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TRABALHO DE REVISÃO - MICROBIOLOGIA

Bactérias Láticas
Enterococcus

Bruno de Farias
Química 5M
Profe. Dr. Claudio Kuhn
Microbiologia

Pelotas, segunda-feira, 05/07/2021


1. BACTÉRIAS ÁCIDO LÁTICAS
As bactérias ácido láticas (BAL) são uma ordem de bactérias. Possuem forma de
bastonetes e cocos, são não esporulados, anaeróbios ou microaerófilos, apresentam
gram-positivo e seu pH ótimo de desenvolvimento fica entre 4 e 4,5.
Essas bactérias estão distribuídas por toda a natureza, inclusive no nosso corpo,
porém, são normalmente encontradas em plantas em decomposição, carne e em leites ou
seus derivados. O principal produto oriundo da fermentação das bactérias láticas
homofermentativas é o ácido lático, já as heterofermentativas, além do ácido lático
também formam dióxido de carbono, ácido acético e etanol. Ambas realizam sua
fermentação a partir da glucose.
As “BAL” são de extrema importância na indústria alimentícia, isso se dá pois, em
grande quantidade, elas produzem bacteriocinas proteicas que atuam como um obstáculo
para o apodrecimento do alimento e ataque de microrganismos patógenos. Ademais, elas
também influenciam no perfil organoléptico dos alimentos, incrementando aromas,
sabores e texturas novas a ele, indesejáveis ou não.
Em adição a isso, deve ser apontada também a importância dessas bactérias para
a saúde pública, uma vez que têm sido aplicadas como agentes etiológicos de doenças
em pacientes com o sistema imune debilitado.
Os principais gêneros da ordem BAL são: Lactobacillus, Lactococcus,
Enterococcus, Streptococcus, Pediococcus, Leuconostoc, Weissela, Carnobacterium,
Tetragenococcus e Bifidobacterium.
A partir daqui este trabalho será redigido com foco total nos Enterococcus, visando
cobrir aspectos como origem, histórico, características, espécies, usos e/ou patógenos
ligados ao gênero.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 ENTEROCOCCUS
O gênero Enterococcus pertence a ordem das bactérias láticas. Em nosso corpo,
essas bactérias são normalmente encontradas em nosso trato gastrintestinal, porém
também podem ser encontradas na cavidade oral, vesícula biliar, uretra e vagina. Por se
tratarem de microrganismos que constituem a flora intestinal normal, tanto de humanos
quanto de animais, geralmente estão presentes em ambientes aquáticos poluídos como
esgotos, apesar de já terem sido isolados de plantas e do solo.
Por mais que façam parte da microbiota comensal (benéfica para a bactéria mas
não prejudica o ser na qual está instalada) intestinal de humanos e animais, essas
bactérias podem tornar-se patógenos perigosos, causando endocardites, infecção do trato
urinário, bacteremia e outras infecções, dendo causa de infecções hospitalares desde
1970.

2.2 ORIGEM E HISTÓRICO


Especula-se que o gênero Enterococcus tenha evoluído no período paleozoico,
entre 425 e 500 milhões de anos atrás, quando a vida terrestre ainda era inexistente e
quase todo ser vivo se encontrava no mar.
Após sua descoberta pelo ser humano, as bactérias desse gênero foram
originalmente classificadas como como cocos entéricos Gram-positivos do gênero
Streptococcus. Mais tarde, em 1930 com o sistema de triagem sorológica de Lancefield,
os enterococcus foram classificados como estreptococos do grupo D. Então finalmente,
em 1980 a partir de análises das diferenças genéticas foram retirados do gênero
Streptococcus e compuseram o novo gênero: Enterococcus.
2.3 CARACTERÍSTICAS GERAIS DO GÊNERO
As bactérias do gênero Enterococcus são formadas por cocos Gram-positivos.
Crescem entre 10 e 45º C e podem resistir a meios de cultura de até 6,5% de NaCl e pH
9,6. Essas bactérias são muito utilizadas na avaliação da qualidade microbiológica das
águas recreacionais, sendo que no caso de águas marinhas, são recomendados como
indicadores microbiológicos preferenciais pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os enterococos produzem uma bacteriocina chamada “enterocina”, elas
apresentam atividade antimicrobiana contra bactérias patogênicas e deteriorantes de
alimentos que podem ser usados na indústria alimentícia como biopreservantes. As
principais espécies que produzem essa bacteriocina são a E. faecalis, E. faecium e E.
mundtii.
As espécies desse gênero de bactérias possui uma grande resistência a
antimicrobianos. Essa resistência pode ser de dois tipo: inerte ou resistência intrínseca e
resistência adquirida. A primeira está presente em todas espécies e é mediada por genes
cromossômicos, os enterococos possuem resistência intrínseca a penicilinas,
cefalosporinas, lincosamidas, ácido nalidíxico, baixo nível de aminoglicosídeos e baixo
nível de cilindamicina.

2.4 PRINCIPAIS ESPÉCIES


As principais espécies do gênero Enterococcus são E. faecalis e E. faecium, estas
são responsáveis por 95% das infecções nos humanos, ambas podem ser encontradas
em nosso trato gastrintestinal e ambas possuem propriedades patogênicas. Podem
causar endocardite, infecção do trato urinário, prostatite, infecção intra-abdominal, celulite
e infecção em feridas, além de bacteremia concomitante.

E. faecalis E. faecium

3. REFERÊNCIAS
Bruno, Laura Maria, Manual de Curadores de Germoplasma – Micro-
organismos: Bactérias Ácido-Láticas, Julho, 2011.

ENTEROCOCCUS. Wikipedia. Disponível em:


<https://pt.wikipedia.org/wiki/Enterococcus> Acesso em: 01/07/2021.

ENTEROCOCCUS FAECIUM. Wikipedia. Disponível em:


<https://en.wikipedia.org/wiki/Enterococcus_faecium> Acesso em: 01/07/2021.

ENTEROCOCCUS FAECALIS. Wikipedia. Disponível em:


<https://en.wikipedia.org/wiki/Enterococcus_faecalis> Acesso em: 01/07/2021.
Vilela, Marinalda Anselmo, CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE ISOLADOS
BACTERIANOS APRESENTANDO MECANISMOS DE RESISTÊNCIA A
ANTIMICROBIANOS QUE ATUAM NA PAREDE CELULAR, Recife, 2009.

Testes sorológicos – considerações para a correta interpretação. Laboratório


Maricondi. Disponível em: <https://www.labmaricondi.com.br/blog/testes-sorologicos-
consideracoes-para-a-correta-interpretacao/#:~:text=Esses%20testes%20têm%20a
%20característica,maior%20de%20falsos%20resultados%20positivos.> Acesso em:
01/07/2021.

Diário Oficial Poder Executivo. ImprensaOficial, São Paulo, 19/01/2013. Seção 1.


Disponível em:
<https://cetesb.sp.gov.br/wp-content/uploads/2013/11/DD_010_13_DO.pdf> Acesso em:
01/07/2021.

Ferreira, Alessandra Einsfield. Estudo de bacteriocinas produzidas por espécies de


Enterococcus. UFRGS Lume Repositório digital, 2005. Disponível em:
<https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/5565> Acesso em: 01/07/2021.

Kuhn, Claudio Rafael. Contagem de bactérias lácticas BAL, Pelotas.

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