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ANORMALIDADES EPITELIAIS GLANDULARES

ENDOCERVICAIS E ENDOMETRIAIS/ NEOPLASIAS


MALIGNAS METASTÁSICAS NO COLO UTERINO
Alunos: Edivan Lourenço, Jessica Cintia, Marcia
Maria e Maria da Glória
8º Período do Curso de Farmácia
Professora: Gilvania Santana
Data:11/10/2021 1
ANORMALIDADES EPITELIAIS GLANDULARES ENDOCERVICAIS E
ENDOMETRIAIS / NEOPLASIAS MALIGNAS METASTÁTICAS NO COLO
UTERINO

O adenocarcinoma representa a segunda neoplasia


maligna mais comum do colo uterino (depois do
carcinoma escamoso).
IMPORTÂNCIA DAS CÉLULAS ENDOCERVICAIS NA DETECÇÃO
DE ANORMALIDADES GLANDULARES ENDOCERVICAIS

 Na versão 2001 do Sistema Bethesda e na Nomenclatura Brasileira para


Laudos Cervicais de 2006, é norma o registro quanto à presença ou
ausência das células endocervicais ou células metaplásicas
(componentes da zona de transformação) na amostra, exceto em
pacientes submetidas anteriormente à histerectomia total. A
representatividade da zona de transformação requer o encontro de no
mínimo dez células endocervicais ou metaplásicas escamosas isoladas
ou dispostas em conjuntos. Apesar darecomendação em notificar essas
células, a sua ausência ou escassez não interfere no item considerando
a adequabilidade do espécime citológico.
ASPECTOS GERAIS DAS CÉLULAS ENDOCERVICAIS NOS
ESFREGAÇOS
CLASSIFICAÇÃO HISTOLÓGICA DO ADENOCARCINOMA
ENDOCERVICAL E LESÕES PRECURSORAS

 Adenocarcinomas, do ponto de vista histológico, são


tumores malignos que reproduzem a aparênciadas
glândulas endocervicais. A neoplasia infiltra o estroma do
colo, sob a forma de glândulas que variam de tamanho e
exibem forma irregular. Projeções papilares na superfície e
dentro das glândulas são comuns. Essas estruturas
glandulares malignas são revestidas por uma ou mais
camadas de células tumorais que são cuboidais ou
colunares, apresentam citoplasma opaco, granular e
mostram núcleos significativamenteaumentados,
hipercromáticos, com cromatina grosseiramente granular
às vezes contendo nucléolo proeminente.
CLASSIFICAÇÃO CITOLÓGICA DAS ANORMALIDADES
GLANDULARES ENDOCERVICAIS

 Considerando as anormalidades das células glandulares endocervicais,


o Sistema Bethesda 2001 inclui as seguintes categorias:
• Células glandulares endocervicais atípicas sem outra especificação
(Células epiteliais glandulares endocervicais atípicas de significado
indeterminado provavelmente não neoplásicas – Nomenclatura
Brasileira para Laudos Cervicais - 2006).
• Células glandulares endocervicais atípicas provavelmente neoplásicas
(Células epiteliais glandulares endocervicais atípicas de significado
indeterminado possivelmenteneoplásicas - NomenclaturaBrasileira para
Laudos Cervicais de 2006).
• Adenocarcinoma endocervical in situ.
• Adenocarcinoma endocervical invasivo.
 A categoria diagnóstica nominada células glandulares atípicas
de significado indeterminado (AGUS) foi introduzida pelo Sistema
Bethesda em 1988. Essa categoria foi depois renomeada para
células glandulares atípicas (AGC) para evitar confusão com a
categoria ASCUS definida com relação às células escamosas. As
células glandulares atípicas devem ser qualificadas com relação
a sua origem, se endocervical, endometrial ou indeterminada
(quando não é possível estabelecer a sua origem).

