Você está na página 1de 19

EXCELENTÍSSIMO(S) SENHOR(ES) DOUTOR(ES) DESEMBARGADOR(ES) DA

4ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO


ESTADO DE SÃO PAULO

Processo nº. 1026772-51.2022.8.26.0506

DENIS CLAYTON PEREIRA DE LUCENA, devidamente

qualificado nos autos da AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO, que move em face de

NATHÁLIA DA CUNHA LAU DE LUCENA, também devidamente qualificada nos

autos em epígrafe, vem, respeitosamente, apresentar os MEMORIAIS DO

AGRAVO DE INSTRUMENTO DA SUSTENTAÇÃO ORAL, nos termos a seguir

expostos.

Termos em que
Pede deferimento.

Ribeirão Preto, 30 de janeiro de 2023.


MEMORIAIS DO AGRAVO DE INSTRUMENTO

AGRAVANTE: DENIS CLAYTON PEREIRA DE LUCENA

AGRAVADA: NATHÁLIA DA CUNHA LAU DE LUCENA

AUTOS: 1026772-51.2022.8.26.0506

ORIGEM: 2ª VARA DA FAMÍLIA E SUCESSÕES DE RIBEIRÃO PRETO - SP

EGRÉGIO TRIBUNAL

COLENDA CÂMARA

ÍNCLITOS JULGADORES

DA MUDANÇA DE DOMICÍLIO DA INFANTE:

O domicílio da Agravada nestes últimos 05 (cinco) anos


foi Ribeirão Preto e, nos 05 (cinco) anteriores foi Taubaté. Percebe-se que há
muito tempo ela não tem vínculo com Minas Gerais. Ademais, foi na cidade de
Ribeirão Preto o domicílio do casal e, neste município, sempre foi o domicílio da
filha do casal.

Neste cenário, é importante entender o verdadeiro motivo


para a Agravada solicitar: a) a guarda unilateral e b) a mudança de domicílio da
filha do casal.
Motivo: A Agravada pediu para que o Agravante a
sustentasse financeiramente, mesmo após o divórcio, inclusive ela pediu
demissão do hospital que trabalhava. Como ele disse que não teria condições
financeiras e, também, não seria justo. Ela disse que distanciaria a filha dele,
levando-a para Minas Gerais.

Diante disso, a Agravada transformou o divórcio numa


guerra para ter a guarda unilateral da filha e ter o poder de decidir onde será
fixado o domicílio da infante. Com isso, o poder de pressionar o Agravante
aumentaria.

Para relembrar um dos pontos mais baixos, a Agravada,


indevidamente se apossou de um relatório médico do Agravante usado no
concurso da magistratura paulista, onde consta que ele possui visão monocular;
e alegou, preconceituosamente que ele não poderia exercer a guarda da filha
porque, sendo portador de deficiência visual, tal situação causaria risco à infante
dirigindo veículo.

E, sucessivamente nos autos em geral, o Agravante vêm


sofrendo violência psicológica (ataques, ameaça de mudança de domicílio da filha
do casal, petição infundadas de bloqueio de bens, desrespeito aos dias de
visitação, alegação de falta de dinheiro) que, se fosse ao contrário, certamente ele
teria seu comportamento enquadrado na Lei Maria da Penha. No entanto, como é
o homem que está sofrendo, nenhuma advertência foi aplicada a ela até o
momento.
Para exemplificar a pressão psicológica por conta de
dinheiro, entre os dias 10/12/2022 e 23/01/2023, fora outros dinheiros pagos
por fora, o Agravante pagou mais de R$ 13.000,00 (treze mil reais) a título de
pensão alimentícia para sua filha, considerando o décimo terceiro. Ocorre que a
Agravada gastou todo o valor referente ao mês de dezembro com ela e, quando foi
receber o valor de janeiro/2023, reclamou.

