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TÓPICO Nº 01

Introdução.
TÓPICO Nº 02
História de SST no Mundo.
TÓPICO Nº 03
A Evolução de SGSST no
Mundo.
TÓPICO Nº 04
SISTEMA DE GESTÃO A Evolução de SGSST no
Brasil.
TÓPICO Nº 05

DE SAÚDE E Considerações Finais.


TÓPICO Nº 06
Bibliografia.

SEGURANÇA DO
TRABALHO – SGSST
Introdução Histórica e Evolutiva do SGSST
O objetivo deste 3ª aula é discutir a história e a evolução do SGSST no
mundo e no Brasil.
O curso será composto 01 aula semanal. Os tópicos do conteúdo
programático de da aula estão dispostos a margem direita da folha de
rosto.
Ao início desta aula será postado um FÓRUM que permanecerá aberto
até a próxima aula. O FÓRUM não será avaliado.
Ao final desta aula será proposta uma ATIVIDADE para fixação do
conteúdo apresentado. A atividades desta semana será avaliada. Nesta HENRIETTE SIMÕES
henriette.simoes@hotmail.com
aula será atribuída uma pontuação máxima de até 5 pontos a relativo a
participação da atividade. Professora da Disciplina SGSST
No final do trimestre, será aplicada uma avaliação presencial no valor de Mestranda em SST pela OI T
Pós Graduada em SGSST pela OIT
60 pontos.
Engenheira de Segurança do Trabalho
Engenheira de Produção UNIVERSO
Fonoaudióloga do Trabalho
Edição 2013
.
SISTEMA DE GESTÃO DE SAÚDE DE
SEGURANÇA DO TRABALHO – SGSST
Aula Nº 03 – Introdução Histórica e Evolutiva do
SGSST no mundo e no Brasil

Objetivo

Discutir a história e a evolução do SGSST no mundo e no Brasil, proporcionando ao aluno o


entendimento da participação do SGSST no processo de prevenção de acidentes.

Portanto, ao final você será capaz de:

 Conhecer o histórico de SST


 Reconhecer os SGSST no Mundo
 Reconhecer os SGSST no Brasil

Introdução

No intuito de proporcionar conhecimentos sobre a evolução e histórico de SGSST no Mundo


e no Brasil, revisaremos a história em SST no mundo, a evolução do SGSST no mundo e no Brasil.

Conteúdo Programático Página

1. Introdução...................................................................................... 02
2. A História de SST no Mundo........................................................... 03
3. A Evolução de SGSST no Mundo.....................................................05
4. A Evolução de SGSST no Brasil...................................................... 08
5. Considerações Finais ...................................................................... 10
6. Bibliografia..................................................................................... 1o

SGSST – Um instrumento para uma melhoria contínua! 1


SISTEMA DE GESTÃO DE SAÚDE DE
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Aula Nº 03 – Introdução Histórica e Evolutiva do
SGSST no mundo e no Brasil

REVISÃO DA AULA Nº 02 – CICLO PDCA

Na 2ª Aula conhecemos o CICLO PDCA, revisamos a história, e conceitos, e a definição atual de


PDCA. Compreendemos o CICLO PDCA e sua aplicação, através do reconhecimento de cada etapa e
cuidados na aplicação delas. E por fim, um realizamos estudo prático do PDCA aplicado a um problema
em segurança do trabalho.
Já visto que o PDCA é um método reconhecido de solucionar problemas que pode ser aplicado nas
soluções dos problemas em saúde e segurança do trabalho, e que é a base dos modelos atuais de SGSST,
precisamos entender sua participação na história e evolução em prevenção de acidentes e doenças
oriundas da atividade laboral.
Sendo assim, nesta 3ª aula, revisaremos a história e evolução do SGSST no mundo e no Brasil,
reconhecendo sua participação na prevenção de acidentes e doenças ocupacionais.

1. Introdução

A história é o registro da evolução humana.