ATIPIA DE CÉLULAS GLANDULARES ENDOCERVICAIS


(AGC)
CÉLULAS GLANDULARES ENDOCERVICAIS ATÍPICAS SEM
OUTRA ESPECIFICAÇÃO (CÉLULAS EPITELIAIS
GLANDULARES
ENDOCERVICAIS ATÍPICAS DE SIGNIFICADO
INDETERMINADO PROVAVELMENTE NÃO NEOPLÁSICAS
- NOMENCLATURA
BRASILEIRA PARA LAUDOS CERVICAIS, 2006)

 Características Citológicas
• Células em agrupamentos e “tiras” com algum amontoamento e sobreposição nuclear.
• Aumento nuclear entre três a cinco v ezes a área dos núcleos das células endocerv icais
normais.
• Lev e hipercromasia nuclear.
• Mitoses raras.
• Citoplasma pode ser abundante, mas a relação nucleocitoplasmática se mostra aumentada.
• Bordas celulares distintas.
 Características citológicas
• Células em placas ou “tiras” com amontoamento e sobreposição.
• Raras rosetas ou aspecto de “plumagem” (feathering).
• Núcleos aumentados de volume com leve a moderada hipercromasia.
• Aumento da relação nucleocitoplasmática.
• Menor quantidade de citoplasma com bordas celulares mal definidas.
• Mitoses ocasionais.

CÉLULAS GLANDULARES ENDOCERVICAIS ATÍPICAS


PROVAVELMENTE NEOPLÁSICAS (CÉLULAS EPITELIAIS
GLANDULARES
ENDOCERVICAIS ATÍPICAS DE SIGNIFICADO
INDETERMINADO POSSIVELMENTE NEOPLÁSICAS -
NOMENCLATURA
BRASILEIRA PARA LAUDOS CERVICAIS DE 2006)
 Características citológicas
• “Fundo” limpo
• Celularidade moderada a abundante (células endocervicais)
• Algumas das células anormais mostrando aparência colunar
• Perda do padrão em “favo de mel”, com sobreposição dos núcleos
• Tiras ou arranjos em “paliçada” com pseudoestratificação nuclear
• Aspecto de “plumagem” (feathering) com relação às bordas do
agrupamento (protrusão nuclear)
• Arranjos glandulares ou em “roseta”. ”Rosetas” ou arranjos glandulares
correspondem a
conjuntos circulares de células com núcleos periféricos e citoplasma voltado em
direção ao centro.

ADENOCARCINOMA IN SITU
 Características citológicas
.
• Alongamento dos núcleos
• Núcleos aumentados de volume com variação do tamanho
• Aumento da relação nucleocitoplasmática
• Hipercromasia nuclear
• Cromatina grosseiramente granular
• Nucléolo pequeno ou não evidente
• Mitoses
• Apoptose. A apoptose, ou corpos apoptóticos, representam núcleos homogêneos,
condensados,
com ou sem fragmentação nuclear e citoplasma densamente eosionofílico.

ADENOCARCINOMA IN SITU
O adenocarcinoma invasivo apresenta como características
fundamentais:
1. Células individuais ou glândulas incompletas revestidas por células
parecendo morfologicamente malignas na interface do estroma;
2. Glândulas parecendo malignas circundadas por resposta
desmoplásica.
Outras situações que podem ser: 1. glândulas arquiteturalmente
complexas ramificadas; 2. padrão de crescimento cribriforme de
epitélio de origem glandular com aspecto citomorfológico maligno
destituído de estroma; 3. presença de glândulas abaixo do limite
profundo das glândulas normais.

ADENOCARCINOMA ENDOCERVICAL
INVASIVO
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a) Estroma escasso
b) Núcleos hipercromáticos sobrepostos
c) Citoplasma delicado, mal delimitado
d) Cromatina grosseiramente granular
e) Cromatina irregularmente distribuída 17
f) Nucléolos volumosos
a) Alterações reativas - processo de reparação, frequentemente
associadas a processos inflamatórios e radioterapia
b) Metaplasia tubária, principal causa de diagnósticos falso-
positivos de adenocarcinoma;
c) Pólipos endocervicais ou endometriais: núcleos volumosos e
proeminentes;
d) Células do segmento uterino inferior: representam células da
porção superior do canal endocervical, idênticas às endometriais;
e) Artefato de “escova”

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

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Na lesão intraepitelial escamosa de alto grau, é comum o
encontro de amontoamento nuclear mais acentuado no centro
dos conjuntos epiteliais. Outra característica importante é a
disposição assumida pelos núcleos das células na borda dos
agrupamentos, em paralelo (“deitados”), formando um limite bem
demarcado na lesão intraepitelial escamosa de alto grau e
distribuídos perpendicularmente, protrusos, em relação ao todo do
agrupamento, no adenocarcinoma in situ.

