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Teorias clássicas/ limitações das teorias

Limitações do Taylorismo

Vários aspectos negativos são apontados ao Taylorismo. Primeiro, a sua teoria é vista
como mecanicista, por isso chamada de teoria da máquina. Ele praticamente viu o
homem como continuação da máquina.

A superespecialização que preconiza para o operário, também designada por robotização


do operário, segundo pesquisas, não é benéfica nem para o trabalhador nem para a
organização.

Outro aspecto duramente criticado em Taylor é a visão economicista que tem do homem.
Ele vê o homem como Homo economicus, quando afirma que o homem é exclusivamente
influenciado por recompensas salariais, materiais, económicas. Taylor não parou aqui,
viu o trabalhador do seu tempo como mesquinho, limitado, preguiçoso, vadio, culpado
pelos desperdícios da empresa e que deveria ser, por isso, controlado através da
racionalização e do tempo padrão. Portanto, Taylor ignorou a dimensão humana e social
do trabalhador.

Taylor também é criticado por ter concebido a organização como entidade autónoma,
absoluta, quer dizer, sem relação alguma com o ambiente externo. Ele viu a empresa
como um sistema fechado, visualizou os processos internos sem considerar as relações ou
influência do exterior. As organizações são influenciadas pelo mundo interno. Em suma
Taylor não considerou convenientemente as complexidade da organização.

A outra critica feita a Taylor e seus seguidores é que, muitos dos conceitos e proposta que
fizeram, não têm comprovação cientifica. Taylor e os seus continuados não fizeram
pesquisa suficiente para sustentar as suas propostas.

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Limitações da teoria clássica de Fayol

Chiavenato apresenta algumas das principais criticas feitas à TC tais como

1. Os clássicos abordaram a organização formal de forma simplificada, isto é abordaram-


na em termos lógicos, formais, abstracto, sem considerar o seu conteúdo psicológico.
Eles constituíram modelos lógicos, pré estabelecidos aos quais organizações devem
obedecer, sustentando que assim as organizações alcançariam eficiência.

2. A outra limitação que se aponta a TC é a ausência da experimentação. Eles


fundamentaram os seus conceitos baseando-se na experiência directa e no pragmatismo,
ou seja usaram o método empírico e concreto.

3. A TC, como a Administração Científica de Taylor foram considerados Teoria da


Maquina, dado que insistiram muito na divisão mecanicista do trabalho.

4. Abordagem incompleta da organização. Esta crítica é comum à Administração


científica. Os clássicos apenas se preocuparam com a organização formal, e não viram a
organização informal, não abordaram convenientemente os problemas humanos na
organização.

5. Abordagem de sistema fechado. Igualmente como ocorreu com a Administração


Cientifica, a TC tratou a organização composta de muito poucas variáveis, conhecidas e
previsíveis.

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Limitações da Teoria de humanistas.

Nos finais da década 50 a teoria humanista passou a ser muito criticada, são algumas das
mais importantes críticas:

1. O facto de a teoria ter feito uma oposição cerrada à Teoria Clássica é actualmente vista
como um aspecto negativo, uma vez que, segundo teóricos, ambas são válidas, em
situações diferentes: a Clássica tende a sê-lo em condições e situações estáveis quando a
de Relações Humanas parece ser mais apropriada em condições e situações dinâmicas e
mutáveis. Portanto, afirma Chiavenato (1980), uma teoria parece completar a outra, a
TRH hoje é vista como complemento ou compensação e não contradição a T. Clássica

2. A TRH é vista como não tendo visualizado convenientemente os problemas das


relações industriais, sendo que a sua preocupação era de promover a harmonia industrial.
Um exemplo desta inadequada visualização situa-se no facto de ter tido uma concepção
romântica ou ingénua do trabalhador.

Os autores da TRH imaginaram um trabalhador feliz, produtivo e integrado no ambiente


de trabalho, contudo, tal facto não foi comprovado pela pesquisa, que constatou a
existência de trabalhadores felizes mas improdutivos, trabalhadores infelizes mas
produtivos, supervisores liberais, humanos cujos grupos não eram os mais produtivos e
que a consulta (administração participativa), por vezes cria mais problema do que os
resolve.

3. Uma outra crítica situa-se na generalização excessiva das conclusões da Experiência de


Hawthorne que, como se sabe, ocorreu num tipo específico de organização, com
características muito próprias, a fábrica. Se esta pesquisa tivesse tido lugar num hospital,
num banco ou numa Universidade, os resultados teriam sido os mesmos?

