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Módulo VII - Pessoa jurídica

Razões da pessoa jurídica - NEGRI, Sérgio

Os direitos da personalidade são direitos subjetivos que não possuem viés patrimonial

Patrimônio: complexo de relações jurídicas de uma pessoa suscetível de valoração


econômica

A responsabilidade recai sobre o patrimônio do indivíduo


O bem de família é impenhorável, menos se não pagar IPTU

Casos:
Desabamento do Shopping Osasco
O MP abriu processo contra a pessoa jurídica que controlava o shopping e os
outros sócios

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O STJ desconsiderou a pessoa jurídica

Quando o direito pode desconsiderar a pessoa jurídica? Art. 50 CC


Não invalida-se a pessoa jurídica, mas a torna ineficaz

Passado o momento de abuso da pessoa jurídica, a personalidade jurídica


volta a ser eficaz

Artigo 50 CC:

Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica,


caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão
patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do
Ministério Público quando lhe couber intervir no processo,
desconsiderá-la para que os efeitos de certas e
determinadas relações de obrigações sejam estendidos
aos bens
particulares de administradores ou de sócios da pessoa
jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.

§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio de


finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o propósito
de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de
qualquer natureza.
§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de
separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por:
I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações
do sócio ou do administrador ou vice-versa;
II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas

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contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente
insignificante; e
III - outros atos de descumprimento da autonomia
patrimonial.
§ 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo
também se aplica à extensão das obrigações de sócios ou
de administradores à pessoa jurídica.
§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a
presença dos requisitos de que trata o caput deste artigo
não autoriza a desconsideração da personalidade da
pessoa jurídica.
§ 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão
ou a alteração da

Ex de abuso: cláusula de não concorrência, fecha a PJ, abre outra e concorre

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:


I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825,
de 22.12.2003)
V - os partidos políticos

Ter CNPJ não caracteriza pessoa jurídica

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MEI tem cnpj, mas não é um centro autônomo de decisões

Características da Pessoa jurídica:


Personalidade distinta dos seus membros

Autonomia patrimonial

Domicílio próprio

Capacidade processual

Responsabilidade

Fundo de formatura não possui personalidade jurídica. Contudo, existem regras


de entidades não personificadas

Por que o direito personifica a pessoa humana e a trata como portadora de


personalidade jurídica?

Porque os seres humanos participam de relações jurísdicas

Pessoas naturais e jurídicas possuem personalidade, mas não são a mesma


coisa

Ao contrário da pessoa natural, a pessoa jurídica possui caráter instrumental

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Razão social: faz referência o nome dos sócios. Denominação social: nome fantasia
- uma sociedade pode escolher entre um ou outro

O sócio é um órgão da sociedade, logo, em uma assinatura de contrato, por


exemplo, ele é a personificação da pessoa jurídica.

Diferentemente de um incapaz que deve ser acompanhado de um responsável,


o sócio se torna a personificação da pessoa jurídica

O acompanhante do incapaz representa, o sócio da PJ presenta

E se o sócio atua em ultravires (de forma imprópria, além das forças da


sociedade)?

Domicílio não é residência, é sede das decisões jurídicas. Sede em que as


relações jurídicas ocorrem

O domicílio dos sócios não é o domicílio das empresas

Um MEI não é uma pessoa jurídica, pois ele não possui um centro autônomo de
decisões jurídicas dissociado da pessoa natural

Autonomia patrimonial é o mesmo que limitação da responsabilidade?

Não

A autonomia patrimonial começa com o registro

A personalidade é uma ficção jurídica (Savynir). A personalidade jurídica


também pode ser entendida como uma realidade técnica criada pelo direito e

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que trata sociedades e associações como centros capazes de realizarem
relações jurídicas

Capacidade processual: é a capacidade para ser parte

Existe capacidade processual sem personalidade jurídica

Condomínio edilício tem capacidade processual, mas não possui capacidade


jurídica

Nem toda sociedade é empresarial

Empresa não é sinônimo de pessoa jurídica

Nem toda sociedade possui personalidade jurídica

Na sociedade limitada a responsabilidade é limitada à quota

Capital social indica a contribuição inicial dos sócios


Pode contribuir com bens e/ou dinheiro, desde que haja correlação do
vem com o objeto social

Objeto social é a atividade que será explorada

Integralização: aquilo que é dado no ato constitutivo

Subscrição: promessas de integralização

A responsabilização é dada com base naquilo que foi integralizado

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Condomínio edilício = se porta como ente dotado de personalidade jurídica,
mas não é. Por exemplo, ele possui capacidade processual

Sociedades não personificadas: sociedade em comum e sociedade em conta


de participação

Posso separar patrimônios sem criar novas pessoas jurídicas?

Patrimônio é um complexo de relação de uma pessoa

É possível separar patrimônios

Sociedades personificadas:
Sociedade em nome coletivo

Sociedade em comandita simples

Sociedade em comandita por ações

Sociedade limitada

Sociedade anônima

Limitação patrimonial é a mesma coisa que limitação de responsabilidade?

Na sociedade limitada, cada sócio é responsável pela integralização de


suas cotas. O credor da sociedade não pode penhorar nada dos sócios,
só pode fazer isso com o que é da sociedade.

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CC Art. 1.052. Na sociedade limitada, a
responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de
suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela
integralização do capital social.

Autonomia patrimonial perfeita: a separação de patrimônio leva à


separação de responsabilidade

Autonomia patrimonial imperfeita:

Sociedade em nome coletivo: o indivíduo responde ilimitadamente.


Primeiro o credor deve esgotar o patrimônio da sociedade, depois ele
pode esgotar dos sócios

Desconsideração da personalidade jurídica:


Foi criada para evitar fraudes e abusos

Trabalha no plano da eficácia, não da existência

Qual é a diferença entre teoria maior e teoria menor da desconsideração

A unidade não retrata mais o poder decisório econômico. A desconsideração foi


pensada em um cenário antigo, onde o sócio majoritário era o tomador de
decisões. Isso não acontece mais

Desconsiderar significa tornar ineficaz, não invalida a pessoa jurídica, mas a


torna ineficaz

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Quando pode desconsiderar:
Utilizar muito essa técnica poderia acabar com a proteção patrimonial, então
deveria ser utilizada com cuidado

Foi idealizado para restringir o uso da entidade para fins ilegítimos

Casos que pode ser aplicado: abuso da pessoa jurídica

Correlacione o abuso de direito com o abuso da pessoa jurídica


Fraude a lei, contratos de forma a prejudicar terceiros

Comparar a desconsideração inversa com a fraude para credores


Desconsideração inversa: o sócio tenta esconder seu patrimônio na
empresa

Antigamente, deveria provar que o sócio quis fraudar. Atualmente, isso não
importa

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