O estudo da história permite-nos a aprender sobre a experiência humana.
As condições de saúde e segurança do trabalho vem mudando dramaticamente durante
séculos, com a tendência de melhoria na saúde do trabalhador e o crescimento da consciência
sobre problemas de saúde relacionado ao trabalho. Mesmo em tempos remotos houveram
pessoas de visão “nascidas antes de suas épocas” que dedicaram suas vidas em descrevendo,
estudando e atendendo á saúde ocupacional e desenvolvendo tecnologia para o trabalho ser
mais fácil e seguro. Atualmente, as contribuições destes estudiosos ainda são validos e devem
ser lembrados como raízes da SST. Estes pioneiros, de tempos remotos, entenderam e
enfatizaram a importância dos riscos ocupacionais ambientais para saúde do trabalhador, mas
estas observações centravam-se em apenas no tratamento. Isto era devido a cultura de ausência
de atenção no trabalho manual.
A revolução industrial trouxe progresso na tecnologia e aumentou o número de
trabalhadores para produção. Com isso, problemas e necessidades surgiram em relação a
proteção social e de saúde do trabalhador, requisitando uma abordagem mais SISTEMÁTICAS
em relação a SST como uma disciplina individual.
Pesquisas científicas e desenvolvimento tecnológico sempre solicitará desafios e
necessidades no campo de proteção a saúde do trabalhador, em um processo dinâmico e infinito
que acompanha a vida e evolução humana e que nós devemos estar preparado.

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Sendo assim, nos próximos capítulos iremos revisar a história em SST no mundo e no Brasil, e os
sistemas de gestão propostos no mundo e no Brasil.

2. A História de SST no Mundo

As Grandes Civilizações

Recentes achados sugere que a agricultura


iniciou-se por volta de 23 000 DC, 10 000 antes
do que pensado. A Agricultura era praticado no
Oriente Médio, nas Américas e Ásia.
Melhorando as condições humanas de
nutrição e promovia integração social em
comunidades maiores, sendo assim contribuindo na crescimento rápido na evolução humana e
no desenvolvimento de novas ferramentas. A passagem de pedra para metal foi um outro passo
importante na evolução humana, a mineração apareceu a mais de 6000 anos atrás. A Ásia e o
Oriente Médio sediou atividade de manufatura em metal produzindo robustas ferramentas e
elaborados ornamentos. Cobre substituiu antigas ferramentas de pedra, mas foi substituída
ainda por bronze e ferro. Ferro foi amplamente utilizado na produção de armas e ferramentas.
No mesmo período, cerâmica e fabricação de vidro já tinham se estabelecidos. Este precoce
atividades produtivas expuseram os trabalhadores a diversos riscos como físicos, biológicos e
químicos.

A Era Clássica

A história de medicina ocupacional pode ser


rastreada na antiguidade na observação de
doenças e alta mortalidade em mineiros datado
nos tempos da Grécia e Roma.

Tempos Medievais

Já nos tempos medievais, muito pouco era feito para a melhoria das condições de trabalho,
mesmo na “Era Escura” um modelo inovador de associação cívica foi estabelecido, a associação

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dos artesãos, mercadores e outros especialistas que compartilhavam as mesmas ideias


políticas, sociais e econômicas. Eram formados para proteger seus interesses, como um
sindicato moderno.
Renascença

No século quatorze foi marcado pelo florescimento das arte e literatura, e uma fusão
importante no conhecimento arábico e europeia. Alguns especialistas já descreviam doenças
ocupacionais em mineiros em acordo com o crescimento da expansão do metal pela Europa.

