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Programação anual..................................................................1
Introdução................................................................................2
Sugestões de atividades e materiais.......................................46
Sugestões de atividades motoras
· Educação Infantil 1 e 2........................................................ 55
· Educação Infantil 3.............................................................. 67
Jogos e brincadeiras.................................................................. 78
Referências bibliográficas.......................................................... 87
Autor:
Genivaldo Severiano da Rocha
PROGRAMAÇÃO ANUAL – EDUCAÇÃO INFANTIL
PERCEPÇÃO E AÇÃO (EDUCAÇÃO FÍSICA)
Coordenador: Prof. Giorgio Falco
Turmas: Educação Infantil 1, 2 e 3
NÚMERO
PROGRAMA OBJETIVOS
DE AULAS
–– Exame biométrico –– Favorecer a adaptação ao ambiente escolar e o esta-
–– Esquema corporal (conhecimento de si e belecimento de vínculos com o professor;
dos outros): –– Propor atividades que favoreçam a vivência, a experi-
• O corpo vivido mentação, o controle e o deslocamento do corpo;
• Conhecimento das partes do corpo – – Desenvolver o gosto e o prazer pelas atividades
• Orientação espaço-corporal motoras;
• Organização espaço-corporal –– Desenvolver o conhecimento sobre o corpo e os cuida-
–– Estruturação espacial (conhecimento do dos com o seu e o dos outros;
meio) – orientação espacial, organização –– Solucionar problemas de ordem corporal;
espacial e compreensão das relações –– Conhecer, organizar e modificar locais para as ativida-
espaciais des corporais;
–– Orientação temporal (conhecimento das –– Favorecer a integração social;
relações com o meio) – aquisição de no- –– Estimular a criatividade e a expressão corporal;
ções de sucessão dos acontecimentos, da –– Desenvolver as capacidades e habilidades físicas mo-
duração dos intervalos, da renovação cícli- toras (coordenação motora dinâmica geral, equilíbrio
2 ca de certos períodos, do caráter irreversí- dinâmico e estático, agilidade, força, lateralidade, es-
semanais vel do tempo, do ritmo trutura e organização espacial, orientação temporal e
–– Lateralidade – noção de dominância lateral esquema corporal);
(em relação aos membros inferiores e su- –– Resgate da cultura popular dos jogos e brincadeiras
periores e aos olhos), diferença entre late- infantis;
ralidade e conhecimento esquerda/direita –– Oferecer oportunidades e situações para que a crian-
–– Habilidades motoras (locomoção, manipu- ça critique, analise e apresente propostas de mudança
lação e estabilização) nas atividades;
–– Capacidades motoras (força, flexibilidade, –– Criar um ambiente de igualdade de direitos e posições
resistência, velocidade) nas atividades;
–– Coordenação motora geral e fina –– Propor jogos e brincadeiras;
–– Jogos simbólicos –– Desenvolver noções sobre saúde (nutrição, higiene),
–– Ginástica artística educação e ajuste postural e respiratório.
–– Expressividade do corpo (gestos diversos –– Explorar objetos e ambiente da aula com curiosidade,
e ritmo corporal) transformando-os, conservando-os etc.
–– Jogos ludomotores –– Brincar de modo a expressar sentimentos e neces-
–– Atletismo sidades.
PLANO DE AULA
PSICOMOTORES OU COGNITIVOS OU AFETIVO-SOCIAIS
EIXOS TEMÁTICOS
PROCEDIMENTOS (PCN) CONCEITOS (PCN) OU ATITUDES (PCN)
Esquema corporal Atenção Respeito
Lateralidade Locomoção Concentração Disciplina
Estruturação ou organização espacial Identificação Organização
Coordenação motora Manipulação Comparação Autoconfiança
Equilíbrio Conhecimento Honestidade
Estruturação ou organização temporal Equilíbrio ou estabilização Classificação Responsabilidade
Capacidades motoras Discriminação etc. Cooperação etc.
As aulas foram montadas durante o ano, intercalando um aspecto de cada coluna e acrescentando os materiais neces-
sários ou os jogos e brincadeiras que trabalhavam os temas envolvidos.
–1
Educação Infantil Anual
INTRODUÇÃO
O presente livro visa orientar e auxiliar o trabalho a diferentes, com outros pontos de vista. Conforme vi-
ser realizado em Percepção e Ação (Educação Física), vem suas primeiras experiências sociais (na família,
na Educação Infantil, do Sistema de Ensino Objetivo, na instituição escolar, na coletividade), constroem
uma proposta que poderá ser adequada à realidade de percepções e questionamentos sobre si e sobre os
cada turma e unidade. outros, diferenciando-se e, simultaneamente, identi-
O pleno desenvolvimento da criança dá-se a partir da ficando-se como seres individuais e sociais. Ao mes-
união de vários fatores, tais como o neurológico, o ambien- mo tempo que participam de relações sociais e de
tal, o psicológico, o nutricional, o afetivo e o cognitivo. Es- cuidados pessoais, as crianças constroem sua auto-
ses fatores são muito favorecidos pela estimulação, vivên- nomia e senso de autocuidado, de reciprocidade e de
cia e experimentação das condutas motoras da criança. interdependência com o meio. Por sua vez, na Edu-
Nesse processo de experimentação, a Percepção e cação Infantil, é preciso criar oportunidades para que
Ação (Educação Física) procura fazer com que a criança
as crianças entrem em contato com outros grupos
atinja, por meio do movimento, a autonomia e a consciên-
sociais e culturais, outros modos de vida, diferentes
cia corporal, enfatizando o respeito pelo ritmo próprio de
atitudes, técnicas e rituais de cuidados pessoais e do
cada indivíduo, considerando-se os aspectos regionais e
grupo, costumes, celebrações e narrativas. Nessas
a realidade sociocultural de cada um, pois vale lembrar
experiências, elas podem ampliar o modo de perce-
que o mais importante não é a execução perfeita, mas
sim a tentativa de realizar um gesto motor. ber a si mesmas e ao outro, valorizar sua identidade,
Queremos e desejamos que este livro seja um refe- respeitar os outros e reconhecer as diferenças que
rencial, um ponto de apoio e de consulta para que o profes- nos constituem como seres humanos.
sor, a partir e junto dele, passe a investigar e a pesquisar 2. Corpo, gestos e movimentos: com o corpo (por
mais sobre o assunto e que com isso consiga enriquecer meio dos sentidos, gestos, movimentos impulsivos
mais e mais as suas atividades, criando novas situações ou intencionais, coordenados ou espontâneos) as
e momentos que ajudem a levar a criança a adquirir gosto crianças, desde cedo, exploram o mundo, o espaço
pela atividade física, desenvolvendo passo a passo suas e os objetos do seu entorno, estabelecem relações,
habilidades, sua autoconfiança e sua autonomia. expressam-se, brincam e produzem conhecimentos
Procuramos dividir o livro em duas partes. Na pri- sobre si, sobre o outro, sobre o universo social e cul-
meira, apresentamos, a título de esclarecimento teórico, tural, tornando-se, progressivamente, conscientes
assuntos e/ou tópicos sobre o desenvolvimento motor, dessa corporeidade. Por meio das diferentes lingua-
por entendermos que o seu conhecimento é de vital im- gens, como a música, a dança, o teatro, as brinca-
portância para aqueles que trabalham ou pretendem tra- deiras de faz de conta, elas se comunicam e se ex-
balhar com crianças na Educação Infantil. Na segunda, pressam no entrelaçamento entre corpo, emoção e
procuramos apresentar alguns modelos de atividades linguagem. As crianças conhecem e reconhecem as
motoras, que contemplem os direitos de aprendizagem sensações e funções de seu corpo e, com seus ges-
e desenvolvimento na Educação Infantil (conviver, brin- tos e movimentos, identificam suas potencialidades
car, participar, explorar, expressar e conhecer-se). Am- e seus limites, desenvolvendo, ao mesmo tempo, a
bas as partes são frutos de pesquisas, discussões, leitu- consciência sobre o que é seguro e o que pode ser
ras, participação em cursos e congressos e, sobretudo,
um risco à sua integridade física. Na Educação Infan-
da nossa prática diária com as crianças. Entendemos a
til, o corpo das crianças ganha centralidade, pois ele
sua importância como a base de um longo trabalho, que
é o partícipe privilegiado das práticas pedagógicas
se inicia na Educação Infantil e se estende ao longo dos
de cuidado físico, orientadas para a emancipação e
anos escolares, continuando no Ensino Fundamental e,
a liberdade, e não para a submissão. Assim, a insti-
finalmente, no Ensino Médio.
tuição escolar precisa promover oportunidades ricas
Gostaríamos de salientar também que este livro está
para que as crianças possam, sempre animadas pelo
de acordo com o que estabelece a Base Nacional Co-
espírito lúdico e na interação com seus pares, explo-
mum Curricular (BNCC) para a Educação Infantil nos
rar e vivenciar um amplo repertório de movimentos,
seus campos de experiência, que se organizam da se-
gestos, olhares, sons e mímicas com o corpo, para
guinte forma:
descobrir variados modos de ocupação e uso do
1. O eu, o outro e o nós: é na interação com os pares espaço, como o corpo (tais como sentar com apoio,
e com os adultos que as crianças vão constituindo rastejar, engatinhar, escorregar, caminhar apoiando-
um modo próprio de agir, sentir e pensar e desco- -se em berços, mesas e cordas, saltar, escalar, equi-
brindo que existem outros modos de vida, pessoas librar-se, correr, dar cambalhotas, alongar-se etc.).
2–
3. Traços, sons, cores e formas: conviver com dife- propostas pelo educador, mediador entre os textos
rentes manifestações artísticas, culturais e científi- e as crianças, contribuem para o desenvolvimento
cas, locais e universais, no cotidiano da instituição do gosto pela leitura, do estímulo à imaginação e da
escolar, possibilita às crianças, por meio de experi- ampliação do conhecimento de mundo. Além disso,
ências diversificadas, vivenciar diversas formas de o contato com histórias, contos, fábulas, poemas,
expressão e linguagens, como as artes visuais (pin- cordéis etc. propicia a familiaridade com os livros,
tura, modelagem, colagem, fotografia etc.), a música, com diferentes gêneros literários, a diferenciação en-
o teatro, a dança e o audiovisual, entre outras. Com tre ilustrações e escrita, a aprendizagem da direção
base nessas experiências, elas se expressam por da escrita e as formas corretas de manipulação de
várias linguagens, criando suas próprias produções livros. Nesse convívio com textos escritos, as crian-
artísticas ou culturais, exercitando a autoria (coletiva ças vão construindo hipóteses sobre a escrita que se
e individual) com sons, traços, gestos, danças, mími- revelam, inicialmente, em rabiscos e garatujas e, à
cas, encenações, canções, desenhos, modelagens, medida que vão conhecendo letras, em escritas es-
manipulação de diversos materiais e de recursos pontâneas, não convencionais, mas já indicativas da
tecnológicos. Essas experiências contribuem para compreensão da escrita como sistema de represen-
que, desde muito pequenas, as crianças desenvol- tação da língua.
vam senso estético e crítico, o conhecimento de si
5. Espaços, tempos, quantidades, relações e trans-
mesmas, dos outros e da realidade que as cerca.
formações: as crianças vivem inseridas em espaços
Portanto, a Educação Infantil precisa promover a
e tempos de diferentes dimensões, em um mundo
participação das crianças em tempos e espaços para
constituído de fenômenos naturais e socioculturais.
a produção, manifestação e apreciação artística, de
Desde muito pequenas, elas procuram se situar em
modo a favorecer o desenvolvimento da sensibilida-
diversos espaços (rua, bairro, cidade etc.) e tempos
de, da criatividade e da expressão pessoal delas,
(dia e noite; hoje, ontem e amanhã etc.). Demons-
permitindo que se apropriem e reconfigurem, perma-
tram também curiosidade sobre o mundo físico (seu
nentemente, a cultura e potencializem suas singu-
próprio corpo, os fenômenos atmosféricos, os ani-
laridades, ao ampliar repertórios e interpretar suas
mais, as plantas, as transformações da natureza, os
experiências e vivências artísticas.
diferentes tipos de materiais e as possibilidades de
4. Escuta, fala, pensamentos e imaginação: desde sua manipulação etc.) e o mundo sociocultural (as
o nascimento, as crianças participam de situações relações de parentesco e sociais entre as pessoas
comunicativas cotidianas com as pessoas com as que conhecem; como vivem e em que trabalham es-
quais interagem. As primeiras formas de interação sas pessoas; quais suas tradições e seus costumes;
do bebê são os movimentos do seu corpo, o olhar, a a diversidade entre elas etc.). Além disso, nessas ex-
postura corporal, o sorriso, o choro e outros recursos periências e em muitas outras, as crianças também
vocais, que ganham sentido com a interpretação do se deparam, frequentemente, com conhecimentos
outro. Progressivamente, as crianças vão ampliando matemáticos (contagem, ordenação, relações entre
e enriquecendo seu vocabulário e demais recursos quantidades, dimensões, medidas, comparação de
de expressão e de compreensão, apropriando-se da pesos e de comprimentos, avaliação de distâncias,
língua materna – que se torna, pouco a pouco, seu reconhecimento de formas geométricas, conheci-
veículo privilegiado de interação. Na Educação In- mento e reconhecimento de numerais cardinais e
fantil, é importante promover experiências nas quais ordinais etc.) que igualmente aguçam a curiosidade.
as crianças possam falar e ouvir, potencializando Portanto, a Educação Infantil precisa promover ex-
sua participação na cultura oral, pois é na escuta de periências nas quais as crianças possam fazer ob-
histórias, na participação em conversas, nas descri- servações, manipular objetos, investigar e explorar
ções, nas narrativas elaboradas individualmente ou seu entorno, levantar hipóteses e consultar fontes de
em grupo e nas implicações com as múltiplas lingua- informação para buscar respostas às suas curiosida-
gens que a criança se constitui ativamente como su- des e indagações. Assim, a instituição escolar está
jeito singular e pertencente a um grupo social. criando oportunidades para que as crianças ampliem
seus conhecimentos do mundo físico e sociocultural
Desde cedo, a criança manifesta curiosidade com
e possam utilizá-los em seu cotidiano.
relação à cultura escrita: ao ouvir e acompanhar a
leitura de textos, ao observar os muitos textos que Na Educação Infantil, as aprendizagens essenciais
circulam no contexto familiar, comunitário e escolar, compreendem tanto comportamentos, habilidades e
ela vai construindo sua concepção de língua escrita, conhecimentos quanto vivências que promovam apren-
reconhecendo diferentes usos sociais da escrita, dos dizagem e desenvolvimento nos diversos campos de
gêneros, suportes e portadores. Na Educação Infan- experiências, sempre tomando as interações e a brinca-
til, a imersão na cultura escrita deve partir do que as deira como eixos estruturantes. Essas aprendizagens,
crianças conhecem e das curiosidades que deixam portanto, constituem-se objetivos de aprendizagem e
transparecer. As experiências com a literatura infantil, desenvolvimento.
–3
Campos de experiências Ícones não aprendem a ler e escrever antes de conhecerem o
mundo e sentirem necessidade de se relacionar com os
outros, e só se aproximam da realidade a partir da ação
concreta.
O eu, o outro e o nós “Corpo e mente devem ser entendidos como compo-
nentes que integram um único organismo. Ambos devem
ter assentos na escola, não um (a mente) para aprender e
o outro (o corpo) para transportar[...]. É necessário, a cada
início de ano, que o corpo da criança também seja matricu-
lado na escola, e não seja considerado por algumas pes-
Corpo, gestos e movimentos soas como estorvo que, quanto mais quieto estiver, menos
atrapalhará a aprendizagem” (FREIRE, 1992)
CONCEPÇÕES DE MOVIMENTO
“ ...movimento é uma noção muito complexa que de-
signa uma realidade sumamente diversificada, e cujos
Traços, sons, cores e formas diferentes aspectos só se articulam em torno desta defi-
nição: chama-se movimento a toda a translação ou a todo
deslocamento de um corpo ou objeto no espaço. Para o
corpo humano, trata-se de todo e qualquer deslocamento
de um ou vários segmentos ou do corpo em seu conjunto”.
Escuta, fala, pensamentos e (COSTE, 1992, p. 19)
imaginação O termo “movimento” refere-se à alteração real ob-
servável na posição de qualquer parte do corpo. O movi-
mento é o ato culminante dos processos motores subja-
centes (GALLAHUE; OZMUN, 2001, p. 22).
O movimento é a primeira forma de comunicação, ex-
Espaços, tempos, quantidades, pressão, intenção, reivindicação, construção, organiza-
relações e transformações ção, descoberta e manifestação que a criança encontra e
apresenta na sua interação e aproximação com o mundo
dos objetos, coisas e pessoas.