Neste cenário de pressão que vive o Agravante desde o


pedido de divórcio, cedendo a várias imposições dela para não perder o contato
com a filha. E, se ela conseguir ter em suas mãos a possibilidade de mudança de
domicílio unilateralmente, terá um direito puramente potestativo para manipular,
ainda mais, o Agravante.
Percebam, Nobres Julgadores, que a decisão que fixou
cautelarmente o domicílio da filha do casal na cidade de Ribeirão Preto foi
motivada e fundamentada e merece ser referendada, pois foi constatado que não
havia nos autos nenhum motivo que justificasse a mudança de domicílio da filha
do casal, restando claro que seria para manipular e se vingar do Agravante por
não aceitar dar-lhe mais dinheiro.

Afora isso, o juízo monocrático considerou as informações


e provas dos autos que demonstraram ao longo dos autos que a Agravada não se
importava em promover atos de violência psicológica contra a infante, se
tais atos conseguissem causar dor no Agravante e retirar dinheiro
indevidamente dele.
Essa proteção à filha do casal somente foi possível
porque o Agravante, por ser um pai presente, após constatar as violências,
comunicou-as ao juízo monocrático que, com base nas informações trazidas
corroboradas por mensagens de whatsapp, emails e histórico de ligações, decidiu
pela fixação do domicílio da infante no município de Ribeirão Preto/SP, pois
é o que melhor atende aos Princípios do Melhor Interesse da Criança, da
Prioridade absoluta e da Proteção Integral.

Além disso, a decisão levou em consideração as condutas


praticadas pela Agravada e sua genitora na presença da infante que se
assemelham a conduta de pessoas que possuem as doenças psicológicas
borderline e bipolaridade, por exemplo, xingamentos, agressões verbais mútuas
e, o pior de tudo, que tais atos são praticados na frente da infante, causando-lhe
flagrante violência psicológica. Na verdade, pelas razões expostas, não se sabe
sequer se a moradia da infante com a mãe é a melhor opção, de qualquer modo o
que se tem certeza é que a presença constante do Agravante na figura de pai é
peça fundamental na vida da infante, pois ela é muito vulnerável ao descontrole
psicológico e financeiro da Agravada.

Apenas para enfatizar a questão de Ribeirão Preto ter


sido escolhida a cidade domicílio da Agravada há muito tempo, o domicílio da
Agravada nos últimos 10 (dez) anos não foi em Minas Gerais, mas sim no Estado
de São Paulo, especialmente em Ribeirão Preto, onde já trabalhou em 04
(quatro) hospitais e 01 (uma) clínica de vacinação. Além de ser nesta cidade que
ela estabeleceu sua empresa de consultoria materno infantil denominada
Materbela.
Outro ponto, não menos relevante, é o fato de a
Agravada, por motivos pisológicos que não se sabe explicar, não demonstrar
comprometimento com os empregos que firma contrato de trabalho, pois está
constantemente mudando de serviço, culminando com sua instabilidade
financeira. E, a despeito da Materbela ser empresa de sua propriedade, ela
também não demonstra grande comprometimento. Assim, a Agravada vislumbrou
no Requerente a possibilidade de ela ser sustentada financeiramente; e para
alcançar seu objetivo está usando a filha do casal, sem analisar a importância do
Agravante na vida de sua filha.
Já em relação à alegação de que a mudança seria para
ficar próximo aos genitores dela, é importante destacar que eles são aposentados
e, por não terem imóvel próprio, por mais de 02 (duas) vezes já alteraram o
domicílio entre Passos/MG e Ribeirão Preto/SP, sobretudo, neste último
município porque o pai da Requerida é tratado no Hospital das Clínicas de
Ribeirão Preto.

Como se pode notar, a Agravada não demonstrou em


nenhuma passagem que a mudança de domicílio da infante trará benefício para a
filha do casal, mas sim exclusivamente para ela e, mesmo assim, são todos
circunstanciais e outros até inverídicos, como já se comprovou em relação à
questão financeira.