Revolução Industrial

Até os 1700, a metodologia de produção eram trabalho-intenso. Diferente invenções e


inovações mudaram os métodos de produção no final já do século 1700, chamada de Revolução
Industrial. A revolução industrial trouxe um acelerado desenvolvimento tecnológico nas
atividades produtivas. Esta cenário, não somente transformou os métodos produtivos mas
também a cultura ocidental, como a natureza da sociedade e os tradicionais relacionamentos
entre grupos de pessoas.
A Revolução Industrial começou
na Inglaterra e trouxe novos
processos produtivos (fabricas,
produção e mecanização) que
manufaturavam matérias mais
rapidamente. Neste período o
mundo baseava-se em carvão,
como os novos métodos de
transporte como ferrovias e navios a
vapor, portanto as industrias
cresciam e recrutavam mais
trabalhadores.
Infelizmente esta mudanças na metodologia em produção com suas necessidades de massas
de trabalhadores criaram riscos ocupacionais ambientais ainda até não conhecido. Estas
condições impactaram a história de saúde e segurança, nesta época os trabalhadores com saúde
ocupacional e industrial reconheceram as necessidades de CONTROLE DOS RISCOS
AMBIENTAIS.

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Tempos Modernos

Os tempos mudaram para melhor para a SST: desenvolveu-se como uma independente e
sistemática disciplina.
Nos Países desenvolvidos, no inícios dos anos 70, a organização da legislação de SST, com
exigência de gestão sistematizada como - Programa de Segurança e Saúde do Trabalho e a
eliminação de monetização da saúde (pagamento de adicionais por exposição a condições
insalubres ou perigosas e aposentadoria precoce ou especial).
Os fatores que explicam as diferentes estratégias de Gestão em SST (ou Programas de SST)
no mundo, são: os sistemas legais nacionais, as relações trabalhistas existentes, as forças dos
sindicatos, as ideologias políticas, as políticas nacionais e regras de mercado.
Em conclusão, revendo uma síntese da história em SST no mundo, podemos compreender
que esta disciplina, século a século, ano a ano, dia a dia, metodologias, ideias, sistemas e
gerenciamentos novos, a cada momento. Portanto no próximo capítulo, revisaremos a evolução
dos SGSST.

3. Evolução dos Sistemas de Gestão em Saúde e Segurança do Trabalho no Mundo

Voluntary Safety and Health Program Management Guidelines (1989)

As primeiras diretrizes em gestão em emitidas foi a Administração de Saúde e Segurança do


Trabalho dos Estados Unidos, com a Voluntary Safety and Health Program Management
Guidelines, Diretrizes de Gestão de Programa Voluntária em SST de 1989. Esta diretriz tinha o
objetivo de encorajar os donos de empresas a proteger melhor seus empregados.
Em conformidade com a leis nacionais e normas norte americanas. Um eficiente sistema de
gestão em SST, adaptados para as individualidades de cada empresa, procura olhar acima dos
requisitos legais, identificando e analisando os riscos ocupacionais, e procurando prevenir acidentes
e doenças ocupacionais.

British Standards 8800: 1996

Primeiro padrão nacional publicado para gestão de um sistema de SST publicado como um
guia de implementação. Em termos evolutivos a Grã-Bretanha tem sempre saído na frente em
relação ás normas sobre sistemas de gestão, através da BSI (British Standards Institution), que é
uma organização nacional independente responsável por preparar Normas Britânicas,
apresentando o ponto de vista do Reino Unido na Europa e a nível internacional.

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O Sistema de Qualidade BS 5750, publicada em 1979 pela BSI, deu origem à série ISO 9000
em 1987. Em relação a área da Segurança e Saúde no Trabalho, a BSI editou a norma BS 8800, que
entrou em vigor a partir de 1996. A BS 8800 é um guia de diretrizes bastante genérico que se aplica
tanto a indústrias complexas, de grande porte e altos riscos, como a organizações de pequeno porte
e baixos riscos. Até a BS 8800, não havia modelos pré-estabelecidos para o Sistema de Gestão da
Segurança do Trabalho, entretanto a fim de obter sucesso das partes envolvidas, desenvolveram
duas abordagens para a utilização do guia
A BS 8800 foi elaborada com base nos princípios gerais da boa gerência e com objetivo de
capacitar a integração do gerenciamento de Segurança e Saúde no Trabalho (SST), dentro de um
sistema global de gerência.

