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Introdução
Fonte: Adaptado de Capez (2010, p. 49), Colnago (2010, p.13) e Jesus (2017, p. 60-63).
Ainda segundo Capez (2010), quando a norma penal não incriminadora for
classificada como final, complementar ou explicativa, esclarecerá o conteúdo
e delimitará o âmbito de aplicação de outras normas. Por exemplo, o art. 1º
do CP, que descreve a anterioridade da lei penal:
Art. 1º — Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal (BRASIL, 1940, documento on-line).
Esse artigo da Lei Antidrogas não especifica, até mesmo pela inviabilidade de tal
proceder, quais são as drogas ou substâncias entorpecentes proibidas pela lei. Sendo
assim, o aplicador da lei terá de se valer da Portaria nº 344, de 12 de maio de 1998, da
Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, para descobrir, por exemplo, se
a substância que o agente transporta é classificada como droga. A referida necessidade
de completar o conteúdo do preceito primário do artigo de lei configura o que se
denomina norma penal em branco.
O quadro a seguir apresenta a classificação das normas penais em branco, com base
em Colnago (2010, p. 14):
Observações:
1. O costume não revoga a lei, mas pode fazer com que os elaboradores
da lei repensem a legislação penal e a adequação social de determinada
conduta como crime, de modo a justificar, ou não, sua permanência
como norma incriminadora, conforme afirma Greco (2014).
2. O costume não cria delitos, nem comina penas – não se admite costume
incriminador, conforme Capez (2010).
Greco (2014) aponta ainda que a interpretação também pode ser diferenciada
em relação ao sujeito de que emanam aos meios utilizados e quanto aos
resultados alcançados.
Em relação ao sujeito, a interpretação poderá ser:
literal;
teleológica;
sistêmica;
histórica;
progressiva.
declaratória;
10 Das fontes, da interpretação e dos princípios de legalidade e anterioridade da lei penal
extensiva;
restritiva.
Fundamento legal
Art. 5º, CF — Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
[...] XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal; (BRASIL, 1988, documento on-line).
Pelo princípio da reserva legal, é somente a lei, em sentido estrito, que pode
definir infrações penais e cominar sanções. Além disso, não é qualquer norma
que pode dar origem a um ilícito penal, mas apenas a lei em sentido estrito
(lei ordinária e lei complementar), que tenha passado pelo devido processo
legislativo. Dessa forma, leis criminais emanadas pelo Poder Executivo, por
meio de Medidas Provisórias, são inconstitucionais, pois não podem versar
sobre essa matéria, visto que violam o princípio da legalidade, assim como
ferem frontalmente a Constituição, nos termos do seu art. 62, § 1º, I, b.
Cumpre mencionar que é também o princípio da reserva legal que corro-
bora a vedação da analogia in malam partem, de modo a proibir a criação de
Das fontes, da interpretação e dos princípios de legalidade e anterioridade da lei penal 13
Anterioridade da Lei
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal (BRASIL, 1940, documento on-line).
Leitura recomendada
GOMES, L. F.; BIANCHINI, A.; DAHER, F. Princípios constitucionais penais: à luz da cons-
tituição e dos tratados internacionais. LivroeNet, 2015.