Você está na página 1de 10

Rev Bras Anestesiol

1993; 43: 6: 373 - 382

Artigo de Revisão

Miastenia Gravis: Implicações Anestésicas*


Edmundo Pereira de Souza Neto 1; Norma Sueli Pinheiro Módolo,TSA 2
Souza Neto EP, Módolo NSP - Myastenia Gravis: Anesthetic Implications

Key Words: COMPLICATIONS: cholinergic crisis, myastemia gravis;


NEUROMUSCULAR BLOCKADE: atracurium, vecuronium, succinylcholine
SURGERY, Endocrine: thymectomy

miastenia gravis é uma doença auto-imune cidência da Miastenia gravis é de aproximada-


A que envolve a junção neuromuscular (JNM)
e caracteriza-se por fraqueza e fadiga da mus-
mente de 1 em cada 20.000 indivíduos e carac-
teriza-se por grau variável de fraqueza
culatura esquelética, após seu uso repetitivo, muscular que piora ao final do dia, e cansaço
seguida de recuperação parcial com o repouso. rápido quando em movimentos repetidos1-4 .
Isto é decorrente da diminuição na disponibili- Este distúrbio pode ser acompanhado de outras
dade dos receptores pós-sinápticos à acetil- alterações auto-imunes, como lupus eritema-
colina, através de sua inativação ou destruição toso sistêmico, hipertireoidismo, e artrite reu-
por anticorpos circulantes. A anestesia dos matóide5 . Não se sabe a causa definitiva dessa
pacientes portadores desta doença apresenta produção de auto-anticorpos. Acredita-se que
particularidades, principalmente no que con- possa ser um defeito de imunorregulação6 ou
cerne os bloqueadores neuromusculares. Por predisposição genética7 . Em geral, a Miastenia
isso, pareceu-nos oportuno descrever algumas gravis se associa à anormalidades no timo,
medicações e cuidados que devem ser tomados sendo que 20 a 50% dos pacientes miastênicos
nestes pacientes. apresentam timoma, cuja incidência é maior nos
pacientes acima de 30 anos, que apresentam
Fisiopatologia
melhora da sintomatologia após a timectomia. A
A Miastenia gravis é uma doença auto- hiperplasia do timo é mais freqüente nos pacien-
imune que leva à produção de auto-anticorpos tes mais jovens8-10 .
que lesam os receptores da acetilcolina existen- Os receptores da acetilcolina (RAC)
tes na membrana muscular pós-sináptica. A in- podem ser divididos em dois tipos, de acordo
com sua meia-vida11,12 . A maioria dos recep-
tores colinérgicos (80%) é estável, e possui
* Trabalho realizado no Departamento de Anestesiologia da Faculdade
de Medicina de Botucatu - Universidade Estadual Paulista - UNESP meia-vida de aproximadamente 12 dias. Os re-
1 Residente do 2º ano do CET do Depto de Anestesiologia stantes possuem uma "recaptação" rápida,
2 Prof Assistente do Depto de Anestesiologia
tendo uma meia-vida de aproximadamente 1
Correspondência para Edmundo Pereira de Souza Neto dia13-15 . Acredita-se que estes sejam os precur-
Universidade Estadual Paulista - UNESP
Faculdade de Medicina - Hospital das Clínicas Departamento de An -
sores dos receptores estáveis, e sofrem ação
estesiologia dos anticorpos anti-receptores da acetilcolina
18618-000 - Rubião Júnior - Botucatu - SP (anti-RAC), causando diminuição do número de
Apresentado em 26 de outubro de 1993 receptores com meia-vida maior8 .
Aceito para publicação em 13 de dezembro de 1993 Na Miastenia gravis ocorre diminuição
1993, Sociedade Brasileira de Anestesiologia dos receptores para acetilcolina, causado prin-
cipalmente por:

Revista Brasileira de Anestesiologia 373


Vol. 43 : Nº 6, Novembro - Dezembro, 1993
SOUZA NETO E MÓDOLO

1. lise mediada por complemento. alizada leve com evolução lenta; ausência de
2. bloqueio funcional por aumento da de- crise respiratória; com resposta ao tratamento
gradação. farmacológico (30% dos pacientes). Grupo IIB:
3. redução do número de receptores Miastenia generalizada moderada, com en-
ativos2,9,16. volvimento esquelético e bulbar intenso, sem
crises respiratórias; a resposta à terapia farma-
Há estudos que tentam demonstrar que cológica é menos satisfatória (20% dos pacien-
a causa principal não é uma diminuição dos tes). Grupo III: Miastenia fulminante, de
receptores de acetilcolina na membrana pós- evolução rápida, com crise respiratória e má
sináptica, mas uma disfunção em receptores resposta à terapia farmacológica. Há incidência
pré-sinápticos17,18 . No entanto foi constatado elevada de timoma com alta mortalidade (11%
que os estoques pré-sinápticos de acetilcolina dos pacientes miastênicos). Grupo IV: Mias-
e sua liberação sofrem um aumento de até três tenia grave tardia é um quadro idêntico ao grupo
vezes em relação ao paciente normal19,20 . III, com crise respiratória e alta mortalidade,
resultado da progressão dos tipos I e II (9% dos
pacientes). Geralmente a distribuição e a gravi-
Clínica dade da doença são determinadas entre o
primeiro e terceiro ano após o início da sintoma-
A Miastenia gravis caracteriza-se prin- tologia, com influência dos seguintes fatores26 :
cipalmente por fraqueza e fadiga. A primeira 1. a margem de segurança da transmissão
geralmente nos músculos extra-oculares, com neuromuscular; 2. a rápida síntese de recep-
ptose e diploplia, chegando a acometer inicial- tores para acetilcolina na tentativa de compen-
mente 40% dos pacientes21 . A sintomatologia sar o déficit destes; 3. diferença da molécula
pode limitar-se aos músculos oculares ou apre- dos receptores colinérgicos nos músculos e en-
sentar um quadro generalizado de caráter leve tre as pessoas.
ou grave, com exacerbação no final do dia, após Como a miastenia pode acometer
atividades extenuantes, ou com o uso contínuo qualquer faixa etária podemos dividir a apresen-
da musculatura extra-ocular. Outros músculos tação da doença em cada idade27,28 :
bulbares podem ser afetados, causando disar-
tria, disfagia, regurgitação nasal e comprometi- 1. Miastenia transitória (neonatal) - Geral-
mento dos nervos cranianos, o que leva a uma mente ocorre em 20 a 50% dos neonatos
limitação dos movimentos faciais. Esta sintoma- de mães portadoras de miastenia. Di-
tologia torna-se mais evidente após atividade ficuldade para sucção, alterações respi-
contínua dos músculos afetados ou quando o ratórias, ptose palpebral e alterações na
paciente está cansado22,23 . A fraqueza respi- musculatura facial são os sintomas que
ratória isolada ou combinada com a paralisia da poderão aparecer imediatamente ao nas-
deglutição é a complicação mais temida, sendo cimento ou entre 12 a 48 horas após.
comum na crise miastênica21 . Além da fadiga, a Geralmente necessitará de tratamento
presença de infecção, principalmente respi- durante 2 meses, sendo que nos casos
ratória, pode levar à insuficiência grave, mesmo graves usa-se neostigmina oral de 1 a 5
nos pacientes sem queixa anterior22 . mg29,30.
Os pacientes miastênicos podem ser 2. Miastenia infantil ou congênita - Alteração
grupados de acordo com a classificação de genética que causa deficiência nos re-
Osserman21-25 em: Grupo I: Que apresentam ceptores de acetilcolina na membrana
somente miastenia ocular (aproximadamente pós-sináptica25. A sintomatologia geral-
20% dos pacientes) Grupo IIA: Miastenia gener- mente manifesta-se até os dois anos

374 Revista Brasileira de Anestesiologia


Vol. 43 : Nº 6, Novembro - Dezembro, 1993
MIASTENIA GRAVIS: IMPLICAÇÕES ANESTÉSICAS

sendo mais comum em homens. Este nível de antígenos circulantes por plasmafer-
tipo de miastenia é rara quando a mãe ese31 .
não é miastênica e evolui com baixa mor- 1. Anticolinesterásicos32: neostigmina, piri-
talidade. dostigmina e ambenônio são as drogas
3. Miastenia no jovem - 4% dos casos de padrões usadas no tratamento sin-
miastenia ocorrem antes dos 10 anos e tomático da miastenia. Eles agem preser-
24% depois dos 20 anos. É determinada vando a acetilcolina da degradação pela
por uma desordem auto-imune diferente colinesterase, conseguindo atingir uma
da forma infantil que apresenta um com- concentração eficaz para a estimulação
ponente genético. Há predomínio de mul- da membrana pós-sináptica. A dose
heres em relação aos homens (4:1) e o ótima é determinada de forma empírica,
timo geralmente apresenta-se com hiper- através de aumentos graduais até re-
plasia. A doença tem um curso lento com missão da sintomatologia.
tendência à remissão. Estudos em animais mostraram que o
uso crônico de inibidores da coli-
4. Miastenia no adulto. Incide aproximada- nesterase leva a alterações na configu-
mente em 1 a cada 20.000 adultos30. Em ração dos receptores colinérgicos,
adultos com menos de 50 anos há um similar às observadas no paciente com
predomínio de mulheres (2:1), ocorrendo miastenia32,33.
uma equivalência após esta idade. A A dose oral varia de 7,5 a 15 mg para a
hiperplasia do timo aparece em 70% dos neostigmina, 30 a 60 mg para a piridostig-
indivíduos e 10% a 15% apresentam ti- mina e 2,5 a 5 mg para o ambenônio. O
momas (de caráter benigno ou com in- resultado da dose ótima pode ser confir-
vasão local) sendo mais comum nos mado pelo teste do edrofônio. Se for ade-
pacientes mais idosos. Os homens ten- quado, aumentando-se a dose não
dem a apresentar uma doença de caráter ocorrerá alteração ou haverá redução da
mais agressivo, com alta mortalidade e força muscular. Caso não esteja em
baixa remissão. Em 3/4 dos pacientes quantidade adequada, ocorrerá melhora
que apresentam como sintoma inicial da força muscular. O intervalo entre as
ptose ou diplopia, a doença pode gener- doses é de 2 a 4 horas para a neostig-
alizar-se com fraqueza da musculatura mina, e de 3 a 6 horas para a piridostig-
do faringe e laringe resultando em dis- mina e ambenônio. Geralmente há
fasia, disartria e dificuldade para eliminar preferência, por parte dos pacientes, pela
as secreções orais. Se o paciente sobre- piridostigmina, por sua maior duração de
vive à crise, ela continua com a forma ação e menor incidência de efeitos colat-
crônica, apresentando períodos de exac- erais21.
erbação. Uma dose excessiva de droga anticoli-
nesterásica pode provocar crise colinér-
gica, devido a despolarização exagerada
Tratamento Clínico da placa motora, e estimulação acen-
tuada dos receptores muscarínicos. A
O tratamento da Miastenia gravis con- sintomatologia confunde-se com a Mias-
siste em: 1. Melhorar a transmissão neuromus- tenia gravis podendo ser diferenciada
cular com o uso de anticolinesterásicos; 2. usando-se novamente o teste do
Supressão do sistema imunológico com o uso edrofônio (1 mg até no máximo 10 mg
de corticóides e ciclosporina31 ; 3. Diminuição do para um paciente de 70 kg) Se após o uso

