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Resumo LID PP1 – 3018 (IM) Seligmann

O FENÔMENO DA LIDERANÇA

• O líder representa um foco importante de confluência dos anseios e conflitos de um grupo,


constituindo fator de catalisação de esforços, na busca de alternativas e de soluções para as
dificuldades que se apresentam
• Desafios:
❖ Tema multidisciplinar
❖ Complexidade da natureza humana
❖ Liderança tem sentido de “mão dupla” e em todas as direções, e envolve diferentes percepções
❖ Dilema da Liderança: FOCO (pessoas vs tarefa)
❖ Exige desafiadores atributos

• A liderança é um fenômeno relacional, que envolve percepção, interação e comunicação e


constitui-se num tipo de influência social. Consiste em influenciar pessoas no sentido de que ajam,
voluntariamente, em prol dos objetivos da instituição
• Liderança vs Chefia:
❖ Gerenciar (poder formal) é fazer com que as pessoas façam o que é preciso. Já liderar (poder de
referência e de competência) é fazer com que as pessoas queiram fazer o que é preciso.
❖ O administrador (gerente) é aquele que representa o lado mais analítico, estruturado e organizado;
portanto, tem características comportamentais do profissional que garante a identidade da
organização ao longo do tempo. Já o líder está habilitado a mudar o status quo e caracteriza-se por
ser mais um “criador de visão”, flexível, tendo consideração com as capacidades individuais das
pessoas.
❖ O administrador, personificando uma atitude lógica e racional de monitoramento do ambiente,
torna mais fácil viabilizar o atendimento das necessidades cotidianas da organização, enquanto o
líder, servindo-se de sua habilidade interpessoal, leva os seguidores a se sentirem desejosos e
entusiasmados pelas atividades que devem realizar.
❖ “a maior parte dos administradores exibe algumas habilidades de liderança e a maior parte dos
líderes se vê administrando. Liderança e administração não são a mesma coisa, mas se sobrepõem”.
❖ Liderança, implica em algo mais do que a responsabilidade de supervisão ou a autoridade formal.
Podemos dizer que liderança é aquele incremento de influência que uma pessoa exerce, além de
sua autoridade formal. Tal influência ocorre em vários graus em cada grupo constituído, não sendo
incomum encontrar situações em que mesmo sem a autoridade formal um subordinado venha a
exercer significativa influência. Tal indivíduo constitui-se em um líder informal.

BASES FUNDAMENTAIS DE PODER SOCIAL

• Poder Social: Recurso que permite a um líder influenciar outros indivíduos, provocando mudanças
psicológicas e de valores, comportamentos, atitudes, necessidades, objetivos e motivações.

PERFIL DO LÍDER

• A origem etimológica dos termos LIDERAR e SEGUIR é a mesma e tem o sentido de prosseguirmos
juntos. Por isso, seguir não é o inverso de liderar, mas sim parte do mesmo processo. A liderança é
apenas um papel que está sendo exercido por um componente do grupo, que no momento deve
guiá-lo
• A partir do movimento da DINÂMICA DE GRUPO, de K. Lewin, passou a considerar não mais apenas
como os líderes SÃO, mas sim como eles AGEM. Assim, WHITE e LIPPITT estudaram três grupos de
crianças e aplicaram três estilos de liderança diferentes: AUTOCRATA, DEMOCRATA e LAISSE-FAIRE
• Líder autocrata:
❖ O líder autocrata domina os componentes do grupo, usando o unilateralismo para alcançar seus
objetivos. Normalmente, resulta em resistência passiva por parte dos membros do grupo e requer
contínua pressão para o andamento das tarefas.
❖ Pode criar hostilidade e agressão, inclusive contra bodes expiatórios. Pode também gerar
descontentamento, embora possa não aparecer diretamente (submissão), mais dependência e
menos individualidade.
❖ Geralmente, a abordagem autoritária não é uma boa maneira de se obter o melhor desempenho da
equipe. Existem, entretanto, situações em que a liderança autocrática é a mais indicada. São
situações de emergência em que a ação deve ser imediata, ou seja, requerem rapidez e com grande
quantidade de tarefas.
❖ A maioria das pessoas está familiarizada com a liderança autocrática e, por isso, é mais fácil de ser
adotada, o que pode ser confirmado pelas conclusões de Milgram, e principalmente em uma
instituição que tem a HIERARQUIA e a DISCIPLINA como bases.
• Líder democrata:
❖ O Democrata toma decisões consultando a sua equipe, embora mantenha o controle do grupo,
permitindo que sua equipe participe da decisão de como a tarefa será realizada e quem a executará.
❖ Um bom líder democrata encoraja a participação e delega com sabedoria, mas nunca perde de vista
o fato de ser o grande responsável pela liderança. Valoriza a discussão que leve a um desempenho
superior e motiva sua equipe transferindo poder a seus seguidores, mas mantendo o controle.
❖ Motivação mais intensa para o trabalho, maior originalidade, mais espírito de grupo e amizade. A
quantidade de trabalho um pouco menor do que no autocrático
❖ No ambiente militar, o exercício da liderança democrática não fica prejudicado; seu exercício em
determinados contextos contribui decisivamente para consolidação de uma liderança autêntica e
saudável. Entretanto, o líder democrata pode ser visto como inseguro e sua relação com seus
subordinados pode ser entendida como se tudo fosse assunto para discussão e decisão pelo grupo.
É claro que esse tipo de “líder” não está liderando nada.

