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VII Curso de

Capacitação de Cuidados
Básicos em Cães de Abrigos

M.V. Blenda Araujo M. Ferreira


Residente em Patologia Clínica Veterinária - UFLA
M.V. Blenda A. M. Ferreira
● Relação humano-animal;
● Desiquilíbrio;
● Abandono e superpopulação;
● Saúde pública;
● Controle de zoonoses.

ABRIGOS como medida de


controle populacional

M.V. Blenda A. M. Ferreir


M.V. Blenda A. M. Ferreira
ABRIGOS DE ANIMAIS
Públicos (CCZ)

São locais de passagem que reúnem


animais em um espaço delimitado com
Privados
objetivo de proteção animal ou dos
seres humanos e ou para a vigilância
epidemiológica de doenças.
ONG’s

M.V. Blenda A. M. Ferreira


4 R’s dos abrigos:

R esgate seletivo
R ecuperação
R essocialização
R eintrodução na sociedade
CLÍNICA MEDICINA DE
CONVENCIONAL ABRIGOS

● Indivíduo;

● Indivíduo; ● População;

● Tutor; ● Prevenção;

● Gestão do abrigo;
● Histórico;
● Estrutura física;
● Responsáveis fixos;
● Orientação;
● Cuidado.
● Bem-estar.
AÇÕES DE UM ABRIGO

● Arquitetura adequada;

● Correto protocolo de higiene;

● Controle de doenças infecciosas;

● Promoção de bem-estar físico e

psicológico;

● Políticas internas bem definidas;

● Manutenção de registros.

Fonte: Projeto Veterinário Aprendiz Voluntário


Medidas de
biossegurança

● Mitigar a incidência;

● Identificação:

○ Rotas de infecção;

○ Susceptibilidade do hospedeiro;

○ Diminuição da circulação

M.V. Blenda A. M. Ferreira


TRIAGEM Exame clínico Diagnóstico Tratamento

Resenha
Anamnese
Exame físico geral
Exame físico especial
Exames complementáres
Animais recém-chegados

Animal doente ou identificação de sinais de


doenças infecciosas

NÃO SIM

Quarentena Isolamento

10 – 14 DIAS* 21 DIAS**
Ou até que haja cura da enfermidade

SAUDÁVEIS? SAUDÁVEIS?

SIM NÃO NÃO

Aptos para
entrar no abrigo
*Com base no estado de saúde e risco de doenças
infecciosas (incubação dos patógenos de interesse).

**Período de incubação na maioria das doenças infecciosas M.V. Blenda A. M. Ferreira


● Evitar contaminação cruzada;
● Biossegurança rigorosa;
● Uso de EPI’s;
● Área restrita;
● Saúde única.

M.V. Blenda A. M. Ferreira


Vermifugação Ectoparasiticida Vacinação
Controle
Preventivo
Admissão

Cinomose
Parvovirose
*
Hepatite Infecciosa Canina
Início

45 Dias até 20 semanas;


Intervalos de 2 a 3 semanas

1 ano de idade
Reforço

Semestral ou anual
Surtos e endemias
*Condições mórbidas e gestação
TRIAGEM Exame clínico Diagnóstico Tratamento

Resenha
Anamnese
Exame físico geral
Exame físico especial
Exames complementáres
Abordagem

• Aproximação lenta;

• Evitar contato visual direto;

• Atenção a voz;

• Diminuir o tamanho corporal;

• Ferramentas juntas ao corpo e

escondidas do animal.

Fonte:https://br.freepik.com/fotos-premium/
Postura neutra;
Relaxado olhando ou ignorando o avaliador;
Sem sinais
Amigável ou sociável;
Aproxima ou faz saudação;

Postura curvada e cauda entre as pernas;

Medo Esconde/ mantém distância;


Evita contato visual;
Orelha para trás;

Corpo diminuído e cauda entre as pernas;


Peso sobre as patas traseira;
Agressivo
Músculos tensos e cauda entre as pernas;
defensivo
Orelhas para trás e pupilas dilatadas;
Focinho elevado e mostrando os dentes.
Sinais de agressividade;
Peso apoiado nas patas dianteiras;
Agressivo
Cauda rígida e ereta;
ofensivo
Dentes à mostra;
Olha fixo e orelhas levantadas.