Revista Brasileira de Anestesiologia 375


Vol. 43 : Nº 6, Novembro - Dezembro, 1993
SOUZA NETO E MÓDOLO

do edrofônio ocorrer diminuição maior da minuição na concentração de anticorpos-


força muscular, teremos uma crise IgG, contra receptores da acetilcolina42-
46
colinérgica. Se ocorrer melhora, significa . Ocorre uma melhora e/ou remissão
fraqueza miastênica. O sulfato de em 45% dos casos47-49. Seu uso pode
atropina pode ser usado se a reação ser concomitante ou após o uso de cor-
muscarínica for grave34. ticóides e imunossupresores50. É re-
latada uma eliminação de fatores não
específicos (mediadores da inflamação
2. Corticosteróide: geralmente levam a uma etc) que contribuem para melhorar a sin-
melhora ou remissão em aproximada- tomatologia51.
mente 80% dos casos (entre 12 horas a
30 dias do início do tratamento), sendo a
prednisolona o corticosteróide de Podemos citar outras medidas terapêu-
escolha. Devido as complicações com o ticas que estão em estudo: inibição da endoci-
uso prolongado deve-se tentar diminuir a tose dos receptores colinérgicos, células
dosagem ou descontinuar a terapia após supressoras para os receptores da acetilcolina,
a remissão35-37. indução de tolerância e irradiação de tecido
linfóide52-58 .
2.1. Drogas Imunossupressoras: as drogas
mais usadas são a azatioprina e a ci-
closporina A. Esta é mais seletiva e re-
quer um tempo de ação menor que a
azatioprina, mas como produz reações Tratamento Cirúrgico (Timectomia10,59,60 )
adversas, principalmente disfunção
hepática e nefrotoxicidade, é usada
Geralmente é indicado quando ocorre
somente em pacientes com miastenia
fraqueza generalizada, em pacientes com
grave. Quando usamos drogas imunos-
supressoras ocorre uma menor necessi- menos de 55 anos, embora pacientes mais vel-
dade do uso de corticosteróide e hos possam se beneficiar com a cirurgia61 . A via
plasmaferese38-41. trans-esternal é a melhor forma de acesso para
retirada da maior quantidade de tecido, pois
uma pequena quantidade remanescente pode
ser adversa60 . A plasmaferese pode ser usada
3. Plasmaferese: o tratamento induz di- isoladamente no preparo dos pacientes antes

Fig 1 - Preparo pré-operatório do paciente miastênico para timectomia.

376 Revista Brasileira de Anestesiologia


Vol. 43 : Nº 6, Novembro - Dezembro, 1993
MIASTENIA GRAVIS: IMPLICAÇÕES ANESTÉSICAS

Tabela I - Bloqueio Neuromuscular Induzido por Medicamentos

Antibióticos Medicamentos Anti-Reumáticos Psicotrópicos Anti-Convulsivantes Agentes Outros


Cardiovasculares Hormonais

Depressão respiratória Canamicina Lidocaína Cloroquina Fenelzina Aprotimina


no pós-operatório Clindamicina Quinidina Lítio Ocitocina
Colestina Trimetagemo Promazina Inibidores da
Estreptomicina colinesterase

Agravamento ou des - Canamicina Procainamida Cloroquina Clorpromazina Fenitoína ACTH Metoxiglutano


mascaramento da mi - Colicina Propranolol Lítio Corticoesteróides Inibidores da
astenia grave Estreptomicina Quinidina acetilcolines--
Tetraciclinas Hormônios terase
tireoideanos

Síndrome Miastênica Canamicina Oxiprenolol D-Penicilamina Fenitoína Anticoncepcionais Anatoxina