Lembrando Vítor da Fonseca, (p. 14): “O movimento,
PERCEPÇÃO E AÇÃO (EDUCAÇÃO FÍSICA) E MOVIMENTO mesmo o reflexo ou o movimento automático da respira-
O objetivo da área de Movimento na Educação Infan- ção (o primeiro e o último movimento dos seres huma-
til, desenvolvido por meio da Percepção e Ação (Educa- nos) são sinônimos de vida, de presença e conhecimen-
ção Física), é oferecer e oportunizar às crianças, – através to. Onde há movimento há vida”. Portanto, o movimento
é considerado por nós como a base fundamental – o fio
dos materiais, aparelhos e o próprio corpo – momentos
condutor – para atingir um bom e considerável desenvol-
de experimentações, vivências e situações de conflitos
vimento global das nossas crianças.
que requerem identificação, enfrentamento e busca de
Para Wallon (citado em MATTOS; NEIRA, p. 22) o
soluções de problemas.
movimento pode ser de três tipos:
Essas situações, sob uma perspectiva corporal, con- 1. Movimento reflexo: natural do ser humano desde o
tribuem para a construção do seu desenvolvimento psi- seu nascimento, em que as decisões do movimento
comotor/cognitivo e afetivo-social, que fará com que seus são tomadas pela medula óssea e não pelo cerebelo.
gestos motores e atitudes sejam harmônicos, equilibra-
2. Movimento voluntário: movimento que exige uma to-
dos (executados com segurança e economia de energia)
mada de decisão no âmbito do córtex cerebral.
e autônomo (executado sem auxílio ou ajuda de adultos,
ou seja, por ela mesma). 3. Movimento automático: é uma segunda etapa do
Lembramos ainda a importância da área de Movi- movimento voluntário, em que a quantidade de repe-
mento no desenvolvimento das relações das crianças tições, a obrigatoriedade do pensamento e decisão
(atitudinais, conceituais e procedimentais) com o mundo individual sobre como resolver uma tarefa motora,
possibilitará o estabelecimento de novos planos de
das coisas, dos adultos, de outras crianças, do espaço e
ação motora mais avançados.
do tempo através do brincar.
Citando Rabinovich (p. 15-16): “Acredita-se, então, O movimento voluntário é considerado como priori-
que é possível estabelecer o encontro do corpo com a tário na Educação Infantil, portanto, é esse tipo de mo-
mente dentro da mesma sala de aula e que se pode acei- vimento que deve merecer atenção especial em Percep-
tar o corpo da criança de maneira mais harmoniosa, con- ção e Ação (Educação Física) no trabalho com crianças
cordando que os pequenos, no início da escolarização, menores, propiciando-lhes condições favoráveis para a
organizam seus pensamentos por meio dos movimentos, descoberta e exploração dos movimentos, superando e
buscando novas conquistas.
4–
Também podemos encontrar em Negrine (Aprendi- iniciar a ação” (MAGIL, 1993). Uma habilidade fechada,
zagem e desenvolvimento infantil, p. 35) uma menção ao ou padrão motor fundamental, requer a rigidez no desem-
pensamento de Wallon sobre as formas de movimento, penho. Essas tarefas dependem da movimentação, ao
que são três: invés de um processo orientador visual e auditivo para a
–– O movimento pode ser passivo ou exógeno, isto é, execução delas. A criança que estiver plantando bana-
sob dependência de forças exteriores, não é capaz neira, arremessando algo para um alvo ou realizando um
de provocar mais reações secundárias, de compen- salto vertical, está desempenhando tarefa de movimento
sação ou de retomada do equilíbrio. fechado.
–– A segunda forma de movimento relaciona-se com os Os autores alertam: “para não ser arbitrário na clas-
deslocamentos antígenos ou ativos, como loco- sificação do movimento, como geral ou preciso, discre-
moção ou preensão, por exemplo. to, em série ou contínuo, aberto ou fechado. A grande
–– A terceira forma de movimento refere-se ao desloca- maioria dos movimentos envolve alguns movimentos de
mento dos segmentos corporais ou de suas fun- cada um desses tipos. A separação distinta e a classi-
ções, uns em relação com os outros. São reações ficação dos movimentos não são sempre possíveis ou
posturais que se exteriorizam como atitudes e como desejadas".
mímicas.
Educação do movimento ou educação pelo movimento?
Para GaIlahue e Ozmun (2001, p. 24) “O movimento
humano assume várias formas, necessitando do empre- Segundo Mattos e Neira (p. 23), como educação do
go de inúmeros termos para ajudar a esclarecer o seu movimento compreende-se a realização de atividades
significado”. motoras que visam ao desenvolvimento das habilida-
des motoras (correr, saltar, saltitar, arremessar, empur-
Movimentos gerais e específicos rar, puxar, balançar, balancear, subir, descer, andar),
Um movimento geral envolve movimentos de gran- da capacidade física (agilidade, destreza, velocidade,
des músculos do corpo. Um movimento específico envol- velocidade de reação) e das qualidades físicas (força,
ve movimentos limitados de partes do corpo no desem- resistência muscular localizada, resistência aeróbica e
penho de movimentos específicos. Os autores salientam anaeróbica). Portanto, a educação do movimento prio-
que: “Não há um delineamento claro entre os termos ge- riza o aspecto motor na formação do educando. Já a
ral e específico, mas os movimentos são frequentemente educação pelo movimento caminha além do componen-
classificados como um ou outro”. te motor, compreendendo os aspectos afetivos, cogniti-
vos e sociais também.
Movimentos contínuos, em séries e discretos O Referencial Curricular Nacional para a Educa-
Com base em seus aspectos temporais, o movi- ção Infantil apresenta algumas concepções de movi-
mento pode ser classificado como discreto, em série ou mento que têm vigorado na Educação Infantil:
contínuo. Um movimento discreto tem início e final bem 1. Concepção do não movimento (o movimento seria
definidos (arremessar, saltar, chutar e atingir uma bola). um grande empecilho no processo de aprendizagem).
Os movimentos em série envolvem o desempenho de 2. Concepção do movimento ligado à ideia de pronti-
um movimento discreto e único, várias vezes, em rápi- dão (a ênfase é dada aos exercícios sistematizados
das sucessões (saltos rítmicos e dribles no basquetebol, e mecânicos).
no futebol ou no voleibol). Os movimentos contínuos são
3. Concepção da educação motora para o esporte
movimentos que são repetidos em um período específico
(ideia do uso e aplicação do movimento direcionada
de tempo (correr, nadar e pedalar).
às modalidades esportivas).
Movimentos abertos e fechados 4. Concepção do movimento como eixo de trabalho
(ao contrário dos anteriores, que dão importância à
Uma tarefa motora aberta é a desempenhada em função cinética do movimento, esta enfatiza a função
um ambiente no qual as condições estão em constan- tônica – variações musculares responsáveis pela
te alteração. Essas condições mutáveis requerem que o qualidade dos gestos, pela manutenção de posturas
indivíduo faça ajustes ou modificações no padrão motor e pelo equilíbrio...).
real para adaptar-se às necessidades da situação. Por
exemplo, a criança que toma parte em um jogo típico
SEQUÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO MOTOR
de pega-pega, que requer que se corra e que se desvie
em várias direções, nunca está usando exatamente os “O desenvolvimento motor não é um processo
mesmos padrões motores do jogo. É necessário que a estático, não é somente o produto de fatores bio-
criança adapte-se às necessidades da atividade por meio lógicos, mas também é infl uenciado por condições
da variação dos movimentos similares, porém, diferen- ambientais e leis físicas. Tanto fatores ambientais
tes. O desempenho de uma tarefa motora aberta difere quanto os biológicos interagidos modificam o curso
notavelmente do desempenho de uma tarefa motora fe- do desenvolvimento motor no período neonatal, in-
chada. Esta é uma “habilidade desempenhada em am- fância, adolescência e na idade adulta.” (GALLAHUE;
biente estável em que o executante determina quando OZMUN, 2008, p.75)
–5
Segundo Tani et al (1988, p. 67) “Não se pode negli- A definição de equilíbrio, segundo Tubino (1979):
genciar o movimento, considerando-o apenas como me- “é a capacidade de manter-se sobre uma base
dida, mas, sim, reconhecer a importância do movimento reduzida de sustentação do corpo, através de
e as características que ele adquire com o passar do tem- uma combinação adequada de ações muscula-
po”. O autor cita Harrow (1983), que baseado na sequên- res e sob influência de forças externas”.
cia de desenvolvimento, elaborou uma taxionomia para o
domínio motor apresentando-a nos seguintes níveis: 1.2. Coordenação dinâmica geral
a) Movimentos reflexos respostas automáticas e in- Segundo Borges (p.40), a coordenação dinâmi-
voluntárias que permitem, em primeiro lugar, a so- ca é “a colocação em ação harmônica e simul-
brevivência do recém-nascido e, em segundo lugar, tânea de grupos musculares diferentes, visando
a interação do bebê com o ambiente... à execução de movimentos voluntários (marcha,
b) Habilidades básicas: atividades voluntárias que corrida, saltos etc.)”.
permitem a locomoção e manipulação em diferentes Para Negrine (1987, p. 38), o termo coordenação
situações, servindo de base para aquisição futura de pode ser abordado em dois sentidos, o sentido
tarefas mais complexas, como andar, correr, saltar, lato ou estrito. No sentido lato, refere-se a todo
arremessar, chutar etc. o sincronismo de movimentos realizados pelo
c) Habilidades perceptivas: atividades motoras que corpo, com o objetivo de manter o indivíduo num
envolvem a percepção do executante, possibilitando estado de ajustamento funcional. No sentido es-
o ajuste ao ambiente. trito, a coordenação é vista como uma valência
d) Capacidades físicas: são as características funcio- física e, neste caso, representa uma multiplici-
nais essenciais na execução de uma habilidade mo- dade das mais variadas habilidades corporais.
tora. Quando desenvolvidas proporcionam ao exe- Em Costallat (p. 2), a coordenação geral neces-
cutante uma melhoria do nível de habilidade. Dentre sita de uma perfeita harmonia de jogo muscular,
essas capacidades estão a força, a flexibilidade, a em repouso e em movimento, não alcança seu
resistência e a agilidade. desenvolvimento definitivo senão aos 15 anos, o
e) Habilidades específicas: atividades motoras volun- que facilita sua educação precoce e progressiva.
tárias mais complexas e com objetivos específicos,
Segundo Le Boulch (p. 150) é fundamental pro-
como a cortada no voleibol, o chute no futebol, o ar-
piciar um clima de segurança e de confiança no
remesso à cesta e à bandeja no basquetebol.
decorrer do trabalho. A criança deve viver esta
f) Comunicação não verbal: atividades motoras mais
experiência de forma positiva na área afetiva. O
complexas, organizadas de maneira que a qualidade
objetivo é propiciar a ela situações nas quais te-
dos movimentos apresentados permita a expressão,
nha confiança em seu corpo e em seu desem-
como na dança, ginástica rítmica desportiva e até
penho motor e não fazê-la viver situações des-
mesmo ginástica olímpica (artística).
valorizantes e que a experiência de coordenação
CONDUTAS DO DESENVOLVIMENTO MOTOR global deve ser realizada em um clima de segu-
rança, dentro de sua capacidade de execução,
Procuraremos agora mostrar algumas definições sem situações nem muito fáceis nem muito difíceis.
dos aspectos a serem trabalhados em Percepção e
Ação (Educação Física) na Educação Infantil, quais se- Podem ser encontrados em algumas obras ter-
jam, o esquema corporal, lateralidade, estruturação mos como: coordenação dinâmica global,
e/ou orientação espacial, estruturação e/ou orienta- coordenação segmentar, coordenação dos
ção temporal e coordenação dinâmica geral, utilizan- músculos da face (movimentos bilaterais e
do como tópicos as condutas psicomotoras de Picq e movimentos unilaterais).
Pierre Vayer (condutas motoras de base, condutas neu-
romotoras e condutas perceptivo-motoras). 2. Condutas neuromotoras
Vários são os teóricos e estudiosos e procuraremos 2.1. Esquema corporal
citar alguns, fazendo uma revisão bibliográfica desses
O esquema corporal é a consciência do próprio
assuntos e de suas definições.
corpo, de suas partes, dos movimentos corpo-
1. Condutas motoras de base rais, das suas posturas e atitudes. O esquema
1.1. Equilíbrio corporal envolve controle corporal, mobilizações
voluntárias, imobilizações voluntárias, relaxa-
Alguns autores dividem o equilíbrio em 2 aspectos:
estático e dinâmico, mas para Negrine, (p. 76-77), mento voluntário e conhecimento corporal.
a divisão deve ser: equilíbrio do corpo (estático e Segundo Head apud Coste (1992), a noção de
dinâmico), equilíbrio de objetos sobre determina- esquema corporal é a imagem tridimensional
das partes do corpo e equilíbrio do corpo sobre do nosso corpo. O autor distingue três tipos de
objetos. esquema corporal:
6–
–– os esquemas corporais que asseguram a A etapa do corpo percebido corresponde à or-
apreciação do tono postural e da posição ganização do esquema corporal. A partir des-
(das partes) do corpo no espaço; se período, à imagem visual do corpo estarão
–– os esquemas de superfície do corpo, que associadas as sensações táteis e as sensações
asseguram a localização das estimulações cinestésicas correspondentes.
periféricas; A estruturação do esquema corporal organiza-se
–– os esquemas corporais que garantem o afas- a partir de uma estreita interligação entre essas
tamento temporal das diferentes estimula- duas imagens. Como resultado, a criança dispõe
ções percebidas. de uma imagem do corpo operatório no sentido
Schilder, apud Coste (1992), sustenta que: “a piagetiano, um suporte que permite programar
imagem corporal do corpo humano é a imagem mentalmente ações em torno do objeto e tam-
do nosso próprio corpo que formamos em nos- bém em torno do seu próprio corpo.
so espírito”; por outras palavras, é o modo como Para De Meur e Staes (1984, p. 9), o esquema
nosso corpo apresenta-se a nós mesmos. corporal é “um elemento básico indispensável
Diz também que: “é a força de integração dos para a formação da personalidade da criança. É
dados sensíveis, ultrapassando-os em uma sín- a representação relativamente global, científica
tese sempre destruída e sempre renovada, con- e diferenciada que a criança tem de seu próprio
tendo gestos e percepções, representações e corpo”. A criança percebe a si mesma e as coi-
sensações, lembranças e emoções. É por este sas que a cercam; sua personalidade se dará a
processo de construção ativa que se elabora o partir da tomada de consciência de seu próprio
sentimento de nosso Ego corporal; síntese cons- corpo, de seu ser, de suas possibilidades de agir
trutiva que se realiza no sentido das necessida- e transformar o mundo à sua volta.
des biológicas do indivíduo a partir de tentativa e Mattos e Neira têm a opinião de que para uma
erro da experiência, onde os desejos individuais análise mais aprofundada do esquema corporal
gozam o papel essencial”. é necessário dividi-lo em cinco partes:
Segundo Borges (1987, p. 42), o esquema cor- a) Estruturação corporal: “é a noção da no-
poral é “a consciência do próprio corpo, de suas menclatura e localização das partes do corpo”.
partes, das posturas e atitudes, tanto em repou-
so como em movimento”. b) Postura: “é o posicionamento do corpo estáti-
co ou perante a execução de um movimento”.