Adaptado de: Protocolo Shelter Quality, 2016.


ESTUDAR!

Fonte:https://br.depositphotos.com

Fonte: Google imagens


CONTENÇÃO

EXAME CLÍNICO
Contenção manual;

Física
Mordaça;
Resenha Focinheira;
Anamnese Toalha;
Exame físico geral Cambão.
Exame físico especial Fenotiazínicos;
Exames complementares Benzodiazepínicos;

Química
Diagnóstico Opióides agonistas;
Prognóstico Agonistas-antagonistas;
Alfa-2-Agosnistas;
Anestésicos dissociativos;
Anestésicos gerais.
EXAME FÍSICO
Nível de consciência
Condição
física

Fonte: https://blog.petiko.com.br/obesidade-e-a-saude-do-seu-pet/
Avaliação geral da pele

● Pelo;
● Alterações de pele;
○ Generalizadas;
○ Únicas;
○ Múltiplas;
○ Traumas x Infecciosas

Fonte:https://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2019/08/19/mais-de-960-caes-
sao-diagnosticados-com-calazar-esse-ano-em-palmas.ghtml
Parâmetros
Mucosa (coloração e brilho);
Tempo de preenchimento capilar;
Presença de corrimentos;
Linfonodos;
Turgor cutâneo;

Parâmetros vitais
Frequência cardíaca;
Frequência respiratória;
Temperatura corporal;
Pulso.
Normocorada
CONTENÇÃO (Rósea)
MUCOSA
Cianótica
(Azulada)

● Ocular;
Congesta/ hiperêmica
● Gengival; (Avermelhada)
● Genital.

Ictérica
(Amarelada)

Pálida/ hipocorada
(Esbranquiçada)
Tempo de
CONTENÇÃO preenchimento
capilar (TPC)

● Mucosa gengival.

Normal: <2s
Desidratado: 2 a 4 s
Gravemente desidratado: >5 s

***Turgor cutâneo.
Secreção ocular, nasal ou genital

Adaptado de: FEITOSA, F. L. 2020


CONTENÇÃO
LINFONODOS

Mandibular
● Mandibular; Pré-escapular
Poplíteo
● Pré-escapular;
Axilar
● Poplíteo; Inguinal

● Inguinal superficial
(macho);
Fonte: https://toegrips.com/dog-lymph-node-locations-chart/

Tamanho Sensibilidade Temperatura Consistência Mobilidade


Auscultação cardíaca

● Frequência (30s);
● Ritmo;
● Sons anormais;
○ Sopro;
○ Sibilos.

60 - 160 bpm
Auscultação pulmonar 10 - 35 mpm

● Frequência (30s);
● *Reflexo de tosse;
● Abafado (efusão, hérnia);
● Sons anormais:
○ Sibilos (obstrução parcial);
○ Crepitação;
○ Roçar de pleuras;
Aferição de temperatura

● Normo, hipo e hipertermia;


● Síndrome febre (pirexia);
● Variação nas infecções.

37,2 - 39,0 °C
FC>
Avaliação da Letargia
hidratação Turgor <
Fezes duras
● Grau de desidratação; Concentrada

Enoftalmia

Seco

TPC >2s

Sem brilho

Dispneia
Cálculo de fluidoterapia Atenção!

● Anemias;
Reposição + Manutenção + Perdas Extras
● Hipotermia;
● Tipo de desidratação.