Medicamentosa Colestina Trimetadiona orais tetânica
Estreptomicina
Gentamicina
Neomicina
Polimicina B

de se submeterem à cirurgia62,63 . Na figura 1 é eles mesmos64 (tabela I).


mostrado o preparo pré-operatório de pacientes A avaliação clinica e o exame físico de-
miastênicos para timectomia36 . vem ser complementados por exames
laboratorais, teste de função pulmonar e
Procedimentos Anestésicos cardiocirculatória65,66. Doença respi-
ratória crônica e/ou capacidade vital pré-
1. Avaliação pré-operatória: quando se optar operatória menor do que 2,9 L são dois
por anestesia local ou regional, a dose indicativos de apoio ventilatório de-
total do anestésico deve ser diminuída, morado no pós-operatório30.
devido a sua ação na transmissão Existe controvérsia sobre a manutenção
neuromuscular. O uso de anestésicos ou suspensão dos anticolinesterásicos
derivados do grupo éster (procaína, tetra- nos pacientes que serão submetidos à
caína, cocaína, cloroprocaína) deve ser cirurgia67-69. Por causarem alguns efei-
bastante cuidadoso com pacientes em tos colaterais (sialorréia e bradicardia),
uso de terapia anticolinesterásica, por além de prolongarem o efeito da succinil-
dependerem das colinesterases plas- colina e antagonizarem o efeito dos blo-
máticas para sua degradação. A moni- queadores adespolarizantes, devem ser
torização adequada da transmissão suspensos na noite anterior, se isto não
neuromuscular, bem como uma for acarretar problemas (os miastênicos
avaliação cuidadosa do paciente, garan- são psicologicamente dependentes)70.
tirá um procedimento seguro. Caso contrário, é indicado o uso de
Além da avaliação do paciente na visita pequenas doses de bloqueadores para
pré-anestésica, deve ser estabelecido intubação e manutenção do relax-
um bom relacionamento entre o paciente amento, acompanhando o grau de blo-
e o médico. Idade, sexo, presença de queio com um estimulador de nervo
timomas, duração da doença, grau de periférico. Após a cirurgia o anticoli-
comprometimento bulbar ou de muscula- nesterásico é re-iniciado.
tura respiratória devem ser avaliados. O 2. Medicação Pré-Anestésica: pacientes com
uso de medicamentos deve ser esta- reserva respiratória pequena ou sintoma-
belecido de forma criteriosa, pois podem tologia bulbar não devem receber medi-
ocorrer bloqueio muscular induzido por cação pré-anestésica. O uso de atropina

Revista Brasileira de Anestesiologia 377


Vol. 43 : Nº 6, Novembro - Dezembro, 1993
SOUZA NETO E MÓDOLO

0,6 mg IM mais diazepam 5 mg VO é matologia localizada ou em re-


preconizado por alguns autores, em missão84,85.
pacientes estáveis37. Outros autores Na intubação dos pacientes miastênicos,
contra-indicam os benzodiazepínicos de se houver opção pelo uso de blo-
meia-vida longa por sua ação miorrelax- queadores despolarizantes, a dose deve
ante e depressora respiratória de ser bem maior do que no indivíduo nor-
duração prolongada71. mal (2 a 2,6 vezes aproximadamente)86.
3. Indução: o uso de barbitúricos, por sua Pode ocorrer, pelo uso de anticoli-
depressão das sinapses periféricas e da nesterásicos, bloqueio de fase II (pela
junção neuromuscular, diminuindo a lib- redução da atividade da colinesterase
eração dos mediadores pela terminação plasmática)81,87.
pré-sináptica, é contra-indicado por al- O uso de bloqueadores adespolarizantes
guns autores72-74. Não foram encontra- de ação intermediária, como o dibesilato
dos na literatura estudos sobre o uso do de atracúrio e brometo de vecurônio, são
etomidato em pacientes miastênicos. O indicados, apesar do atracúrio ser 1,7 a
midazolam, por ter meia-vida curta, tem 1,9 vezes mais potente no miastênico
sido usado em doses reduzidas, com que no indivíduo normal88,89. O
bons resultados30. Duas formas de an- vecurônio torna-se aproximadamente 4
estesia geral vêm sendo relatadas em vezes mais potente no miastênico91. O
pacientes miastênicos: 1) Uso exclusivo brometo de pancurônio, em doses de
de anestesia inalatória para intubação e 0,005 mg/kg, consegue diminuir a re-
manutenção do plano anestésico75,76. 2) sposta muscular em aproximadamente
Uso de anestesia balanceada, evitando o 90% 80.
uso da altas concentrações de inalatórios A dose de atracúrio utilizada pode variar
e seus efeitos sobre os sistemas cardio- de 0,05 a 0,33 mg/kg 88,91. A dosagem
vascular e respiratório77. de 0,14 mg/kg é suficiente para
4. Bloqueadores Neuromusculares: a moni- manutenção do bloqueio, o que corre-
torização do bloqueio neuromuscular de- sponde a 20% do utilizado no paciente
verá ser realizada com estimuladores de normal92. Esses valores foram obtidos
nervos periféricos, durante todo o pro- através de estudos, devendo ser obser-
cedimento cirúrgico e no pós-operatório. vadas as variações individuais.
A avaliação do bloqueio neuromuscular 5. Cuidados Pós-Operatórios: a monitori-
poderá ser feita através de: 1 - Estimulo zação da função respiratória é vital por-
isolado; 2 - Seqüência de 4 estímulos; que muitas vezes a resposta ao estímulo
3 - Estímulo em dupla salva78. de nervo periférico pode estar normal,
Como o paciente miastênico tem número mas o paciente está incapaz de respi-
de receptores colinérgicos diminuídos rar93. Alguns parâmetros podem ser utili-
apresenta resposta anormal para os blo- zados na avaliação destes pacientes: 1)
queadores neuromusculares79. Essa al- História de doença respiratória crônica,
teração na membrana pós-sináptica sem relação com a provocada pela mias-
torna os pacientes resistentes aos blo- tenia; 2) Capacidade vital menor do que
queadores neuromusculares despolari- 2,9 L, antes da cirurgia; 3) Paciente em
zantes (decametônio e succinilcolina) e uso de 750 mg/dia ou mais de piridostig-
sensíveis aos bloqueadores adespolari- mina, antes da cirurgia; 4) Duração da
zantes80-83. Essa resposta alterada se doença maior que seis anos.
mantém mesmo em pacientes com sinto-

