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Objetivos:
1. Entender o ciclo celular e seus mecanismos de controle (sinais extrínsecos, cascata de sinalização);
2. Compreender os tipos de células tronco;
3. Entender a diferenciação celular a partir das células tronco (diferentes taxas de proliferação);
4. Correlacionar o uso células tronco de células tronco com questões bioéticas e citar as terapias.
1-Entender o ciclo celular e seus mecanismos de controle (sinais extrínsecos, cascata de sinalização);
CICLO CELULAR
É o ciclo que tem como função básica duplicar a célula mãe em duas células filhas geneticamente idênticas;
O ciclo celular eucariótico é tradicionalmente dividido em quatro fases sequenciais: G1, S, G2 e M;
As fases G1, S e G2 são, em conjunto, chamadas de interfase. Em uma célula humana típica se proliferando
em cultura, a interfase pode ocupar 23 horas de um ciclo celular de 24 horas, com 1 hora de fase M. O
crescimento celular ocorre ao longo do ciclo celular, exceto durante a mitose.
Durante a fase M, os cromossomos replicados são segregados em núcleos individuais (mitose), e a célula
então se divide em duas (citocinese).
As fases G1 e G2 são chamadas fases de intervalo: garantem o crescimento celular, dão tempo para que a
célula monitore o ambiente interno e externo para garantir que as condições são adequadas e ela está
totalmente preparada antes de iniciar a divisão;
O sistema de controle do ciclo celular governa a maquinaria do ciclo celular pela ativação e pela desativação cíclicas
das proteínas-chave e dos complexos proteicos que iniciam ou regulam a replicação de DNA, mitose e citocinese.
Se detecta problemas dentro ou fora da célula, o sistema de controle pode impedir a progressão através de cada
uma dessas transições.
Ciclinas
São protagonistas do controle do ciclo celular no inicio ou ponto de restrição e na transição de G2/M.
As CDKS ( cinases )são dependentes de ciclinas: As mudanças cíclicas na atividade das Cdks são controladas
pelas ciclinas, um complexo de enzimas e outras proteínas. Precisam estar fortemente ligadas as ciclinas
para ter atividade de cinase; As próprias ciclinas não têm atividade enzimática, mas elas devem ligar-se às
cinases do ciclo celular antes que as cinases possam tornar-se enzimaticamente ativas.
As atividades dessas cinases aumentam e diminuem à medida que a célula avança no ciclo, levando a
mudanças cíclicas na fosforilação de proteínas intracelulares que iniciam ou regulam os principais eventos
do ciclo celular;
As ciclinas passam por um ciclo de síntese e degradação a cada ciclo celular. Os níveis de proteínas
Cdk( cinases) são constantes. As modificações nos níveis das proteínas ciclinas resultam no agrupamento e
ativação cíclicos dos complexos ciclina-Cdk em estágios específicos do ciclo celular;
Existem 4 tipos de ciclinas definidas pelo estágio em se ligam as CDKs e começam a atuar:
A proteína ciclina não somente ativa sua Cdk(cinase) parceira, mas também a direciona para proteínas-alvo
específicas. Como resultado, cada complexo de ciclina-Cdk fosforila um conjunto diferente de proteínas-
substrato;
O mesmo complexo de ciclina-Cdk também pode induzir diferentes efeitos em diferentes tempos do ciclo,
provavelmente porque a acessibilidade de alguns substratos das Cdks muda durante o ciclo celular.
A TRANSIÇÃO METÁFASE-ANÁFASE
É regulada pela degradação de proteínas, levando a estágios finais da divisão celular;
O principal regulador dessa transição é o complexo promotor da anáfase ou ciclossomo (APC/C), um
membro da família enzimática de ubiquitinas-ligase.
Essas enzimas são usadas em numerosos processos celulares para estimular a degradação proteolítica de proteínas
reguladoras específicas. Elas poliubiquitinam proteínas-alvo específicas, resultando na sua degradação em
proteassomos.