OHSAS 18001:1999

Esta Norma da Série de Avaliação da Saúde e Segurança do Trabalho – Occupational Health


Safety Assessment Series (OHSAS), estabelece um SGSST, para eliminar ou minimizar riscos aos
trabalhadores e outras partes interessadas que possam estar expostas a riscos de acidentes e
doenças ocupacionais associados a suas atividades.
As OHSAS 18001 foi desenvolvida de forma a ser compatível com as normas para sistemas
de gestão ISSO:9001:2000 (Qualidade) e ISSO 14001 :2004 (Ambiental), e afim de facilitar a
integração dos sistemas de gestão da qualidade, ambiental e da saúde e segurança, caso as
organizações desejarem a integração de todas. Portanto, CERTIFICAÇÃO NECESSÁRIA.

ILO-OSH:2001

International Labour Organization – Occupational Safety and


Health (Organização Internacional do Trabalho – Saúde e Segurança do
Trabalho)
Estas diretrizes sobre sistemas de gestão da SST foram
elaboradas pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) conforme
princípios acordados internacionalmente e definidos pelos seus
constituintes tripartites. Essa abordagem tripartite proporciona força,
flexibilidade e bases adequadas para o desenvolvimento de uma cultura
de segurança sustentável na organização. Por essa razão, a OIT elaborou
diretrizes voluntárias sobre os sistemas de gestão da SST que refletem
seus próprios valores e instrumentos relativos à proteção da segurança e
saúde dos trabalhadores
As recomendações práticas destas diretrizes são destinadas ao uso de todos aqueles que
tenham responsabilidade pela gestão da segurança e saúde no trabalho. Tais recomendações não

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possuem caráter obrigatório e não têm por objetivo substituir a legislação nacional nem as
normas aceitas. Sua aplicação não exige certificação. O empregador tem a obrigação e o dever de
organizar a segurança e saúde no trabalho. A implementação de um sistema de gestão da SST é
uma abordagem útil para que se cumpram esses deveres. A OIT elaborou as presentes diretrizes
como um instrumento prático para ajudar as organizações e as instituições competentes a alcançar
continuamente um melhor desempenho em SST.
Estas diretrizes, atuam em dois diferentes níveis: nacional e organizacional.
Em nível nacional, proporciona o direcionamento de uma estrutura para os sistema de SST
por leis e normas nacionais. Também trata das condições específicas de empresas ou grupo de
empresas.
Em nível organizacional, encoraja a integração com outros sistemas de gestão, possui cinco
principais elementos: política, organização, planejamento e implantação, avaliação e ação corretiva
(CICLO PDCA), enfatiza participação dos trabalhadores e SST como responsabilidade de gerentes
de produção sendo que a CERTIFICAÇÃO NÃO É NECESSÁRIA.

OHSAS 18001:2007

AS Normas OHSAS para gestão de SST, destinam-se a fornecer ás organizações elementos


de um sistema de gestão de SST eficaz, que possa ser integrado e outros requisitos de gestão, e
auxiliá-las a alcançar objetivos de SST e econômicos.
Esta segunda edição cancela e substitui a primeira edição (OHSAS 18001:1999), que foi
revisada tecnicamente. As principais mudanças foram:

 Maior ênfase a saúde


 De especificação tornou-se Norma
 PDCA somente em sua introdução
 Novas definições
 Melhorias no alinhamento com outras Normas
 Considerou a hierarquia dos controles como partes do planejamento de SST.

Lembrando que a conformidade com esta Norma da Série de Avaliação da Saúde e


Segurança no Trabalho (OHSAS) não confere imunidade em relação ás obrigações legais. Mas
requer CERTIFICAÇÃO.
Esta segunda edição é focada no esclarecimento da primeira edição e levou na devida
consideração as disponíveis da ISSO 9001, ISSO 14001, ILO-OSH e de outras normas e

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sobre sistemas de gestão da SST, de maneira a aumentar a compatibilidade dessas normas,


em benefício da comunidade de usuários.