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Limitações da Burocracia

Merton, um dos maiores representantes da teoria estruturalista, citado por Chiavenato,


sustenta que não existe uma organização totalmente racional e o formalismo não tem a
profundidade descrita por Weber. Diz Merton, a burocracia sofre transformações quando
é operada por homens, aliás excluído por Weber nos seus estudos; por isso a burocracia
de Weber possui consequências imprevistas, indesejadas, a que chamou de disfunções.
Merton apresentou as seguintes disfunções:

1- Internalização das regras e exagerado apego aos regulamentos: as normas e


regulamentos passam a se transformar de meios em objectivos. Passam a ser absolutos e
prioritários: o funcionário adquire hábitos nefastos e esquece que a flexibilidade é uma
das principais características de qualquer actividade racional.

2-Excesso de formalismo e de papelório: é das mais gritante disfunção da burocracia. A


necessidade de documentar e de formalizar todas as comunicações pode conduzir a
tendência ao excesso de formalismo, de documentação e, consequentemente de papelório.

3-Resistência as mudanças: o funcionário habitua-se a repetição daquilo que faz, torna-


se simplesmente um executor das rotinas e procedimentos. Qualquer novidade torna-se
uma ameaça a sua segurança. Com isto a mudança passa a ser indesejável. Ele resiste a
mudança, quer de forma passiva ou então em forma tumultuosa, (reclamações, greves,
tumultos)

4-Despersonalização do relacionamento: a burocracia tem como um dos seus atributos


a impessoalidade no relacionamento entre os funcionários, dado que enfatiza os cargos e
não as pessoas, isto leva a uma diminuição de relações personalizadas entre os membros
da organização. Os funcionários reconhecem colegas não pelos seu nomes mas pelo
cargos.

5- Categorização: A burocracia assenta numa rígida hierarquização da autoridade,


portanto toma decisões aquele que situa-se mais alto na hierarquia e que pode não ser
necessariamente o que melhor domínio tem sobre o assunto. Categorização é classificar
problemas para mais facilmente lidar com ele. Quanto mais se fizer esta classificação,
menor será a procura de alternativas diferentes de solução.

6- Super conformidade às rotinas e procedimentos: a burocracia se baseia em rotinas e


procedimentos, como meio de garantir que as pessoas façam exactamente aquilo que
delas se espera. As normas se tornam absolutas, As regras e a rotina se tornam sagradas
para o funcionário. Ele passa a trabalhar em função dos regulamentos e das rotinas e não
em função dos objectivos organizacionais aprovados. Este fenómeno faz com que se
limite a liberdade e espontaneidade do funcionário, ele perde iniciativa, criatividade e
inovação, inclusivamente pode ficar deformado.

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Limitações da Burocracia

7- Exibição de sinais de autoridade: como a burocracia enfatiza a hierarquia de


autoridade, torna-se necessário um sistema capaz de indicar, aos olhos de todos, aqueles
que detêm o poder. Daí surge a tendência à utilização intensiva de símbolos ou sinais de
status para demonstrar a posição hierárquica, como o uniforme, localização da sala, do
banheiro, do estacionamento, do
refeitório, tipo de mesa etc.

8- Dificuldade no atendimento aos clientes e conflitos com o público: o funcionário


está completamente voltado para dentro da organização, para as suas normas e
regulamentos internos, para as suas rotinas e procedimentos, para o seu superior
hierárquico, pessoa que o avalia. Por conseguinte, a burocracia torna-se difícil, fecha-se
ao cliente, que é seu próprio objectivo, e impede totalmente a inovação e a criatividade.
Surge os conflitos com os clientes, uma vez que todos eles são tratados de forma
padronizada, igual. O cliente não se vê tratado segundo as especificidade das suas
necessidades. Surgem as pressões, o conflito.

Outras limitações da burocracia de Weber

Sustenta-se que a Burocracia é demasiado racionalizada e não considera a natureza da


administração e as condições do ambiente. Para estes autores a burocracia só sobrevive
quando as tarefas individuais não exigem muita criatividade, as exigência do ambiente
são obvias e há uma necessidade de rapidez na tomada de decisão. Para estes autores a
burocracia se aproxima aos sistemas fechados.

Kants e kanh, na senda de críticas a burocracia, sustentam que ela se aproxima muito a
Administração cientifica de Taylor, logo ela é mecanicista, possui as limitações da teoria
da máquina. São alguns exemplos:

Pouca importância ao intercambio do sistema com o meio, que é dinâmico e exige dos
sistemas modificações constantes, pouca importância aos subsistemas da organização, a
sua dinâmica., negligência quanto a organização informal e concepção da organização
como um arranjo rígido e estático dos seus órgãos.

A burocracia é criticada também por ser conservadora, segundo Bennis, ela não considera
o crescimento pessoal e o desenvolvimento da personalidade das pessoas. Não possui
meios para resolver conflitos internos, as comunicações e criatividade é bloqueada ou
distorcida devido a hierarquização, não há utilização plena dos recursos humanos devido
ao medo de represálias, desconfiança, etc.