Seguindo sua ativação na metade da mitose, APC/C permanece ativa em G1 para fornecer um período estável de Cdk
inativa. Quando G1/S-Cdk é ativada em G1 tardio, APC/C é inativado, permitindo, desse modo, um acúmulo da
ciclina no próximo ciclo celular.
São controladas pela ativação de subunidades: tanto Cdc20 na metade da mitose ou Cdh1 a partir do final da mitose
através de G1 precoce.
As SCF
Outra ubiquitina-ligase;
Sua função principal no ciclo celular é ubiquitinar certas proteínas CKI (inativadoras) em G1 tardio, ajudando,
portanto, o controle da ativação de S-Cdks e replicação de DNA;
Ela é também responsável pela destruição das ciclinas G1/S na fase S inicial.
São controladas pelas proteínas F-Box. A ubiquitinação pela SCF é controlada por mudanças no estado de
fosforilação de suas proteínas-alvo, uma vez que as subunidades de F-box reconhecem somente proteínas
específicas fosforiladas.
Controle transcricional
As mudanças na transcrição dos genes de ciclinas auxiliam o controle dos níveis de ciclinas na maioria das células.
OS INTERRUPTORES BIOQUÍMICOS
1. Quando as condições para a proliferação celular são adequadas, vários sinais externos e internos estimulam
a ativação de G1-Cdk
2. Ela por sua vez estimula a expressão de genes que codificam G1/S-cdk e S-cdk. Então, a ativação resultante
de G1/S-Cdk controla a progressão através do Início da transição.
3. As G1/S-Cdks desencadeiam uma onda de atividade das S-Cdks, que inicia a duplicação dos cromossomos na
fase S e também contribui para alguns eventos iniciais da mitose.
4. Então, a ativação de M-Cdk dispara a progressão através da transição de G2/M e eventos da mitose inicial,
levando ao alinhamento de pares de cromátides-irmãs na placa equatorial do eixo mitótico.
5. Finalmente, APC/C, junto ao ativador Cdc20, dispara a degradação de ecurinas e ciclinas, desencadeando a
separação de cromátides-irmãs e a segregação e finalização da mitose.
6. Quando a mitose está completa, múltiplos mecanismos colaboram na supressão da atividade das Cdks,
resultando em um período estável de G1.
FASE G1
A duração da fase G1 pode variar imensamente, dependendo das condições externas e de sinais
extracelulares de outras células;
Se as condições extracelulares forem desfavoráveis as células retardam a progressão a G1 e podem entrar
em um estado de repouso especializado conhecido como G0 (G zero), podendo permanecer por dia,
semanas ou mesmo anos antes que a proliferação seja retomada; é onde a maioria das células fica;
Se as condições extracelulares são favoráveis e os sinais para crescer e se dividir estão presentes, as células
no início de G1 ou G0 avançam até um ponto de comprometimento próximo ao fim de G1 conhecido como
ponto de restrição ou início; A partir desse ponto, mesmo que os sinais sejam removidos, haverá replicação
do DNA;
FASE S
Durante a fase S, a replicação do DNA inicia nas origens de replicação, que estão espalhadas por numerosos
locais em cada cromossomo quando a helicase de DNA desenrola a dupla-hélice e as enzimas da replicação
de DNA se ligam às duas fitas-molde simples. Isso leva à fase de alongamento da replicação, quando a
maquinaria de replicação se distancia da origem em duas forquilhas de replicação;
Para que essa replicação aconteça da forma correta, ela é dividida em duas etapas:
1. Licenciamento das origens de replicação: ocorre na mitose tardia e G1 inicial, quando um par de helicases de
DNA inativas se ligam à origem de replicação, formando um grande complexo, chamado de complexo pré-
replicativo ou pré-RC, a iniciação da síntese de DNA ocorre somente em origens que contêm um pré-RC.
Há ainda um complexo de reconhecimento da origem (ORC) que se liga às origens de replicação no decorrer
do ciclo celular. Ele, em conjunto com as proteínas Cdc6 e Cdt1 vão ligar as helicases inativas ao DNA.
