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Gestão Estratégica

Menos Pressa e Mais Visão Estratégica

Por Revista Digital


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O imediatismo e a rapidez na hora de tomar decisões para driblar a concorrência, que


nortearam o comportamento executivo nos anos 90, não parecem mais ser quesitos fundamentais
para as companhias brasileiras. No início do século 21, o foco apenas em resultados já não é a
prioridade número um nas competências desejáveis para um líder. A visão estratégica e a
capacidade de desenhar cenários de longo prazo ganharam uma nova dimensão em seu perfil e
hoje são mais requisitadas.

Esses dados fazem parte de um estudo concluído recentemente pela consultoria Roland
Berger que analisou nos últimos dez anos as competências de 5 mil executivos, de 14 segmentos
da economia. Foram mapeadas 74 características dos nossos profissionais, dos anos 90 até o
início do século 21. Entre as destacadas depois de 2000, estão a visão estratégica em primeiro
lugar (95%), seguida pelo foco em resultados (80%), gestão de pessoas (75%) e orientação para o
cliente (60%), entre outras.

Para a consultora Kelen Freitas dos Reis, diretora da Roland Berger, este resultado reflete
uma preocupação crescente das empresas brasileiras em garantir o seu ciclo de sustentabilidade.
"Nos anos 90, com a abertura de mercado, as empresas demandavam dos executivos muito mais
foco em resultados, pois queriam reposicionar o negócio, crescer", diz.

Por conta disso, o perfil empreendedor destacado em 60% dos perfis analisados nos anos
90, foi tão valorizado. "Naquele período a capacidade do líder de ousar e reposicionar o negócio
eram competências essenciais", diz Kelen. No início do século 21 essa característica continuou
sendo relevada, assim como a orientação para o cliente (60%) e a visão de mercado (55%).

Outros atributos, entretanto, passaram a ganhar destaque na lista de competências


registrada depois de 2000, como a gestão de pessoas. "Se antes apreciava-se apenas a
capacidade do líder em inspirar os outros a fazer algo, hoje espera-se que ele tenha disposição de
desenvolver o seu time no longo prazo", explica. "Ele tem que se preocupar com a preparação do
futuro". As capacidades liderança de times (60%) e gestão de pessoas (75%), aparecem, inclusive,
dividas nesta lista. Na década de 90, é citada apenas a capacidade de liderar times (60%).

Outro atributo cada vez mais procurado no mundo executivo atual é a flexibilidade
intercultural, presente em 60% dos perfis explorados. "Dependendo do ramo do negócio existe

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uma busca por profissionais com capacidade de lidar com diferentes cenários econômicos e
culturais". Isso não significa apenas falar outras línguas, mas ter a sensibilidade para entender
diferentes mercados. Um exemplo, é a corrida para alavancar negócios asiáticos, um desafio e
tanto para quem não possui o mínimo de traquejo multicultural. Nesse aspecto, os executivos
brasileiros têm a vantagem de serem reconhecidos como profissionais flexíveis, arrojados e
abertos a novidades. "Essas características, inclusive, fazem com que eles sejam bastante
valorizados no exterior", diz Kelen.

Uma característica, que segundo a consultora, não deverá cair em desuso no mundo
corporativo tão cedo é a "capacidade de aprender, reciclar-se e quebrar paradigmas". Saber
promover mudanças em seu próprio perfil é tão importante como transformar um negócio.

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