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A teoria dos Sistemas

A curiosidade e a necessidade de se verificar a maneira pela qual eram estruturadas as


organizações trouxeram contribuições significativas para busca da eficiência. A fim de
avaliar de que maneiros os sistemas organizacionais e administrativos eram estruturados
e quais mecanismos eram necessários para que funcionassem como o previsto,
matemáticos e sociólogos realizaram pesquisas com vista a perceber como as
organizações funcionavam como sistemas.

A Teoria Geral dos Sistemas, tem por finalidade identificar as propriedades, princípios e
leis característicos dos sistemas em geral, independentemente do tipo de cada um, da
natureza de seus elementos componentes e das relações entre eles. De acordo com
estudiosos existem certos modelos ou sistemas que, independentemente de sua
especificidade, são aplicáveis a qualquer área de conhecimento. Tais modelos
impulsionariam uma tendência em direcção a teorias generalizadas.

A Teoria Geral dos Sistema é interdisciplinar, isto é, pode ser utilizada para fenómenos
investigados nos diversos ramos tradicionais da pesquisa científica. Ela não se limita aos
sistemas materiais, mas aplica-se a todo e qualquer sistema constituído por componentes
em interacção.

Características dos Sistemas

Sistema é um conjunto de elementos interligados para formar um todo, o todo apresenta


propriedade que não se encontram em nenhum dos seus elementos isolados. Sistema, por
outras palavras, é um conjunto de elementos em acção recíproca.

Sistema, como afirmamos, é um conjunto de elementos interligados que formam um todo


e o todo apresenta características próprias que não se apresentam em nenhum dos
elementos isolados. Afirma Chiavenato (Ob. Cit.:546) que a partir dos conceito de
Sistema o sistema possui duas características:

 Propósito ou objectivo: todo o sistema tem um ou alguns propósitos ou objectivos.


As unidades ou elementos e o relacionamento que mantêm visa atingir um objectivo
ou finalidade a alcançar.
 Globalismo ou totalidade: todo o sistema tem uma natureza orgânica, pela qual uma
acção que produza uma mudança numa das unidades do sistema produzira mudanças
em todas as outras partes do sistema, noutras palavras, a estimulação de uma unidade
afectara outras unidades, devido ao relacionamento existente entre os elementos dos
sistemas.

Parâmetros dos sistemas

Teixeira, considera que para funcionar, todo o sistema apresenta os seguintes parâmetros:

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Entradas ou insumos: é a força ou impulso de arranque ou de partida do sistema, que
fornece material ou energia ou informação para a operação do sistema. São os recursos
que vão permitir o funcionamento da organização, podem ser as matérias primas, os
recursos humanos, tecnológicos, financeiros, etc

Saída ou produto ou resultado: é a consequência para a qual se reuniram elementos e


relações do sistema. Os resultados do sistema são as saídas e eles devem ser coerentes
com os objectivos do sistema (organização). Os resultados dos sistemas são conclusivos e
os dos subsistemas ou elementos são intermediários.

Processamento. É o fenómeno que produz mudança, quer dizer, é o mecanismo de


conversão de entradas em saídas. É a transformação dos inputs em com vista a obtenção
dos outputs desejados, de acordo com os objectivos da organização, em ultima analise a
razão de ser do sistema. É o próprio acto produtivo.

Retroacção, retro alimentação, ou feedback é a função do sistema que compara as


saída com o critério ou padrão previamente estabelecido. Ela visa o controlo, a
manutenção do desempenho segundo padrões. Pode ser positiva ou negativa.

Entropia. Todo o sistema tende a desintegração, a desorganização, a deterioração.

Tipos de sistema

Há uma variedade de sistema e de tipologias de classificação. Para os nossos interesses


didácticos classificaremos os sistemas quanto a natureza Chiavenato (Ob. Cit.:548):

 Sistemas fechados: não apresentam intercâmbio com o meio que os circunda, na


medida em que são herméticos a qualquer influência ambiental. Eles não só não
recebem influência do ambiente como não influenciam o ambiente. Exemplos de
sistema fechado: sistemas físicos como a máquinas, relógios, termóstato.

Em rigor sistemas assim não existem, esta denominação é dada aos sistemas cujo
comportamento é determinístico e programado e que operam com pequeno
intercâmbio de matéria e energia com o meio ambiente. Estes sistemas também são
denominados sistemas mecânicos, já que são estruturados, as combinações são rígidas
e produzem saídas invariáveis.