No início da fase S, S-Cdk desencadeia a ativação da origem pela fosforilação específica de proteínas
iniciadoras que promovem a formação de um grande complexo proteico que ativa a helicase de DNA e
recruta as outras proteínas.
2. O segundo passo ocorre na fase S, quando helicases de DNA são ativadas, resultando no desenrolamento do
DNA e no início da síntese de DNA. Uma vez que a origem de replicação tenha sido iniciada nessa via, as duas
helicases se movem para fora da origem na forquilha de replicação, e a origem não pode ser reutilizada até que
uma nova pré-RC seja adicionada no final da mitose. O resultado é que as origens podem ser ativadas somente
uma vez por ciclo celular.
DUPLICAÇÃO DE CROMOSSOMOS
Duplicação de histonas
Além do DNA, também há necessidade de duplicar as proteínas ligadas a cromatina como as histonas;
A produção de proteínas da cromatina aumenta durante a fase S, estimuladas pela as S-Cdks que leva a um
aumento da síntese das quatro subunidades de histonas que formam os octâmeros de histonas no núcleo de
cada nucleossomo.
Fatores de associação de nucleossomos vão agrupar essas subunidades são agrupadas em nucleossomos no
DNA. Esses fatores se associam a à forquilha de replicação e distribuem nucleossomos para ambas as fitas do
DNA à medida que a replicação acontece;
AS COESINAS
No final da fase S cada cromossomo possui um par de cromátides irmãs idênticas unidas em alguns pontos;
essa coesão é importante para que sejam separadas no momento certo da mitose apenas;
A coesão de cromátides-irmãs depende de um complexo de proteínas chamado coesina que se liga ao longo
do DNA assim que ele é replicado na fase S;
A coesina forma gigantescas estruturas similares a anéis, que circundam as duas cromátides-irmãs;
Duas das subunidades da coesina são membros de uma grande família de proteínas chamada proteínas SMC
(Manutenção Estrutural de Cromossomos);
O encadeamento de DNA,
Ocorre com o entrelaçamento de moléculas de DNA irmãs quando duas forquilhas de replicação se
encontram durante a síntese de DNA;
A enzima topoisomerase II gradativamente desembaraça as moléculas-irmãs de DNA entre a fase S e o início
da mitose, cortando uma molécula de DNA, passando a outra através da quebra, e então resselando o DNA
cortado.
Correção do DNA
Quando ocorre dano ao DNA pode interromper o ciclo celular no ponto de verificação em G1. Quando o DNA
é danificado, proteína-cinases específicas vão ativar a proteína p53 e pela parar sua rápida degradação;
A proteína p53 ativada então se acumula e se liga ao DNA. Lá, ela estimula a transcrição do gene que codifica
para a proteína inibidora Cdk, p21;
A proteína p21 se liga à G1/S-Cdk e à S-Cdk e as inativa, de forma que o ciclo celular é interrompido em G1;
O aprisionamento do ciclo celular em G1 permite que a célula tenha tempo para reparar o DNA danificado
antes de replicá-lo. Caso o dano ao DNA seja muito severo para ser reparado, p53 pode induzir a célula a se
suicidar por apoptose.
FASE M
Seguindo a conclusão da fase S e a transição através de G2, a célula sofre uma grande perturbação da fase
M;
A fase M é formada pela mitose e citocinese, que acabam sendo uma só. A mitose é tradicionalmente
dividida em cinco etapas –prófase, prometáfase, metáfase, anáfase e telófase.