378 Revista Brasileira de Anestesiologia


Vol. 43 : Nº 6, Novembro - Dezembro, 1993
MIASTENIA GRAVIS: IMPLICAÇÕES ANESTÉSICAS

Se o paciente está acordado, con- body formation in myasthenia gravis. Ann N Y


seguindo sustentar a cabeça por mais de 20 Acad Sci, 1981; 377: 882-3.
segundos, com uma força inspiratória de -25 cm 07. Behan PO, Shields J - Genetics. In: Lisak R, Barchi
R (Eds). Myasthenia Gravis. WB Saunders, Phila-
de água, geralmente apresenta adequada re-
delphia, 1982; 37-50.
missão do bloqueio neuromuscular, podendo 08. Müller, Hermclink HK, Kirchner T et al - Thymic
ser extubado. myoid cells-stimulants and/or Targets of autoim-
Acreditamos que a escolha de agentes mune myasthenia gravis. In: De Baets MH, Dos-
anestésicos de curta duração e sem metabólitos terhujs HJGH, Toyka KV, Monographs in Allergy,
ativos e um bloqueador neuromuscular de Myasthenia Gravis, Krager, New York, 1988; 25:
duração intermediária, cujas doses sejam ad- 68-74.
ministradas de acordo com a avaliação do blo- 09. Berrih-Aknin S, Morel E, Raimond F et al - The role
of the thymus in myasthenia gravis: immunohis-
queio da junção neuromuscular pelo estímulo
tological and immunological studies in 115 cases.
de nervo periférico, favorecerá uma recu-
Ann N Y Acad Sci, 1987; 505: 50-70.
peração e extubação precoce destes pacientes, 10. Mulder DG, Herrmann C Jr, Keesey J et al -
que deverão ser mantidos em vigilância con- Thymectomy for myasthenia gravis. Am J Surg,
tínua nos primeiros dias do pós-operatório. 1983; 146: 61.
11. Stanley EF, Drachman DB - Stabilization of acetyl-
choline receptors at neuromuscular functions:
Souza Neto EP, Módolo NSP - Miastenia analysis by specific antibodies. Ann. N Y Acad Sci,
Gravis: Implicações Anestésicas 1987; 505: 121-32.
12. Fambrough DM, Drachman DM - Neuromuscular
Unitermos: CIRURGIA, Endócrina: timec- function in myasthenia gravis decreased acetyl-
tomia; COMPLICAÇÕES: Crise choline receptors. Science, 1973; 182: 293-95.
Colinérgica, Miastenia Gravis; RE- 13. Ito YR, Vicent A, Davis NJ - Acetylcholine receptors
L A X A N T E S N E U R O M U S C U- and endplate electrophysiology in myasthenia gra-
LARES: atracúrio, vecurônio, vis. Brain, 1978; 101: 345-68.
succinilcolina 14. Engel AG, Lindstrom JM, Lambert EH et al - Ultras-
tructural localization of the acetylcholine receptor
in myasthenia gravis and in its experimental
REFERÊNCIAS autoimmune model. Neurology, 1977; 27: 307-
315.
01. Drachman DB - Myasthenia gravis. N Engl J Med, 15. Changeux JP, Denvillers A, Chemouhm - Acetyl-
1978; 298: 136-42. choline receptors: An allosteric protein. Science,
02. Drachman DB, De Silva S, Ramsay D, Pestronk A 1984; 225: 1335-45.
- Humoral pathogenesis of myasthenia gravis. Ann 16. Engel AG, Santa T - Histometric analysis of the
N Y Acad Sci, 1987; 505: 90-105. ultrastructure of the neuromuscular function in my-
03. Patrick JL and Lindstrom J - Autoimmune response asthenia gravis and in the myasthenic syndrome.
to acetylcholine receptor. Science, 1973; 180: 871- Ann N Y Acad Sci, 1971; 183: 46-63.
872. 17. Wessler I - Control of transmitter release from the
04. Drachman DB, Adams RN, Josifek LF and Self SG protor nerve by presynapic nicotinic and mus-
- Functional activities of autoantibodies to acetyl- carinic autoreceptors. Trends in Pharmacol Sci
choline receptors and the clinical severity of myas- (Tips), 1989; 10: 110-4.
thenia gravis. N Engl J Med, 1982; 307: 769-775. 18. Bowman WC - Prejunctional and posjunctional
05. Lindstrom JM, Seybold ME, Lenon VA et al - cholinoceptors at the neuromuscular function. An-
Antibody to acetycholine receptor in myasthenia esth. Analg., 1980; 59: 935-43.
gravis. Prevalence, clinical correlates and diag- 19. El mgvist D, Hofmann W, Kugelberg J et al - An
nostic value. Neurology, 1976; 26: 1054-9. electrophysiological investigation of neuromuscu-
06. Shinomiya N, Segawa M, Yata I - In vitro study of lar transmission in myasthenia gravis. J Physiol,
T-cells regulating anti-acetylcholine receptor anti- 1964; 174: 417-34.
20. Sanders DB - The electrodiagnosis of myasthenia