4. Evolução dos Sistemas de Gestão em Saúde e Segurança do Trabalho no Brasil

Versão Brasileira da ILO-OSH:2001 – FUNDACENTRO (2005)

A FUNDACENTRO editou ao público brasileiro em 2005 a versão,


em português, das Diretrizes sobre Sistemas de Gestão da Segurança e
Saúde no Trabalho, elaboradas e publicadas pela Organização
Internacional do Trabalho. Para entendermos o porquê da
FUNDACENTRO disseminar a versão brasileira, leia atentamente a
apresentação abaixo realizado pelo pesquisador e tradutor destas
diretrizes:
“Estas diretrizes representam, sem dúvida alguma, um avanço na
abordagem que vem sendo dada a essa área. Os sistemas de gestão de SST,
ao lado dos sistemas de gestão da qualidade e gestão ambiental,
constituem iniciativas voluntárias das organizações para a melhoria da qualidade dos produtos, do
meio ambiente e dos ambientes de trabalho e para superar as limitações do modelo comando-controle
tradicional. Eles não têm por objetivo substituir a estrutura legal, pois a implementação dos mesmos
tem como requisito mínimo a conformidade com a legislação nacional pertinente.
No plano internacional, a implementação de sistemas de gestão da SST ganhou força nas
sociedades industriais avançadas durante as décadas de 1980 e 1990. Em alguns países, a adoção
desses sistemas passou a ser uma exigência legal ou bastante estimulada e reconhecida por órgãos
governamentais. No Brasil, a implementação desses sistemas se intensifica principalmente a partir da
segunda metade da década de 1990 e nas grandes corporações. Os sistemas de SST implementados
foram baseados em modelos ou diretrizes propostos por organizações não-governamentais, nacionais
ou internacionais. Mas o caráter genérico de muitos desses modelos e o foco no processo de
certificação, e não necessariamente na melhoria efetiva dos ambientes de trabalho, explicam os
limitados resultados obtidos e a burocracia excessiva. Outras críticas aos modelos adotados são a
restrita participação dos trabalhadores e de seus representantes na sua implementação e a falta de
uma avaliação independente de sua efetividade. Mas por que então apresentar ao público brasileiro
mais um modelo
Mas por que então apresentar ao público brasileiro mais um modelo, se já existem vários
disponíveis no mercado e os resultados ainda são limitados? Em primeiro lugar, estudos recentes têm
demonstrado que a implementação de uma gestão sistematizada, baseada em diretrizes específicas e
associada à existência efetiva de uma cultura de SST compatível, contribui, sim, e deforma
significativa, para a melhoria do desempenho das organizações nessa área. O modelo proposto pela

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OIT são diretrizes gerais que apontam para a necessidade de se elaborarem diretrizes nacionais e
específicas – como, por exemplo, por ramo de atividade, natureza dos fatores de risco e porte da
empresa – superando as limitações do caráter genérico de muitos modelos de sistema de gestão. Em
segundo lugar, as diretrizes propostas pela OIT reforçam o papel da participação dos trabalhadores
e de seus representantes, que têm um destaque mais modesto em outros modelos. Enfatiza também a
importância do apoio necessário que deve ser dado pela organização às empresas contratadas para
prestação de serviços no interior de seus estabelecimentos. Em terceiro lugar, a aplicação destas
diretrizes não está necessariamente vinculada ao processo de certificação que, na maioria das vezes,
não tem relação com o desempenho efetivo. Frequentemente, a exigência de certificações tem servido
para a criação de barreiras não alfandegárias para que países e empresas em desenvolvimento
tenham dificuldade de inserir seus produtos no mercado internacional, contribuindo, assim, para o
agravamento do processo de exclusão social. No entanto, as diretrizes propostas pela OIT apontam
para a necessidade de avaliações independentes do desempenho das organizações em SST, com ampla
participação de partes interessadas, de forma a reconhecer o mérito efetivo das organizações que
buscam a melhoria contínua de seus ambientes de trabalho e contribuem para o desenvolvimento
sustentável. Por essas razões e muitas outras, a FUNDACENTRO acredita que as diretrizes propostas
pela OIT trarão uma grande contribuição para as mudanças necessárias na cultura de SST dominante
no país – principalmente nas organizações governamentais, de empregadores e trabalhadores – e
servirão de estímulo para a elaboração de normas específicas para diferentes setores econômicos,
portes de empresas ou categorias de riscos que sejam adequadas ao contexto nacional e possam
resultar efetivamente no melhor desempenho em SST no âmbito das organizações.