A REGULAÇÃO DA MITOSE
Pode ser dividida em duas partes principais:
1. Primeiro, um aumento abrupto na atividade de M-Cdk na transição G2/M desencadeia eventos no início da
mitose (prófase, prometáfase e metáfase);
2. A segunda parte principal da mitose começa na transição entre metáfase e anáfase, quando o APC/C provoca a
degradação da securina, liberando uma protease que cliva a coesina e, com isso, inicia a separação das
cromátides-irmãs
PRIMEIRA PARTE
A M-Cdk
A M-Cdk promove o início da mitose, fosfolirando proteínas específicas envolvidas nos seguintes processos:
Ela induz a formação do fuso mitótico e assegurar que cada cromátide-irmã de um par esteja ligada ao polo
oposto do fuso;
Desencadeia a condensação dos cromossomos – a reorganização em grande escala das cromátides-irmãs
entrelaçadas em estruturas compactas, similares a um bastão;
Promove a desintegração do envelope nuclear e rearranjos do citoesqueleto de actina e do aparelho de
Golgi.
MITOSE
1. Duplicação de centrossomos
O centrossomo é o principal centro organizador de microtúbulos das células animais, é formado por um par
de centríolos. Ele duplica de modo que possa auxiliar na formação dos dois polos do fuso mitótico e de modo
que cada célula-filha possa receber seu próprio centrossomo;
A duplicação do centrossomo inicia no começo da fase S e é acionada pelas mesmas Cdks (G1/S-Cdk e S-Cdk)
que acionam a replicação de DNA.
Ciclo do centrossomo:
Inicialmente, quando os centrossomos duplicam ( 4 centríolos), ambas as cópias permanecem unidas como um único
complexo ao lado do núcleo;
Quando a mitose inicia, os dois centrossomos se separam, e cada um forma um arranjo separado de microtúbulos
chamado de áster;
Os dois ásteres se movem para os polos opostos do núcleo para formar os dois polos do fuso mitótico.
2. A condensação da cromatina
Condensina: se reúnem a cada cromátide individual no início da fase M e se enrolam sobre o DNA para
ajudar que cada cromátide se condense; Ela forma uma estrutura em anel que circunda as alças de DNA de
cada cromátide-irmã.
A condensina é um complexo proteico de cinco subunidades que se assemelha à coesina;
PRÓFASE
O fuso mitótico
O fuso mitótico começa a se formar na prófase. Ele é um arranjo bipolar de microtúbulos.
Eles são instáveis: os microtúbulos polimerizam e despolimerizam pela adição ou perda de suas subunidades
de tubulina, e filamentos individuais se alternam entre crescimento e encurtamento. Essa instabilidade é
aumentada no inicio da mitose pela M-Cdk;
Os microtúbulos possuem extremidades + e -. As extremidades mais dos microtúbulos se projetam para fora
polo do fuso, enquanto as extremidades menos estão ancoradas aos polos do fuso, sendo organizadas pelos
centrossomos.
Os microtúbulos instáveis se espalham pela célula e algumas vezes interagem com os microtúbulos vindo de
outros cromossomos ( são os chamados microtúbulos interpolares), isso os estabiliza, evitando a
despolimerização;
Existem 3 tipos de microtúbulos: Os microtúbulos do cinetocoro conectam os polos do fuso aos cinetocoros
das cromátides-irmãs, enquanto os microtúbulos interpolares dos dois polos se interdigitam na placa
equatorial do fuso. Os microtúbulos astrais irradiam-se dos polos para o citoplasma.
PRÓ-METÁFASE
METÁFASE
Os cromossomos se alinham no equador do fuso, a uma distância equivalente entre os dois polos, formando
a placa metafásica;
Tanto o crescimento e a retração dos microtúbulos como a ação das proteínas motoras dos microtúbulos
ajudam e mantem a criação dessa placa;
Os cromossomos são mantidos no fuso por um sistema de tensão em que cada polo o puxa para seu lado;
ANAFÁSE
A anáfase se inicia repentinamente com a liberação da ligação de coesina que mantém as cromátides-irmãs
unidas;
A ligação das coesinas é destruída por uma protease chamada de separase, que até o começo da anáfase é
mantida em um estado inativo pela ligação a uma proteína inibidora chamada de securina. No início da
anáfase, a securina é marcada para ser destruída por um complexo proteico chamado de complexo
promotor da anáfase (APC). Uma vez que a securina foi removida, a separasse é então liberada para romper
as ligações das coesinas;
O APC não apenas aciona a degradação das coesinas, mas também marca a M-ciclina para destruição,
tornando, assim, o complexo M-ciclina inativo. Essa inativação rápida de M-Cdk auxilia a iniciar a saída da
mitose.