LESÃO INTRAEPITELIAL ESCAMOSA DE


ALTO GRAU
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a) Carcinoma in situ superfi cial e envolvendo parte da cripta endocervical
b) Agrupamento sincicial de células anormais, imaturas, com hipercromasia nuclear
c) Células de NIC 3 dispostas em arranjo glanduliforme, tipo de agrupamento que pode levar ao falso
diagnóstico de adenocarcinoma in situ
d) típico aspecto dos agrupamentos celulares em NIC 3 (células com núcleos em posição horizontal, paralelos
ao maior eixo do conjunto
e) As células anormais se distribuem em agrupamento sincicial, em alguns setores simulando arranjos
glandulares (seta).
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f) Agrupamento de células anormais exibindo sobreposição nuclear.
O objetivo do método é na verdade, o rastreamento das lesões
pré-cancerosas e malignas do colo uterino. Contudo,
eventualmente são detectados adenocarcinomas de origem
endometrial, principalmente as variantes menos diferenciadas e
mais agressivas.

ANORMALIDADES GLANDULARES
ENDOMETRIAIS

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CARACTERÍSTICAS DAS CÉLULAS
ENDOMETRIAIS NORMAIS
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As anormalidades das células
glandulares endometriais são mais
difíceis de avaliar que aquelas
relativas às células endocervicais, de
forma que a subclassificação “sem
outra especificação e provavelmente
neoplásica” não é aplicada às
primeiras.

ATIPIA DE CÉLULAS GLANDULARES


ENDOMETRIAIS
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ADENOCARCINOMA ENDOMETRIAL

É um tumor que ocorre predominantemente em mulheres pós-


menopausadas, mais comum no final da 5ª e início da 6ª décadas.
Os fatores de risco para a neoplasia incluem obesidade,
infertilidade, diabete e estímulo estrogênico prolongado.
Aproximadamente 90% das mulheres portadoras dessa neoplasia
apresentam sangramento. O tipo histológico mais comum é o
endometrioide, correspondendo aproximadamente a 60%.

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CARACTERÍSTICAS CITOLÓGICAS
DIFERENCIAIS NO ADENOCARCINOMA
ENDOMETRIAL E ADENOCARCINOMA
ENDOCERVICAL. 25
Figura 151
NEOPLASIAS MALIGNAS METASTÁSICAS

Metástases para o colo uterino ou vagina são geralmente derivadas de


adenocarcinomas. mores mais frequentemente encontrados são os adenocarcinomas de
endométrio (em mais de 30 casos), de ovário, trompas, trato gastrointestinal e da mama
(especialmente o carcinoma lobular).
Mais raramente são vistos carcinomas de bexiga, pâncreas e pulmão.
Metástases de sarcoma, mel maligno, linfoma e leucemia são ainda mais esporádicos.

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REFERÊNCIAS

Atlas de citopatologia ginecológica/ Daisy Nunes de Oliveira Lima – Brasília: Ministério da


Saúde; CEPESC: Rio de Janeiro, 2012. 204p. ; Il. ISBN 978-85-324-0031-4
Caderno de referência 1: Citopatologia Ginecológica/ André Luiz de Souza Barros, Daisy
Nunes de Oliveira Lima, Michelle Dantas Azevedo, Micheline de Lucena Oliveira – Brasília:
Ministério da Saúde; Rio de Janeiro: CEPESC, 2012. 194p. (Coleção Cadernos de
referências; 1) ISBN 978-85-324-0033-8
MARQUES, J. P. H.; COSTA, L. B.; PINTO, A. P. S.; LIMA, A. F.; DUARTE, M. E. L.; BARBOSA, A. P.
F. Células glandulares atípicas e câncer de colo uterino: revisão sistemática. Revista da
Associação Médica Brasileira, v. 57, p. 234-238, 2011.

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