 Sistema Abertos: apresentam um intercâmbio com o ambiente, através de


entradas e saídas. Estes sistemas trocam matéria e energia com o ambiente,
alcançando o estado de equilíbrio. Estes são sistemas adaptativos, quer dizer, para
sobreviver devem reajustar-se constantemente com o meio. Exemplos de sistema
aberto: sistemas biológicos ou sociais, como célula, o homem, a organização, a
sociedade.

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A organização como Sistema Aberto

O conceito de sistema aberto aplica-se a organização. Ela é um sistema criado pelo


homem e mantêm dinâmica interacção com o meio, sejam clientes, fornecedores,
governo, sindicatos, sociedade em geral.

A organização é também composto por diferentes partes ou unidades inter-relacionadas


entre si, que trabalham em harmonia uma com as outras, com vista a alcançar objectivos,
tanto da organização como dos seus participantes.

Características da organização como sistema aberto

Afirma Chiavenato as organizações possui as características do sistema aberto


1. Comportamento probabilístico e não determinístico
2. A organização como parte de uma sociedade maior e constituída por partes
menores
3. Interdependência entre as partes
4. Homeostase (estado firme)
5. Fronteiras e limites
6. Morfogénese (capacidade de modificar-se a si próprio)
7. Resitência (capacidade de superar distúrbio imposto por fenómenos externos)

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Teoria contingêncial

Principais representantes: Joan Woodward, Alfred Chandler, Tom Burns, Staler

a TC surgiu como resultado de uma série de pesquisas que estudaram a relação da


empresa com e dentro do seu ambiente. As pesquisas procuravam aferir os modelos de
estruturas organizacionais mais eficazes em determinado tipo de empresas. Os estudos
estudaram se comprovavam os postulados da Teria Clássica, como a Divisão do trabalho,
amplitude de controlo, hierarquia de autoridade, etc.

A Teoria da Contingencial

Os resultados das pesquisas conduziram a uma nova concepção de organização, a de que


a estrutura desta é dependente da interacção com o meio ambiente. O pressuposto básico
da TC é que não há nenhum caminho universalmente aplicável para um problema em
administração, mas a situação determina a melhor abordagem do problema
organizacional. Ou, não se atinge a eficácia organizacional seguindo um único e
exclusivo modelo organizacional.

A teoria contingêncial representa um deslocamento da visualização de dentro para fora da


organização. A ênfase é colocada no ambiente e nas demandas ambientais sobre a
dinâmica organizacional. Para esta abordagem são as características ambientais que
condicionam as características organizacionais. É no ambiente onde estão as causas, por
isso não há uma única forma de se organizar, tudo depende do ambiente, as
características organizacionais surgem em função das características ambientais nas quais
interagem a organização.

A Teoria contingêncial enfatiza que não há nada de absoluto nas organizações ou na


teoria administrativa. Tudo é relativo. Ela explica que há uma relação funcional entre as
condições do ambiente e as técnicas administrativas apropriadas para o alcance eficaz dos
objectivos. As variáveis ambientais são independentes quando as organizacionais são
dependentes. Estes estudiosos não falam de uma relação causa-efeito mas de relação
funcional, do tipo se então.

As contingências externas, segundo a TC, devem ser vistos como oportunidades e


imperativos ou restrições e ameaças que influenciam a estrutura e os processos internos
da organização.

Esta teoria apresenta como característica a incerteza, o sistema aberto, a flexibilidade, a


relatividade, é situacional, é eclética, apresenta forte ênfase no ambiente e na tecnologia.

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O ambiente organizacional

As organizações interagem dentro de um ambiente (contexto, envolvente) que é


multivariado e complexo. Existe o ambiente geral, ou macro ambiente, que é genérico e
comum a todas as organizações. Este ambiente é constituído pelas seguintes condições ou
variáveis: i. tecnológicas, ii. legais, iii. politicas, iv. económicas, v. demográficas, vi.
ecológicas, vii. culturais. Estas condições formam um campo dinâmico de forças que
interagem entre si.

A organização também interage com o ambiente tarefa, que corresponde ao segmento do


ambiente geral mais imediato ou próximo da organização. Ele é composto por 4 sectores
principais: i. consumidores ou clientes, ii. fornecedores dos recursos (inputs) materiais,
humanos, equipamento, iii. os concorrente e iv. entidades regulamentadoras (governo,
associações, sindicatos)

O ambiente tarefa pose ser classificado em homogéneo, quando os consumidores ou


clientes, os fornecedores dos recursos e os concorrentes apresentam, muita semelhança
entre si, noutras palavras estamos perante um mercado com pouco diferenciado ou
segmentado. E é heterogéneo quando ocorrem muita diferenciação ente consumidores ou
clientes, os fornecedores dos recursos e os concorrentes. Aqui estamos perante um
mercado muito diferenciado.

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