Para Fonseca (1995, p. 184), a noção de corpo
é “o alfabeto e o atlas do corpo, mapa semânti- c) Respiração: “é o fenômeno que possibilita a
co com equivalentes visuais, táteis, cinestésicos troca gasosa, eliminando as substâncias noci-
e auditivos (linguísticos), verdadeira composição vas ao corpo e renovando o ciclo energético”.
de memórias de todas as partes do corpo e de d) Relaxamento: “nada mais é do que a ca-
todas as suas experiências”. pacidade de descontração da musculatura
Segundo Le Boulch (1982), o esquema corpo- voluntária”.
ral “é uma intuição de conjunto ou um conheci-
e) Lateralidade: esse é o mais polêmico aspec-
mento imediato que temos de nosso corpo em
to do esquema corporal.
posição estática ou em movimento, na relação
das suas diferentes partes entre si e sobretudo Segundo De Meur e Staes (p. 12), “não devemos
confundir lateralidade (dominância de um lado
nas relações com o espaço e os objetos que nos
em relação ao outro, a nível de força e precisão) e
circundam”.
conhecimento de esquerda-direita (domínio dos
A criança deve ter uma imagem do corpo termos esquerda e direita)”. Durante o crescimen-
operatório, que passa por vários estágios de to, naturalmente define-se uma dominância late-
equilíbrio, que correspondem aos estágios da ral na criança: será mais forte, mais ágil do lado
evolução psicomotora. A criança tem uma eta- direito ou esquerdo. A lateralidade corresponde a
pa do corpo vivido, que termina na primeira dados neurológicos, mas também é influenciada
imagem do corpo identificado por ela como seu por certos hábitos sociais. O conhecimento de es-
próprio Eu. querda-direita decorre da noção de dominância
lateral. É a generalização da percepção do eixo
Até então, sua atividade mental, que tinha se corporal, a tudo que cerca a criança; esse conhe-
desenvolvido a partir do estágio objetal, estava cimento será mais facilmente aprendido quanto
feita só por imagens alucinatórias, traduzindo os mais acentuada e homogênea for a lateralidade
episódios de sua vivência afetiva. da criança. O conhecimento estável da esquerda
–7
e da direita só é possível a partir dos 5, 6 anos 3. Condutas perceptivo-motoras
e a reversibilidade, isto é, reconhecer esquerda 3.1. Estruturação e/ou orientação espacial
e direita em outra pessoa, só pode ser abordada É a capacidade de orientar-se, movimentar-se e
após os 6 anos. adaptar-se no espaço tendo como ponto de refe-
Para Negrine (1987, p. 32), a lateralidade cor- rência o próprio corpo, estabelecendo relações
poral “se refere ao espaço interno do indivíduo, de posição, direções, distância; e como ponto de
capacitando-o a utilizar um lado do corpo com referência a outro ou outros entre si.
maior desembaraço do que o outro, em ativida- Segundo Tasset apud De Meur e Staes (1984,
des que requeiram habilidade, caracterizando- p. 13), a estruturação espacial “é a orientação,
-se por uma assimetria funcional ”. a estruturação do mundo exterior referindo-se
Coste (1978, p. 64) fala de dois pontos de refe- primeiro ao eu referencial, depois a outros ob-
rência fundamentais da lateralização na criança. jetos ou pessoas em posição estática ou em
A dominância lateral que só a partir do momen- movimento”.
to em que se impõe e justifica a presença de um Para De Meur e Staes (1984, p. 13), a estrutu-
lado predominante que irá ajustar a motricidade. ração espacial é “tomada de consciência da si-
A lateralidade irá impor-se com as experiências tuação de seu próprio corpo em um meio am-
de complexidade crescente com que se defron- biente, isto é, do lugar e da orientação que pode
ta. Outro ponto é o reconhecimento direita-es- ter em relação às pessoas e coisas; tomada de
querda, que se dá por volta de 6 anos. A partir consciência da situação das coisas entre si; a
dos 7 anos, a criança será capaz de projetar em possibilidade, para o sujeito, de organizar-se
outrem essa discriminação espacial de partes do perante o mundo que o cerca, de organizar as
seu próprio corpo. A partir dos 10 anos, ela ma- coisas entre si, de colocá-las em um lugar, de
nipula noções de direita-esquerda sobre outrem, movimentá-las”.
sobre o mundo exterior, independente de sua
A estruturação espacial possui algumas etapas,
própria situação.
indicadas a seguir:
Segundo Fonseca (1995), “a lateralização como
–– conhecimento das noções (a criança des-
o resultado da integração bilateral postural do
loca-se em seu espaço habitual, situa-se ou
corpo é particular no ser humano e está impli-
situa objetos, percebe diversas grandezas,
citamente relacionada com a evolução e utiliza-
formas, quantidades);
ção dos instrumentos (motricidade instrumen-
tal, psicomotricidade), isto é, com integrações –– orientação espacial ( a criança pode virar-se,
sensoriais complexas e com aquisições moto- ir para a frente, trás, direita, ficar em fila, per-
ras unilaterais muito especializadas, dinâmicas ceber discriminações visuais, orientar objetos,
e de origem social ”. adquirir direção gráfica etc.);
Para Le Boulch (1982, p. 92), a lateralização é a –– organização espacial (combinação de vá-
“a tradução de uma assimetria funcional. Os es- rias situações, ocupação de um espaço de-
paços motores do lado direito e do lado esquer- terminado, delimitado, escolha de pontos de
do não são homogêneos. Esta desigualdade vai referência etc.);
se tornar mais precisa durante o desenvolvimen- –– compreensão das relações espaciais (ba-
to e vai manifestar os reajustamentos práticos seia-se unicamente no raciocínio a partir de
de natureza intencional”. situações bem precisas).
A lateralização pode ser definida em quatro tipos: Segundo Borges (1987, p. 47), estruturação es-
a) o destrimanismo verdadeiro: a dominância pacial é “perceber as posições, distâncias, tama-
cerebral está à esquerda. Todas as realiza- nhos, o movimento, a forma dos corpos, enfim,
ções matrizes são determinadas à direita; todos os caracteres geométricos dos corpos”.
b) o sinistrismo verdadeiro: a dominância ce- Coste (1981) une espaço-tempo, chamando de
rebral traduz uma especialização à direita dos estruturação espaço-temporal, dizendo que “é
hemisférios; um todo indissolúvel ”. O autor afirma que ela
permite não só movimentar-se e reconhecer-se
c) o falso sinistrismo: na maioria dos casos, no espaço, mas também, concatenar e dar se-
trata-se de um acidente, sendo o sinistrismo quência aos seus gestos, localizar as partes de
consequência de uma paralisia, de uma am- seu corpo e situá-las no espaço, coordenar sua
putação que tornou impossível a utilização do atividade e organizar sua vida cotidiana. Didati-
membro direito; camente ele separa a estruturação espaço-tem-
d) o falso destrimanismo: a organização é in- poral em tempo, espaço, distância relacional
versa da observada no falso sinistrismo. e ritmo.
8–
Falando da questão espaço, o autor coloca que: do tempo (noção de envelhecimento, idade,
“toda a nossa percepção do mundo é uma per- passado etc.)”.
cepção espacial, na qual o corpo (que não se Em Borges (1987) e Oliveira (2001, p. 20), vere-
reduz, nem para o interior, nem para o exterior, mos que : “orientar-se no tempo é situar o pre-
à superfície da pele) é o termo de referência”. sente em relação a um antes e a um depois, é
Essa fase subdivide-se em 4 etapas: avaliar o movimento no tempo, distinguir o rá-
–– percepção fragmentada – até 4 meses; pido e o lento; esta é uma noção que se forma
–– coordenação oculomanual – 18 meses; juntamente com as noções espaciais”.
–– rumo à percepção projetiva do espaço – Como já citamos no tópico de orientação es-
é atestado pelo vocabulário da criança: alto, pacial, Coste (1978) une espaço-tempo, mas
baixo, perto, longe etc.; didaticamente ele fala que tempo é, “simulta-
–– recapitulação – antes dos 3 anos: espaço neamente, duração, ordem e sucessão; a inte-
topológico vivido, cujos pontos de referência gração desses 3 níveis é necessária à estrutura-
são os do próprio corpo. Entre 3 e 7 anos: ção temporal do indivíduo”. Ele divide o aspecto
espaço representativo euclidiano, reconhe- tempo em: compreensão da ordem, avaliação
cimento das formas geométricas. Entre 7 e das durações, desenvolvimento da noção de
12 anos: o espaço projetivo, intelectualiza- tempo e desenvolvimento da estruturação tem-
do, os pontos de referência são exteriores poral. O ritmo seria “o fator de estruturação tem-
ao sujeito. poral que sustenta a adaptação do tempo”. Para
Coste, existem diferentes tipos de ritmo: exter-
O autor fala da distância relacional, que deve
nos (ritmos das estações, horas do dia, calor–
ser entendida em dois aspectos: sentido físico
frio, migração de animais etc.) e internos (ritmos
(calculado em centímetros ou metros) e o sen-
do coração, respiração etc.).
tido afetivo (longe dos olhos, longe do coração,
eliminar a distância etc.). Para Meinel e Schabel (1984, p. 73), o ritmo é “a
Segundo Mello (2002), organização espacial “é ordenação específica, característica e temporal
a capacidade de orientar-se diante de um espa- de um ato motor ”.
ço físico e de perceber a relação de proximidade Já para Fonseca (1995), “o ritmo ocorre em vá-
de coisas entre si”. rias áreas do comportamento: na motricidade
Já para Fonseca (1995, p. 212), a organização (coordenação de movimentos), na audição (re-
espacial “compreende a capacidade espacial conhecimento de estímulos auditivos), na visão
concreta de calcular as distâncias e os ajusta- (exploração sistemática do envolvimento), nas
mentos dos planos motores necessários para aprendizagens escolares (leitura, escrita, cál-
percorrê-las pondo em jogo as funções de aná- culo). A função do ritmo ultrapassa a dimensão
lise espacial, processamento e julgamento da temporal, visto que se insere em todas as mani-
distância e da direção, planificação motora e festações de comportamento, desde as biológi-
verbalização simbólica da experiência”. cas, as nervosas e as psicológicas, daí a impor-
tância na observação psicomotora”.
3.2. Orientação temporal
Segundo Mello (1989, p. 38), a organização tem-
A orientação temporal é a capacidade de situar-se
poral “corresponde à capacidade de relacionar
no tempo; implica a percepção do intervalo tempo-
ações a uma determinada dimensão de tempo,
ral (duração de um fenômeno) de uma ordem; e na
onde sucessões de acontecimentos e de inter-
sucessão de fenômenos; implica ainda a divisão
valos de tempo são fundamentais”.
conceitual do tempo.
Segundo De Meur e Staes (p. 6), “A orientação Para Le Boulch (p. 137), “é através do ritmo
temporal diz respeito à maneira como a criança se dos movimentos registrados no seu corpo que
situa no tempo (ontem, amanhã...). A estruturação a criança tem acesso à organização temporal”.
temporal é “capacidade de situar-se em função O que se chama normalmente de um gesto co-
da sucessão dos acontecimentos (antes, após, ordenado é, na realidade, um gesto rítmico. O
durante), da duração dos intervalos (noções de primeiro trabalho de ritmo consiste em deixar o
tempo longo, curto, ritmo regular, irregular, cadên- próprio tempo da criança nos seus movimentos
cia rápida, lenta), da renovação cíclica (períodos, globais durante os jogos espontâneos e as ativi-
dias, meses, estações) e do caráter irreversível dades de expressão livre.
–9
PIRÂMIDE DO DESENVOLVIMENTO MOTOR (GALLAHUE, 2001, p. 100)
Não locomotoras (estabilização): não envolvem mudança de um ponto para outro no espaço.
– 11
Fases do desenvolvimento (MATTOS; NEIRA, 1999)
• Rola sobre o corpo • Estende a mão e segura objetos, usando uma das
• Senta com autoapoio aos 6 meses mãos
de 4 a 6 meses • Rasteja
12 –
Habilidades locomotoras Habilidades manipulativas
Idade
(motoras grosseiras) (motoras finas)
• Corre facilmente • Pega objetos pequenos
• Sobe escadas usando um pé por degrau • Segura o lápis com os dedos (2-3 anos), então en-
de 2 a 4 anos • Salta com os dois pés tre o polegar e os dois primeiros dedos
• Pedala e dirige um triciclo • Corta papel com tesoura (3-4 anos).
• Sobe e desce escadas usando um pé por • Enfia linha em contas, mas não em agulhas (4-5
degrau anos)
de 4 a 6 anos • Caminha na ponta dos pés • Enfia linha na agulha (5-6 anos)
• Caminha sobre uma linha fina • Segura o lápis naturalmente, mas escreve ou dese-
• Salta, atira e pega razoavelmente bem nha com rigidez e concentração.
• Chuta e bate em objetos parados (por • Usa preensão madura ao escrever ou desenhar
exemplo, bola) com força • Usa movimento descendente para bater em obje-
• Intercepta objetos em movimento, corren- tos com instrumento (por exemplo, martelo)
de 6 a 9 anos do, mas precisa parar para bater, chutar • Rebate objeto com uma das mãos com controle
ou pegar limitado
• Tem velocidade de corrida de 3 a 4 m
por segundo
• Chuta, bate e pega objetos em movimen- • Usa movimento descendente ou horizontal para ba-
to correndo ter em objetos com instrumento quando apropriado
de 9 a 12 anos • Aumento significativo no pulo vertical (por exemplo, martelo versus bastão de beisebol)
• Velocidade de corrida de 4 a 5 m por • Rebate objeto com uma mão com bom controle
segundo
Fonte: CAPUTE et al, 1984; CONNOLLY; DALGLEISH, 1989; DEN OUDEN; RIJKEN; BRAND; VERLOOVE-VANHORICK; RUYS,
1991; FAGARD; JACQUET, 1989; GABBARD, 2008; GALLAHUE; OZMUN, 1995; HAGER MAN, 1996; NEEDLMAN, 1996; OVERBY,
2002; THOMAS, 1990.
DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES MOTORAS AQUISIÇÃO DOS PADRÕES FUNDAMENTAIS DE MO-
VIMENTO (SEGUNDO TANI ET AL 1998, P. 75)
Segundo Tani et al, (1988, p. 74-75), os padrões fun-
damentais de movimento podem ser divididos em: 1. Andar: A aquisição do andar ereto corresponde a um
a) Locomoção: Os padrões de movimento que as crian- dos momentos mais importantes para a sequência de
ças apresentam, nesta categoria, permitem a elas a desenvolvimento motor (Shirley, 1931). Costuma-se
exploração do espaço. São incluídos aqui o andar, o dizer que o andar envolve uma organização complexa
saltar e o correr que são considerados básicos para as de movimentos, com contínua perda e ganho de equi-
crianças (GODFREY; KEPHART). Mas há ainda, nesta líbrio dinâmico, onde há alternância entre as fases da
categoria, trepar, rolar, galopar, saltar no mesmo pé. ação da perna e as fases de apoio. Há também uma
b) Manipulação: Envolve o relacionamento do indiví- fase de duplo apoio, importante para a manutenção
duo com o objeto. Nesta categoria, duas situações do equilíbrio, que tende a desaparecer quando a velo-
são características: numa, o objeto aproxima-se do cidade de locomoção aumenta, e, assim, a forma de
corpo da pessoa, que tem o propósito de interromper locomoção passa do andar para o correr. O padrão
ou mudar a sua trajetória. Noutra, o objeto afasta-se maduro apresenta, como pontos chaves, apoio pelo
do corpo da pessoa, propulsionado por ela, utilizan- calcanhar, travamento duplo do joelho e oscilação
do-se das mãos e braços ou pés. São incluídos aqui coordenada dos braços.
os arremessos, o receber, o rebater, o chutar, o dri- 2. Correr: O correr é uma extensão natural do andar e
ble, a condução da bola com o pé e o voleio. caracteriza-se por uma fase com apoio e uma fase
c) Equilíbrio: Permite à criança manter uma postura aérea ou sem apoio.
no espaço e em relação à força da gravidade. Para 3. Saltar: O objetivo do saltar é impulsionar o corpo à
Godfrey e Kephart fazem parte desses padrões as frente e/ou acima, através da ação de uma perna ou
posições estáticas do corpo (estar em pé e estar sen- de ambas em conjunto, com ação efetiva dos braços
tado). Para Gallahue, deve-se incluir os movimentos para a impulsão, fase de voo e aterrissagem.
axiais do corpo todo e/ou de um segmento do cor-
po (girar os braços, flexionar o tronco etc.) Godfrey 4. Arremesso: No arremesso, o propósito é propulsio-
e Kephart incluem nesses padrões o equilíbrio num nar um objeto o mais longe possível ou em direção a
só pé, o caminhar sobre uma superfície de pequena algum alvo. Em geral, quando se fala em arremesso,
amplitude e os movimentos em posição invertida (pa- entende-se arremesso por cima, contudo há também
rada de mãos, rolamentos). o arremesso por baixo e pelo lado.
– 13
5. Receber: O receber, com uso de uma ou ambas as à medida que “viaja” através do espaço. As habilida-
mãos e outras partes do corpo, visa interromper e des especializadas da cambalhota para trás e para
controlar uma bola ou outro objeto em sua trajetória. a frente são elaborações de padrões rotatórios fun-
Este padrão fundamental de movimento requer uma damentais para a frente e para trás. Caminhar sobre
habilidade com ênfase no aspecto temporal (KAY, barras e acrobacias feitas com o apoio das mãos são
1969). combinações sofisticadas de padrões rotatórios com-
6. Rebater: Este padrão fundamental caracteriza-se binados com apoios invertidos transitórios.
pela propulsão de um objeto com uma parte do corpo
ou com outro implemento. • Desvio
7. Chutar: Pode-se dizer que é uma forma de rebati- Desviar é um padrão de movimento estabilizador
da, na qual o pé é usado para propulsionar a bola. fundamental que combina os movimentos locomo-
Deve ser ressaltado que um dos pré-requisitos para tores de deslizar com rápidas alterações na dire-
o domínio deste padrão é a criança conseguir assu- ção de um lado para outro e requer reação rápida
mir uma posição de equilíbrio num só pé (WILLIAMS, de movimento.