Uma vez que as cromátides-irmãs se separam, elas são puxadas para o polo do fuso ao qual estão ligadas.
Todas elas se movimentam a uma mesma velocidade, que normalmente é de cerca de 1 μm por minuto;
Anafáse A
O movimento inicial dos cromossomos em direção aos polos;
A força que coordena os movimentos da anáfase A é pela ação das proteínas motoras associadas aos
microtúbulos que se localizam no cinetocoro, auxiliadas pelo encurtamento dos microtúbulos do
cinetócoro;
Haverá perda das subunidades de tubulina do microtúbulos do cinetócoro, processo que depende de uma
proteína semelhante às motoras e utiliza a energia da hidrólise do ATP para essa remoção das tubulinas.
Anáfase B
Os polos do fuso e os dois conjuntos de cromossomos se distanciam;
Proteínas motoras das famílias da cinesina e da dineína atuam em diferentes tipos de microtúbulos do fuso.
1. Um grupo de proteínas motoras atua nos longos microtúbulos interpolares em sobreposição que formam
o próprio fuso; essas proteínas motoras deslizam os microtúbulos interpolares dos polos opostos uns
pelos outros no equador do fuso, afastando os polos dos fusos.
2. O outro grupo atua nos microtúbulos astrais que se estendem dos polos do fuso em direção à periferia da
célula, associadas ao córtex celular e puxam cada polo em direção ao córtex adjacente e para longe do
outro polo;
*Cromossomos não ligados enviam um sinal de parada para o sistema de controle do ciclo celular, esse sinal inibe a
progressão pela mitose por meio do bloqueio da ativação da APC. Sem APC ativa, as cromátides-irmãs permanecem
unidas.
TELÓFASE
No estágio final da mitose, o fuso mitótico se desmonta, e um envelope nuclear é reconstituído ao redor de
cada conjunto cromossômico para formar os dois núcleos-filhos;
Inicialmente, as vesículas da membrana nuclear se agrupam ao redor dos cromossomos individuais e então
se fundem para formar o novo envelope nuclear;
Durante esse processo, as proteínas dos poros nucleares e as lâminas nucleares que foram fosforiladas
durante a pró-metáfase são agora desfosforiladas, o que permite que se reconstituam e formem o envelope
nuclear e a lâmina nuclear, respectivamente.
Uma vez refeito o envelope nuclear, os poros bombeiam proteínas nucleares para dentro, o núcleo se
expande, e os cromossomos mitóticos compactados relaxam para seu estado interfásico.
CITOCINESE
A citocinese é o processo pelo qual o citoplasma é clivado em dois, completando a fase M. Pode ser iniciado
na anáfase, mas não é completado até os núcleos serem finalizados na telófase.
Suco de clivagem
Aparecimento do suco de clivagem na superfície celular que rapidamente se aprofunda: sulco na membrana
plasmática que ocorre durante a anáfase no plano perpendicular ao eixo mais longo do fuso mitótico,
assegurando que cada célula-filha receba um conjunto idêntico e completo de cromossomos.
Durante o desenvolvimento embrionário, há algumas situações nas quais a célula em divisão movimenta seus fusos
mitóticos para uma posição assimétrica, e, consequentemente, o sulco cria duas células-filhas que diferem em
tamanho. Na maioria dos casos, as células-filhas também diferem nas moléculas que herdam e, normalmente,
desenvolvem-se em diferentes tipos celulares.
Anel contrátil
Estrutura de composto por filamentos de actina, filamentos de miosina II e muitas proteínas estruturais e
reguladoras que se forma durante a anáfase ao redor da membrana plasmática. Esse anel se contrai e a
membrana celular acompanha sua contração, adicionando mais membrana para compensar a maior
superfície celular que acontece com a citocinese.
