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Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região

Ação Trabalhista - Rito Sumaríssimo

0010122-52.2023.5.03.0036

Tramitação Preferencial
- Pagamento de Salário

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 11/02/2023

Valor da causa: R$ 25.825,00

Partes:
AUTOR: LUIZ MORAES BRAGA
ADVOGADO: CARLOS EDUARDO MAGRI SILVA
RÉU: CONDOMINIO HORACIO MOREIRA DIAS SPACE CENTER
ADVOGADO: CARLOS ALEXANDRE MOREIRA WEISS
PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE
 Fls.: 2

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 2° VARA DO TRABALHO DE

JUIZ DE FORA - MG

PROCESSO Nº 0010122-52.2023.5.03.0036

LUIZ MORAES BRAGA, já qualificado nos autos do processo em

epígrafe, que move em face de CONDOMÍNIO HORÁCIO MOREIRA DIAS
SPACE CENTER, por seu advogado, infra-assinado, vem respeitosamente à
presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 895, I da CLT interpor:

RECURSO ORDINÁRIO

em face da R. Sentença prolatada nos autos em epígrafe sob ID e605657,

requerendo o encaminhamento das razões recursais abaixo declinadas
ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, com amparo no
permissivo legal e nas inclusas razões de recurso.
Informa-se que todos os pressupostos de admissibilidade foram
observados, tendo V. Excelência deferido o benefício da justiça gratuita em favor
do reclamante não carece de preparo.
Diante do exposto, requer o recebimento do presente recurso, a intimação
da parte contrária para, querendo, apresentar contrarrazões, e após seja o
presente recurso remetido ao Egrégio Tribunal do Trabalho da 3ª Região.

Nestes termos, pede deferimento.

Juiz de Fora/MG, 17 de julho de 2023.

CARLOS EDUARDO MAGRI SILVA

OAB/MG 194.432
CARLOS EDUARDO MAGRI SILVA - OAB/MG: 194.432
RUA MARECHAL DEODORO, Nº 162, lj 11, CENTRO, SHOPPING MARECHAL
JUIZ DE FORA/MG - CEP:36013-000, Email: carlosmagri.adv@gmail.com - Tel: 32 99143-2900

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 Fls.: 3

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3° REGIÃO

Autos n° 0010122-52.2023.5.03.0036
Recorrente: LUIZ MORAES BRAGA
Recorrido: CONDOMÍNIO HORÁCIO MOREIRA DIAS SPACE CENTER
ORIGEM: 2° VARA DO TRABALHO DE JUIZ DE FORA - MG

COLENDA TURMA,

EMÉRITOS DESEMBARGADORES.

I – DA TEMPESTIVIDADE DO PRESENTE RECURSO

A priori, insta salientar que o presente Recurso Ordinário é
tempestivo e foi protocolado dentro do prazo legal.

A r. decisão recorrida foi publicada no dia 04.07.2023, portanto, o

prazo para a interposição do recurso começou a fluir no dia 05.07.2023
findando em 17.07.2023. Protocolizado dentro do octídio legal, tem-se por
tempestivo o recurso ora interposto.

No que diz respeito ao preparo, cabe ressaltar que as custas

processuais não foram recolhidas, uma vez que o recorrente é beneficiário
da Justiça Gratuita nos termos do art. 790, §3º, CLT.

Portanto, revela-se tempestivo presente recurso ordinário nesta

data.

Por fim, regular a representação processual, requer seja

conhecido, para o fim de se admitir o recurso ordinário interposto e dar-lhe
provimento, conforme razões doravante expostas.

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I – SÍNTESE PROCESSUAL

O Recorrente ajuizou reclamação trabalhista em face do

Recorrido, tendo como objeto o reconhecimento do vínculo empregatício e
o pagamento de verbas trabalhistas pelo empregador.

O Juízo de primeira instância julgou improcedentes os pedidos do

Reclamante, argumentando que a relação entre as partes não possuía
natureza empregatícia, haja vista a ausência dos elementos essenciais à
caracterização do vínculo de emprego.