Considerando todo o cenário, já neste momento é possível


antever, que a fixação definitiva do domicílio da infante em Ribeirão
Preto/SP é o que melhor atende o interesse da filha do casal. Então, com maior
razão, deve ser mantida a fixação cautelar do domicílio da infante em
Ribeirão Preto, pois, neste momento, as informações que compõem os autos
demonstram que até mesmo a questão da moradia da infante com a Agravada
não se tornou definitiva.
De mais a mais, resta claro que além de amor, carinho e
presença, neste município o Agravante consegue proteger melhor a sua filha,
amortizando os descontroles emocionais da Agravada, sobretudo, os atos de
alienação parental sofridos pela infante, os quais foram reduzidos após o
Agravante adotar a postura de comunicar todos ao Poder Judiciário, mas não
extintos.
Nesta senda. quanto maior for a presença do Agravante
na vida de sua filha, maior será o grau de proteção para a infante. Sem prejuízo
de que, sua atuação de oficial de justiça federal é mais producente aos finais de
semana, portanto, não poderá visitar com frequência sua filha noutro Estado.
Com issoo, a mudança de domicílio, necessariamente reduzirá o contato familiar
entre pai e filha de 10 (dez) vezes por mês para 12 (doze) vezes por ano.

Como se pode notar, por todos os ângulos que se analisa


o caso, a mudança de domicílio é prejudicial à filha do casal, mas é pleiteada
como mecanismo de vingança pelo fato de o Agravante ter discordado de
sustentar, ainda mais, financeiramente a Agravada. Essa fala faz sentido, pois a
pensão alimentícia da infante já sustenta a Agravada, afinal de contas só nos
últimos 50 (cinquenta) dias a infante recebeu R$ 13.000,00 (treze mil reais), com
certeza se a Agravada for prestar contas não conseguirá comprovar que gastou
exclusivamente com a infante.

Outro ponto crucial é que os atos de alienação parental


de distanciar o Agravante de sua filha, ainda, não cessaram. Para exemplificar
o último ocorrido, a Agravada viajou para Minas Gerais no dia 20/01/2023 e até
a presente data não retornou, desrespeitando 03 (três) dias de visita,
encaminhando-se para o quarto dia, que foi estipulado judicialmente. A Agravada
limita-se a enviar mensagens de última hora inventando situações para justificar
o desrespeito ao direito de visita dele. Absurdo!!

Em suma, não há justificativas nos autos para modificar


o domicílio da infante de Ribeirão Preto, muito pelo contrário, foram apresentados
vários motivos que justificam a sua permanência na referida cidade, que sempre
foi o domicílio da filha do casal.

RENDIMENTOS LIQUIDOS - SOBRE


AUXÍLIO/VALE/CESTA ALIMENTAÇÃO NÃO INCIDE A PENSÃO
ALIMENTÍCIA:

Em que pese o reconhecido conhecimento jurídico do


juízo monocrático, o Nobre Julgador tem um posicionamento a respeito do tema
que destoa do entendimento consolidado tanto no Superior Tribunal de
Justiça quanto no Egrégio Tribunal de Justiça. Isso porque o Magistrado
entende que a pensão alimentícia deve incidir sobre o auxílio/vale/cesta
alimentação, tendo decidido desta forma na decisão agravada.

Com a máxima vênia, a decisão deve ser reformada.

Isto porque o auxílio/vale/cesta alimentação se trata de


verba presumidamente indenizatória, consoante entendimento do Poder
Judiciário.

Aliás, é fácil compreender tal entendimento de


presunção, já que o beneficiário do auxílio alimentação necessita de se
alimentar para sobreviver e exercer sua atividade profissional.

Além disso, a necessidade/incentivo de ser pago auxílio


alimentação pelo empregador vem previsto em nosso ordenamento jurídico,
especialmente pelo Art. 6º do Dec. 5/1991.