1983).
• Equilíbrio em um só pé
8. Quicar: Esta é uma habilidade na qual, para ter su-
cesso, a criança deve tocar a bola em seu centro de O equilíbrio em um só pé é provavelmente a men-
massa, com as mãos indo de encontro a ela, após suração mais comum de habilidade de equilíbrio
ela voltar de seu contato com o solo. estático.
“Embora relacionada à idade, a aquisição de ha- • Apoios invertidos
bilidades motoras fundamentais maduras não é de- Apoios invertidos envolvem posturas nas quais o
pendente da idade, mas de numerosos fatores, de ta-
corpo assume a posição de cabeça para baixo, por
refa em si, do indivíduo e do ambiente.” (GALLAHUE;
alguns segundos, antes que o movimento seja inter-
OZMUN, 2001)
rompido. A estabilização do centro de gravidade e a
Os autores afirmam que o domínio das habilidades
motoras fundamentais é básico para o desenvolvimento manutenção da linha da gravidade dentro da base
motor de crianças. As experiências motoras, em geral, de apoio aplicam-se à postura invertida, bem como
fornecem múltiplas informações sobre a percepção que à postura ereta, em pé. Uma postura com apoio in-
as crianças têm de si mesmas e do mundo que as cerca. vertido, entretanto, emprega cabeça ou mãos, ante-
braços ou braços, apenas uma (ou a combinação)
MOVIMENTOS ESTABILIZADORES FUNDAMENTAIS dessas partes do corpo como base de apoio.
(GALLAHUE; OZMUN, 2001)
A estabilidade é o aspecto mais fundamental do MOVIMENTOS LOCOMOTORES FUNDAMENTAIS
aprendizado de movimentar-se. Por ela, as crianças ob- A locomoção é um aspecto fundamental no apren-
têm e mantêm um ponto de origem para as explorações dizado de movimentar-se, efetiva e eficientemente, pelo
que fazem no espaço. A estabilidade envolve a disposi- ambiente. Envolve a projeção do corpo no espaço ex-
ção de manter em equilíbrio a relação indivíduo/força de
terno, alterando sua localização relativamente a pontos
gravidade.
fixos da superfície (caminhar, correr, pular, escorregar e
• Movimentos axiais saltar obstáculos).
Os movimentos axiais e várias posturas de equilíbrio • Caminhada
estático e dinâmico são considerados os componen-
A caminhada tem sido muitas vezes definida como o
tes principais da estabilidade. Os movimentos axiais
processo de perder e de recuperar o equilíbrio conti-
ou não locomotores correspondem a movimentos de
orientação do tronco ou dos membros, quando em nuamente, enquanto nos movimentos para a frente,
posição estática (virar-se, girar, curvar-se, esticar-se em posição ereta.
e balançar-se). • Corrida
As posturas são outras posições corporais que favo-
recem a manutenção do equilíbrio estático e dinâmico A corrida é uma forma exagerada de caminhada. Di-
(erguer-se, sentar-se, rolar, parar, esquivar-se, bem fere desta porque existe uma breve fase de elevação
como andar de maneira direcionada, balançar-se em em cada passada, na qual o corpo fica fora de conta-
galhos e equilibrar-se em um só pé). to com a superfície de apoio.
5. De aula: planejando a unidade a ser dada, com cla- O que, como e para que avaliar o que foi ensinado?
reza sobre qual o objetivo a ser alcançado, como A avaliação é contínua (diária), ou semanal, mensal,
avaliar a aprendizagem do aluno, qual recurso será semestral etc. Deve ser utilizada para verificar se os ob-
usado de acordo com as características da turma etc. jetivos propostos foram cumpridos, dar um feedback ao
Independente do tipo de planejamento que pretende- aluno de como está seu processo de aprendizagem e
mos realizar, devemos responder às seguintes questões: não deve ter uma função apenas classificatória ou, ainda,
punitiva. Deve dar um diagnóstico e retorno ao aluno de
Para que vou ensinar? como ele está. Além disso, a avaliação é muito importan-
te para se refazer o planejamento.
São os objetivos de ensino. É uma descrição clara do
que se pretende alcançar como resultado final da apren-
EDUCAÇÃO FÍSICA (PERCEPÇÃO E AÇÃO) – POR
dizagem. Eles podem ser gerais (alcançados após um
ONDE SEGUIR?
longo tempo, podendo ser estabelecidos por série ou ní-
vel de ensino) ou específicos (curto prazo, alcançáveis Atualmente na Educação Física escolar temos diver-
pelos alunos até para uma aula apenas). sas tendências ou abordagens que nos mostram quais
Quais são as habilidades que pretendo desenvolver caminhos ela pode seguir. Ao longo da história recente
em meus alunos? Ao escrever o planejamento, essas ha- do Brasil também vimos diversos rumos tomados por ela,
bilidades devem ser indicadas por um verbo no infinitivo: que ajudam a entender nosso presente como está. Ve-
avaliar, aprender, arremessar, escrever etc. remos uma breve história da Educação Física a seguir.
40 –
História da Educação Física no Brasil os indivíduos para servir e defender a pátria, suportando
o combate e a guerra, se preciso. Só que este movimen-
–– Educação Física Higienista (Até 1930) to promovia a eliminação dos incapacitados, dos fracos
–– Educação Física Militarista (1930–1945) e débeis, premiando apenas os fortes, fazendo um mo-
–– Educação Física Pedagogicista (1945–1964) vimento de “eugenia”, de depuração da raça, movimen-
to semelhante ao que faziam os fascistas como Hitler e
–– Educação Física Competitivista (Pós-1964)
Mussolini.
–– Educação Física Popular Essa abordagem visava a um “cidadão modelo”, ca-
paz de servir de exemplo para o restante da juventude
As datas indicam apenas os principais momentos de
pela sua braveza e coragem. O próprio Rui Barbosa tam-
cada movimento da Educação Física, mas não significa
bém incentivava a prática da Educação Física Militarista,
que acabaram exatamente naquele ano e em todos os lu-
pois ela promovia aos praticantes força, energia e um ca-
gares, tanto é que muitas entidades, escolas, clubes etc.
ráter viril.
ainda hoje podem privilegiar uma destas abordagens.
O principal método utilizado foi o francês, ou regu-
Educação Física Higienista (até 1930) lamento n. 7 que, por decreto em 1921, foi utilizado em
todo território nacional. Em 1931 foi estendido para a
Um dos temas mais conhecidos desta fase é: “mente rede escolar. Em 1933 foi fundada a Escola de Educação
sã em corpo são”. Física do Exército, que passou a difundi-lo ainda mais.
A questão da saúde está sempre em primeiro lugar, Visava, portanto, a uma pessoa obediente e adestrada,
querendo formar homens e mulheres sadios, dispostos à que respeitasse os valores, a moral e o Estado. Era feita
ação, mas que aos poucos começa a revelar uma “assep- uma espécie de seleção natural das pessoas, tudo a fim
sia social”, de acordo com a qual se pode fazer ginásticas, de criar uma raça superior, amante da pátria, e o esporte
esportes, recreação, mas tudo a fim de levar as pessoas nessa época foi até utilizado para ajudar nessa seleção.
a criarem hábitos saudáveis para não comprometer a vida Hitler exclamou: “ai dos débeis”, mostrando que apenas
coletiva também. os fortes deveriam sobreviver. Apenas com a derrota do
A Educação Física é um agente de saneamento, nazifascismo na 2.a Guerra é que o Brasil passa a reciclar
trazendo saúde pela educação, libertando dos vícios, suas ideias.
das doenças etc. Essas ideias vieram do liberalismo
(conjunto de ideias e doutrinas que visam assegurar a
Educação Física Pedagogicista (1945 – 1964)
liberdade individual no campo da política, religião, moral
etc.) e um dos principais pensadores brasileiros foi Rui Aqui, a função da Educação Física era a educação.
Barbosa, que dizia: Não somente proporcionar saúde, mas educar pelo mo-
“A chave de todas as desgraças é a ignorância po- vimento, trazendo benefícios pela aquisição de hábitos
pular e a educação era a arma capaz de reverter os pro- fundamentais, preparo vocacional e melhor uso das ho-
blemas da nação”. A Educação Física então passou a ras de lazer.
ter uma importância grande, pois antes se pensava que Os esportes, a dança, a ginástica, tudo isso poderia
os exercícios eram só para o corpo, mas ele afirma que ajudar o aluno a ser um cidadão melhor, a ter um convívio
a mente também se desenvolvia e passou-se a valorizar social adequado, preparando as futuras gerações.
as nossas aulas de Educação Física, a qual deve ser en- Com relação à saúde, visa à formação de indivíduos
sinada desde o “primeiro ensino” até o ensino superior. saudáveis tanto física quanto mentalmente. Nas habili-
Ele ainda fala sobre a importância do brincar para dades fundamentais, visava a que formasse o caráter
as crianças, que têm um “apetite para o movimento”, e das pessoas, um bom membro de família, bom cidadão,
que além do trabalho físico-motor deviam se lembrar do usando de forma sadia as horas de lazer e outras. Na
espírito que também era trabalhado, evitando problemas preparação vocacional, achava-se que certas atividades
comportamentais, sociais e outros. físicas ajudavam a desenvolver o controle emocional, a
Essa fase da Educação Física ainda pode ser lembra- liderança e o comando.
da hoje, com a proliferação de academias de ginástica, Mesmo nesta época ainda existia o método francês,
na busca de saúde e beleza. Mas não podemos nos es- mas o ideal desta abordagem era transformar a disciplina
quecer de que a mídia exerce grande poder neste desejo Educação Física em uma prática educativa e não ape-
de frequentarmos as academias, pois muito do que se faz
nas instrutiva, como classificavam as outras disciplinas
nas aulas é apenas marketing para se vendem produtos
na escola.
antigos com caras novas.
Nesta época, o professor de Educação Física assu-
me papéis de líder de comunidade, organizador de des-
Educação Física Militarista (1930 – 1945) files cívicos, de fanfarras, de campeonatos internos e ex-
Não devemos confundir com Educação Física Militar, ternos, entre outros.
que é a simples preparação do soldado para a guerra por No governo de Juscelino Kubitschek (anos 50) ocorre
meio de exercícios. A Educação Física Militarista se preo- um grande impulso para seu crescimento. Em 1940, exis-
cupa com a saúde da população (semelhante à higienis- tiam apenas 41 ginásios públicos. Em 1962, passaram a
ta), mas com o objetivo de “elevar a Nação”, preparando existir 561.
– 41
Educação Física Competitivista (Pós – 1964) Visava a uma sociedade mais democrática e então
surge a Educação Física Popular, com a intenção de va-
Buscava uma elitização da sociedade, tornando o in-
divíduo atleta um herói. O esporte de alto nível deveria lorizar o lazer, o lúdico e a solidariedade com o intuito de
ser “massificado”, a fim de criar atletas-heróis capazes de mobilizar a classe trabalhadora.
tornar o Brasil uma potência de medalhas olímpicas. To- Não existem muitos documentos e produção teórica
dos os “governos” deveriam incentivar a prática esportiva desta abordagem, transmitida principalmente oralmente
e com os avanços da fisiologia e biomecânica, as técni- por meio da geração de trabalhadores. Não se preocupa-
cas esportivas seriam cada vez mais eficazes no treina- va com a saúde, medalhas, educação ou com a disciplina
mento das pessoas. As aulas de Educação Física eram dos homens, mas sim ir contra a ideologia dominante da
simples treinamentos para as modalidades olímpicas. época pela mobilização e organização da classe operária
Semelhante ao “pão e circo” da época de Roma, o e pela luta de classes.
governo usava o esporte na ditadura militar a fim de tor-
nar os indivíduos mais dóceis, calmos, sem críticas crian- Que corrente adotar?
do um clima de tranquilidade e calmaria, mas é claro que
Atualmente qual é a corrente correta? Nós cremos
às custas de uma censura à imprensa, expulsando bra-
que não existe apenas uma que seja correta e, assim,
sileiros contrários aos ideais do regime militar. O esporte
de alto nível era um analgésico que pudesse acalmar o o Sistema de Ensino Objetivo utiliza várias abordagens,
movimento social. procurando construir uma própria. Na Educação Infantil,
Afirmava que pessoas cansadas de fazer atividades principalmente, adota a abordagem desenvolvimentista
físicas não iriam à noite para bares e esquinas, mas para e alguns aspectos da construtivista. .
a casa descansar; que pessoas nas quadras jogando se- Mas como sugestão de pesquisa e incentivo para lei-
riam menos pessoas nos hospitais ou com uniformes de tura seguem abaixo diversas abordagens com seus prin-
presidiários. Assim, o objetivo era formar pessoas ativas cipais autores.
para que não tivessem tempo para causar problemas à
1. Abordagem humanista (OLIVEIRA, V.M.)
ditadura. Estudantes cansados não entrariam para a po-
lítica. A ideia era perpetuar a dominação. 2. Abordagem Progressista (GHIRALDELLI JUNIOR, P. )
A imprensa valorizava os atletas pobres que vence- 3. Abordagem Revolucionária (MEDINA, J.P.S. )
ram na vida pelo esporte, elevando-os a heróis nacionais,
4. Abordagem Crítica (MARIZ, J.G.O.; BETTI, M.)
a fim de evitar que se falassem nos reais problemas de
desigualdades sociais, desemprego, falta de cultura, es- 5. Abordagem Sistêmica (BETTI, M).
colas etc. Alunos bolsistas eram os atletas que se sagra- 6. Abordagem Desenvolvimentista (TANI, G. et al)
vam campeões.
7. Abordagem Construtivista-interacionista (FREIRE,
Nesta época surgiram as turmas de treinamento a
J.B.S.)
fim de criar novos talentos, mas ao mesmo tempo, criava
uma classe de não atletas sem direito a praticar esportes, 8. Abordagem Socioconstrutivista (MATTOS, M.G; NEI-
pois estes não tinham valor ao governo. Isso ainda acon- RA, M.G. )
tece até hoje.
9. Abordagem Fenomenológica (MOREIRA, W.W. )
10. Abordagem Crítico-superadora (SOARES, C.L. et al)
Educação Física Popular
11. Abordagem Crítico-emancipatória (KUNZ, E. et al)
Essa abordagem de Educação Física tem a ver com
a iniciativa do movimento operário brasileiro, que no início 12. Abordagem Plural (DAÓLIO, J.)
da República e, posteriormente, com a criação do Partido 13. Abordagem da Saúde Renovada (NAHAS, M.V. )
Comunista Brasileiro passa a exercer grande influência 14. Psicomotricidade
nas classes populares das cidades. A Educação Física e
15. Jogos cooperativos
o esporte não eram bem vistos pelos anarquistas, mas o
PCB passou a criar campeonatos de várias modalidades Além dessas abordagens, acompanhamos as orien-
e utilizando o jornal do partido incentiva o operariado a tações dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e
fazer atividades físicas com esporte de forma lúdica. as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
42 –
ALGUMAS CARACTERÍSTICAS GERAIS DE CRIANÇAS DE:
Como cada escola possui um número específico de aulas de Percepção e Ação (Educação Física), com tempo deter-
minado por cada uma, muitas variações podem ocorrer neste planejamento anual. Nós acreditamos que todas as escolas
devem ter no mínimo duas (2) aulas semanais, em dias alternados, e o tempo ideal é de trinta (30) minutos para a Educação
Infantil 1 (fases 1 e 2). Mais tempo que isso, acreditamos ser exagero, pois o tempo de concentração das crianças nesta fase
é muito pequeno. Já para os alunos da Educação Infantil 2 e 3 o tempo de aula sugerido é de 40 minutos.
O uso de materiais diversos é muito importante nesta fase das crianças. Devemos sempre buscar materiais indivi-
duais para que todas tenham o seu, já que nesta fase elas dificilmente conseguem emprestar e compartilhar um equipa-
mento. Assim, é importante ter uma bola para cada uma delas, uma meia para cada uma, uma peteca etc. Mas podemos
pensar: será que minha escola terá condições financeiras para comprar tudo de que preciso?
Daí a importância de materiais alternativos, construídos com objetos reciclados, reutilizáveis etc. A criatividade é
de suma importância para auxiliar no desenvolvimento das aulas do professor, pois as crianças se motivam muito quan-
do possuem um material chamativo, colorido e em quantidade para todos. É claro que estamos falando de pequenos
materiais, pois muitos deles são de uso coletivo, como um colchão, um plinto, uma escada etc.
A seguir, daremos exemplos de diferentes materiais que sua escola pode comprar ou criar.