Revista Brasileira de Anestesiologia 379


Vol. 43 : Nº 6, Novembro - Dezembro, 1993
SOUZA NETO E MÓDOLO

gravis. Ann N Y Acad Sci, 1987; 505: 539-55. 35. John TR - Long-term corticosteroid treatment of
21. Miller J D, Leec - Muscle Diseases. In Anesthesia myasthenia gravis. Ann N Y Acad Sci, 1987; 505:
and uncommon diseases (Eds J Katz, J Benu- 568-83.
moff). Ed Philadelphia, 1990; 615-22. 36. Evoli A, Tonalli P, Scoppetta C et al - Myasthenia
gravis in the elderly: report of 37 cases. J Am
22. Andreoli T E, Carpenter C, Plum F - Distúrbios Geriatr Soc, 1983; 31: 352.
sensitivos-motores. Cecil - Med Interna Básica. Ed 37. Castromovo S, Krohel GB, Kristan RW - Blepharop-
Guanabara, 1988; 579-580. tosis in myasthenia gravis. Ann Ophthalmol, 1983;
23. Takamori M, Okumura S, Yasuda A - Pre-synaptic 15: 751.
modification of neuromuscular transmission by an- 38. Nocite JR - Miastenia Gravis e anestesia. Rev Bras
tiacetylcholine receptor antibody: Myasthenic se- Anestesiol, 1990; 40: 443-44.
rum and monoclonal antibody produced by 39. Toyka KV - Myasthenia gravis. In Richard T.
transformed lymphocytes. Neurology, 1986; 36: Johnson (ed). Current therapy in neurologic dis-
942-47. ease. Philadelphia. BC Decker Inc, 1990; 385-91.
24. Engel AG - Myasthenia gravis. In Vinken P. J. Bruyn 40. Matell G - Immunosuppresive drugs: Azathioprine
G. W. eds. Handbook of clinical neurology. Vol in the treatment of myasthenia gravis. Ann N Y
(41). New York. Elsevier Science Publishing (North Acad Sci, 1987; 505: 588-94.
Holland), 1979, 95-145. 41. Drachman DB, Adams RN, Pestronk A et al -
25. Osserman KE, Genkins G -Studies on myasthenia Treatment of experimental myasthenia gravis with
gravis. Review of a twenty-year experience in over cyclosporin-A. Clin Immunol Immunopathol, 1985;
1200 patients. M. Sinai. J. M., 1971; 38: 497-537. 34: 174-188.
26. Grob D, Arsura EL, Brunner NG - The course of 42. Thorlacius S, Aarli JA, Jacobsen H et al - Plasma
myasthenia gravis and therapies affecting out- exchange in myasthenia gravis - clinical effects.
come. Ann N Y Acad Sci, 1987; 505: 472-99. Acta Neurol Scand, 1985; 72: 464-468.
27. Dubowitz V - Myasthenia gravis. In: Dubowitz V. 43. Sanders DB, Howard J, Johns TR - Plasma ex-
(ed) Muscle disorders in childhood. WB Sannders change in the treatment of myasthenia gravis. In
Company Ltd, Philadelphia, 1978; 191-201. Schotland (ed). Disorders of the motor unit. New
28. Davies DW, Steward DJ - Myasthenia gravis in York: Wiley, 1982: 299-304.
children and anesthetic management for thymec- 44. Kornfeld P, Ambinder BP, Mittag T et al - Plas-
tomy. Can Anaesth Soc J, 1973; 20: 253. mapheresis in refractory generalized myasthenia
29. Usta N, Baraka A - Undiagnosed myasthenia gravis gravis. Arch Neurol, 1981; 38: 478-481.
in a parturient undergoing cesarean section - ma- 45. Dan P - Plasmapheresis therapeutics or experi-
ternal and neonatal complications. Middle East mental procedure? Arch Neurol, 1984; 41: 647-
Journal of Anesthesiology, 1984; 7: 277-81. 653.
30. Baraka A - Anaesthesia and myasthenia gravis. 46. Reimann PM, Marron PD - Plasmapheresis: Tech-
Can J Anaesth, 1992; 39: 476-486. nique and complications. Intensive Care Med,
31. Tindal RSA, Rollins JA, Phillips JT et al -Prelimi- 1990; 16: 3-10.
nary results of a double blind randomized placebo 47. Seybold ME - Plasmapheresis in myasthenia gra-
controlled trial of cyclosporine in myasthenia gra- vis. Ann N Y Acad Sci, 1987; 505: 584-7.
vis. New Engl J Med, 1987; 316: 719. 48. Trorlacius S, Lefvent AK, Aarli JA et al - Plasma
32. Taylor P - Anticholinesterase agents. In Goodman exchange in myasthenia gravis: effects on anti-
L. S., Gilman A. The Pharmacological basis of Achr antibodies and other autoantibodies. Acta
therapeutics. 8 ed, New York, Pergamon Press, Neurol Scand, 1986; 74: 486-490.
1990: 145-147. 49. Oosterhuis HJ, Limburg PC, Hummel TE - The T-H
33. Engel AG, Lambert EH, Santa T - Study of long Antiacetylcoline receptor antibodies in myasthenia
term anticholinesterase therapy. Effects on neuro- gravis part 2, clinical and serological follow-up of
muscular transmission and on motor endplate line individual patients. J Neuro Sci, 1983; 58: 371-
structure. Neurology, 1973; 23: 1273-81. 385.
34. Osserman KE, Genkins G - Critical reappraisal of 50. Olanow CW, Wechiler AS, Sirotkin M et al -
the use of edrophonium chloride test in myasthenic Thymectomy as primary therapy in myasthenia
gravis and significance of clinical classification. gravis. Ann N Y Acad Sci, 1987; 505: 595-606.
Ann N Y Acad Sci, 1966; 135: 312-326. 51. Consensus Conference. The utility of the rapentics

