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Douto Juízo da Primeira Vara Cível da Comarca de Alfenas/MG

BRENDA ALVES DE SOUZA, brasileira, solteira, técnica em administração financeira,


CPF119.234.726-90, residente à Rua Alexandre F Barros, 0010 / Pine AP 104 – Coroa do Meio,
Aracaju/SE – CEP 49035-140, representada por seu advogado Euler Gabriel Saraiva Alcino,
OAB/MG 198.281, vem apresentar

EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE

pelas razões que passará a expor

Preliminarmente

Primeiro, a ré não contesta a relação que teve com o credor. A relação contratual com ele, apesar
de figurar, a contratante, como parte relativamente incapaz – em 2012, a devedora tinha 17
anos -, foi juridicamente perfeita, sem vício de vontade. Confirma também que e esteve ciente
da cobrança judicial e deixou fluir o prazo para respondê-la.

Justiça Gratuita

Adiante, a requerida pede que lhe sejam deferidos os benefícios da justiça gratuita, vez que não
poderá arcar com as custas processuais sem que isso lhe comprometa significativamente.

MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA – NULIDADE DE INTIMAÇÃO

Desconhecimento da fase executiva – ciência eventual por aplicativo Serasa Limpa nome

A ciência de que há uma execução em curso só se deu agora, quase 10 anos depois do
início do procedimento, vez que a devedora precisou recentemente consultar seu score no
aplicativo do Serasa e, neste, foi notificada de que existe uma ação judicial em curso.
Registre-se que não houve intimação do Serasa por carta. Parece-nos que este órgão
não envia cartas-comunicado sobre ações judiciais em curso, limitando-se a comunicar dívidas
que podem negativar o nome do devedor. E veja que a credora não negativou o nome da
devedora, e portanto, não havia débito a ser comunicado pelo Serasa.
Autos acessados – pessoa intimada inicialmente desconhecida – investigação autônoma

Não houve ciência extra judicial em tempo, mas, dado o progresso exequendo,
imaginou-se que a devedora, novamente, havia ignorado comunicação judicial, como fez na fase
de conhecimento, só que o problema é que desta vez não: quem recebeu a intimação, foi a
senhora Graciela Diniz, uma desconhecida, inicialmente. (id. 6366638112, p.48)
Depois de hipotetizar muito sobre quem seria este alguém que estava no seu endereço,
a devedora e sua prima diligenciaram em redes sociais buscando a intimada e a encontraram.
Foi quando a celeuma foi resolvida. A prima lhe abordou e depois, a devedora.

E de fato, há um registro público de que a Graciela encontrada, ao que parece, residiu


em Elói Mendes, ao tempo da intimação, que foi em dezembro de 2012. Veja-se:
https://www.linkedin.com/in/graciela-diniz-a70b1351/?originalSubdomain=br

Foi a confirmação de que o perfil encontrado se tratava da pessoa que havia sido
intimada.

Desconhecimento do inquilinato – proprietário (avô) falecido: imóvel sob administração do


tio da devedora

A verdade é que sim, conforme adiantado na conversa supra exposta, o avô de Brenda,
Sr. Joaquim, que morava com ela, morreu em MAI/14, e por esta razão, em OUT/14, a devedora
e seus coabitantes desocuparam o imóvel e foram morar com o primo da devedora, Sr.
Alessandro Alves, quem confirma a mudança em declaração anexa. A mudança, nestes termos,
também é confirmada pela antiga vizinha da devedora, Sra. Mileide Silvério.

Depois de terem se mudado, os familiares de Brenda deixaram o imóvel sob administração de


seu tio, Sr. Nivaldo Alves, quem alugou o imóvel, por contrato verbal, para a Sra. Graciela Diniz,
quem recebeu a intimação em DEZ/12. A locação também é confirmada por declaração do
locador, também anexa.

Ausência de tempo hábil para atualização de endereço e capacidade e responsabilidade


contratuais relativas: ausência de má-fé

É sabido que cabe ao devedor informar ao credor seu novo endereço, contudo, não é
razoável imaginar que a atualização deva ocorrer imediatamente à mudança, sobretudo em
tempos de luto. Excelência, entre a mudança e a intimação para responder à execução, se
passaram só 02 meses. Vale ainda dizer que ao tempo da contratação a devedora era
relativamente incapaz, ou seja, por mais que se poderia exigir dela, aos 19 anos, quando já havia
sido citada, as noções e os deveres de boa-fé processual, aos 16 anos, não se poderia exigir, em
plenitude, todas as noções e deveres – como avisar alteração de endereço - que decorrem da
boa-fé contratual. Aqui não houve má-fé. A mudança aconteceu, mas não foi para fugir do
credor.

E são por estas razões que se entende que o feito deve ser regredido à data de intimação
para a ciência do cumprimento de sentença, 08/12/2014, e, por consequência, haja o recálculo
do débito, decotando-se os valores decorrentes de atualização monetária, multas processuais
e juros posteriores à esta data. Regredido o feito, seja a devedora novamente intimada para
pagar o débito voluntariamente.

TUTELA PROVISÓRIA CAUTELAR INCIDENTAL

Este juízo emitiu ordem de penhora online, dado o avanço exequendo, e é por isso que
se pede que neste momento, em que se insere objeção à validade processual atual, reconheça-
se a probabilidade do direito e o perigo de dano e liminarmente revogue-se a ordem.

PEDIDOS

1 – Que se acolha esta objeção de forma e se reconheça a nulidade da intimação para


pagamento voluntário, dada a intimação de terceiro estranho;

2 – Que se revogue ou suspenda liminarmente a ordem de penhora online;

2 – Retroagido o feito, oportunize-se novo prazo para pagamento da dívida recalculada,

3 – Defira à devedora os benefícios da justiça gratuita, por não possuir renda o suficiente para
arcar com custas processuais;

4 – Permita-se provar o alegado por todos os meios admitidos em direito, especialmente por
provas orais;

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