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A HISTÓRIA DO HINO REFORMISTA CASTELO FORTE E OS PRINCÍPIOS

TEÓRICOS DA MÚSICA.

Dayanne Marcelino Silva Ferreira


Jefferson Tiago Lage
Lucília Rodrigues Rosa
Mauricio Francisco de Jesus Gomes
Samuel Alves Muniz
Jonathas Woitowitz de Moura Dutra
Turma: 2023/1
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Curso de Licenciatura em Música
Disciplina: Prática Interdisciplinar
Data:
21/06/2023

Relato da Experiência da Prática

“Em Abril de 1521 Martinho Lutero declarou diante o tribunal de Worms: “Não
posso fazer de outro modo. Mantenho o que escrevi. Que Deus me ajude”, suas noventa
e cinco teses afixadas à porta da Igreja de Wittenberg em 31 de Outubro de 1517
iniciaram a maior revolução na história da Igreja Cristã “a Reforma Protestante”,
pregara e publicara com ousadia sobre os abusos, erros e pecados da Igreja Romana, por
estas e outras razões, o Papa Leão X e outros líderes da Igreja Católica (Concílio de
Trento ou Concílio Tridentino) “Contra-Reforma” queriam a sua morte , Lutero
continuou vivo por seu amigo Frederick Sabio ( Príncipe Frederico III, Eleitor da
Saxônia, pagaram um preço máximo da sua fé, mas Deus salvou a vida de Lutero para
que traduzisse a bíblia, do hebraico e grego, para a língua alemã, essa obra levou 13
anos. Seu hino inigualável “Castelo Forte” foi chamado “A Batalha de Lutero”, James
Moffatt chamou-o de, o maior hino, do maior homem, do maior período da história da
Alemanha, foi cantado com emoção e sinceridade ao longo destes 4 séculos em milhares
de línguas, define até aonde podemos confiar em nosso Castelo Forte, nosso “escudo e
boa espada”, mostra também quem é o nosso inimigo, o tentador com os seus demônios,
contra os quais, em nós mesmos, não há força para resistirmos, mas Cristo o venceu na
cruz, quem nos defende é o “Senhor dos Altos Céus”, o próprio Deus, o grande
acusador cairá com uma só palavra. A Figura 1 mostra a partitura original desta grande
e revolucionária obra” (DESPERTAR, 2016).
Figura 1 - Hino sacro composto por Martinho Lutero

Fonte: https://www.welt.de/sonderthemen/luther2017/article159061483/Melanchthon-oeffnete-die-
Religion-der-Politik.html, Lutero, 2006.

Segundo Moreira (2019), os principais elementos do método da teoria musical


são: a melodia, a harmonia e o ritmo, e dificilmente é possível separar-lhes
completamente. As dimensões lineares das notas (melodias), são reguladas por
características harmônicas que combinadas pelas dinâmicas e duração dos sons (ritmo),
as organizam, levando em conta que a música é uma arte transcorrente e seu
desenvolver acontece no tempo.