Na verdade, entende-se que atualmente é até


incontroverso que auxílio/vale/cesta alimentação não incide a pensão
alimentícia. Inclusive se trata de posição consagrada tanto no Superior
Tribunal de Justiça quanto no Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo, de forma que sequer foi encontrada uma decisão colegiada em sentido
diverso.

"Os alimentos incidem sobre verbas pagas


em caráter habitual, aquelas incluídas permanentemente no
salário do empregado.
A verba alimentar incide, portanto, sobre vencimentos,
salários ou proventos, valores auferidos pelo devedor no
desempenho de sua função ou de suas atividades
empregatícias, decorrentes dos rendimentos ordinários do
devedor.
As parcelas denominadas auxílio-acidente, cesta-
alimentação e vale-alimentação, que tem natureza
indenizatória, estão excluídas do desconto para fins
de pensão alimentícia porquanto são verbas
transitórias.STJ. 3ª Turma. REsp 1159408-PB, Rel. Min.
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 7/11/2013 (Info
533)."

"Apelação – Ação de alimentos –


Controvérsia envolvendo a base de cálculo – Incidência da
pensão apenas sobre verbas incluídas permanentemente no
salário do empregado, decorrentes dos rendimentos
ordinários do devedor – Exclusão de prêmios,
bonificações, comissões, participação nos lucros
(PLR), auxílio-acidente, cesta-alimentação, vale-
alimentação, vale transporte, FGTS, aviso prévio
indenizado e férias indenizadas da base de cálculo –
Possibilidade, contudo, de computar a pensão sobre férias,
adicionais noturnos, de periculosidade, de insalubridade e
por tempo de serviço - Manutenção da decisão nos demais
pontos - Provimento, em parte.
(TJSP; Apelação Cível 0016870-22.2020.8.26.0002; Relator
(a): Enio Zuliani; Órgão Julgador: 4ª Câmara de Direito
Privado; Foro Regional II - Santo Amaro - 8ª Vara da
Família e Sucessões; Data do Julgamento: 27/09/2021;
Data de Registro: 27/09/2021)

Assim, nos termos da legislação em vigor e


do entendimento jurisprudencial consagrado, a pensão alimentícia fixada
não deve incidir sobre o auxílio alimentação da folha de pagamento do
Agravante, devendo ser reformada a decisão combatida.

REGULAMENTAÇÃO DE VISITA E CONVIVÊNCIA COM A FILHA:


O pedido de regulamentação de visita e
convivência com a filha foi feito com fundamento no Princípio do menor
interesse da infante.

Isto porque o Genitor e sua filha são muito


unidos, sendo ambos muito presente um na vida do outro, inclusive o
distanciamento inicial causado pela Agravada ocasionou sofrimento emocional
tanto para a filha do casal quanto para o Agravante e, como foi explicado no
tópico do domicílio, quanto maior a presença do Autor, maior é a
proteção da infante.

Não há nada nos autos que se contraponha


ao pleito, por essa razão requer-se o seu acolhimento.

DA PENSAÕ ALIMENTÍCIA DA INFANTE:

O arbitramento fixado provisoriamente de 25% sobre o


vencimento destoa da necessidade da infante, como se pode notar da tabela de
despesas. O valor líquido recebido pela infante supera, por exemplo, a
remuneração inicial de um escriturário do banco do brasil, demonstrando
flagrantemente que o dinheiro está sendo usado para, também, sustentar a
Agravada. Vejamos:
De fato, a Agravada pleiteia pensão alimentícia para a
filha do casal de forma totalmente apartada da lei, lançando na planilha gastos
irreais como: despesas superfaturadas, despesas falsas/inexistentes e, por
arremate, traz despesas pessoais da própria Agravada, tendo a audácia de dizer
que uma criança de 02 (dois) anos custa mensalmente R$ 7.220,00 (sete mil
duzentos e vinte reais).

