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Instituto Florence de Ensino Superior

Curso de Nutrição
Profa. Ma. Sâmara Letícia

Conservação
dos
Alimentos

Conservação
• Os métodos de conservação são operações/tecnologias
empregadas na transformação da matéria-prima em um
determinado produto final, ou seja, no processamento de
alimentos.
• Objetivam:
• Aproveitar posteriormente produtos de consumo imediato;
• Aumentar a disponibilidade sazonal;
• Reduzir as alterações;
• Preservar as qualidades dos produtos;
• Assegurar a segurança microbiológica.
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Conservação
• Métodos de conservação:

Conservação
• Operações de conservação:
• Calor;
• Frio;
• Controle da Umidade;
• Uso do Açúcar;
• Salga;
• Defumação;
• Fermentação;
• Aditivação.
CONSERVAÇÃO DOS
ALIMENTOS
Uso do Calor

Conservação pelo Calor


• A aplicação do calor resulta em:
• Desnaturação de proteínas microbianas bloqueando o metabolismo
microbiano;
• Destruição dos microrganismos – MOs;
• Alteração dos alimentos.
• É necessário definir o binômio tempo x temperatura.
• Exemplo: levar em conta o pH do alimento.
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Conservação pelo Calor


• Principais tipos de tratamento térmico:
• Branqueamento: aplicado a frutas e hortaliças;
• Pasteurização: aplicado a leite, polpa de fruta;
• Esterilização: aplicado a leite UHT, leite condensado, milho em conserva,
ervilha em conserva, etc.

Branqueamento
• Tratamento térmico auxiliar a
outro processo de conservação.
• Método não aplicado
isoladamente.
• Resulta em:
• Inativação enzimática;
• Manutenção da cor, sabor, textura
e do conteúdo de nutrientes.
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Branqueamento
• Consiste em mergulhar o alimento em água quente ou aspersão
de vapor seguido resfriamento imediato.
• Exemplos: frutas, polpa de fruta congelada e hortaliças.

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Pasteurização
• Processo térmico criado por Pasteur em 1864.
• Tratamento térmico que visa destruir a maior parte dos MOs
patogênicos presentes no alimento.
• Após a aplicação desse método, é necessária a manutenção do
alimento em condições de refrigeração para inibir os MOs
sobreviventes.
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Pasteurização
• A pasteurização é usada quando processos mais rigorosos
afetam as propriedades organolépticas e nutricionais do produto
processado.
• Exemplo: leite pasteurizado.

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Pasteurização
TIPOS DE PASTEURIZAÇÃO POR TEMPO E TEMPERATURA

Pasteurização lenta temperatura baixa Pasteurização rápida e temperatura alta

Processo LTLT: Low Temperature Long Time Processo HTST: High Temperature Short Time
Baixa temperatura e longo tempo Alta temperatura e tempo rápido
63°C x 30 minutos 72°C x 15 segundos
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Pasteurização
• Exemplo: Leite pasteurizado

15s

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Pasteurização Lenta
• É um sistema descontínuo, adequado quando se pretende
pasteurizar volumes pequenos: 100 a 500 litros.
• É realizada em tanques ou reatores de parede dupla,
normalmente tanques abertos, com motor ao lado, destinado a
impulsionar a hélice existente dentro do tanque, que promove a
agitação.
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Pasteurização Lenta
• Entre as duas paredes do tanque circula água quente, suficiente
para transmitir à mistura, a temperatura de 63°C.
• A mistura atingindo essa temperatura, a água quente será
substituída por água gelada para resfriá-la.
• Não tem controle perfeito, pois:
• A quantidade de água mobilizada não é conhecida;
• O controle é obtido por termômetro.
• Exemplo: sorvetes.

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Pasteurização Lenta

1. Camisa de aquecimento
2. Tampa móvel
3. Agitador rotativo
4. Suporte do agitador
5. Termômetro
6. Injeção de vapor
7. Purga
8. Saída de leite pasteurizado
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Pasteurização Rápida
• É realizado em sistemas de fluxo contínuo com trocadores de
calor tubulares ou de placas.
• São empregadas temperaturas elevadas: 72°C a 85°C x tempos
curtos de 15 a 20 segundos.

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Pasteurização Rápida

Trocador: onde se pasteuriza

Trocador: onde se refrigera


para ser acondicionado

O produto é pré-aquecido no trocador-regenerador


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Pasteurização Rápida
Trocador Tubular

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Pasteurização Rápida
Trocador de Placas
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Esterilização
• Tratamentos térmicos maiores, visando a destruição quase total
dos MOs, sobrevivem alguns poucos termófilos.
• Após a aplicação desse método, o alimento pode ser mantido
em temperatura ambiente desde que adequadamente embalado.

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Esterilização
• Com a esterilização pretende-se destruir os MOs
termorresistentes para conseguir a esterilidade comercial.
• A temperatura de esterilização é suficiente para conseguir a
eliminação MOs.
• Essa temperatura é determinada ao destruir o Clostridium
botulinum em sua forma vegetativa e esporulada.
• A esterilização de alimentos é feita em unidades envasadas e a
granel.
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Esterilização
• Tipos:
• Esterilização convencional ou Apertização;
• Esterilização UHT.
• Exemplos: leite UHT, sardinha, atum,
goiabada, feijoada, salsicha.

