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5 Porquês Shares

Bianca Minetto Napoleão (https://ferramentasdaqualidade.org/author/minetto-


bianca/)

SUMÁRIO
⁄⁄ 23 de maio de 2019

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O que é o 5 Porquês?
A técnica dos 5 Porquês surgiu na década de 30 e foi criada por Sakichi
Toyoda, fundador das Indústrias Toyota. Desde o seu surgimento, a ferramenta
vem sendo muito utilizada devido a sua simplicidade e eficiência.

O 5 Porquês é uma ferramenta que consiste em perguntar 5 vezes o porquê de


um problema ou defeito ter ocorrido, a fim de descobrir a sua real causa, ou
seja, a causa raiz. Um ponto interessante e que vale mencionar é que, na
prática, pode ser que não seja necessário perguntar 5 vezes “por quê” ou que
seja necessário realizar mais de 5 questionamentos para identificar a causa
raiz de um problema. Não há uma regra para isso, e apesar de o criador da
ferramenta afirmar que 5 é o número ideal de vezes, depende muito do
contexto de cada situação e empresa (https://blogdaqualidade.com.br/iso-
9001-2015-entendendo-o-contexto-da-organizacao/?
utm_source=ferramentasdaqualidade&utm_medium=5-porques) .

Criada para ser interativa, a ferramenta tem como resultado esperado a


identificação da causa raiz de um problema. Encontrar a real causa de um Shares

problema é fundamental para que qualquer ação tomada seja eficaz.

Geralmente as pessoas costumam atuar no efeito, ou seja, na consequência


ou resultado do problema ao invés de atuar na sua verdadeira causa, o que
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torna a atuação ineficaz levando o problema a se repetir. O 5 Porquês ajuda na
investigação da causa (https://blogdaqualidade.com.br/causa-raiz-das-nao-
conformidades/?utm_source=ferramentasdaqualidade&utm_medium=5-
porques) para que seja encontrado o que realmente levou o problema
acontecer, possibilitando a realização de ações que de fato eliminem o
problema.

Quando utilizar?
Uma das grandes dores do mundo da qualidade é o investimento de recursos
em ações que acabam não sendo eficazes e, dessa forma, não impedem que
o problema volte a acontecer. A recorrência de um problema geralmente
acontece porque a causa real que levou o problema acontecer não foi
identificada corretamente, fazendo com que toda e qualquer ação feita acabe
não funcionando.

Diante desse cenário, uma boa alternativa para descobrir a causa raiz do
problema é utilizar o 5 Porquês, pois a ferramenta irá direcionar a análise para
a causa raiz do que está acontecendo e assim ajudar a refletir e propor uma
solução efetiva para o problema.

Visto que o foco de utilização da ferramenta é a identificação da causa raiz,


vale ressaltar que o 5 Porquês pode não ser adequado para resolver um
problema muito complexo ou crítico (https://blogdaqualidade.com.br/8d-as-
8-disciplinas-para-resolucao-de-problemas/?
utm_source=ferramentasdaqualidade&utm_medium=5-porques) . Isso
acontece pois, ao explorar os “porquês”, a ferramenta pode acabar
direcionando o resultado para uma única causa raiz, quando na verdade a
complexidade e a criticidade fazem com que o problema tenha mais de uma
causa raiz. Entretanto, é necessário ter atenção nesse ponto, para que as
causas raízes não sejam confundidas com efeitos causados pelo problema.

De maneira geral, o 5 Porquês pode ser utilizado para resolver qualquer


situação em que houver um problema e na qual é preciso investigar para Shares
encontrar uma solução efetiva. Por exemplo, quando um processo não estiver
funcionando corretamente, quando um produto estiver com defeito e, até
mesmo na análise de causa de uma não conformidade. Não menos
importante, mas o 5 Porquês pode ser aplicado em problemas pessoais, sendo
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também útil no dia a dia.

Em cenários em que uma investigação mais detalhada precisa ser feita, o 5


Porquês pode ser utilizado combinado com outras ferramentas de análise de
causa, como o Diagrama de Ishikawa
(https://ferramentasdaqualidade.org/diagrama-de-ishikawa/) . Nesse caso, é
recomendável aplicar o Diagrama de Ishikawa primeiramente, elencando
vários fatores que podem ter contribuído para ocorrência do problema. Na
sequência, aplica-se os 5 Porquês levando em consideração as respostas e o
resultado (causa raiz) obtidos nos pontos foco do Ishikawa (os 6M: Materiais,
Mão de obra, Método, etc).