O arbitramento de pensão alimentícia de uma criança


deve levar em consideração o binômio (necessidade/possibilidade), conforme
preceituam os Arts. 1.694 a 1.696 do Código Civil. Esses requisitos alinhados à
proporcionalidade formam a bússola orientadora da estipulação da pensão
alimentícia.

Neste cenário, primeiramente vamos analisar a real


necessidade da infante. (Destaque que o Agravante considerou nas despesas uma
escolinha de alto padrão, pois tem escola mais barata. Lembrando que atualmente
sequer a filha está matriculada na escolinha, pois a Agravada a retirou )

D V M M
DESPESAS VALOR TOTAL MEAÇÃO PAI MEAÇÃO MÃE

A R R R
ALIMENTAÇÃO R$ 600,00 R$ 300,00 R$ 300,00
F R R R
FARMÁCIA R$ 200,00 R$ 100,00 R$ 100,00
F R R R
FRALDAS R$ 220,00 R$ 110,00 R$ 110,00

L R R R
LEITE R$ 100,00 R$ 50,00 R$ 50,00

M R P P
MORADIA TOTAL R$ 1.800,00 (50% Parte da Infante Parte da Infante
DA INFANTE) R$ 450,00 R$ 450,00
R
$ 900,00
V R R R
VESTUÁRIO R$ 250,00 R$ 125,00 R$ 125,00

L R R R
LAZER R$ 250,00 R$ 125,00 R$ 125,00

P R R R
PLANO DE SAÚDE R$ 400,00 R$ 200,00 R$ 125,00
E ODONTOLÓGICO
E R R R
ESCOLINHA/BABÁ R$ 1.300,00 R$ 650,00 R$ 650,00
(quando a infante
estiver uma)

T R R R
TOTAL DAS R$ 4.220,00 R$ 2.110,00 R$ 2.110,00
DESPESAS
EXCLUSIVAS DA
INFANTE
Assim, com base no requisito da necessidade, concluímos
que a filha do casal, vivendo em ótimo padrão social, terá como despesa a quantia
de R$ 4.220,00 (quatro mil duzentos e vinte reais) e que a meação para os
pais é de R$ 2.110,00 (dois mil cento e dez reais).

Ciente da necessidade da infante, passemos ao requisito


da possibilidade de o Autor pagar a meação dele e qual o percentual do
vencimento dele para atingir sua quota parte. Neste ponto, chegamos à
conclusão de que o arbitramento de 15% (quinze por cento) sobre o valor do
vencimento líquido do Autor é o suficiente para atender binômio
necessidade/possibilidade da pensão alimentícia, pois com o advento da
primeira parcela do aumento salarial de fevereiro de 2023, este percentual
representará em torno de R$ 2.535,00 (dois mil quinhentos e trinta e cinco reais)
e que vai aumentar proporcionalmente com a implementação dos aumentos
futuros já autorizados.

Dessa forma, torna-se evidente que o percentual de 15%


(quinze por cento) já atinge e supera a necessidade da filha do casal. Acrescente-
se, ainda, que fora este percentual o Autor custeará integralmente o plano de
saúde e odontológico de sua filha no Estado de São Paulo, nos termos da
parceria firmado entre o sindicato de sua categoria e o plano de saúde, que
atualmente é a Unimed (sem co-participação).

Neste cenário (15% de pensão alimentícia sobre o


vencimento líquido do Autor + o pagamento "in natura" dos planos médico e
odontológico), do total de despesas da filha R$ 4.220,00 (quatro mil duzentos e
vinte reais), o Autor estará pagando uma quantia que se aproxima a 75% das
despesas da infante.