Sua formação e controle é formado pela RhoA, uma pequena GTPase da superfamília Ras;
Quando o anel termina de se contrair, a inserção e a fusão da membrana selam a lacuna entre as células-
filhas.
O anel contrátil é desfeito quando a clivagem termina, pois a membrana do sulco de clivagem se estreita
para formar o corpo mediano.
O corpo mediano é como uma corrente entre as duas células-filhas e contém os restos do fuso central.
Quando a célula se separa totalmente, alguns componentes do corpo mediano ficam residuais e ajudam a
orientar o córtex células na próxima divisão;
Apoptose: morte celular programada quando as células estão defeituosas ou não são mais necessárias;
Uma célula em apoptose se enruga e condensa.O citoesqueleto colapsa, o envelope nuclear se desmonta, e
o DNA do núcleo se quebra em fragmentos. O mais importante, a superfície da célula é alterada de tal modo
que ela imediatamente atrai células fagocíticas, em geral células fagocíticas especializadas chamadas de
macrófagos;
Essa fagocitose evita que ela derrame seu conteúdo extracelular ao redor ( como na necrose) e que os
componentes dela possam ser reaproveitados;
O equilíbrio entre as atividades dos membros da família Bcl2 pró-apoptóticos e antiapoptóticos determinam se uma
célula de mamífero morre ou vive pela apoptose.
A maioria das moléculas de sinalização extracelulares que influencia a sobrevivência celular, o crescimento celular e
a divisão celular são proteínas solúveis secretadas por outras células ou proteínas
As proteínas-sinal que atuam positivamente podem ser classificadas, com base na sua função, em três
categorias principais:
1. Fatores de sobrevivência: Fatores de sobrevivência muitas vezes suprimem a apoptose pela regulação dos
membros da família das Bcl2. Neste caso, o receptor ativado ativa um regulador da transcrição no citosol.
Essa proteína se move para o núcleo, onde ela ativa o gene que codifica para Bcl2, uma proteína que inibe a
apoptose.
2. Mitógenos: Um modo de como os mitógenos estimulam a proliferação celular é pela inibição da proteína Rb.
Na ausência dos mitógenos, a proteína Rb desfosforilada mantêm reguladores específicos da transcrição em
um estado inativo; esses reguladores da transcrição são necessários para estimular a transcrição de genes-
alvo que codificam para proteínas necessárias para a proliferação celular. Mitógenos se ligam aos
receptores da superfície celular e ativam vias de sinalização intracelular que levam à formação e à ativação
dos complexos G1-Cdk e G1/S-Cdk. Esses complexos fosforilam e, assim, inativam a proteína Rb. As proteínas
reguladoras de genes estão agora livres para ativar a transcrição dos seus genes-alvo, levando à proliferação
celular.
3. Fatores de crescimento: estimulam o crescimento celular (um aumento no tamanho da célula e na massa)
pela promoção da síntese e pela inibição da degradação das proteínas e de outras macromoléculas.
Definição
Uma célula-tronco é uma célula não especializada que ainda não se diferenciou em nenhum tipo celular
específico.
Propriedades
As células-tronco mostram três propriedades fundamentais: auto-renovação, proliferação e diferenciação.
Na auto-renovação: ocorre por mitoses e as células-tronco geram cópias idênticas de si mesmas e mantém
seu número mais ou menos constante, mesmo quando parte delas se diferencia.
A proliferação: também por mitoses, garante um número adequado de células-tronco num dado local do
organismo, em um determinado momento de seu desenvolvimento.
A diferenciação: permite o surgimento de tipos celulares distintos, em termos morfológicos e funcionais e,
por extensão, de tecidos e órgãos especializados. O processo de diferenciação é regulado pela expressão
preferencial de genes específicos nas células-tronco, processo controlado pela influência das células da
vizinhança e pela presença (ou ausência) de variados fatores de diferenciação celular.