“ A escala diatônica é a base do sistema musical ocidental. A partir dela


formam-se as melodias e acordes principais que utilizamos. Os intervalos
sucessivos entre as notas da escala diatônica são distintos, podendo ser
menores (semitom) ou maiores (tom). A pauta musical foi contruída para
representar as notas da escala diatônica. As claves são desenhos feitos ao
início da pauta musical que fixam a posição das notas da escala diatônica no
pentagrama. Existem três claves principais: a Clave de Sol, a Clave de Fá e a
Clave de Dó. Cada uma das claves estabelece a posição das notas na pauta
musical a partir da nota que lhes dá o nome. A utilização de uma clave ou
outra pelos diferentes instrumentos tem diversos motivos, se um instrumento
é mais agudo, grave, tem extensão intermediária, ou mesmo fatores da
tradição da escrita para aquele instrumento. A escala diatônica possui sete
modos, distinguidos pela nota destacada entre as sete: Jônio (a partir de Dó),
Dórico (a partir de Ré), Frígio (a partir de Mi), Lídio (a partir de Fá),
Mixolídio (a partir de Sol), Eólio (a partir de Lá) e Lócrio (a partir de Si).
(MOREIRA, 2019, p.21).
“Intervalo diatônico é o intervalo formado exclusivamente por notas da escala
diatônica. Há diferentes intervalos diatônicos e suas designações qualitativas são maior,
menor, justo, aumentado e diminuto.” (MOREIRA, 2019, p.49).
De acordo com Moreira (2019), os intervalos também podem ser invertidos, os
símbolos sustenidos e bemóis podem diminuir ou aumentar meio tom às notas que o
recebem, e a sequência dos doze sons do nosso sistema musical formam a escala
cromática, o autor ainda descreve que “os fundamentos da harmonia diatônica são
extraídos de relações entre intervalos diatônicos de cada um dos modos, o intervalo
harmônico diatônico e seus tipos podem ser consonantes ou dissonantes. (MOREIRA,
2019, p.82).
“As tríades são unidades básicas da harmonia diatônica; acordes formados pela
sobreposição de duas terças diatônicas. O Campo Harmônico Diatônico é composto de
sete tríades, uma para cada nota da escala diatônica”. (MOREIRA, 2019, p.82).
Conforme Moreira (2019) as tríades podem ser menores, maiores ou diminutas.
O autor ainda aborda as cifras dos diferentes acordes que são Dó (C), Ré (D), Mi (E), Fá
(F), Sol (G), Lá (A), Si (B), e quando for menores insere um ´m´ minúsculo seguido da
letra. Exemplo: Am ( representa a tríade Lá menor). “ Denominamos Tonalidade a
regulação de aspectos melódicos e harmônicos de músicas organizadas sobre acordes da
escala diatônica.”(MOREIRA, 2019, p.82)

“As regras básicas para a escrita de progressões harmônicas para quatro


vozes (condução de vozes) são: quando há notas comuns entre os acordes,
mantenha-as nas mesmas vozes (exceto na voz mais grave); quando não há
voz comum, mova a voz para a nota mais próxima do acorde seguinte,
priorizando movimento descendente.” (MOREIRA, 2019, p.82)

Relata Gusmão (2012), que as figuras rítmicas indicam a proporção de cada som
e também os silêncios. A consecução da relação de cada figura é o dobro ou a metade da
duração, sendo assim cada figura tem a metade da duração da figura demonstrada acima
dela. Abaixo, veja a tabela da Figura 2 que mostra, as seis figuras mais comuns e suas
respectivas proporções, em seguida, a tabela da Figura 3 que relaciona as pausas
(duração do silêncio) e suas equivalências.
Para Moreira (2019) a melodia e harmonia enriquece o discurso musical
utilizando dissonâncias quando se relacionam, na prática da teoria musical, nas
elaborações melódicas podemos ter os seguintes campos desse discurso, são eles: salto
consonante; Arpejo; Nota de passagem; Bordadura; Apojatura; Suspensão; Antecipação
e Escapada.
Em resumo, acrescenta Moreira (2019) que as frases musicais quando
agrupadas de forma coesa, as suas harmonias e melodias, podem ser estruturadas
articulando e variando suas bases melódicas. Pois é na frase musical que a plenitude e
articulação entre ritmo, melodia e harmonia, podem ser ouvidos em um extrato
completo.
“As músicas, como um todo, são “histórias” organizadas pela sucessão de frases
musicais, elas mesmas articuladas de forma a expressar a tonalidade da peça com
clareza e seus aspectos rítmicos e melódicos particulares.” (MOREIRA, 2019, p.244).
No decorrer desta experiência, o desenvolvimento da criação da prática de um
arranjo musical, inspirado na obra do Hino Castelo Forte de Martinho Lutero (em
alemão: Martin Luther), após algumas sugestões, da obra a qual seria realizada, a
escolha foi unânime da maioria dos integrantes do grupo, fazendo assim a definição da
obra inicialmente mencionada.
O período da preparação foi cerca de dez horas, levando em consideração, por
parte de cada integrante, duas horas em média individualmente distribuídas, para o
período de discussão, estudo, e gravação das vozes, a prática do desenvolvimento do
áudio e da socialização perfez-se em 15 horas, o processo de produção ocorreu da
seguinte forma: Após o conhecimento das habilidades musicais que cada participante
desenvolvia, dividiu-se as tarefas para que houvesse harmonia e bastante consenso na
hora das execuções.