Bolas
Podemos ter bolas oficiais de esportes como vôlei, futebol, tênis, pingue-pongue e também feitas de jornal, enrola-
das com fitas adesivas, de plástico etc. É importante trabalhar com pesos e tamanhos diferentes, auxiliando, assim, a
aquisição de habilidades de manipulação.
As cores também são importantes, mas podem ser um problema também, pois, às vezes, algumas crianças se
recusam a usar uma determinada cor.
46 –
Traves de equilíbrio Step
Os steps podem ser cortados em uma serra de fita Com step é possível também fazer circuitos, obstá-
(encontradas em marcenarias) e usados para as crian- culos, criar "castelos e casas" em jogos simbólicos, pran-
ças andarem por cima deles, com a intenção de melhorar chas de equilíbrio, colocando um pedaço de cano ou ma-
o equilíbrio. Podem ser feitas várias dessas traves, bem deira por baixo, no centro do step.
como vários caminhos pela quadra.
Banco sueco
Paraquedas
Atualmente, o paraquedas é um produto vendido por muitas empresas que trabalham com jogos cooperativos, mas
podem ser adaptados com lençóis emendados, ou outro tecido, ou, ainda, paraquedas reais não mais utilizados por
indivíduos que saltam como esporte.
Existem diversos livros que mostram como utilizar o paraquedas com diferentes objetivos.
– 47
Brinquedos de espuma
Esses tipos de brinquedos são vendidos em diversas lojas de materiais pedagógicos e esportivos. Ele são muito
motivantes, pois são coloridos, não machucam e podemos modificar sua configuração de diferentes formas ao longo
de uma aula. O maior problema é que o preço deles pode ser alto, mas a escola pode confeccioná-los com a ajuda de
um bom tapeceiro.
Além de trabalhar diferentes capacidades físicas, podemos usá-los para construir casas e castelos em jogos simbólicos.
48 –
Aros
Os aros ou bambolês podem ser compostos por diferentes materiais e utilizados de várias formas. Os arcos da foto
a seguir são de alumínio e possuem uma grande vantagem: a durabilidade, mas também possuem a desvantagem de
serem pesados e poderem machucar. Assim, o ideal é que eles sejam trabalhados apenas no chão, como local para
ser pisado. Já os de plástico podem ser girados, lançados para o alto, servirem de "cavalo", direção de carro etc., mas
são muitas vezes mais frágeis, entortam e soltam com frequência.
Uma opção são conduítes de eletricidade, que em geral são feitos de plástico preto resistente (não os amarelos,
moles), podendo ser cortados em diferentes tamanhos para motivar o trabalho.
Aros com setas servem para a criança saltar e, ao cair, posicionar-se com o corpo voltado para a seta. Depois a
direção delas poderá ser mudada.
– 49
Cones
Os cones podem ser de diferentes tamanhos e materiais (plásticos, borracha, papelão etc.), bem como servirem de
alvo, obstáculos em corridas, objetos para encaixar bolas dentro etc.
Pista de corrida
Desenhar com giz um percurso onde os alunos devem caminhar, correr de diferentes formas, passar com diferen-
tes objetos (pneu, aro, bola).
Piscina
Não é tão comum na maioria das escolas, mas colocamos aqui também pela sua importância, mesmo com seu alto
custo tanto de construção quanto de manutenção.
50 –
Pneu
Banner
O banner pode ser feito em gráficas ou no verso de um
já usado, com canetas de retroprojetor. Podem ser feitas
"amarelinhas" de diversas formas.
– 51
Escada
A escada pode ser de madeira ou de alumínio (como da foto), com articulações que permitem montá-la de diferen-
tes formas a fim de dar maior ou menor dificuldade ao andar e pendurar-se nela etc.
Observação: o degrau da escada foi enrolado com uma folha de E.V.A. para não machucar, evitando acidentes.
52 –
Objetos para rebater Tecido com alvos
Raquetes de pingue-pongue, raquetes feitas de cabi- O tecido, que pode ser de TNT ou similar, deve conter
des de arame com meia e prato do jogo do "gruda". furos de diferentes tamanhos, os quais deverão ser alvos
de bolas de meia, de tênis, de papel etc. O tecido deve ter
uma madeira em cada lateral, a fim de ajudar na amarração.
Pompom
Tamanca
Tamanca ou chinelão de madeira com alças de res-
tos de carpete.
– 53
Colchão Saquinhos de areia
Existem diferentes tamanhos, espessuras e formas, Podem ser lançados em alvos, carregados em di-
que podem auxiliar em rolamentos, quedas, aterrissagem versas partes do corpo, trabalhando equilíbrio, esque-
de saltos etc. ma corporal etc.
54 –
Sugestões de atividades motoras
EDUCAÇÃO INFANTIL 1 E 2
Observação.: na descrição das atividades usaremos o termo “espaço” como significado de “quadra”, “sala” ou
outro lugar onde as crianças poderão fazer as atividades.
Durante todo o tempo das atividades, sugerimos que o professor contextualize o material utilizado (sua forma, ta-
manho, cor etc.), para que as crianças se familiarizem com ele.
AULA LIVRE BEXIGAS (BALÕES)
Objetivo: adaptação da criança à escola, à atividade e Objetivos: esquema corporal, orientação espacial, coorde-
ao professor. nação oculomanual, noção de cor, forma, tamanho, peso.
Material: o maior número possível (bolas, arcos, cordas, Material: bexigas (balões).
pneus etc.). –– Cada criança deverá executar os seguintes movi-
Reunir os materiais na quadra ou no espaço dispo- mentos com uma bexiga (inicialmente, brincar livre-
nível para a atividade e deixar as crianças brincarem li- mente ao sinal do professor):
vremente, procurando aos poucos se aproximar de uma
delas ou de um grupo e brincar junto ou sugerir movi- • tocar com ela as diversas partes do corpo: cabe-
mentos com os materiais. ça, mãos, pés, ombros, cotovelo, barriga etc.;
• empurrá-la com as diversas partes do corpo;
Campos de experiências: • assoprá-la;
• andar com ela presa entre os pés, os joelhos etc.;
EXAME BIOMÉTRICO • colocá-la entre duas pessoas (na barriga, nas
Objetivo: acompanhar a curva de crescimento do aluno. costas) e, com o auxílio e acompanhamento do
O resultado do exame deve ser anotado em folha padro- professor, andar, saltar.
nizada, ao final deste livro. Nela são registrados os dados
relativos ao crescimento do aluno desde a Educação In- Campos de experiências:
fantil até o final do Ensino Médio.
Material: balança, fita métrica ou régua. ARCOS (BAMBOLÊS)
Objetivos: orientação e estruturação espacial, agilidade,
Campos de experiências: destreza, noção de cor, forma, tamanho e peso, dentro/
fora, alto, longe.
ESQUEMA CORPORAL –– Com um arco, cada criança deverá correr livremen-
Objetivos: conhecimento do próprio corpo e de suas partes. te pela quadra sem se chocar com os companheiros
Material: o próprio corpo. nem com os objetos.
Observação: como são crianças pequenas recomenda- –– O professor deve promover atividades – com os ar-
mos ao professor auxiliá-las em alguns momentos. cos espalhados pela quadra – utilizando o seguinte
–– As crianças devem se deslocar livremente pelo espa- tipo de pergunta: “Quem consegue:
ço. Ao sinal do professor, deverão engatinhar, rolar, • andar sem pisar nos arcos e sem se chocar com
rastejar, andar de joelhos, em pé, para a frente e para trás. os companheiros?”
–– Andar ou correr pelo espaço e, ao sinal do professor, • correr sem pisar nos arcos e sem se chocar com
colocar as mãos sobre as partes do corpo por ele indi- os companheiros?”
cadas, por exemplo: pés, cabeça. • correr e pisar dentro do maior número possível
–– Idem ao anterior, agora colocando as mãos nos com- de arcos, sem se chocar com os companheiros?”
panheiros (nas partes indicadas pelo professor). • correr, pular para dentro e depois para fora dos
–– Andar pelo espaço e, ao sinal do professor, saltar para arcos com os dois pés juntos?”
a frente, para trás, girar para um lado e para o outro. • correr segurando o arco à frente do corpo, como
–– Ao sinal do professor, as crianças, sentadas, devem um volante de carro, sem se chocar com os ou-
colocar as mãos nas partes por ele pedidas, por exem- tros companheiros?” Neste caso, cada criança
plo: “Onde estão sua cabeça, pés e joelhos?” deve estar com um arco.
–– Idem, com as crianças sentadas uma de frente para • correr para todos os lados, segurando o arco na
a outra. Ao sinal do professor, uma deverá colocar altura da cintura, sem se chocar com os compa-
a mão na parte do corpo da outra, de acordo com o nheiros?” Neste caso, o corpo deve estar cingido
pedido do professor: "Onde está a cabeça de fulano? pelo arco.
A barriga? O nariz?”. • jogar o arco mais alto?”
Campos de experiências: • jogar o arco mais longe?”
• rodar o arco no chão por mais tempo?”
– 55
O professor deverá reservar os minutos finais da –– O professor deve promover atividades – com cada
aula para que as crianças possam brincar livremente criança de posse de uma bola – utilizando o seguin-
com os arcos.
te tipo de pergunta: “Quem consegue:
Campos de experiências: • lançá-la para a frente, correr e pegar?”
• lançá-la para o alto (com uma ou com as duas
ARGOLAS mãos)?”
• colocá-la no chão e chutá-la (de frente e de
Objetivos: habilidades manipulativas, coordenação ocu- calcanhar)?”
lomanual, agilidade, orientação espacial, esquema cor-
• lançá-la em um alvo (lugar da parede, cesta, tra-
poral, noção de cores, forma, tamanho e peso.
Material: argolas de plástico. ve, pneu ou arco pendurado etc.)?”
–– O professor deve promover atividades – cada criança –– Com as crianças colocadas duas a duas, uma de fren-
de posse de uma argola – utilizando o seguinte tipo te para a outra e distanciadas 2 m, aproximadamente:
de pergunta: “Quem consegue: • sentadas, com as pernas afastadas lateralmente,
• andar, correr com a argola sobre a cabeça?” devem rolar a bola uma para a outra;
• andar “de gatinhas” (quadrupedia) com a argo- • idem, em pé.
la sobre as costas?” O professor deve deixar as crianças brincarem livre-
• empurrar a argola e fazê-la rodar?”
• jogar a argola mais alto?” mente com as bolas.
• andar, pisando dentro das argolas?” Neste caso,
Campos de experiências
as argolas devem estar espalhadas pelo chão,
distanciadas 30 cm umas das outras, aproxima-
damente. BOLAS
• andar pela quadra, desviando das argolas e dos
Objetivos: habilidades manipulativas, noções de tama-
companheiros?”
• jogar a argola e acertar no alvo (cone, pneu etc.)?” nho, forma, cor, peso, espessura, agilidade, destreza,
coordenação oculomanual.
O professor deve deixar as crianças brincarem livre-
Material: bolas de borracha, de plástico, de tamanhos
mente com o material.
variados, de meia, de tênis, de diversas cores.
Campos de experiências –– O professor colocará todas as bolas no centro da qua-
dra e, ao seu sinal, as crianças deverão chutá-las.
–– Ele pedirá às crianças que peguem as bolas, de
PETECA
acordo com as cores, tamanhos ou pesos.
Objetivos: habilidades manuais, coordenação oculoma- –– Ao sinal dele, as crianças (cada uma com uma bola)
nual, agilidade, destreza, equilíbrio dinâmico, esquema serão perguntadas: “Quem consegue:
corporal, orientação espacial, noção de peso, forma, cor,
• jogar a bola mais longe?”
alto/longe.
• jogar a bola mais alto?”
Material: peteca.
• chutar a bola mais longe?”
–– O professor deve promover atividades – com cada
• jogar a bola mais forte no chão?”
criança de posse de uma peteca – utilizando o se-
guinte tipo de pergunta: “Quem consegue: –– Atividades coordenadas:
• lançar a peteca mais alto?” • correr e chutar a bola;
• lançar a peteca mais longe?” • lançar a bola, correr e pegá-la;
• andar, mantendo a peteca sobre diversas partes do • lançar a bola e correr ao lado dela.
corpo: mãos, pés, cabeça, ombros?” Etc. –– O professor deve promover atividades – com cada
• prender a peteca nos tornozelos, nos joelhos e criança de posse de uma bola – utilizando novamen-
saltar?” te o tipo de pergunta: “Quem consegue:
O professor deve deixar as crianças brincarem livre- • jogar a bola mais forte no chão?”
mente com o material. • pisar na bola e empurrá-la para a frente, para trás
e mais longe?”
Campos de experiências • jogar a bola para trás?”
• jogar a bola mais forte para o alto?”
BOLAS DE MEIA • chutar a bola bem forte?”
• rolar no chão, abraçada com a bola?”
Objetivos: habilidades manipulativas, coordenação ocu- • sentar sobre a bola?”
lomanual, orientação espacial, esquema corporal, agili- • sentar sobre a bola e levantar os pés do chão?”
dade, noção de alto/longe, peso, forma, tamanho. • deitar (em decúbito ventral e dorsal) sobre a bola
Material: bolas de meia, papel etc. e escorregar?”
56 –
–– Em duplas ou trios, as crianças sentadas em afasta- Material: corda elástica (duas ou mais), banco ou outro
mento lateral das pernas, uma de frente para a outra, lugar para prender as cordas.
distanciadas 1m, aproximadamente, devem: –– O professor deve promover atividades – com as cor-
• empurrar a bola uma para a outra; das presas nos bancos suecos, elevadas a mais ou
menos 40 cm do solo e distanciadas 130 cm umas
• idem ao exercício anterior, deitadas (em decúbito
das outras – utilizando o seguinte tipo de pergunta
ventral), uma de frente para a outra. “Quem consegue:
O professor deve deixar as crianças brincarem livre- • passar por baixo das cordas (sem encostar)?”
mente com as bolas. • andar passando por cima das cordas (sem
encostar)?”
Campos de experiências: • passar por cima de uma corda e embaixo da
outra?”
FITAS • saltar a corda?” Para as turmas de crianças
menores (Educação Infantil 1) e aquelas que
Objetivos: habilidades manipulativas, coordenação apresentarem algum tipo de dificuldade, suge-
oculomanual, orientação espacial, esquema corporal, re-se ao professor abaixar a corda no momento
agilidade. em que elas forem saltar.
Material: fitas de cetim ou de pano. • saltar uma corda e passar por baixo da outra?”
–– Cada criança deverá executar os seguintes movi- (Idem à observação anterior)
mentos com uma fita: • andar pisando nas cordas?”
• andar e correr mexendo a fita, como uma “cobri- • andar para a frente, para o lado e para trás, so-
nha”, arrastando-a no chão; bre a corda?” Neste caso, as cordas devem estar
• colocá-la no cós do calção, formando um “rabi- amarradas umas nas outras, presas em algum
nho”. Ao sinal do professor, as crianças deverão ponto da quadra (traves) e elevadas a mais ou
menos 30 cm do chão.
tirar as fitas umas das outras;
–– Com a corda estendida no chão, o professor pergun-
• colocá-la no chão e saltá-la; ta novamente “Quem consegue:
• idem, saltando as outras fitas; • andar de frente sobre a corda?”
• jogá-la mais alto. • andar de lado, para trás, em quadrupedia?”
O professor deve deixar as crianças brincarem livre- • saltar a corda de um lado para o outro?”
mente com as fitas. –– Com a corda elevada a mais ou menos 30 cm do
solo; pergunta “Quem consegue:
Campos de experiências: • passar por cima da corda?”
• passar, por baixo, em quadrupedia, rolando,
CORDA rastejando?”
• saltar o rio, a cobra?” Etc. Neste caso, o professor
Objetivos: equilíbrio estático e dinâmico, esquema cor- ficará balançando a corda, fazendo figuras no
poral, orientação espacial, agilidade, noção de tamanho, chão.
forma, peso. –– Com as cordas transpassadas em forma de cama de
Material: corda de sisal grossa de 6 cm. gato em dois bancos, separados 130 cm, aproxima-
damente, um do outro, o professor pergunta “Quem
–– As crianças devem executar os seguintes movimen-
consegue:
tos com a corda estendida no chão:
• passar por baixo das cordas?”
• andar sobre ela de frente, de costas, de lado etc.;
• passar por cima das cordas?”
• idem, em afastamento lateral das pernas, para a
frente e para trás; Campos de experiências:
• andar, passando de um lado para outro da corda;
• saltar de um lado para outro da corda;
• fazer formas com ela no chão e andar sobre elas; CADEIRAS
• brincar de cabo de guerra (com auxílio do profes- Objetivos: orientação espacial, esquema corporal, agili-
sor para evitar acidentes). dade, destreza, noção de em cima/embaixo, entrar/sair,
Campos de experiências: engatinhar, rastejar, equilíbrio dinâmico.