As células-tronco realizam divisões assimétricas: produzindo duas células irmãs diferentes entre si. Uma
célula irmã permanece como célula tronco, num processo chamado autorrenovação (no qual a célula em
divisão "renova-se" produzindo uma filha funcionalmente idêntica). A outra célula irmã assume uma
identidade diferente, diferenciando-se diretamente num tipo celular necessário ou sofrendo divisões
adicionais para produzir mais células.
Células-tronco embrionárias
Se originam a partir da massa celular interna do embrião precoce, formada no blastocisto. Elas são chamadas
pluripotentes e se proliferam indefinidamente e ainda mantêm um potencial de desenvolvimento irrestrito. Não dão
origem a tecidos extraembrionários como aqueles da placenta;
Células-tronco adultas
Classicamente se admite que as células-tronco adultas diferem das células-tronco embrionárias, pois apresentam um
potencial mais limitado de diferenciação. Embora somente algumas sejam consideradas pluripotentes (na medula
óssea, por exemplo), em sua maioria são células multipotentes e células progenitoras, capazes de dar origem apenas
a um determinado tipo celular ou, no máximo, a poucos tipos celulares relacionados.
Classificações
Células totipotentes: As células que vão do zigoto a mórula, capazes de formar tanto o embrião (e,
portanto, todo o organismo adulto) como também uma estrutura extraembrionária, a placenta, não são
consideradas células tronco, pois não se renovam;
Células-tronco pluripotentes: Produzem todos os tipos de células do embrião, com exceção dos anexos
embrionários. As células presentes no blastocisto, onde a camada mais externa de células da esfera,
chamada trofoblasto, dará origem aos tecidos extra-embrionários (placenta) e a massa celular interna dará
origem ao embrião propriamente dito.
Células-tronco multipotentes: Têm a capacidade de produzir células de vários tecidos;
Células-tronco oligopotentes: podem produzir células de um único tecido;
Células-tronco unipotentes: Produzem apenas um tipo de célula e são as células progenitoras e auto-
renováveis.
DIFERENCIAÇÃO CELULAR
Definição
A diferenciação celular é o processo pelo qual as células de um organismo começam a se tornar diferentes em sua
forma, composição e função. A partir de então, surgem no indivíduo populações de células distintas, formando
estruturas, órgãos e sistemas;
A partir da blástula, o embrião passa por complexas transformações que culminam no aparecimento de três
linhagens de células distintas: o endoderma, o mesoderma e o ectoderma, o que caracteriza o estágio de
gástrula;
A fixação do destino funcional das células tem início na gastrulação, quando acontecem modificações nas
células embrionárias que determinam seu futuro.
Ativação e inibição
A ativação dos genes necessários acompanhada da inativação daqueles desnecessários durante o processo de
diferenciação celular.
4) Correlacionar o uso células tronco de células tronco com questões bioéticas e citar as terapias
Usar embriões congelados excedentes de tratamentos de fertilização ou obter células-tronco a partir de clonagem
terapêutica são duas soluções que a Biologia e a Medicina estão propondo para tentar chegar mais perto da cura de
várias doenças.
As células-tronco embrionárias podem ser obtidas através da fecundação ou da clonagem, sendo que esta é
realizada transferindo-se o núcleo de uma célula somática adulta para um ovócito anucleado.
Beneficência x não-maleficência
O debate em torno da pesquisa com células-tronco embrionárias envolve um dilema ético que se origina na
impossibilidade de atender simultaneamente a dois princípios morais: o dever de prevenir ou aliviar o
sofrimento (no caso, por meio dos possíveis impactos de descobertas científicas na medicina) e o dever de
respeitar o valor da vida humana (uma vez que os embriões teriam o potencial de se tornar seres humanos).
Para se posicionar nessa discussão, é importante entender a origem dessas células e pensar sobre o status
do embrião na fase do desenvolvimento em que elas são obtidas, já que a remoção da massa de células
primordiais dos blastocistos, os impede de continuar seu desenvolvimento.