O acadêmico Samuel responsabilizou-se na tarefa de construção e edição do


áudio, através do aplicativo Logic Pro X, começou a construir MIDI`S (Musical
Instrument Digital Interface ), com o intuito de auxiliar no treino de cada cantor com
suas respectivas vozes, por se tratar de uma obra que envolve o canto coral, e a
necessidade de dividir as vozes pelas suas extensões, enviou distintivamente para cada
participante um midi (guia) para o estudo (solfejo) das notas relativas para cada
subdivisão, sendo elas representadas pela seguinte formação: a voz do soprano ficou
com a participante Dayanne Ferreira, o Contralto com Lucília Rosa, o tenor com
Jefferson Lage, o baixo foi inserido pelo acadêmico Samuel Muniz, porém de forma
instrumental, pois não teríamos representante do baixo (vocal), por isso, frisando que, o
baixo (instrumento), também foi incluso pelo Samuel Muniz, na instrumentalização do
violão, o arranjo ficou a cargo do acadêmico Maurício Gomes, que utilizou um violão
Di Giorgio, série clássico 1979, cordas de nylon, e para a criação do vídeo com a
socialização de todos aparecendo na tela, cada qual gravou o seu, com a dublagem do
canto, acompanhando o áudio já editado, através de um fone de ouvido, sem que o áudio
saísse no vídeo. Porém, logo em seguida, a acadêmica Dayanne Ferreira, utilizou o
programa de edição de vídeo Kine Master para a inserção do áudio já editado e mixado,
adequando suas respectivas execuções tanto de voz quanto de instrumento na
reprodução de cada vídeo, vale ressaltar que na equalização também utilizamos
reverberação de “Catedral”, para uma acústica, como se estivéssemos dentro de um
templo catedrático.

A priori, não teria ficado somente o violão, o baixo e as vozes, mas, teria sido
acrescido outros instrumentos de forma digital como a tuba, e um órgão, porém, o
resultado final com esses instrumentos desagradou alguns, o que levou a discussão de
uma possível regravação, deixando apenas o violão como instrumento harmônico e um
baixo para melhor preenchimento, concluindo assim, de uma maneira mais simples,
dando ênfase para as vozes, elucidando mais a característica da época, em que, podemos
conjecturar, ou imaginar que, se nos dias atuais, já existe uma grande falta de músicos e
instrumentistas, quem dizer, naquela época, onde instrumentos temperados e típicos
daquele tempo eram bem raros de encontrar seus executores, por isso então, decidimos
prevalecer pelo bom som das vozes.

REFERÊNCIAS

DESPERTAR, Castelo Forte – A História por Detrás do Hino. YouTube, 18 de abril de


2016. Disponível em: < https//www.youtube.com/watch?v=x6rpfcViRUY>. Acesso em:
20 de Maio de 2023.
MOREIRA, Gabriel Ferrão. Teoria Musical. Indaial – Uniasselvi, 1ª ed. 2019.
GUSMÃO, Pablo. Teoria Elementar da Música. Universidade Federal de Santa Maria,
Centro de Artes e Letras – Departamento de Música, 2012.

ANEXOS
https://www.youtube.com/watch?v=t7FW_R38m90

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