380 Revista Brasileira de Anestesiologia


Vol. 43 : Nº 6, Novembro - Dezembro, 1993
MIASTENIA GRAVIS: IMPLICAÇÕES ANESTÉSICAS

plasmapheresis for neurological disorders. JAMA, 1971; 190: 499-508.


1986; 256: 1333-1337. 66. Foldes F, McNail PC - Myasthenia gravis: a guide
52. Lindstrom JS, Tzarios W, Hochschwender L et al - for anesthesiologists. Anesthesiology, 1962; 23:
Use of Monoclonal antibodies to study acetyl- 837-871.
choline receptors from electric organs, muscle,
and brain, and the autoimmune response to recep- 67. Dalad FY, Bennett EJ, Gegg WS - Congenital
tor in myasthenia gravis. Cold Spring Harbor Sym- Myastenia gravis and minor surgical procedures.
posium on Quant Biol, 1983; 48: 89-99. Anaesthesia, 1972; 27: 61.
53. Schenbeck S, Dwyer DS - Regulation of the im- 68. Loach AB, Young AC, Spalding JM et al - Postop-
mune response to acetylcholine-receptor after in- erative management after thymectomy. Br Med J,
jection of anti-idiotypic antibodies. Immunobiology, 1975; 1: 309.
1984; 168: 184. 69. Gracey DR, Divertie MB, Howard FM et al - Post-
54. Agius M, Richman DP - Suppression of develop- operative respiratory care after transternal
ment of experimental autoimmune myasthenia thymectomy in myasthenia gravis A 3-year experi-
gravis with isogenic monoclonal antiidiotypic anti- ence in 53 pacients Chest, 1984; 86: 67.
body. J Immunol, 1986; 137: 2195-2198. 70. Girnar DS, Weinreich AL - Anesthesia for tran-
55. De Silva SJ, Brum KR, Order S et al - Treatment of scervical thymectomy in myasthenia gravis. An-
experimental myasthenic gravis with total lym- esth Analg, 1976; 55: 13-17.
phoid irradiation. Clin Immunol Immunopathol. In 71. Saraiva PA - Repouso da função neuromuscular
press. no tratamento de crises miastênicas e colinérgi-
56. De Silva SJ, Brum J, Order S et al - Total lymphoid cas. Arq Neur Psiq, São Paulo, 1968; 26: 93-104.
irradiation and antigen-specific tolerance. Neuro-- 72. Corbett CE, Cremonesi E, Leitão FB et al - Anest-
logy, 1988; 38: 376. esia geral. In: Corbett C E Farmacodinâmica. 6ed,
57. McIntosh KR, Drachman DB - Induction of suppres- Guanabara Koogan, 1982; 8: 356-402.
sor cells specif for acetylcoline receptor in experi- 73. Wylie WD, Churchill-Davidson HC - Anestesiolo-
mental autoimmune myasthenia gravis. Science, gia. Guanabara Koogan, 1974; 606-625.
1986; 232: 401-403. 74. Braz JRC - Anestesia intravenosa in: Braz JCR,
58. Souroufon MC, Fuchs - Antiidiotypic antibodies in Castiglia YMM - Temas de Anestesiologia. Ed
the regulation of experimental autoimmune myas- Unesp, 1992; 4: 45-59.
tenia gravis. Ann N Y Acad Sci, 1987; 505: 256- 75. Churchill-Davidison HC - Myasthenia gravis in: A
270. Practice of Anaesthesia. 5ed. London, 1984; 739-
59. Taha AM, Haddad R, Allam C et al - The thymus 40.
and myasthenia gravis. Middle East Journal of 76. Nilsson E, Palohermo M, Muller K et al - Halothane-
Anesthesiology, 1981; 6: 99-112. induced variability in the neuromuscular transmis-
60. Younger DS, Jaretzki JJ, Penn AS et al - Maximum sion of pacients with myasthenia gravis. Acta
thymectomy for myasthenia gravis. Ann N Y Acad Anaesthesiol Scand, 1989; 33: 395-401.
Sci, 1987; 505: 832-5. 77. Wald BE - Decrease in dose requirement of d-
61. Olanow CW, Lane RJ, Roses AD - Thymectomy in tubocurarine by volatile anesthetics. Anaesthesiol-
late-onset myasthenia gravis. Arch Neurol, 1982; ogy, 1979; 51: 298-302.
39: 82-83. 78. Baraka A, Tabboush Z - Neuromuscular response
62. Spence PA, Morin JE, Katz M - Role of plasmapher- to succinylcholine-vecuronium sequence in three
esis in preparing myasthenic patients for thymec- myasthenic patients undergoing thymectomy. An-
tomy. Initial results. Can J Surg, 1984; 27: 303. esth Analg, 1991; 72: 827-30.
63. Younger DS, Braun NM, Jaretzki A III et al - Myas- 79. Churchill-Davidson HC, Richardson AT -
thenia gravis: determinants for independent venti- Neuromuscular transmission in myasthenia gra-
lation after transternal thymectomy. Neurology, vis. J Physiol, 1953; 122: 252-63.
1984; 34: 336. 80. Meyers EF - Partial recovery from pancuronium
64. Argov Z, Mastaglia FL - Medical Intelligence - Drug neuromuscular blockade followig hydrocortisone
therapy. N Engl J Med, 1979; 301: 8. administration. Anesthesiology, 1977; 46: 148-
65. Ringavist L, Ringavist T - Respiratory mechanics 150.
in untreated myasthenia gravis with special refer- 81. Baraka A - Suxamethonium block in the myas-
ence to the respiratory forces. Acta Med Scand, thenic patient-correlation with plasma choli-

