000/RS
1 - Segundo a agravante, qual o dispositivo da Lei 11.101/2005 deixou de ser aplicado?
Qual a justificativa para a exigência, de acordo com a agravante? Segundo a agravante, o disposto não aplicado foi o art. 57 da Lei 11.101/05. Segundo o agravante, “essa exigência permite que o julgador tenha conhecimento da real situação em que se encontram os débitos tributários da empresa antes de aprovar o seu plano de recuperação, para que possa avaliar a efetiva viabilidade de negociar seus débitos e recuperar-se financeiramente”, sendo a apresentação das certidões “essencial para garantir a execução do plano de recuperação”.
2 - Para a agravante, as alterações introduzidas pela Lei 14.112/2020 favoreceram a
obtenção de regularidade fiscal para os empresários e sociedades empresárias em recuperação? Segundo a agravante, a “legislação implementou um regime deveras benéfico e específico para as empresas em recuperação, favorecendo (e muito) a obtenção da regularidade fiscal exigida pela lei de falências e a emissão das ditas certidões”. 3 - O que a agravante quer dizer quando refere que “não se pode conceber que o instituto vocacionado ao soerguimento da empresa se transforme em um instrumento de planejamento tributário e blindagem patrimonial em detrimento do crédito público? “A agravante quis dizer que “A adesão ao plano de recuperação judicial não pode servir de mecanismo de fuga das obrigações tributárias, sob pena de violação aos princípios constitucionais da isonomia (art. 5º, caput, CF/88) e da livre concorrência (art. 170, IV, CF/88)”.
4 - Na decisão, em que negado provimento ao agravo, o relator faz uma ponderação
entre os artigos 47 e 57 da Lei 11.101/2005. Segundo essa ponderação, qual predomina na decisão e com que argumentos? Nos termos da argumentação do acórdão, “o princípio da preservação da empresa insculpido no artigo 47 da LRJF deve preponderar”, caso contrário “se estaria julgando em total afronta ao entendimento consolidado pela Corte Superior, competente pela análise das questões infraconstitucionais”.
5 - Segundo se extrai dos embargos de declaração opostos pela União, o entendimento do
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo é diverso do sufragado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul no agravo em análise. No que consiste a diferença? A diferença consiste na discussão de ser possível ou não a dispensa da certidão negativa de débitos tributários para fins de concessão da recuperação judicial. O TJSP entende que não é possível a dispensa, já o TJRS entende que é possível.