A legislação
Segundo o art. 5º da Lei de Biossegurança:
“Art. 5o É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões
humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento, atendidas as seguintes
condições:
I – sejam embriões inviáveis; ou
II – sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, na data da publicação desta Lei, ou que, já congelados na
data da publicação desta Lei, depois de completarem 3 (três) anos, contados a partir da data de congelamento.
§ 1o Em qualquer caso, é necessário o consentimento dos genitores.
§ 2o Instituições de pesquisa e serviços de saúde que realizem pesquisa ou terapia com células-tronco embrionárias
humanas deverão submeter seus projetos à apreciação e aprovação dos respectivos comitês de ética em pesquisa.
§ 3o É vedada a comercialização do material biológico a que se refere este artigo e sua prática implica o crime
tipificado no art. 15 da Lei no 9.434, de 4 de fevereiro de 1997.”
O lado favorável
Os favoráveis às pesquisas argumentam que os embriões excedentes (não usados pelos doadores de
gametas) seriam descartados de qualquer forma pelas clínicas de fertilização, e que, portanto, empregá-los
para tratamentos futuros daria finalidade e “dignidade” à sua criação e destruição.
No entanto...
O problema é que nem a Filosofia, nem a Religião, nem a Ciência, e nem mesmo a Bioética, chegaram a um
consenso sobre o momento em que a vida começa, isto é, se embriões em fase tão insipiente merecem
proteção; e direitos legais e morais iguais aos das pessoas nascidas, por carregarem material genético
humano.
Alternativas
Algumas alternativas permitem contornar as polêmicas relacionadas à pesquisa com células-tronco
embrionárias, como o uso das células-tronco pluripotentes induzidas, que são células adultas, como células
da pele, reprogramadas para um estado não diferenciado que se tornam pluripotentes, ou o uso das células-
tronco adultas, que são multipotentes, podendo dar origem a alguns outros tipos de células especializadas.
Células-tronco adultas podem ser encontradas no sangue, na medula óssea, no tecido adiposo e até na
polpa do dente, e têm sido intensamente estudadas.
Uma grande vantagem dessas outras fontes de células é que o seu uso não envolve os dilemas éticos
discutidos até aqui. No entanto, mesmo com os avanços obtidos com essas outras células-tronco, muitos
cientistas defendem que a pesquisa com células-tronco embrionárias ainda é necessária pois cada tipo
celular tem características próprias e elas seriam o controle perfeito para estudar os processos de
diferenciação celular.
Ainda são poucas as doenças para as quais existem tratamentos comprovados com células-tronco. Doenças
sanguíneas, no sistema imunológico e a perda da função da medula óssea podem, em alguns casos, ser tratadas com
eficiência por meio do transplante de células-tronco sanguíneas. Os médicos transferem células-tronco sanguíneas
em transplantes de medula óssea há mais de 50 anos, e hoje se usa técnicas avançadas para coletar células-tronco
sanguíneas clinicamente. O sangue do cordão umbilical, assim como a medula óssea, é geralmente usado como
fonte de células-tronco sanguíneas e tem sido utilizado como alternativa aos transplantes de medula óssea. Outras
células-tronco de tecidos específicos podem desempenhar um papel em transplantes de tecidos que já são
realizados há vários anos. Para tecidos e órgãos como a pele e a córnea, as células-tronco contidas nestes tecidos
contribuem para a regeneração de longo prazo. Outros tratamentos com células-tronco ainda são experimentais.
Isto significa que ainda não está provado que determinado tratamento é seguro ou que dará certo.
Delivery de medicamentos
Não se sabe a razão, mas células-tronco neurais são atraídas por certas proteínas liberadas por tumores. Por isso,
após injetadas no corpo, elas tendem automaticamente a migrar para regiões tumorais. É possível tirar vantagem
dessa característica para melhorar o tratamento de cânceres que são difíceis de tratar. Drogas antitumorais podem
ser eficazes, mas tendem a ser extremamente tóxicas se administradas sistemicamente. A solução pode ser
empregar células-tronco como veículos para a entrega de medicamentos apenas na vizinhança do tumor.