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EXMO. (A) SR. (A) DR.

(A) JUÍZ DE DIREITO DA VARA DO JUIZADO


ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE ITAMARAJU/BA.

 
 

 
 
 

MAISA CYNARA OLIVEIRA DE FREITAS,


brasileira, casada, empresária, CPF. nº 936.190.735-
20, RG n° 0881667919 SSP/BA, residente e
domiciliada Rua Nacional, 151, Bairro Novo Prado,
Itamaraju-Ba, CEP-45.836-000, por seu procurador
com poderes outorgados por mandato anexo, vem
respeitosamente ante V. Exa., propor, como de fato
proposto tem a presente

AÇÃO OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C DANOS


MORAIS E MATERIAIS

Em face de BIANCOGRES, empresa de direito


privado, CNPJ n° 020.775.46/0001-20, situada na
Av. Talma Rodrigues Ribeiro, 1.145, CIVIT II,
Serra-ES, CEP-29.168-080, expondo e requerendo
o quanto segue:

 DOS FATOS
1 – A Autora na condição de “consumidora” adquiriu produto durável, ou
seja 06 (seis) metros quadrados de piso, tipo porcelanato, produzido pela
Requerida, produto “TREND BIANCO 45X90-RET A”, durante o mês de
fevereiro do ano de 2014, pelo valor de R$ Informação Omitida.
 
2 – A Autora/consumidor foi prejudicada pela Requerida porque lhe
venderam um produto (piso de porcelanato) sob a propaganda, a promessa e a
amostra de ser um produto de excelente qualidade, com cor definida, brilhante
e uniforme, se caracterizando pelo embelezamento que daria ao ambiente com
este revestimento. Todavia, o produto entregue foi de má qualidade, ou seja,
produto com vício de qualidade.
 
3 – Tão logo foram abertas as caixas e iniciado o assentamento do piso
(visto em seu conjunto), foi constatado que apresentava defeitos de qualidade,
sendo disforme a cor, disforme o brilho, com manchas que sugerem aparência
de sujeira, sem permitir a limpeza (uniformização), que deslustra o ambiente e
causa a sensação permanente de piso sujo e, por decorrência, o desconforto e
mal estar.
 
4 – Assim agindo, o Autor na condição de consumidor foi iludido pelas
Requeridas, quanto à qualidade do produto, pois, ao invés de poder gozar a
vida em sua nova casa, há muito expectada, tem o desgosto diário de, junto
com sua família, conviver com um piso irregular, manchado como se sujo
estivesse, com brilho irregular, que além de ensejar constrangimento perante
terceiros visitantes – pela aparente ausência de limpeza do lar, ainda é causa
de contrariedade e dor, pela frustração da casa sonhada, na forma planejada e
dos gastos feitos.
 
5 – Segundo o Código de Defesa do Consumidor, quando o Consumidor
é prejudicado, como no caso o Autor, ele tem o direito de recorrer ao Poder
Judiciário e requerer a substituição (troca) do produto e despesas decorrentes
deste ato, ou então, a indenização pelo equivalente, mais danos e perdas
decorrentes do ato incriminado.
 
6 – No presente caso, a Autora optou, adredemente, por esgotar todas
as formas possíveis de composição amigável, a saber:
 
6.1 – Imediatamente após a entrega do produto, abertura das caixas e
início do assentamento, o Autor formulou reclamação verbal perante a 1ª
Demandada, Razão Social, sendo-lhe informado que estas falhas no brilho e
manchas de sujeira desapareceriam com uma limpeza profunda após o
assentamento; e mais, prometeram que, se acaso não fosse obtida a limpeza
do piso, a fornecedora/vendedora substituiria o piso.
 
A prova destes fatos consta da declaração firmada, sob as penas da lei,
pelo construtor da casa, em anexo.
 
6.2 – Constatado o vício do piso, como definitivo, no mês de março de
2014 o Autor formulou nova reclamação junto à gerente da 1ª Reclamada, Sr.
Nome do Representante, requerendo fosse fornecido outro piso porcelanato,
de boa qualidade, conforme prometido pela empresa.
 
- A Requerida, então, solicitou que aguardasse a visita do supervisor
para dar andamento ao pleito.
 
6.3 – Outras duas reclamações verbais foram formalizadas perante a 1ª
Requerida.
 
Destas reclamações resultou, apenas, a visita recebida do Supervisor da
2ª Requerida, em data de 14/05/2014, conforme atesta o comprovante anexo
(Doc. nº ) 
 
6.4 – Novas reclamações foram realizadas durante os meses de junho e
julho, pedindo agilização no fornecimento do piso em substituição ao de má
qualidade, sem obtenção de solução.
 
6.5 – Em data de 25/0-8/2014 o Autor notificou, via AR Registrado,
através da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – EBCT, concedendo o
prazo derradeiro de 30 (trinta) dias para a substituição (troca) do piso,
fornecimento da argamassa para o assentamento do novo piso, e indenização
da respectiva mão de obra. – Desta notificação Informação Omitida.

DO DIREITO

7 – Nos termos do artigo 12 do CDC o fabricante responde,


independentemente de culpa, pela reparação dos danos causados ao
consumidor, por defeitos decorrentes da fabricação de seus produtos, bem
como por informações insuficientes ou inadequadas.
 