Assim, considerando o fato novo do aumento de seu


vencimento em decorrência da aprovação do aumento salarial e da
progressão do Autor no plano de carreira, requer-se que seja arbitrada a
pensão alimentícia em (15% de pensão alimentícia sobre o vencimento líquido
do Autor + o pagamento "in natura" dos planos médico e odontológico do
Estado de São Paulo), pois tal quantia corresponderá a 75% das despesas da
infante, ficando demonstrado claramente que se aplicou o trinômio (necessidade;
possibilidade e proporcionalidade), tanto que neste contexto a Requerida ficou
com a assunção de metade da sua meação, ou seja, apenas 25% (vinte e cinco
por cento) das despesas da infante.

Subsidiariamente, por mero amor ao debate, imaginando


que pelo princípio da proporcionalidade Vossa Excelência entenda que a
proporcionalidade ideal para o caso seja 80/20, requer-se que seja aplicada da
seguinte forma (17% de pensão alimentícia sobre o vencimento líquido do
Autor + o pagamento "in natura" dos planos médico e odontológico do
Estado de São Paulo). Com isso, o Autor custeará 80% (oitenta por cento) das
despesas da infante, ao passo que a Requerida arcará com apenas 20% (vinte por
cento).
E, subsidiariamente, o Agravante não se opõe a fazer a
diminuição gradativamente, dando um prazo para a Agravada se conscientizar
que legalmente, também, tem responsabilidade financeira com a criança e
retornar ao emprego. Neste cenário, a redução seria amortizada da seguinte
forma:
a) até outubro de 2023 - (20% de pensão alimentícia
sobre o vencimento líquido do Autor + o pagamento "in natura" dos planos
médico e odontológico do Estado de São Paulo)

b) de novembro de 2023 até abril de 2024 - (17% de


pensão alimentícia sobre o vencimento líquido do Autor + o pagamento "in
natura" dos planos médico e odontológico do Estado de São Paulo)

c) a partir de maio de 2024 - (15% de pensão


alimentícia sobre o vencimento líquido do Autor + o pagamento "in natura"
dos planos médico e odontológico do Estado de São Paulo)

Essa redução se faz necessária, a uma porque que o


Autor não tem dever legal de assumir integralmente as despesas da filha do
casal, como pretende a Agravada. A duas porque o Autor tem diversas dívidas,
a primeira delas é o financiamento imobiliário que, após o período de juros no pé,
o valor é de R$ 4.669,00 (quatro mil seiscentos e sessenta e nove reais) (juntado
aos autos), consignado acima de R$ 1.000,00 (mil reais) mensais (juntada aos
autos holerite), dívidas contraídas com particulares, fora as despesas mensais
dele para sua própria mantença, tais como: alimentação, farmácia, planos médico
e odontológico, energia elétrica, água, telefone, manutenção do carro, seguro do
carro, combustível e o direito de ele ter dinheiro para constituir uma nova família
e buscar a sua felicidade.

Com efeito, arbitrar uma pensão alimentícia superior ao


percentual mencionado implicará, necessariamente em afronta ao princípio da
dignidade da pessoa humana, pois culminará com o Agravante trabalhando
exclusivamente para pagar contas, sem poder sonhar em reconstruir sua vida no
futuro.

"Ad Cautelam", na hipótese remota de desemprego do


Agravante, requer-se que fique arbitrada a quantia de meio salário mínimo a
título de pensão alimentícia.

DIVÓRCIO DIRETO:

Em que pese as partes terem formalizados acordo acerca


do divórcio, ele ainda não produziu efeitos, uma vez que o juízo monocrático
ainda não promoveu a homologação.

Assim, como foi matéria trazida no bojo do agravo de


instrumento, entende-se, salvo melhor juízo, que não foi perdido o objeto e que
não há óbice para a decretação do divórcio na forma de avocação homologatória,
inclusive já consta parecer favorável do Ministério Público, no órgão com
atribuição no juízo monocrático.

Foram os pontos dos memoriais.

Termos em que

Pede deferimento.

Ribeirão Preto, 30 de janeiro de 2023.

Você também pode gostar