“Inicialmente, a jornada de trabalho alegada na inicial contradisse o

depoimento pessoal do autor na audiência de instrução e julgamento. A
princípio, o Reclamante alegou laborar de segunda a sexta-feira,
das 8:00 às 17:00, podendo estender até as 20:00, e aos sábados
das 08:00 às 18:00. Contudo, em audiência, o Autor alegou trabalhar
das 8:00 até as 21 / 22 horas, de segunda a sexta, ao realizar serviços
extras, não fazendo menção ao sábado”.
Neste aspecto, as circunstâncias nos autos, como o curto
período de tempo em que a parte Autora realizou seus serviços à
Reclamada (aproximadamente dois meses) aliado com as
contrariedades da jornada de trabalho nos autos, reforçam a tese
defensiva acerca da relação estabelecida entre as partes diversa da
natureza empregatícia.
“Neste aspecto, as circunstâncias nos autos, como o curto
período de tempo em que a parte Autora realizou seus
serviços à Reclamada(aproximadamente dois meses) aliado com
as contrariedades da jornada de trabalho nos autos, reforçam a
tese defensiva acerca da relação estabelecida entre as partes
diversa da natureza empregatícia.Considerando até mesmo a
própria natureza do serviço, é clarividente a ausência de
não-eventualidade no presente caso.Outrossim, como pedreiro, o
Autor não estava sujeito à subordinação jurídica, podendo exercer
suas atividades com autonomia, na medida em que, ao ser contratado
para realizar uma obra de um determinado local, poderia aplicar
suas técnicas e habilidades de maneira que melhor lhe aprouvesse.”

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(Sentença ID: e605657 pág 2)

Cumpre destacar que a variação no relato da jornada de trabalho

é algo comum em situações onde o Reclamante exerceu horas extras. A
jornada mencionada na petição inicial refere-se à jornada regular de
trabalho, enquanto o depoimento prestado na audiência refere-se à jornada
efetivamente cumprida pelo Reclamante, considerando as horas extras
realizadas.

II - DA ALEGAÇÃO DE CONTRATAÇÃO POR OUTRO PRESTADOR DE

SERVIÇOS

A Reclamada alegou em sua contestação que o Reclamante foi

contratado por outro prestador de serviços autônomos para ajudá-lo em
atividades específicas, sendo este responsável pela remuneração do
Reclamante. No entanto, é relevante observar que não há qualquer
comprovante de pagamento ou outro documento feito diretamente pela
Reclamada em favor do Reclamante ou terceirização nos autos.

III - DO RECONHECIMENTO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO

A controvérsia no presente caso gira em torno da existência ou

não do vínculo de emprego. A jurisprudência brasileira estabelece que a
presença dos seguintes elementos caracteriza a relação de emprego:
pessoalidade, onerosidade, subordinação e não eventualidade.

No que tange ao reconhecimento do vínculo empregatício entre o

Reclamante e a Reclamada, discordamos veementemente da decisão
proferida, pois existem elementos fáticos e jurídicos que comprovam a
existência da relação de emprego.

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A jurisprudência pátria, reiteradamente, tem entendido que a

subordinação, a pessoalidade, a onerosidade e a não eventualidade são
elementos fundamentais para a configuração do vínculo empregatício.
Contudo, é importante destacar que esses elementos não precisam estar
presentes de forma absoluta e invariável, mas sim de forma predominante.

No caso em tela, o Reclamante alegou trabalhar de segunda a

sexta-feira, das 8:00 às 17:00, podendo estender até as 20:00, e aos
sábados das 08:00 às 18:00. O depoimento pessoal prestado pelo Reclamante
durante a audiência reforçou essa jornada de trabalho, com a realização
de horas extras até as 21/22 horas de segunda a sexta-feira.

Nesse sentido, a existência da subordinação jurídica pode ser

demonstrada pelos horários fixos de trabalho e pela obrigatoriedade de
cumprimento de metas e orientações da Reclamada. A pessoalidade é
evidente, uma vez que o Reclamante foi contratado especificamente para
exercer a função de pedreiro para a empresa. Quanto à onerosidade, a
remuneração do Reclamante era feita diretamente pela Reclamada,
conforme alegado na petição inicial e confirmado em seu depoimento.

Ademais, a ausência de não eventualidade não pode ser presumida

apenas com base no curto período de dois meses em que o Reclamante
prestou serviços à Reclamada. A jurisprudência tem reconhecido a não
eventualidade mesmo em contratos de curta duração, quando preenchidos
os demais requisitos do vínculo de emprego.

Diante do exposto, faz-se necessária a revisão da decisão proferida,

reconhecendo-se o vínculo empregatício entre o Reclamante e a

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Reclamada com base nos elementos fáticos e jurídicos apresentados, em

conformidade com a jurisprudência.

IV - CONCLUSÃO

Pelo exposto, requer:

1) Seja conhecido e provido o presente recurso, reformando a r.

sentença a quo, e consequentemente, julgado procedentes os pedidos da
exordial, com a condenação da empresa Reclamada, na anotação
retroativa em sua CTPS e ao pagamento de todas as verbas rescisórias;
2) seja condenado o Recorrido em eventuais custas e honorários
sucumbenciais, nos termos da lei.

Nestes termos, pede deferimento.

JUIZ DE FORA/MG, 17 DE JULHO DE 2023.

Carlos Eduardo Magri Silva

OAB/MG 194.432

CARLOS EDUARDO MAGRI SILVA - OAB/MG: 194.432

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https://pje.trt3.jus.br/pjekz/validacao/23071716470982300000173324354?instancia=1
Número do processo: 0010122-52.2023.5.03.0036
Número do documento: 23071716470982300000173324354