8 - Do mesmo modo, nos termos do artigo 18 do CDC, os fornecedores
de produtos de consumo duráveis, ou não duráveis, respondem solidariamente
pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ou inadequados ao
consumo a que se destinam, ou lhes diminuam o valor, assim como por
aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações constantes do
recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária.
 
9 – Em ambas as situações a lei assegura ao consumidor, a opção de
requerer a substituição do produto viciado, pela mesma marca e modelo ou,
não sendo isso possível, então a substituição por outra de espécie, marca,
modelo diversos, com ajustes dos valores, sem prejuízo de danos decorrentes
do fornecimento de produto fora do padrão prometido.
 
10 - No caso presente, o produto é “inadequado ao fim a que se
destina”, na medida em que o consumidor adquiriu e pagou preço elevado para
alcançar o objetivo prometido de ter em sua residência um piso de porcelanato,
com excelente aparência, de cor alva, uniforme, para aparentar asseio, limpeza
e beleza e, assim, produzir a sensação de bem estar no ambiente residencial.
Entretanto, o piso entregue pelo Fornecedor é de péssima aparência,
denotando manchas com conotação de sujeira, falhas no brilho, e, portanto,
sem o brilho, sem beleza e sem causar a aparência de limpeza, mas ao
contrário, causando a constante sensação de sujeira, desgosto e indignação
pelo em razão da má qualidade do produto.
 
11 – Portanto, o produto apresente vícios de qualidade por defeito de
fabricação (art. 12 do CDC) e, nesta situação o fornecedor responde
solidariamente com o fabricante pelos vícios de qualidade do produto vendido,
obrigando-se a substituir (trocar) o produto, ou a restituir o valor pago e, em
qualquer caso, indenizar os demais danos emergentes, porque é vedado ao
fornecedor colocar em circulação, no mercado de consumo, qualquer produto
em desacordo com a qualidade prometida.
 
Ademais, esta responsabilidade do fornecedor pela qualidade e garantia
do produto vendido (art. 18, CDC) independe da existência de culpa.

DA PROVA

12 – O Autor prova a compra do produto, como também, a imediata


reclamação pelos vícios através da Declaração do Construtor da casa em
anexo (Doc. nº 01), assim como pela Notificação via ARMP pelo Correio (Doc.
nº 02 anexo), e a má qualidade do produto pelas fotografias anexas (Docs. nº
3, 4 e 5) e, ainda, pelo Laudo subscrito pelo engenheiro da obra (Doc. nº 06).
 
13 – Outrossim, na condição de “consumidor” e, ante sua
hipossuficiência, para as demais provas necessárias, requer a inversão do
ônus da prova, nos termos do artigo 6º, Inciso VIII do Diploma Consumeirista,
eis que a relação contratual sub judice trata de uma autêntica relação de
consumo entre “Fornecedor” e “Consumidor” e, de outro lado, as Partes
Requeridos são economicamente gigantes, em detrimento da condição de um
pobre assalariado do Autor, que, somente conseguiu edificar sua casa própria,
utilizando-se dos favores governamentais do Programa Oficial “Minha Casa,
Minha Vida”.

DO PEDIDO

Ante o exposto, o Autor requer, digne-se V. Exa. receber a presente, e


processá-la, determinado:
 
A – A citação das Requerida, através de Aviso de Recebimento-AR via
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - EBCT, nos endereços constates
na introdução desta petição, para contestarem, querendo na forma e prazo
legal, sob pena de revelia;
 
B – Seja deferida a Assistência Judiciária e Jurídica gratuita ao Autor
desta ação, com amparo no CDC;
 
C – Seja, desde logo, por se tratar da ação típica de consumidor,
hipossuficiente, deferida a inversão do ônus da prova;
 
D – Seja permitida a prova documental, com as provas anexas a esta
ação e, se necessário for, Laudo de Vistoria, no piso, objeto da ação;
 
E – Seja permitida a ouvida das duas testemunhas abaixo arroladas,
que foram presenciais aos fatos, em audiência, especificamente Sr.
Informação Omitida E Sr. Informação Omitida
 
F – Ao final a procedência da presente ação com a condenação da
Requerida (a) a entrega imediata a Autora de 06 m2 de piso porcelanato, de 1ª
qualidade, bem assim, (b) a entrega a Autora de Informação Omitida sacas de
argamassa para assentar o porcelanato entregue em substituição ao defeituoso
vendido, e ainda, (c) a condenação à indenização a título de Dano Material de
R$ Informação Omitida a título de mão de obra, para o assentamento deste
piso e (d) a condenação em valor equivalente a 10 (dez) Salários Mínimos
Nacionais, a título de Dano Moral, pelo sofrimento imposto ao Autor e sua
família pela provada conduta ilegal, antiética e imoral de vender produto de má
qualidade e empregar todos os meios protelatórios possíveis para não
substituir o mesmo nem indenizar o consumidor lesado.
 
G – Ao final, a condenação da Requeridas ao pagamento de honorários
de sucumbência, em percentual de 15% sobre o valor da ação atualizado,
juros, custas judiciais, emolumentos e demais cominações decorrentes da lei;
 
Valor da ação: Piso + Argamassa + Mão de Obra + Dano Moral = R$
Valor da Causa

 Nestes Termos

Pede Deferimento

Itamaraju-Ba, 25 de maio de 2023.

Jaime Octávio Nascimento de Santana


OAB/BA 27.948

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