• Líder Laissez-Faire:
❖ Menos trabalho e de pior qualidade, mais brincadeiras e preterido em relação ao democrático.
❖ Sem participação direta do Líder (pouco controle)
❖ O líder Laissez-Faire exercita pouco controle sobre o seu grupo, deixando que seus componentes
realizem suas tarefas e conduzam seus trabalhos sem sua participação direta, podendo gerar dúvida
e prejudicar a motivação de seus subordinados. Entretanto, existem situações em que essa
abordagem pode ser eficaz, principalmente, quando a equipe é formada por pessoas altamente
capazes e motivadas, que tenham produzido excelentes resultados no passado. Deixar o grupo
trabalhar por si só, valoriza os membros da equipe e os motiva para a realização de suas metas.

LIDERANÇA COMO FENÔMENO SITUACIONAL

• Kurt Lewin, pertencente ao movimento de dinâmica de grupo, acentuou características do grupo e


da situação como variáveis importantes envolvidas no fenômeno da liderança:
❖ Surgimento do líder no processo grupal
❖ Liderança pode assumir diversos estilos e estratégias
❖ Líderes sensíveis às transformações das condições que os cercam e flexíveis na adaptação às
mudanças.
• “onde o comportamento do líder é adaptado circunstância, ou seja, ao comportamento do grupo e
à situação.”
• A Liderança possui muitas formas, dependendo da personalidade do líder, notadamente sua
capacidade de ser flexível, da situação e do problema/missão a enfrentar. Diferentes estilos de
liderança podem ser, portanto, adotados, de acordo com as circunstâncias.

• Teoria contingencial da eficácia da liderança – FIEDLER


❖ O que priorizar? relações interpessoais ou desempenho das tarefas
❖ Três dimensões: Qualidade do Relacionamento Líder – Liderado, Grau de Estruturação da Tarefa,
Posição formal de Poder do Líder
❖ Líderes mais orientados para TAREFA têm maior sucesso em SITUAÇÕES EXTREMAS de
favorabilidade ou desfavorabilidade
❖ Líderes mais orientados para RELACIONAMENTO têm maior sucesso no conjunto de SITUAÇÕES
INTERMEDIÁRIAS
❖ IFS - Índice de Favorabilidade Situacional

• Teoria path-goal (Caminho-Objetivo) – House


❖ Sugere que o desempenho, a satisfação e a motivação de um grupo podem ser influenciadas de
diversas maneiras:
➢ Assegurando-se da compreensão dos subordinados sobre como deverão ser atingidos os objetivos
organizacionais
➢ Oferecendo recompensas por metas de desempenho (atingir objetivos pessoais)
➢ Removendo os obstáculos ao desempenho – O líder trabalha como um facilitador
❖ quatro estilos de liderança:
➢ Liderança Instrumental (nível desempenho de tarefa) – são dadas orientações específicas e
estabelecidas regras rígidas. É indicada para situações ambíguas (estrutura de tarefa e clareza de
papéis baixas).
➢ Liderança de Apoio (nível relação interpessoal) – existem boas relações com o grupo e é
demonstrada sensibilidade às necessidades. É adequada em situações de estresse, frustração e
insatisfação
➢ Liderança Participativa – o processo decisório é baseado na consulta ao grupo e as informações são
compartilhadas com o grupo. Está fortemente associada às medidas de satisfação,
independentemente do nível de estrutura da tarefa.
➢ Liderança Orientada pela Realização – são estabelecidas metas desafiadoras e encorajado o alto
desempenho baseados na confiança e na habilidade do grupo. Ligado à satisfação profissional, pois
os subordinados se sentem valorizados.
❖ Líderes que têm influência no escalão superior podem aumentar a satisfação e o desempenho
(removem obstáculos).

• Modelo de Liderança - VROOM-YETTON


❖ Este modelo sugere a seleção do estilo de liderança para a TOMADA DE DECISÃO. Existem cinco
estilos de tomada de decisão:
➢ Autocrático 1 – o problema é resolvido usando as informações disponíveis.
➢ Autocrático 2 – alguma informação adicional é obtida com o grupo antes do líder tomar a decisão.
➢ Consultivo 1 – o líder discute o problema com os subordinados individualmente, antes da tomada
da decisão.
➢ Consultivo 2 – o problema é discutido com o grupo antes da decisão.
➢ Grupal – o grupo decide a solução do problema e o líder apenas acompanha as discussões.