Material: cadeiras (poderão ser utilizadas as próprias ca-
deiras da sala de aula).
CORDA ELÁSTICA Observação: por se tratar de um material (móvel) conhe-
Objetivos: equilíbrio dinâmico, coordenação dinâmica cido pelas crianças, é sempre bom mostrar os perigos dele
geral, agilidade, orientação espacial, esquema corporal, e, em alguns exercícios, recomenda-se que o professor
noção de em cima/embaixo, começo/fim, andar, correr, acompanhe as crianças, segurando suas mãos, de acordo
saltar. com as suas necessidades do momento.
– 57
–– Com as cadeiras colocadas em fileiras, distanciadas –– Os cones devem estar colocados em pé, espalhados
1m umas das outras, aproximadamente, as crianças pela quadra:
devem andar em zigue-zague por entre elas. • ao sinal do professor, as crianças devem andar,
–– Idem, correndo. procurando não trombar com os companheiros
nem encostar nos cones;
–– O professor deve promover atividades utilizando o
• idem, correndo.
seguinte tipo de pergunta: “Quem consegue:
–– Com os cones colocados enfileirados no chão, dis-
• passar por baixo das cadeiras em quadrupedia,
tanciados 50 cm uns dos outros, aproximadamente:
rastejando?”
• andar de frente em zigue-zague por entre eles;
• subir na cadeira e saltar para o chão?”
• idem, para trás, correndo, “de gatinhas” etc.
• subir na cadeira, saltar para o chão e passar por
–– Com os cones deitados no chão, enfileirados, dois
baixo da outra?”
a dois, com a parte fina (ponta) encostada uma na
• andar sobre as cadeiras?” Neste caso, as cadei-
outra:
ras devem estar encostadas umas nas outras. • andar, passando sobre eles;
• passar por baixo delas?” • idem, correndo, saltando.
Campos de experiências O professor deve deixar as crianças brincarem livre-
mente com o material.
IMITAÇÃO Campos de experiências
Objetivos: orientação espaço-temporal, esquema corpo-
ral, agilidade, andar, correr, saltar. FIGURAS GEOMÉTRICAS
Material: o próprio corpo.
Objetivos: agilidade, destreza, noções de tamanho, for-
–– Ao sinal do professor, as crianças deverão andar
ma, cor, orientação espacial, esquema corporal.
pela quadra, para a frente, para trás, de lado, com
Material: figuras de madeira (encaixe), PVC etc.
os olhos fechados. O professor deve orientá-las para
–– O professor deve perguntar às crianças o nome da
que ocupem todo o espaço e procurem não se cho-
figura (forma), o tipo de material e fazê-las comparar
car com os demais companheiros.
o tamanho e localizar (e/ou apontar) as formas em
–– Idem ao anterior, correndo, saltando.
instalações e espaços da quadra ou da escola que
–– As crianças correm livremente e, ao sinal do professor
são parecidas com as figuras.
(apito), todas deverão parar de correr e imitar estátuas.
–– Com as figuras colocadas na vertical (em pé), distan-
–– O professor pergunta “Quem é capaz de:
ciadas 1m umas das outras, aproximadamente:
• andar com passos grandes, iguais aos de um
• as crianças devem andar para a frente, contor-
gigante?” nando-as em zigue-zague;
• andar igual ao gato, cachorro, leão, macaco?” Etc. • idem, para trás;
• correr (galopar) igual ao cavalo?” • idem, correndo de frente.
• andar (rastejar) igual ao jacaré?”
–– Com as figuras deitadas no chão e espalhadas pela
• andar (engatinhar) igual a um neném?”
quadra, as crianças devem:
• marchar igual ao soldado?” • andar livremente. Ao sinal do professor, sentam-se
• voar igual ao avião, ao pássaro?” perto da figura por ele indicada;
• correr igual a uma ambulância, carro de bombei- • idem, em pé, deitadas, ajoelhadas;
ros, ou de Fórmula 1?” • idem, em relação às cores.
• rolar igual a uma bola?”
–– O professor deve promover exercícios utilizando o
• andar em silêncio, sem fazer barulho?”
seguinte tipo de pergunta: “Quem consegue:
• idem, correndo?” • andar ou correr e saltar dentro das figuras?”
• andar batendo palmas, pisando forte no chão?” • andar de “gatinhas”, passando por dentro das fi-
guras?” Neste caso, as figuras devem estar colo-
Campos de experiências
cadas na vertical (em pé), distanciadas 1 m umas
das outras, aproximadamente.
CONES (GRANDES)
–– A seguir, questiona “Quem conhece um jeito diferen-
Objetivos: orientação espacial, esquema corporal, agi- te de passar pelas figuras?”
lidade, coordenação oculomanual, noções de forma, ta- O professor deve formar um jogo de amarelinha para
manho, cor, peso, andar, correr. as crianças andarem ou saltarem.
Material: cones de plástico ou de PVC (de mais ou me-
Campos de experiências
nos de 70 cm).
58 –
SAQUINHOS ARCOS E BOLAS
Objetivos: agilidade, equilíbrio dinâmico, noções de Objetivos: coordenação oculomanual, agilidade, destre-
za, orientação espacial, esquema corporal, noção de cor,
peso, forma, tamanho, altura, distância, coordenação
forma, tamanho, peso, andar, correr.
oculomanual, esquema corporal. Material: bolas e arcos (bambolês).
Material: saquinhos de areia, feijão, milho, arroz etc. –– O professor deve promover exercícios – com cada
–– O professor deve promover atividades – com cada criança de posse de uma bola e de um arco – utili-
criança de posse de um saquinho – utilizando o se- zando o seguinte tipo de pergunta: “Quem consegue:
guinte tipo de pergunta: “Quem consegue: • andar para a frente, para trás, segurando a bola
• andar equilibrando o saquinho sobre diversas em uma mão e o arco em outra?”
• correr para a frente, para trás, segurando a bola
partes do corpo: cabeça, mãos, pés, ombros?”
em uma mão e o arco em outra?”
• correr equilibrando o saquinho sobre diversas • andar para a frente, para trás, segurando a bola
partes do corpo: cabeça, mãos, pés, ombros?” em uma das mãos e o arco apoiado na bola?”
• jogar o saquinho mais longe?” • correr para a frente, para trás, segurando a bola
• jogar o saquinho mais alto?” em uma das mãos e o arco apoiado na bola?”
• jogar o saquinho mais alto e mais longe?” Neste • colocar a bola no chão e empurrá-la com o arco?”
• jogar a bola para o alto e colocar o arco para que
caso, o saquinho deve estar colocado sobre o pé.
ela passe por dentro dele?”
• andar sem derrubar o saquinho?” Neste caso, o • rolar a bola, correr e colocar o arco para que a
saquinho deve estar preso entre os joelhos e/ou bola passe por dentro dele?”
tornozelos. O professor deve deixar as crianças brincarem livre-
O professor deve deixar as crianças criarem ativida- mente com os materiais.
des com os saquinhos.
Campos de experiências:
Campos de experiências:
BOLAS E CONES
JORNAL Objetivos: coordenação oculomanual, coordenação di-
nâmica geral, agilidade, orientação espacial, esquema
Objetivos: coordenação dinâmica, coordenação oculo- corporal, noção de forma, cor, tamanho, peso.
manual, agilidade, noção de tamanho, forma. Material: bolinhas de tênis e cones pequenos (de plásti-
–– Com folhas de jornal espalhadas pela quadra, ao co ou borracha).
–– Com uma bolinha, cada criança deverá brincar livre-
sinal do professor, as crianças devem:
mente, jogá-la para cima, para a frente, chutar etc.
• andar sem pisar nas folhas, procurando desviar –– O professor deve promover atividades – cada criança
delas, sem se chocar com os companheiros; de posse de um cone, que deverá ficar no chão – utili-
• idem, saltando as folhas; zando o seguinte tipo de pergunta: “Quem consegue:
• idem, saltando sobre as folhas. • colocar a bolinha sobre o cone?” Neste caso,
todos observam de quem é a bolinha que ficará
–– Ao sinal do professor, as crianças (cada uma com mais tempo sobre o cone.
uma folha de jornal) irão jogar a folha para o alto. A • jogar a bolinha e pegá-la com o cone?”
seguir, utilizará a pergunta do tipo “Quem consegue: • jogar a bolinha para bem alto, deixá-la quicar no
• andar com a folha sobre a cabeça?” chão e, em seguida, pegá-la com o cone?”
• jogar a bolinha para o alto, colocando o cone so-
• colocar o bastão entre as pernas (cavalinho) e cor-
bre ela (prender, abafar)?”
rer?” Neste caso colocar a folha no chão e enrolá-la, • rolar a bolinha, correr atrás dela e colocar o cone
procurando fazer um bastão. sobre ela?”
• jogar o bastão mais alto?” Neste caso, a criança • colocar a bolinha dentro do cone e jogar mais
deverá amassar a folha de jornal, procurando fa- alto, mais longe?”
• jogar (lançar, arremessar) a bolinha e derrubar o
zer uma bola, e jogá-la mais alto. cone?” Neste caso, o cone deve estar no chão e
• jogar a bola mais longe?” as crianças afastadas dele 1m, aproximadamente.
• chutar a bola mais forte?” • rolar a bolinha uma para a outra e tentar encaixá-
-la no cone?” Em dupla, a criança de posse do
O professor deve deixar as crianças brincarem livre-
cone deverá movimentá-lo na direção da bolinha.
mente com o material. Após brincarem, estimulá-las a re-
O professor deve deixar as crianças brincarem livre-
colher tudo e jogar na lixeira. mente com os materiais.
– 59
STEPS O professor deve deixar as crianças brincarem livre-
mente com o material.
Objetivos: equilíbrio dinâmico, esquema corporal, orien-
tação/espacial, agilidade, noção de em cima/embaixo, Campos de experiências
montar/desmontar, forma, tamanho, cor, peso, andar,
correr, saltar.
PNEUS (CARRO)
Material: steps
–– O professor deve promover atividades – com os Objetivos: coordenação dinâmica geral, equilíbrio dinâ-
steps espalhados aleatoriamente pelo chão, distan- mico, agilidade, orientação espacial, esquema corporal,
ciados de 20 a 30 cm uns dos outros, aproximada- noções de forma, cor, tamanho, peso, dentro/fora, em
mente – utlizando o seguinte tipo de pergunta: “Quem cima/embaixo, início/fim, andar, correr, saltar.
consegue: Material: pneus de carro.
• andar pisando somente nos steps?” –– As crianças devem executar os seguintes movimen-
• andar pisando somente no chão, desviando-se
tos com os pneus enfileirados e encostados uns nos
dos steps?”
outros:
• saltar de um step para outro?”
• andar de frente sobre a rua?” Neste caso, os • engatinhar sobre eles, de frente e de costas;
steps devem estar colocados no chão, no sen- • andar pisando nos buracos deles, de frente e de
tido longitudinal, formando uma passarela (rua). costas;
• Idem ao anterior, para trás, correndo, saltando?” • idem, sobre eles;
• andar de frente sobre a rua?” Neste caso, os • idem, pisando dentro e sobre eles, sucessiva-
steps devem estar colocados no chão, no sentido mente;
longitudinal, transversal, formando uma passare- • saltar de dentro de um para dentro de outro;
la (como um jogo de dominó), com curvas ora • idem, saltando de cima de um para outro.
para a direita, ora para a esquerda. –– Com os pneus enfileirados, encostados e um sobre
• Idem ao anterior, para trás, correndo, saltando e o outro:
em quadrupedia?”
• engatinhar sobre eles;
• andar passando a perna por cima do step?” Nes-
• andar, passando de dentro de um para outro;
te caso, os steps devem ser colocados no senti-
do transversal, encostados uns nos outros (um • andar sobre eles (o professor deve acompanhar
deitado, outro em pé e assim por diante), como e ajudar as crianças menores e/ou aquelas com
barreiras de atletismo. mais dificuldades).
• Idem ao anterior, saltando (menos para as tur- –– Com os pneus enfileirados no chão, formando o de-
mas da Educação Infantil 1, fase 1). senho de um jogo de amarelinha (para as turmas de
• andar, passando a perna por cima do step, pi- Educação Infantil 2):
sando somente nos vãos?” Neste caso, os steps • saltar amarelinha.
devem estar deitados no chão, no sentido trans- –– Com os pneus enfileirados no chão, distanciados
versal, separados 50 cm, aproximadamente, uns 50 cm uns dos outros, aproximadamente:
dos outros. • andar em zigue-zague;
• Idem ao anterior, pisando somente sobre os
• andar pisando, ora dentro dele, ora no chão;
steps?” Em caso de dificuldade ou crianças me-
• idem, saltando;
nores, o professor deve diminuir a distância entre
os steps. • andar pisando, somente neles;
–– Colocar os steps em pé, distantes uns dos outros, • idem, saltando.
aproximadamente 2 m, para que as crianças se des- –– Alguns pneus colocados na vertical, encostados uns
loquem entre eles. nos outros, formando um túnel. Verificar quem con-
–– Sugerir que as crianças derrubem os steps e os segue passar por ele.
recoloquem em pé. O professor deve deixar as crianças brincarem livre-
–– Colocar os steps no sentido transversal. A cada dois mente com o material.
deles, colocar outro em cima, simulando degraus de
escada, por onde as crianças irão passar, subindo e Campos de experiências
descendo em pé.
–– Colocar os steps no sentido transversal, em pé, for- ESCADA
mando uma passarela. No início e no final do trajeto,
eles deverão estar deitados, formando um degrau de Objetivos: agilidade, coordenação dinâmica, equilíbrio di-
escada, por onde as crianças irão subir, andar ou en- nâmico, orientação espacial, esquema corporal, andar, sal-
gatinhar e descer a escada ao final. Para segurança tar, noção de dentro/fora, começo/fim, em cima/embaixo.
delas, colocar colchões em volta dos steps, nos dois Material: escada de madeira de abrir (do tipo da de
lados de todo o trajeto. pintor) ou articulada (de alumínio).
60 –
–– A escada deve estar aberta no chão. O professor per- em que aparecem parafusos, para que não machuquem
guntará às crianças o nome do material da escada, o as crianças.
nome das madeiras que ficam presas a ele, o nome –– As gavetas do plinto devem estar deitadas e enfilei-
do espaço entre essas madeiras. radas no chão, com as pontas de madeira para bai-
–– As crianças devem executar os seguintes movimentos: xo. As crianças devem andar para a frente, para trás
• andar “de gatinhas” sobre a escada; e em quadrupedia, pisando dentro das gavetas.
• em pé, andar, pisando somente nos vãos da –– Alternar as gavetas (uma em pé, outra deitada),
escada; amarrando-as com corda, se necessário. Andar para
• idem, para trás; a frente, passando dentro das gavetas.
• idem, saltando; –– Gavetas encaixadas uma na outra e colocadas em
• em pé, andar, pisando somente nos degraus; pé, menos a última. Passar dentro do túnel.
• engatinhar, passando pelos vãos dos degraus.
Neste caso, a escada deve estar virada sobre um Campos de experiências:
de seus lados.
BANCOS
Campos de experiências:
Objetivos: agilidade, coordenação dinâmica geral, equi-
líbrio dinâmico e estático, saltar, andar, noção de subir/
ARCOS, PNEUS E FIGURAS GEOMÉTRICAS descer, em cima/embaixo, começo/fim.
Objetivos: orientação espacial, esquema corporal, equi- Material: banco sueco ou similar (dois ou mais).
líbrio dinâmico, coordenação dinâmica geral, noção de –– O professor deve promover exercícios – com os ban-
forma, cor, tamanho, peso, agilidade, andar, dentro/fora, cos colocados no sentido transversal, distanciados
em cima/embaixo etc. 2 m uns dos outros, aproximadamente – utilizando o
Material: arcos (bambolês), pneus, figuras geométricas seguinte tipo de pergunta: “Quem consegue:
de madeira ou PVC. • andar em zigue-zague por entre os bancos?”
–– Os materiais devem estar deitados e espalhados pela • correr em zigue-zague?”
quadra. Ao sinal do professor, as crianças devem: • andar “de gatinhas”, rolando, rastejando por bai-
• andar e correr, contornando os materiais sem xo deles?”
pisá-los e sem trombar com os companheiros; • passar por cima dos bancos, colocando uma per-
• idem, para trás; na de cada vez no outro lado?”
• ao sinal do professor, saltar dentro dos materiais; • subir no banco e saltar no chão?”
