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Disciplina: Desenvolvimento da Personalidade – Processo de Individuação

Identificação da tarefa: Tarefa 3. Envio de arquivo

Tarefa 3

Com base no conteúdo apresentado na Unidade 3 da disciplina, elabore um artigo


opinativo sobre o seguinte tema:

As características do processo de individuação na infância

O texto deve ter entre 500 e 1.000 palavras. As referências bibliográficas não entram
na contagem de palavras. O texto deve ser apresentado na seguinte formatação.
Fonte: Times New Roman, tamanho 12, margem esquerda de 3,0, e margem direita
2,0 em espaço simples.

Bom trabalho!

Carl Jung (2003) compara o ser humano e seu crescimento biológico e psíquico
a uma árvore. Ela simboliza um desenvolvimento interior, independente da consciência
e da vontade consciente. Ela representa a união dos opostos; suas raízes que estão
embaixo (água, negrume, animal, serpente, etc.), se unem com o que está em cima
(pássaros, luz, cabeça, etc.). A união dos opostos: consciente e inconsciente. A árvore
também representa esse desenvolvimento lento, pujante e involuntário e que cumpre um
esquema bem definido. Nosso crescimento biológico é assim, e também nosso processo
de individuação. Ele acontece independente da nossa vontade e visa a união dos
opostos. O estágio inicial, anterior ao nascimento do ego, foi descrito por Neumann
(1968), como a uroboros (serpente que engole a própria cauda). Essa imagem descreve
o Self primordial, ou seja, o estado de mandala original de onde o ego individual
emerge.

Esse é o estágio inicial do desenvolvimento psíquico, onde o ego se encontra


ainda no estado urobórico, mergulhado no inconsciente coletivo. Aos poucos o ego vai
se diferenciando dessa totalidade e tendendo a uma separação inicial, para
posteriormente se relacionar com o Self novamente.
Sobre esse processo, dentro desse processo de psicologia analítica, Jung (1973)
diz: “Pode-se-ia dizer que todo o mundo, com sua confusão e miséria, está num
processo de individuação. No entanto, as pessoas não o sabem, esta é a única diferença.
A individuação não é de modo algum uma coisa rara ou um luxo de poucos, mas
aqueles que sabem que passam pelo processo são considerados afortunados. Desde que
suficientemente conscientes, eles tiram algum proveito de tal processo.”

Entende-se por individuação o processo que conduz o indivíduo à construção da


sua identidade. É a procura de particularidades e da singularidade.
Margaret Mahler, na sua contribuição para a teoria do desenvolvimento afetivo-
emocional do ser humano, a partir da observação da relação mãe-bebé e do tratamento
psicanalítico de crianças psicóticas, sustentou a ocorrência de três fases de
desenvolvimento, que ela denominou de: fase autística normal, fase simbiótica e fase de
separação-individuação.

Segundo Margaret Mahler, o nascimento psicológico do ser humano inicia-se


com o processo de separação-individuação, onde o bebé evolui progressivamente de um
processo de total simbiose com a sua mãe até à aquisição da sua identidade pessoal. A
fase de separação-individuação surge por volta do quarto-quinto mês de vida e está
completa por volta dos três anos de idade.

O processo de individuação consiste em duas dimensões complementares: a


separação mãe-bebé e a individuação da criança. A separação consistiria na dissolução
da fusão simbiótica da criança com a mãe e, nesse sentido, o pai desempenharia um
papel de suma importância, enquanto que a individuação se constituiria pelas aquisições
que marcam o surgimento da criança já com as suas características individuais próprias.

Esta fase estaria na dependência das funções percentuais e sensoriais do bebé e


que o levariam de uma situação de interiorização para a descoberta do exterior e das
aquisições motoras do gatinhar e do andar, permitindo sair de perto da mãe e voltar para
ela, como numa tentativa de ir vivenciando a sua independência e autonomia.
Para Mahler, os primeiros indícios de diferenciação do bebé com a mãe começariam em
torno do sexto mês de vida e caracterizam-se por condutas de relação com a mãe, como
por exemplo tocar a mãe com as mãos, distanciar-se para a ver melhor, etc.

Intensificam-se, assim, os processos de exploração, que evoluem para a


constituição da função cognitiva para a avaliação do desconhecido.
Segundo Jung, todos os indivíduos possuem uma tendência para a individuação ou
autodesenvolvimento. A individuação significa tornar-se um ser único, homogéneo. Na
medida em que por individualidade entendemos a nossa singularidade mais íntima e
incomparável, significa também que nos tornamos o nosso próprio ser em si mesmo.

Referências:

ALT, C. B. Contos de Fadas e Mitos – Um trabalho com grupos, numa abordagem


junguiana. São Paulo: Vetor, 2000
JUNG, C. G. Estudos Alquímicos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.

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