Gilmar da Cunha Trivelato


Pesquisador da Fundacentro
Tradutor da edição em português”

ABNT NBR:18801 (2010)

Associação Brasileira de Normas Técnicas Normas Brasileiras:18801


De acordo com o prefácio da NBR 18801: 2010, a Associação de Normas Técnicas Brasileiras é o Foro
Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês
Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos de Normalização Setorial (ABNT/CEE), são elaboradas por
Comissões de ESTUDO (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos delas fazendo parte:
produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).
A ABNT NBR 18801 foi elaborada pela Comissão de Estudo Especial de Segurança e Saúde
Ocupacional, e é baseada na OHSAS 18001:2007.
Esta Norma apresenta um Modelo Brasileiro de Sistema de Gestão de SST, permitindo que a
organização desenvolva sua política de SST, estabeleça objetivos e processos para atingir os compromissos
da política, desenvolva as ações necessárias para melhorar de forma contínua o respectivo desempenho e

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demonstre conformidade do sistema com os requisitos. Sua finalidade é fornecer suporte e


promover boas práticas de SST, em equilíbrio com as necessidades socioeconômicas. E está alinhada com
as orientações baseadas na OIT e OHSAS, bem como outras normas ou publicações sobre SISTEMAS DE
GESTÃO DE SST para aumentar a compatibilidade destas normas em benefício dos respectivos
utilizadores.

4. Considerações Finais

Revendo história em SST no mundo, podemos compreender a necessidade de novos


sistemas e gerenciamentos a cada momento, pois o contexto modifica e os requisitos mudam, por
isso em tempos em tempos novos modelos de SGSST são propostos ou antigos revistos.
Importante observar que os modelos, diretrizes ou normas em SGSST são recentes e
dinâmicos, e promovem a introdução voluntária por parte dos empregadores. O SGSST tem sido a
principal estratégia para atacar o sério problema social e econômico dos acidentes e doenças
relacionados ao trabalho. Utilizados pelas empresas com um fator para aumentar a competividade
no mercado.
Sendo assim, o SGSST é uma ferramenta eficaz na promoção de saúde e segurança do
trabalho no mundo, e deve ser também a ferramenta imprescindível para reduzir os índices de
acidentes e doenças ocupacionais no Brasil

5. Bibliografia

ABNT NBR 18801. Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho. ABNT 2010.
BS 8800. Guidelines for Occupational Safety and Health. BSI, 1996.
BS OHSAS 18001:1999. Occupational Health and Safety Assessment Series. BSI, 1999.
BS OHSAS 18001:2007. Occupational Health and Safety Assessment Series. BSI, 2007.
FUNDACENTRO. Diretrizes Sobre Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho. São
Paulo, 2005.
ILO. Introduction to Occupational safety and health. ILO, Geneva, 2012
ILO-OSH: 2001. Guidelines for Occupational Safety and Health Management System. ILO,
Geneva, 2001
OSHA. Voluntary Safety and Health Program Management Guidelines. EUA, 1989

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