• idem, somente no material indicado; Observação: recomenda-se ao professor auxiliar as tur-
• saltar sobre os materiais; mas de crianças menores (Educação InfantiI 1) e aquelas
• idem, somente sobre o material indicado. com mais dificuldade, às vezes, até colocando um col-
–– Os materiais devem estar em fileira, sendo um dife- chão de ginástica no espaço entre os bancos, para pro-
rente do outro (arco, pneu, figura geométrica e assim porcionar mais confiança no salto.
por diante). O professor deve promover ativida- E ainda:
des utilizando o seguinte tipo de pergunta: “Quem • andar sobre os bancos e saltar no chão (col-
consegue: chão)?” Neste caso, os bancos devem estar en-
• andar para a frente, para trás, pisando somente costados uns nos outros.
dentro dos materiais?” • passar por baixo de todos os bancos (túneis)?”
• idem, saltando?” Campos de experiências:
• inventar um jeito diferente de passar pelos
materiais?”
ESCADAS E BANCOS
O professor deve deixar as crianças brincarem livre-
Objetivos: equilíbrio estático e dinâmico, agilidade, des-
mente com os materiais.
treza, orientação e estruturação espacial, esquema cor-
Campos de experiências: poral, noção de subir/descer, forma, tamanho.
Material: dois bancos suecos, uma escada (do tipo da de
PLINTO (GAVETAS) pintor ou articulada de alumínio) e colchões para proteção.
–– Com a escada aberta e apoiada sobre o banco, as
Objetivos: estruturação espacial, agilidade, destreza, crianças devem executar os seguintes movimentos:
equilíbrio estático e dinâmico, noção de forma, altura, su- • subir a escada em quadrupedia (para a frente) e
bir/descer, saltar. descer na posição invertida;
Material: gavetas do plinto. • subir e descer a escada, para a frente (acompa-
Observação: proteger as pontas de madeira e as partes nhadas pelo professor).
– 61
–– Com a escada aberta e uma de suas partes apoiada • puxar o banco, deslizando o corpo para a frente.
sobre dois bancos: Neste caso, elas devem estar em decúbito ven-
• andar em pé para a frente, passando por entre tral sobre o banco, com as mãos apoiadas nas
os degraus; laterais dele;
• andar em quadrupedia, para a frente, sobre a • idem, para trás, empurrando o banco;
escada; • subir no banco com um pé de cada vez e saltar,
• andar em pé para a frente sobre a escada (acom- apoiando-se com os dois pés no chão;
panhadas pelo professor). • idem ao anterior, passando por baixo do banco
na volta;
Campos de experiências • passar por baixo do banco (“de gatinhas” rolan-
do, rastejando);
CIRCUITO DE APARELHOS • andar para a frente, com um pé no chão e o outro
apoiado sobre o banco.
Objetivos: ver objetivos dos aparelhos desenvolvidos –– Com o banco deitado (virado) no chão:
em aula específica. • andar “de gatinhas” passando pelo corredor (vão)
Material: banco sueco, trave de equilíbrio, colchões, plin- do banco;
to, steps, pneus etc. • idem, em pé para a frente e para trás;
Observação: sugere-se ao professor montar um circuito • andar para a frente em afastamento lateral das
com os aparelhos já utilizados individualmente em outras pernas sobre a trave;
aulas, sempre atento ao fator “segurança”. • idem, sobre a madeira maior;
Campos de experiências • andar lateralmente com os pés apoiados sobre a
trave e as mãos sobre a madeira maior (ponte);
• idem ao anterior, só que na posição inversa
CIRCUITO DE MATERIAIS (caranguejo);
Objetivos: de acordo com os materiais a serem utiliza- • idem ao anterior, com os pés na madeira maior e
dos (rever). as mãos apoiadas na trave;
Materiais: bolas, arcos, corda elástica, corda de sisal, • idem, com a mão e o pé esquerdos apoiados na
step etc. trave e a mão e o pé direitos, na madeira maior.
–– Com o banco na posição invertida (trave):
Campos de experiências • andar para a frente em afastamento lateral das
pernas, passando sobre a trave;
• idem para trás;
BANCO SUECO • andar para a frente, para trás e de lado sobre a
Objetivos: equilíbrio dinâmico e estático, agilidade, for- trave.
ça, orientação espacial, esquema corporal, noção de em –– Com dois bancos distanciados 30 cm uns dos outros,
cima/embaixo, início/fim, puxar/empurrar etc. aproximadamente (o professor acompanhará cada
Material: banco sueco. criança de perto):
Observação: recomenda-se ao professor acompanhar • andar sobre eles, com a mão e o pé esquerdos
de perto a criança até o final do banco, auxiliando-a se apoiados em um banco e a mão e o pé direitos no
necessário. outro em decúbito ventral;
–– As crianças devem executar os seguintes movimentos: • idem em decúbito dorsal (posição de caranguejo);
• andar “de gatinhas” para a frente e para trás so- • andar em pé sobre eles, com os pés apoiados
bre o banco; um em cada banco;
• idem, em pé para a frente, para trás, de lado so- • com as mãos apoiadas uma em cada banco, ba-
bre o banco; lançar o corpo e lançá-lo para a frente;
• idem, ajoelhadas para a frente, para trás e de • andar lateralmente com as mãos apoiadas em
lado; um banco e os pés no outro (ponte);
• deslocar-se para a frente e para trás, com mo- –– Com dois bancos, um apoiado sobre o outro (rampa):
vimento do quadril (cavalinho). Neste caso, elas • subir o banco (rampa) “de gatinhas” e descer ou
devem estar sentadas no banco, com uma perna pular sobre o colchão ou o chão;
de cada lado dele; • idem em pé para a frente;
• idem, sentadas de lado no banco; • idem em pé para trás (virar-se ao final do banco
• arrastar-se para a frente, puxando o banco com para executar o salto);
as mãos; neste caso, elas devem estar ajoelha- • idem para o lado.
das sobre o banco e com as mãos apoiadas nas –– Aproveitar as várias posições do banco e utilizar os
laterais dele; movimentos já realizados em atividades coordena-
• idem, para trás, empurrando o banco; das, utilizando pneus, bolas, arcos, saquinhos de
• movimentar-se para a frente, puxando o banco. areia etc. Exemplo: andar em quadrupedia sobre o
Neste caso, elas devem estar sentadas sobre o banco, com um saquinho de areia nas costas.
banco, com as pernas unidas e estendidas e as
mãos apoiadas nas laterais dele. Campos de experiências:
• idem, para trás, empurrando o banco;
62 –
COLCHÕES –– E com os colchões enfileirados e distanciados 50 cm
uns dos outros, aproximadamente, as crianças devem:
Objetivos: equilíbrio dinâmico e estático, agilidade, des-
• andar, pisando somente nos colchões;
treza, orientação espacial, esquema corporal, noção de
• idem, saltando.
forma, tamanho, subir/descer, andar, saltar.
O professor deve deixar as crianças brincarem livre-
Material: colchões de ginástica artística (de algodão).
mente com os colchões.
Obs.: na ausência de colchão de algodão, poderá ser uti-
lizado o colchão de espuma. Campos de experiências:
–– Enrolar os colchões e amarrá-los nas pontas com
cordas e colocá-los transversalmente no chão, dis-
ROLAMENTOS (GINÁSTICA ARTÍSTICA)
tanciados mais ou menos 1 m uns dos outros. As
crianças devem executar os seguintes movimentos: Objetivos: agilidade, destreza, orientação espacial, es-
• andar em zigue-zague para a frente por entre os quema corporal, rolamento para a frente com afastamen-
colchões; to lateral das pernas.
• idem para trás;
Material: colchões de ginástica artística (de algodão
• andar para a frente, passando uma perna de
ou espuma) ou tatame.
cada vez por cima do colchão;
• subir no colchão com um pé de cada vez e saltar, Observação 1: crianças descalças (se possível).
apoiando-se com os dois pés no chão. Observação 2: sugere-se ao professor auxiliar todas as
–– Com os colchões colocados longitudinalmente no crianças nas execuções, posicionando-se logo atrás de-
chão, encostados um no outro: las, com um de seus pés entre as pernas delas e suas
• andar em quadrupedia para a frente sobre os mãos apoiadas na altura de seus quadris, a fim de melhor
colchões; protegê-las e transmitir-lhes segurança no momento da
• idem para trás; flexão do tronco à frente.
• sentar no colchão com as pernas em afastamen-
Observação 3: como se trata de crianças muito peque-
to lateral. Deslocar-se para a frente com impulso
nas, sugere-se que num primeiro momento os colchões
do quadril (cavalinho);
• idem para trás; estejam colocados em um plano inclinado (escada de
• andar em pé para a frente sobre os colchões; steps ou tampa de plinto), por onde as crianças irão pas-
• idem para trás (sempre acompanhadas pelo sar (descer) em quadrupedia, em pé, saltando, rolando,
professor); para depois iniciar o rolamento propriamente dito.
• rolar sobre os colchões. –– Posição inicial:
O professor deve deixar as crianças brincarem livre- • pernas afastadas lateralmente;
mente com os colchões. • mãos sobrepostas e colocadas atrás da cabeça
Campos de experiências: (nuca);
• queixo encostado no peito.
COLCHÃO –– Execução e posição final:
Objetivos: coordenação dinâmica geral, orientação es- • flexão do tronco para a frente, procurando aproxi-
pacial, esquema corporal, agilidade, destreza, rolar, an- mar a cabeça do colchão;
dar, correr, saltar. • desequilíbrio;
Material: colchões de ginástica artística (de algodão • rolamento propriamente dito.
ou espuma) ou tatame. –– Volta à posição inicial.
Observação: crianças descalças (se possível).
O professor deve deixar as crianças brincarem livre-
–– As crianças devem executar os seguintes movimen-
mente nos colchões.
tos com os colchões abertos e enfileirados no chão:
• andar em quadrupedia para a frente sobre eles; Campos de experiências:
• idem, andando em pé;
• idem, correndo; CONES (PEQUENOS)
• idem, saltando com as pernas em afastamento la-
Objetivos: orientação espacial, esquema corporal, agi-
teral, pés unidos, girando;
• passar livremente por eles, imitando animais; lidade, coordenação oculomanual, noção de cor, forma,
• rolar sobre eles; peso, tamanho, andar, correr.
• idem, dois a dois, três a três (com auxílio do Material: cones esportivos (20 cm aproximadamente) de
professor). plásticos, PVC.
– 63
–– Com vários cones espalhados pelo espaço, deixar as –– Cada criança, com um colchonete, deve executar os
crianças brincarem e explorarem livremente o mate- seguintes movimentos:
rial. Aos poucos, o professor irá montando sequên- • jogá-lo para mais alto e mais longe;
cias (fileiras, colunas, sinuosas) e/ou figuras (qua- • andar equilibrando-o na cabeça;
drado, círculo, pirâmide etc.) de cores diferentes ou • dobrá-lo, colocá-lo entre as pernas e correr como
iguais, para que elas possam continuar brincando e
se estivesse montando um cavalo;
explorando o material. Sugerir às crianças:
• deitar sobre ele, segurar em uma de suas extre-
• colocar um ou mais cones sobre a cabeça e
midades e rolar (rocambole).
andar;
• bater o cone no chão; O professor deve deixar as crianças brincarem livre-
• bater um cone no outro; mente com os colchonetes.
• colocar as mãos dentro dos cones (luvas);
• colocar um cone em cada orelha para ouvir o Campos de experiências
som;
• colocar a boca dentro do cone e gritar ou falar; PLINTO/ ESCADA / BANCO SUECO / COLCHÃO
• jogar os cones para o alto;
Objetivos: agilidade, destreza, equilíbrio dinâmico,
• colocar os cones em pé e chutá-los;
orientação espacial, esquema corporal, noções de subir/
O professor deve deixar as crianças brincarem livre- descer, em cima/embaixo, saltar, rolar, escorregar.
mente (novamente) com os cones. Material: plinto, escada, banco sueco, colchão.
Campos de experiências O plinto deve estar colocado longitudinalmente no chão.
Algumas gavetas devem ser retiradas do aparelho, para fi-
car de acordo com a estatura e a dificuldade das crianças.
CAMA ELÁSTICA (PULA-PULA) Observação: recomenda-se ao professor acompanhar a
Objetivos: equilíbrio estático e dinâmico, agilidade, orien- criança executante até o final do movimento, segurando
tação espacial, esquema corporal, andar, engatinhar, rolar, sua mão (se necessário).
correr, saltitar e saltar, noção de subir e descer. –– As crianças devem executar os seguintes movimentos:
Material: cama elástica (pula-pula). • subir no aparelho, caminhar até a ponta e saltar,
Observação: como se trata de crianças pequenas, acon- apoiando-se de pé sobre o colchão (com auxílio
selha-se colocar algumas delas de cada vez (com acom- e acompanhamento do professor);
panhamento do professor) na cama elástica e, aos pou- • idem, executando (com auxílio do professor) um
cos, uma por vez. Desde pequenas, já se deve ensiná-las rolamento no colchão, após o salto;
a fazer essa movimentação, descalças. Sugerimos tam- • subir no aparelho, executar um rolamento sobre
bém tocar músicas infantis durante a atividade. ele (com auxílio do professor), ficar em pé e sal-
tar, apoiando-se sobre o colchão;
–– Sugerir às crianças:
• idem, executando um rolamento no colchão após
• engatinhar na cama elástica;
o salto.
• rolar;
–– Com a escada apoiada no plinto (longitudinalmente),
• andar, segurando na rede de proteção;
com três gavetas e escada:
• idem, sem segurar na rede de proteção;
• subir a escada em quadrupedia para a frente, fi-
• idem, correndo;
car em pé no plinto, caminhar até a ponta e sal-
• saltitar com apoio na rede de proteção ou do
tar, apoiando-se em pé sobre o colchão;
professor; • idem em pé (com auxílio do professor);
• idem, sozinho sem apoio; • idem, executando um rolamento no colchão após
• colocar bolas pequenas para todos brincarem li- o salto.
vremente, com acompanhamento do professor a –– Com a escada apoiada sobre dois plintos (no sentido
distância. longitudinal):
Campos de experiências • subir no aparelho (plinto) e andar em quadrupedia
para a frente sobre a escada (com auxílio do pro-
fessor) até o outro aparelho. Ficar em pé e saltar,
COLCHONETES apoiando-se com os dois pés sobre o colchão;
Objetivos: agilidade, destreza, orientação espacial, es- • idem, andando em pé para a frente na escada.
quema corporal, saltar, correr, andar. –– Banco sueco com uma parte apoiada no plinto e outra
Material: colchonetes de espuma. no chão:
–– Os colchonetes devem estar espalhados pela qua- • subir em quadrupedia para a frente sobre o
dra. Ao sinal do professor, as crianças devem andar banco; caminhar em pé sobre o plinto e saltar,
e correr, contornando os colchonetes sem tocá-los e apoiando-se com os dois pés sobre o colchão;
evitando trombar com os companheiros. Ele pergun- • idem, em decúbito ventral, puxando o banco;
ta “Quem consegue saltar os colchonetes?” • idem em pé no banco.
64 –
–– Com dois bancos apoiados em cada ponta do plinto CÂMARAS DE AR (PNEU)
(3 gavetas): Objetivos: coordenação dinâmica geral, equilíbrio está-
• andar em quadrupedia para a frente sobre os tico e dinâmico, agilidade, orientação espacial, esquema
bancos (subida e descida); corporal, noções de cor, forma, tamanho, peso, dentro/
• idem em decúbito ventral, puxando os bancos; fora, entrar/sair, em cima/embaixo.
• idem em pé. Material: câmaras de ar (pneu)
–– Com banco e escada apoiados sobre o plinto: –– Aconselhamos colocar alguma proteção nos bicos
das câmaras, bem como distribuir colchões lateral-
• andar em quadrupedia para a frente sobre o
mente em toda a extensão da fileira, como forma de
banco e descer a escada na posição invertida
segurança para que as crianças não escorreguem.
(para trás);
Com as câmaras enfileiradas e encostadas umas
• idem em decúbito ventral sobre o banco; nas outras, elas devem executar os seguintes
• idem em pé no banco e na escada. movimentos:
–– Inverter a movimentação, começando agora pela • andar pisando somente dentro das câmaras;
escada: • andar pisando somente sobre as câmaras, com
• subir a escada em quadrupedia para a frente e ou sem auxílio;
descer o banco na mesma posição; • andar em quadrupedia “de gatinhas” sobre as
• idem na escada e descer o banco em decúbito câmaras;
–– Cada criança com uma câmara (se possível) irá:
ventral;
• rolar as câmaras, andar e/ou correr para pegá-las;
• idem em pé, na escada e no banco.
• levantar as câmaras e jogá-las;
O professor deve deixar as crianças brincarem livre-
Campos de experiências:
mente com o material.