Revista Brasileira de Anestesiologia 381


Vol. 43 : Nº 6, Novembro - Dezembro, 1993
SOUZA NETO E MÓDOLO

nesterase. Anaesthesia, 1992; 47. 849-51.


82. Lake CL - Curare sensitivity in steroid-treated 88. Baraka A, Dafam A - Atracurium in myasthenics
myasthenia gravis. A case report. Anesth Analg, undergoing thymectomy. Anesth Analg, 1984; 63:
1978; 53: 132-134. 1127-30.
89. Smith CE, Donati F, Bevan DR - Cumulative dose-
83. Wand BE, Wand DR - The relation between tetanic response curves for atracurium in patients with
jade and receptor occlusion in the presence of myasthenia gravis. Can J Anaesth, 1989; 36: 402-
competitive neuromuscular block. Anesthesiology, 6.
1971; 35: 456-64. 90. Nillson E, Meretoja OA - Force and EMG-re-
84. Baraka A, Afifi A, Muallem M - Neuromuscular sponses of vecuronium in myasthenia gravis. An-
effects of halothane, suxamethonium, and aesthesio--logy, 1989; 71: A 812.
tubocurarine in a myasthenic undergoing thymec- 91. MacDonald AM, Keen RI, Pugh ND - Myasthenia
tomy. Br J Anaesth, 1971; 43: 91-5. gravis and atracurium. Br J Anaesth, 1984; 56:
85. Abel M, Eisenkraft JB, Patel N - Response to 651-53.
suxamethonium in a myasthenic patient during 92. Eagan BM, Flynn PJ - Infusion of atracurium for
remission. Anaesthesia, 1991; 46: 30-2. long surgical procedures. Br J Anaesth, 1984; 56:
86. Eisenkraft JB, Book J, Mann SM et al - Resistance 447-451.
to succinylcholine in myasthenia gravis: a dose 93. Pavlin EG, Holle RH, Schoene RB - Recovery of
response study. Anesthesiology, 1988; 69: 760-3. airway protection compared with ventilation in hu-
87. Baraka A, Wakid N, Manson R et al - Effect of mans after paralysis with curare. Anesthesio--logy,
neostigmine and pyridostigmine on the plasma 1989; 70: 381-5.
cholinesterase activity. Br J Anaesth, 1981; 53:

382 Revista Brasileira de Anestesiologia


Vol. 43 : Nº 6, Novembro - Dezembro, 1993

Você também pode gostar