Reposição = Peso corporal (kg) x %Desidratação = L


Manutenção = 60 x peso corporal (Kg) + 140 = ml
x1000 x1000
Perdas extras = perda x peso corporal (Kg) = ml

L ml µl
Vômito: 40ml/kg/dia
Diarreia: 50ml/kg/dia
Vômito e diarreia: 60ml/kg/dia ÷1000 ÷1000
Velocidade de administração

Choque séptico ou
hipovolêmico 80 - 90 ml/kg em 20 a 60 min

Desidratação 10 - 15ml/kg/h em 12 a 24 horas

Manutenção
2 - 6 ml/kg/h suplementar K+
(Doenças crônicas)

Cardiopatas 4 ml/kg/h (no máximo)


Hiper-hidratação!

● Corrimento nasal seroso;


● Tosse;
● Taquipneia;
● Taquicardia;
● Dispneia;
● Crepitações pulmonares.

Fonte: https://tudosobrecachorros.com.br/caes-embaixo-dagua/
Exames complementares

US

Raio-x

Hemograma ● Quando solicitar;


● Pensar em custo;
Urinálise
● Triagem x confirmação;
Coproparasitológico
● Sensibilidade de cada método;
Raspado de pele ● Tempo de infecção e reposta
Citologia de ouvido

Testes rápidos**
Testes imunocromatográficos

● Igm;
● Igg;
● Ac;
● Ag
Ainda avaliar…

● Comportamento;

● Necessidade de manejo etológico;

● Nível de bem-estar;

● Eutanásia.

Fonte: Projeto Veterinário Aprendiz Voluntário


Fonte: Google imagens
Diagnóstico

Degenerativa
Inflamatória/ infecciosa
Anaplasmose;
Babesiose;
Neoplásica/ nutricional Dermatofitose;
Metabólica Tosse dos canis;
Escabiose;
Hepatite infecciosa canina;
Idiopática Leishmaniose;
Cinomose;
Giardíase;
Traumática/tóxica TVT.
Raiva;
Vascular Leptospirose;
Esporotricose;
Tratamento

● Estabelecer diagnóstico;

● Saber o básico de terapêutica;

● Manejo de feridas;

● Atentar ao uso de ANTB.

Fonte: Google imagens


Cálculo de dose Atenção!
x1000 x1000

É uma regra de três simples!


L ml µl
● Dose (bulário);
● Peso (animal);
÷1000 ÷1000
● Concentração (bula do fármaco);

x1000 x1000

Dose x Peso
Kg g m
Concentração g
÷1000 ÷1000
Vamos treinar!

1. Um cachorro de 8,0 kg, administração de Meloxicam (VO)


comprimido. Sabe-se que a dose administrada é de 0,2 mg/kg,
apresentação em comprimidos de 0,5mg e 2,0 mg .

2. Cão de 15,0 kg, administração de Acepran a 0,2% (IM) em frasco


de 20 ml. A dose é de 0,5 mg/kg.

Dose x Peso
Concentração
2. Cão de 15 kg, administração de Acepran a 0,2% (IM). A dose é de 0,5 mg/kg.

0,2% = [ 2mg/ml]

Dose: 0,5 mg/kg


Concentração: 2 mg/ml
Peso: 15 kg

Dose x Peso 0,5 x 15 1,5 ml


Concentração 2
Vamos praticar?

Fonte:https://br.depositphotos.com
O que vocês precisam pensar?

1. Exame clínico;

2. Lista de diagnósticos diferencias;

3. Exames complementares;

4. Conduta como MVC.

M.V. Blenda A. M. Ferreira


Caso 1

M.V. Blenda A. M. Ferreira


Caso 2

M.V. Blenda A. M. Ferreira


Caso 3

M.V. Blenda A. M. Ferreira


Caso 3

M.V. Blenda A. M. Ferreira


Caso 4

M.V. Blenda A. M. Ferreira


Cuidar para poder cuidar!
Todo mundo importa, mas você
é mais importante!
M.V. Blenda A. M. Ferreira
“Se a medicina salva o homem, a medicina
veterinária salva a humanidade”.
- Louis Pasteur

Muito obrigada!
blendam.ferreira@gmail.com

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