– 65
TÚNEL DE BAMBOLÊS (LABIRINTO) Objetivos: equilíbrio, agilidade, destreza, força, noção
de forma, cores, peso, empurrar, puxar, rolar.
Material: blocos de espuma, colchões.
–– O professor colocará os blocos encostados uns nos
outros, em sequência, protegidos ao redor por col-
chões e sugerirá às crianças passarem por cima
deles em quadrupedia. Sempre acompanhadas de
perto pelo professor, que as ajudará durante todo o
trajeto tanto na subida, quanto na descida.
–– Idem, em pé, com auxílio ou não do professor.
O professor deve deixar as crianças brincarem livre-
mente com o material.
Campos de experiências
CONES EM DISCOS
BLOCOS DE ESPUMA
66 –
EDUCAÇÃO INFANTIL 3
Nesta parte, veremos aulas que têm mais de um objetivo. Isso é devido à maior faixa etária e desenvolvimento
físico, motor, cognitivo etc. das crianças. Nessa faixa etária elas já apresentam condições de participar de aulas com
mais de um objeto. Além disso, precisamos normalmente de aulas mais motivantes e desafiadoras e essa junção de
temas torna isso possível. Mas caso a turma precise de um trabalho mais específico de um objetivo, pode-se utilizar
uma aula das turmas da Educação Infantil 1 e 2.
18
20
Nome: Barra-manteiga.
Faixa etária: de 3 anos em diante. Nome: Vivo ou morto.
Organização e material: linha demarcatória. Faixa etária: de 3 anos em diante.
Categoria: correr. Categoria: correr.
Objetivo: trabalhar a atenção, a velocidade, a agilidade, Objetivo: desenvolver a atenção, a velocidade, a agilida-
a orientação espacial. de, a orientação espacial.
Formação: em fileiras. Formação: participantes dispersos pela quadra.
– 81
Desenvolvimento: crianças correndo à vontade pela Observação: no momento da numeração, a criança que
quadra; o professor escolherá duas delas, uma para ser está à frente do grupo é a número 1.
o pegador e outra que será o salvador. Dado o sinal, o Variação: em vez de identificar as crianças com números
pegador vai ao encalço das outras crianças. Ao tocar elas podem ser chamadas pelos próprios nomes.
em uma criança ele dirá: “Morto!”, e essa criança ficará
imóvel no lugar. Ao ser tocada pelo salvador, que dirá: Campos de experiências:
“Vivo!”, essa criança voltará a correr livremente.
Final: a critério do professor.
Observação: o pegador não poderá pegar o salvador. 23
Campos de experiências: Nome: Água/terra.
Faixa etária: de 4 anos em diante.
Organização e material: linha demarcatória.
21 Categoria: saltar.
Objetivo: desenvolver a atenção, a agilidade, a noção de
Nome: Gato e rato.
lateralidade.
Faixa etária: de 4 anos em diante.
Formação: em fileira.
Categoria: sensorial.
Desenvolvimento: linha demarcatória no chão, de um
Objetivo: desenvolver a agilidade, a atenção, a orienta-
lado será a terra e do outro a água. Crianças posiciona-
ção espacial, o esquema corporal
das de um dos lados da linha. Ao comando do professor,
Formação: em círculo.
todas deverão saltar para o lado pedido. Por exemplo: se
Desenvolvimento: crianças formam um círculo com as
todas as crianças estiverem do lado da água e o profes-
mãos dadas, braços estendidos e pernas afastadas la-
sor disser “terra”, todas deverão saltar para a terra e vice-
teralmente. Duas delas serão escolhidas para serem o
-versa. Aquelas crianças que não seguirem as ordens,
gato e o rato. O gato ficará fora do círculo e o rato, den-
saltando antes, depois, para o lugar errado ou permane-
tro. Dado o sinal, o gato deverá procurar apanhar o rato,
cendo no lugar sairão do jogo, indo para a torcida.
tentando entrar no círculo. O rato, por sua vez, deverá
Final: vencerá o participante que sobrar.
fugir para fora ou para dentro do círculo, de acordo com a
(Ver considerações sobre jogos de inclusão no livro do
movimentação do gato. A única maneira de entrar e sair
professor do Ensino Fundamental do 6.o ao 9.o ano)
do círculo é por entre as pernas dos companheiros.
Final: quando todas as crianças tiverem participado ou a
critério do professor. Campos de experiências:
Observação: se o rato for capturado pelo gato, poderão
trocar de lugar ou dar a vez para outra dupla. 24
Variação: as crianças que formam o círculo poderão im-
Nome: Ar/água/terra.
pedir a entrada ou saída do gato fechando as pernas.
Faixa etária: de 5 anos em diante.
Campos de experiências: Organização e material: bola, peteca etc.
Categoria: intelectiva (mental).
Objetivo: trabalhar a atenção, a memorização, a imagina-
ção.
22
Formação: em círculo.
Nome: Pegador de bastão. Desenvolvimento: crianças em pé e em círculo. O professor
Faixa etária: de 4 anos em diante. escolherá uma delas para ficar no centro com uma bola. Ao
Organização e material: linha demarcatória e bastão. sinal do professor, a criança do centro passará a bola a um
Categoria: sensorial-auditiva. dos companheiros, dizendo simultaneamente “ar”, “água” ou
Objetivo: trabalhar a agilidade, a atenção, a velocidade. “terra” e contando até 10. A criança que recebeu a bola deve-
rá dizer o nome de um animal que viva no elemento citado.
Formação: em coluna.
Final: quando todas tiverem participado ou a critério do
Desenvolvimento: crianças numeradas, em coluna so-
professor.
bre uma linha. Alguns metros à frente, estará uma crian-
ça apoiando com o dedo um bastão perpendicularmente Campos de experiências:
ao chão. Esta criança gritará um número e, ao mesmo
tempo, levantará o dedo do bastão; a criança cujo núme- 25
ro foi chamado, correrá e tentará apanhar o bastão antes
Nome: Pega-pega americano.
que toque o chão. Se conseguir ou não, tomará o lugar
Faixa etária: de 4 anos em diante.
do companheiro ou voltará ao seu lugar (de acordo com Categoria: correr.
o combinado entre professor e crianças). Objetivo: trabalhar a atenção, a velocidade, a agilidade,
Final: quando todas as crianças tiverem participado ou a a orientação espacial, a noção de esquema corporal.
critério do professor. Formação: participantes dispersos pela quadra.
82 –
Desenvolvimento: crianças espalhadas pela quadra; a) Nenhuma criança poderá jogar a bola duas vezes
uma delas será escolhida para ser o pegador. Ao sinal seguidas.
do professor, as crianças fugirão e o pegador sairá atrás, b) A criança de posse da bola não poderá ser tocada
tentando capturar alguém. Quando o pegador tocar em enquanto não se livrar dela.
alguma criança, ela deverá parar de correr e permanecer c) Se a criança estiver no chão e tocar em outra que
em afastamento lateral das pernas. Assim que um com- estiver em pé, na volta não poderá ser tocada por ela
panheiro passar por entre as suas pernas, ela estará livre
(rebatida).
para correr novamente.
d) Se a criança jogar a bola propositadamente a alguém
Final: quando todas as crianças forem capturadas ou a
critério do professor. que estiver no chão, trocará de lugar com ela.
Observação: poderá ser combinado com a turma que a Variações: o jogo poderá ser realizado com duas bolas.
criança que estiver passando entre as pernas de outra –– Meninos só poderão queimar meninos e meninas só
não poderá ser capturada (pique). poderão queimar meninas, mas os queimados pode-
Variações: rão tocar qualquer um para se libertar.
a) Para salvar o companheiro a criança deverá passar –– “Alerta”: a movimentação é praticamente a mesma,
duas vezes entre as pernas dele ou deverão passar só que quando a criança pegar a bola deverá dizer
duas crianças, uma seguida de outra. “Alerta!” e a partir daí ninguém poderá se movimen-
b) Dois pegadores, um menino e uma menina. O menino tar, somente a criança de posse da bola, que tem
só poderá pegar meninas e vice-versa e, no salvamento, direito a dar três passos para arremessá-la.
meninos só poderão salvar meninas e vice-versa. Campos de experiências:
c) O posicionamento das crianças capturadas pode ser
mudado. Em vez de ficarem em pé, em afastamento
lateral das pernas, poderão ficar sentadas ou deitadas, 27
em posição de flexão de braços. Nome: Mãe da rua.
d) Três pegadores. Quem for capturado pelo pegador “A” Faixa etária: de 4 anos em diante.
ficará em pé, em afastamento lateral das pernas, e, para Organização e material: quadra de voleibol, linha
ser salvo, alguém deverá passar por entre as suas per- demarcatória.
nas. Quem for capturado pelo pegador “B” ficará sen- Categoria: correr.
tado e, para ser salvo, alguém deverá passar com as Objetivo: trabalhar a agilidade, a atenção, a observação,
pernas em afastamento lateral sobre ele. Quem for cap- a orientação espacial.
turado pelo pegador “C” deverá ficar deitado e, para ser Formação: participantes dispersos pela quadra.
salvo, alguém deverá saltá-lo. Desenvolvimento: crianças dispersas atrás de uma li-
nha demarcatória. O professor escolherá uma delas para
Campos de experiências: ser o pegador (mãe da rua), que ficará na parte central da
quadra. Ao sinal do professor ou a qualquer momento, as
crianças deverão atravessar para o outro lado da quadra,
26
evitando ser tocadas pelo pegador. A criança tocada pelo
Nome: Mata-mata. pegador assumirá o seu lugar.
Faixa etária: de 5 anos em diante. Variante: a partir da segunda criança tocada pelo pega-
Organização e material: bola de plástico ou de voleibol dor, todas passarão a ajudá-lo.
(não muito cheia). Final: quando todas forem capturadas ou a critério do
Categoria: correr, arremessar. professor.
Objetivo: desenvolver a agilidade, a atenção, a orienta-
Campos de experiências:
ção espacial.
Formação: participantes dispersos pela quadra.
Desenvolvimento: crianças espalhadas pela quadra. O 28
professor, de costas para o grupo, jogará uma bola para
Nome: Corrente pegadora.
trás. A criança que pegar a bola poderá dar até três pas-
Faixa etária: de 4 anos em diante.
sos e atirá-la em algum companheiro, tentando queimá-lo.
Categoria: correr.
Se acertar a bola no companheiro e ela cair no chão, ele Objetivo: desenvolver a agilidade, a noção de esquema
será considerado morto e deverá ficar no chão, podendo corporal, a orientação espacial, a atenção e observação.
se movimentar em quadrupedia, e, assim que conseguir Formação: em círculo, de mãos dadas (corrente).
tocar em alguém que estiver em pé, voltará a ser livre, tro- Desenvolvimento: crianças de mãos dadas e em círculo
cando de lugar com esse companheiro. Também voltará (corrente). O professor escolherá uma delas para ser o
a ser livre se conseguir pegar a bola que estiver no chão fugitivo. Ao sinal do professor, a corrente sairá tentando
próximo a ele ou interceptá-la durante a sua trajetória. capturar o fugitivo. Quem conseguir encostar alguma par-
Final: a critério do professor. te do corpo no fugitivo estará livre e trocará de lugar com
Observação: para dar oportunidade a todas, o professor ele. Se a corrente quebrar, não valerá pegar o fugitivo.
poderá combinar algumas regras com as crianças: Final: a critério do professor.
– 83
Variações: 31
–– Poderá haver mais de um fugitivo e, se o professor Nome: Aranha.
achar necessário, a corrente será dividida. Faixa etária: de 4 anos em diante.
–– Poderá haver duas correntes, uma só de meninos e Organização e material: giz, linha demarcatória.
outra só de meninas, com um casal de fugitivos, sen- Categoria: correr.
do que cada corrente só poderá pegar quem for do Objetivo: desenvolver a atenção, a observação, a veloci-
mesmo sexo ou vice-versa. dade, a agilidade, a orientação espaço-temporal.
Formação: participantes dispersos pela quadra.
Campos de experiências: Desenvolvimento: crianças espalhadas ao longo da li-
nha de fundo da quadra de voleibol. O professor esco-
lherá uma delas (aranha), que deverá ficar sobre a linha
29
central da quadra, podendo se movimentar somente so-
Nome: Até três. bre essa linha, de ponta a ponta. Ao sinal do professor,
Faixa etária: de 4 anos em diante. as crianças deverão correr para o outro lado da qua-
Categoria: correr. dra, evitando ser capturadas pela aranha no momento
Objetivo: trabalhar a agilidade, a atenção, a observação, em que estiverem passando sobre a linha. Aquelas que
a orientação espacial, a velocidade. conseguirem deverão permanecer na linha de chegada,
aguardando o próximo sinal, porém aquela que for cap-
Formação: participantes dispersos pela quadra.
turada virará teia.
Desenvolvimento: crianças espalhadas pela quadra;
O professor fará um círculo no chão, em qualquer lugar
uma delas será escolhida para ser o pegador. Ao sinal da quadra, onde essa criança deverá ficar em pé, dentro
do professor, as crianças fugirão e o pegador sairá atrás, do círculo, e assim será com todas as crianças que forem
tentando capturar alguém. As crianças que forem cap- capturadas pela aranha; as crianças capturadas pelas
turadas darão a mão ao pegador, passando a ajudá-lo, teias trocarão de lugar imediatamente.
porém, toda vez que a corrente chegar a ter quatro crian- Final: quando sobrar apenas uma criança ou a critério
ças, elas se dividirão, duas a duas, e assim por diante. do professor.
Final: terminará quando todas forem capturadas ou a cri- Variação: as teias podem ser trocadas por mais aranhas,
tério do professor. ou seja, as crianças capturadas virarão aranhas, ocupan-
Variação: colocar um casal de pegadores – o menino só po- do as linhas de 3 m da quadra de voleibol e todas as
derá pegar meninos e a menina só poderá pegar meninas. crianças capturadas trocarão de lugar com as aranhas.
32
30 Nome: Come-come.
Nome: Sentou, está livre. Faixa etária: de 4 anos em diante.
Faixa etária: de 5 anos em diante. Organização e material: linhas da quadra.
Categoria: correr. Categoria: andar, correr.
Objetivo: desenvolver a atenção, a agilidade, a velocida- Objetivo: trabalhar a agilidade, a velocidade, a atenção,
de, a observação, a orientação espaço-temporal. a observação, a orientação espacial.
Formação: participantes sentados e dispersos. Formação: participantes dispersos pela quadra.
Desenvolvimento: crianças sentadas com as pernas Desenvolvimento: crianças dispersas pela quadra, sobre
as linhas. O professor escolherá uma criança para ser o
estendidas e unidas, dispersas pela quadra. O professor
pegador (come-come). Ao sinal do professor, o come-co-
escolherá duas crianças – uma será o pegador e a outra,
me sai andando ou correndo atrás das crianças para cap-
o fugitivo. Ao sinal do professor, o pegador sairá corren- turá-las. Todas deverão se movimentar sobre a linha, não
do atrás do fugitivo e ao correrem deverão desviar dos sendo permitido pular de uma linha para outra; para mudar
companheiros que estão sentados no chão. O fugitivo, de linha a criança deverá chegar até a interseção de uma
para se livrar do pegador, deverá saltar sobre as pernas linha com outra. As crianças capturadas pelo come-come
de algum companheiro, sentar-se imediatamente ao seu deverão permanecer paradas, com as pernas em afasta-
lado e cruzar as pernas. A partir desse momento, a movi- mento lateral, no local onde foram capturadas. As outras
mentação será invertida, ou seja, aquela criança que era crianças, no momento da fuga, poderão passar por bai-
o pegador passa agora a ser o fugitivo e aquela criança xo das pernas desses companheiros, que continuarão no
que foi saltada passa a ser o pegador. mesmo lugar, porém, se o come-come também passar por
Final: quando todas forem saltadas e estiverem com as baixo de suas pernas, essas crianças estarão livres.
pernas cruzadas ou a critério do professor. Final: quando todas forem capturadas ou a critério do
professor.
Campos de experiências: Campos de experiências:
84 –
EDUCAÇÃO FÍSICA
FICHA DE EXAME BIOMÉTRICO
Nome:________________________________________________________________________________
Observação: ver na página seguinte a fórmula para o cálculo do percentual de gordura de crianças.
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PERCENTUALDE
PERCENTUAL DEGORDURA
GORDURA
FEMININO
HOMENS MULHERES
Excessivamente baixa até 6% até 12%
Baixa de 6,01% a 10% de 12,01% a 15%
Adequada de 10,01% a 20% de 15,01% a 25%
Moderadamente alta de 20,01% a 25% de 25,01% a 30%
Alta de 25,01% a 31% de 30,01% a 36%
Excessivamente alta > 31,01% > 36,01%
86 –
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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