• Liderança SERVIDORA - Robert Greenleaf


❖ Vira de cabeça para baixo a visão tradicional de liderança. Quebra o mito da hierarquia intocável e
do líder herói em seu topo.
❖ Trata do líder e seguidores como pessoas humanas, com seus valores pessoais, necessidades e
motivos interiores.
❖ A essência e o objetivo da liderança é o desenvolvimento, realização pessoal e bem-estar das
pessoas. O líder com a visão de servir cresce fazendo os outros crescerem.
❖ O desejo de servir é diferente do dever de servir. Servir é a primeira e absoluta prioridade de uma
atitude interior do líder
• Teoria Situacional de Hersey-Blanchard
❖ Essa teoria sugere que o estilo de liderança deve corresponder à maturidade dos subordinados.
➢ Maturidade psicológica – auto-confiança e habilidade em aceitar responsabilidades.
➢ Maturidade no trabalho (Profissional) – perícia e conhecimento técnico.
❖ Conforme a maturidade dos subordinados aumenta, a liderança deve ser mais motivada pelas
relações com o grupo

TRANSFORMACIONAL X TRANSACIONAL (BURNS)

• Liderança transacional: apela ao interesse próprio dos liderados ao criar um relacionamento de


troca.
❖ Recompensa contingente: Tenta influenciar outros por meio da troca de trabalho por salário, mas
não cria ânimo ou inspira a criatividade do trabalhador, favorecendo um ambiente de poder e
política onde líderes e liderados trocam favores em um ambiente de politicagem. Assim, criam-se
relacionamentos de vida curta pelo fato de vendedores e compradores não repetirem as transações
de forma idêntica e consistirem de rápidos cálculos de custo-benefício, promovendo o interesse
individual de pessoas que seguem seus próprios diferentes caminhos.
❖ Líderes transacionais: Enfatizam o estabelecimento de alvos corporativos e a qualidade da troca
entre líderes e liderados, a fim de alcançar os alvos estabelecidos.
❖ Características:
➢ Estabelecendo Alvos: Visão e alvos corporativos são constantemente explicados por meio da
avaliação do sucesso.
➢ Premiações e Punição Ocasionais: Tarefas, responsabilidades, e expectativas em relação aos
seguidores são esclarecidas e premiações e punições são distribuídas de acordo com as mesmas.
➢ Gestão Ativa Através da Exceção: Líderes observam atentamente qualquer desvio das regras e
padrões, a fim de EVITAR ERROS; e se necessário for, eles tomam medidas preventivas.
➢ Gestão Passiva Através da Exceção: Líderes INTERVÉM SOMENTE APÓS ERROS SEREM COMETIDOS e
só então tomam atitudes corretivas.
Alvos

Premiação &
Estabelecendo
Punições
Alvos
Ocasionais

Ansiedade Medo

Gestão
Gestão Ativa
Passiva
Através da
Incerteza

Através da
Exceção
Exceção

• Liderança transformacional: sugere que líderes podem capacitar seguidores a se elevarem a um


nível de desempenho maior do que se presumia – algo essencial em gestão de mudanças.
❖ De acordo com a LT, liderança não reside em um indivíduo, mas no relacionamento entre indivíduos;
entre o líder e seus seguidores.
❖ A liderança deveria ser direcionada para promover a visão, ao invés de focar somente em alcançar
alvos organizacionais.
❖ Capacita indivíduos em todos os níveis a assumirem papeis de liderança e pode ser aplicada a quase
todas as situações.
❖ Líderes Transformacionais articulam a visão e os valores de uma organização de uma forma que
transforma típicos seguidores em agentes de mudança automotivados e autocapacitados.
❖ Características:
➢ Carisma (Influência Idealizada): O líder se torna um modelo e usa influência pessoal para conduzir
mudança transformacional e desempenho.
➢ Motivação inspiradora: Espírito de equipe e motivação interna oferece significado e desafio para
cada um do grupo.
➢ Estímulo intelectual: Criatividade e inovação tornam-se normativas dentro do contexto da visão e
valores corporativos.
➢ Consideração individualizada: Líderes modelam seus liderados através de mentoria e
relacionamento pessoal afim de estes alcancem seus objetivos de vida.

Visão
Influência Motivação
Idealizada Inspiradora

Capacitação Crescimento Desempenho

Estímulo Consideração
Intelectual ao Indivíduo

• Transformacional (Burns) X Carismática (Weber)


❖ Transformacional é mais ampla do que carismática, mas existe considerável sobreposição entre os
dois conceitos.
❖ Ambas ligadas ao processo dinâmico de atendimento das expectativas dos seguidores, mas na
carismática o líder não é influenciado por eles, como acontece na transformacional (via de mão
dupla). Ela ocorre com segundas intenções do líder, como ter reconhecimento, por exemplo. O líder
não quer que o subordinado apareça mais que ele
❖ Liderança transformacional enfatiza o desenvolvimento do potencial e a autonomia do subordinado,
reforça a maturidade. É o líder que delega e “fabrica” outros líderes.
“RESUMO”

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