Como fazer?
Por mais que o conceito da ferramenta seja relativamente simples, se ela não
for devidamente executada, a verdadeira causa raiz do problema não será
identificada. Para facilitar o entendimento, a seguir são descritos 2 passos
principais que explicam como aplicar o 5 Porquês corretamente:

Passo 1: Identifique o problema e agende uma reunião com os


principais envolvidos/afetados pelo problema

Não é possível executar a ferramenta se o problema que precisa ser analisado


não tiver sido identificado. Além disso, pouca informação sobre o que está
acontecendo também é um ponto negativo
(https://blogdaqualidade.com.br/tratativa-de-nao-conformidades/?
utm_source=ferramentasdaqualidade&utm_medium=5-porques) . Por isso,
em alguns casos e se for possível, observe o problema acontecer (por exemplo,
observe a falha em um processo no chão de fábrica), pois isso irá ajudar a
entender melhor o que será analisado.

Com o problema identificado, na sequência agende uma reunião com as


pessoas que estão envolvidas ou que foram afetadas por ele. Para obter Shares

sucesso na identificação da causa raiz, a experiência prática dos envolvidos


é muito importante. O resultado da ferramenta se torna mais eficaz quando
as respostas vêm de pessoas que vivenciaram ou sentiram a “dor” do
problema em questão. Na maioria dos casos, uma reflexão sobre o quanto e
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como esse problema afeta o cliente é válida para focar o olhar no que
realmente importa ao invés de “olhar para o próprio umbigo”, focando apenas em
fatores internos.

Uma sugestão interessante nesse passo é definir um mediador para a reunião


a fim de facilitar a dinâmica das discussões ou até mesmo fazer anotações
dos questionamentos e pontos levantados.

Passo 2: Pergunte “Por quê?”

Este é o momento no qual a reunião agendada no Passo 1 acontece e de fato o


5 Porquês é executado.  Antes de iniciar os questionamentos, é importante
alinhar o problema com todos os envolvidos, de forma que todos os
presentes tenham a mesma compreensão do ocorrido.

Após o alinhamento do problema, os questionamentos podem ser iniciados.


Duas dicas importantes aqui:

1. Fazer um combinado com os participantes para que todos contribuam com


o seu melhor e sejam honestos e sinceros durante esse trabalho, e;
2. Explicar como o 5 Porquês funciona. Essas duas dicas colaboraram para
que a aplicação da ferramenta traga um bom resultado.

Combinados feitos e ferramenta explicada, é hora de perguntar o primeiro


“Porquê”. Nessa hora, o mediador deve perguntar aos presentes por que o
problema identificado aconteceu ou vem acontecendo. É fundamental que a
pergunta seja clara e objetiva.
Perguntas longas e muito explicadas podem fazer com que os envolvidos não
consigam captar a mensagem e consequentemente respondam à pergunta de
forma errada, ou pior, nem consigam responder. Perguntas muito longas e
complexas também podem direcionar as respostas. E todos esses fatores
acabam afastando a análise da causa raiz.
Shares

A ferramenta é simples, mas não significa que a análise deve ser


simplista

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Perguntar apenas “por quê?” pode parecer simples. Entretanto, responder às
perguntas requer reflexão por partes dos envolvidos. É importante refletir e
buscar por respostas fundamentadas em fatos e dados
(https://blogdaqualidade.com.br/o-segredo-da-gestao-com-base-em-fatos-e-
dados/?utm_source=ferramentasdaqualidade&utm_medium=5-porques) ,
ou seja, as respostas devem ser relatos de coisas que aconteceram e não
achismos ou adivinhações, muito menos respostas “automáticos”, dadas sem
reflexão acerca do problema.

O mediador deve ter escuta atenta para garantir que todas as respostas
dos envolvidos sejam consideradas. O consenso é uma abordagem muito
importante nesse momento, pois, caso houver discrepâncias nas respostas
dos participantes, deve-se discutir as respostas e, por meio do consenso,
chegar a uma resposta final.  O mediador deve procurar registrar a resposta
em uma frase curta e sucinta.

Com a resposta do primeiro “por quê” formada, utilizando essa mesma


abordagem, pergunte “por quê” sucessivamente, quantas vezes mais for
preciso, até a identificação da causa raiz do problema. Ou seja, para a resposta
de um porquê (motivo), deve-se perguntar novamente o “por quê” desse
motivo e assim sucessivamente.

Esse vínculo de pergunta/resposta entre os “porquês” deve ser mantido, ou


seja é importante ficar atento para que a pergunta do “por quê” atual
esteja enquadrada na resposta do “por quê” anterior, garantindo assim a
consistência das respostas.

O importante é que a resposta final do último “porquê” será a causa raiz do


problema. Como já mencionado, de acordo com estudos realizados, o autor da
ferramenta sugere o questionamento do “porque” por cinco vezes (por isso o
nome da ferramenta 5 Porquês), porém não há regras.  A Figura 1 ilustra
resumidamente a utilização do 5 Por quês.

Shares

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(https://ferramentasdaqualidade.org/wp-
content/uploads/2019/05/fluxo-de-aplicacao-do-5-
porques.png)

Figura 1 – Ilustração da utilização da ferramenta 5 Porquês

Atividades pós 5 Porquês: elabore um plano de ação


Do que adianta descobrir a causa raiz do problema e ela não ser tratada?
Talvez, a reunião de análise seja uma boa oportunidade para aproveitar da
presença dos envolvidos (afinal a causa raiz está clara e alinhada entre todos)
para elaborar um plano de ação para tratar o problema para que ele não
volte a se repetir.
A ferramenta 5W2H (https://ferramentasdaqualidade.org/5w2h/) é uma
opção que poder ser utilizada na elaboração do plano de ação. Um plano de
ação consiste em uma lista de ações que irão tratar a causa raiz encontrada. É
fundamental adicionar responsáveis e também prazos para execução das
ações, possibilitando o acompanhamento do andamento do plano.
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Caso ações sejam atribuídas a pessoas que não estiverem presentes na


reunião, alinhe posteriormente as informações com elas deixando claro o
motivo pelo qual a ação precisa ser executada. Além disso, se pertinente,
comunique outras partes interessadas também (por exemplo, gestor da área,
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gerente da qualidade, diretoria, etc.).

Exemplo de aplicação do 5 Por quês


O setor de atendimento da empresa Firmex está vivenciando muitas
reclamações de clientes pela demora no atendimento de solicitações. Ele
precisa tomar alguma medida que seja efetiva e para tal ele utilizará a
ferramenta 5 Porquês para descobrir a causa raiz desse problema e poder agir
corretivamente sobre isso.

Seguindo os passos descritos na seção “Como fazer?”, ele agendou um


encontro com os analistas de atendimento da sua equipe e também ligou
para alguns clientes que reclamaram da demora no atendimento de
solicitações, com o propósito de entender o que de fato era a demora e qual o
impacto dessa demora para os clientes. O gestor do atendimento chegou a
conclusão de o problema era o não cumprimento do prazo estipulado na SLA
de atendimento (a grosso modo, o prazo combinado com os clientes para o
atendimento).

Com o problema definido, a reunião com os analistas envolvidos poderia


acontecer (passo 2). No primeiro momento da reunião, o gestor alinhou com
todos os presentes o problema (https://blogdaqualidade.com.br/requisito-7-3-
da-iso-90012015-conscientizacao-parte-1/?
utm_source=ferramentasdaqualidade&utm_medium=5-porques) , explicou
a ferramenta e realizou um combinado de colaboração de todos na reunião.

Feito isso, a primeira pergunta foi feita:

Por que o prazo estabelecido na SLA de atendimento não está sendo


cumprido?
Todos os participantes expuseram suas opiniões e, por consenso, a resposta
foi: “Porque demanda de solicitações dobrou no último mês”.

Seguindo a mesma dinâmica, os porquês seguintes foram executados:

Por que a demanda de solicitações dobrou no último mês? Shares

Resposta: “Porque houveram muitos atendimentos que não foram realizados de


forma adequada”.
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Por que houveram muitos atendimentos que não foram realizados de
forma adequada?

Resposta: “Porque um terço do time de atendimento está destreinado”.

Por que um terço do time de atendimento está destreinado?

Resposta: “Porque o processo de integração na área de atendimento não foi


executado”.

Por que o processo de integração na área de atendimento não foi


executado?

Resposta: “Porque não existe um responsável pelo processo de integração no


atendimento”.

Na última resposta, chegamos à causa raiz do problema, não sendo mais


possível perguntar outro porquê. Assim, como pode ser visto acima, a causa
raiz do problema foi a falta de um responsável pelo processo de integração
no atendimento.

Agora, com a causa raiz em mãos, é o momento de é elaborar um plano de


ação estabelecendo responsáveis e prazos para execução das ações,
acompanhar o trabalho de execução das ações, bem como avaliar a eficácia
do plano. Dessa forma, consequentemente a causa raiz será tratada e o
problema resolvido.

5 porquês (https://ferramentasdaqualidade.org/tag/5-porques/)

analise de causa (https://ferramentasdaqualidade.org/tag/analise-de-causa/)


causa raiz (https://ferramentasdaqualidade.org/tag/causa-raiz/)

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SOBRE O AUTOR

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BIANCA MINETTO NAPOLEÃO


(HTTPS://FERRAMENTASDAQUALIDADE.ORG/AUTHOR/MINETTO-
BIANCA/)
Mestre em Informática (Engenharia de Software) e graduada em Engenharia de
Computação pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Intercambista
durante a graduação no Algonquin College em Ottawa, Canadá. Apaixonada por aprender
e educar! Vocês podem me encontrar no Linkedin (https://www.linkedin.com/in/bianca-
minetto-napole%C3%A3o-105714109/).

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