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Esterilização Convencional ou Apertização


• O método mais comum para o aquecimento de alimentos em
embalagens fechadas é a aplicação de vapor de água saturado.
• Temperaturas utilizadas são superiores a 100°C:
• 110°C a 125°C
• É necessário empregar sistemas sobre pressão como autoclaves.
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Esterilização Convencional ou Apertização


• Autoclaves:

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Esterilização Convencional ou Apertização


• A aplicação do calor deve ser feita lentamente para evitar
mudanças térmicas bruscas nos alimentos e deformações ou
rompimentos das embalagens.
• Reduzir ao mínimo as diferenças de pressões.
• Esterilizadores descontínuos: são autoclaves verticais com carga
pela parte superior ou horizontais com carga frontal, que se
carregam e descarregam cada vez que se processa um lote.
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Esterilização
Convencional ou
Apertização
Autoclave Vertical:

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Esterilização
Convencional ou
Apertização
Autoclave
Horizontal:
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Esterilização Convencional ou Apertização


Fechamento
hermético

Preparo do
Enlatamento Exaustão Recravação
Alimento
Retirada do ar

Armazenamento
Esterilização em
Resfriamento e
autoclave
comercialização

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Esterilização Convencional ou Apertização


• Condições que podem interferir no processamento da
apertização:
• Espécie, forma e número de MOs;
• pH do produto;
• Penetração de calor;
• Temperatura inicial;
• Tempo de aquecimento e temperatura necessária;
• Processo de aquecimento e movimentação giratória.
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Esterilização Convencional ou Apertização


• Espécie, forma e número de MOs:
• A resistência do MO ao calor é maior ou menor segundo sua espécie e
forma vegetativa ou esporulada.
• As exigências térmicas variam de acordo com o número da população
microbiana.

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Esterilização Convencional ou Apertização


• pH do produto:
• Produtos ácidos com pH abaixo de 4,5, a exemplo das frutas, os MOs são
esterilizados em temperatura de cocção.
• Alimentos pouco ácidos, a exemplo do leite, feijão, milho, a destruição
dos MOs ocorre somente com temperatura elevada e sob pressão.
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Esterilização Convencional ou Apertização


• Penetração de calor:
• Estado, condições e tipos de alimentos;
• Sua disposição nos envases;
• Composição e estado das coberturas;
• Tamanho, forma e capacidade de condição térmica do material de
embalagem.
• O calor penetra por convenção mais rapidamente no interior da
lata em alimentos líquidos.
• O calor se desloca por condução e de modo mais vagaroso no
interior da lata de alimentos sólidos e semi-sólidos.

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Esterilização Convencional ou Apertização


• Penetração de calor:
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Esterilização Convencional ou Apertização


• Penetração de calor:
• Ponto Frio: região onde o aquecimento é mais lento e que se encontra no:
• Fundo da lata, no eixo vertical quando o calor é difundido por convecção;
• Centro geométrico do eixo vertical da lata quando o calor se expande por
condução.

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Esterilização Convencional ou Apertização


• Temperatura inicial:
• Produtos pré-aquecidos: facilitam a apertização por permitir a redução do
tempo da aplicação do calor.
• Tempo de aquecimento e temperatura necessária:
• Quanto maior for o tempo de exposição de calor e o grau de
temperatura, com mais facilidade haverá a destruição microbiana.
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Esterilização Convencional ou Apertização


• Processo de aquecimento e movimentação giratória:
• A velocidade de penetração de calor no recipiente torna-se maior quando
este, durante o processamento, é submetido a movimentos giratórios.
• Dessa forma há a diminuição do tempo de aquecimento e,
consequentemente, do período de resfriamento.

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Esterilização UHT
• Ultra High Temperature
• Método que consiste no aquecimento muito rápido dos
alimentos:
• Temperaturas muito altas: 135°C a 150°C;
• Durante um tempo muito curto: 2 a 5 segundos.
• É utilizado para alimentos líquidos e semi-líquidos: leite, sopas,
nata, purês, etc.
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Esterilização UHT
• A Ultra High Temperature é realizada por meio de processos
indiretos:
• O aquecimento é feito mediante trocadores de calor tubulares ou de placa;
• Não há contato entre fluido: vapor de água e alimento.

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Esterilização UHT
• Ultra High Temperature por processos indiretos:
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Esterilização UHT
• A Ultra High Temperature é realizada por meio de processos
diretos:
• Consistem na injeção de vapor de água no alimento: método de injeção;
• Ou na injeção do alimento em vapor de água: método de difusão.
• O aquecimento é praticamente instantâneo, passando de 85°C a 140°C em
décimos de segundos.

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Esterilização UHT
• Produtos esterilizados por Ultra High Temperature:
CONSERVAÇÃO DOS
ALIMENTOS
Uso do Frio

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Conservação pelo Frio


• A aplicação de baixas temperaturas, na maioria das vezes, não
destroem os microrganismos – MOs.
• Esse método resulta em:
• Diminuição das reações químicas;
• Inibição da ação enzimática;
• Inibição do metabolismo microbiano.
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Conservação pelo Frio


• Os objetivos desse método são:
• Retardar o crescimento de MOs;

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Conservação pelo Frio


• Os objetivos desse método são:
• Retardar o crescimento de MOs;
47

Conservação pelo Frio


• Os objetivos desse método são:
• Diminuir atividade metabólica de tecidos e de órgãos animais e vegetais;
• Diminuir reações químicas e enzimáticas de escurecimento;
• Diminuir reações oxidativas e hidrolíticas;
• Diminuir reações de degradação de cor e outros atributos sensoriais.

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Conservação pelo Frio


• Os fatores que interferem na ação do frio são:
• Composição do alimento;
• Tipo de MOs predominante;
• Forma de apresentação dos alimentos: tamanho, formato, embalagem;
• Velocidade de congelamento:
• Congelamento Rápido x Congelamento Lento
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Conservação pelo Frio


• Tipos de conservação pelo frio:
• Refrigeração: conservação provisória em temperaturas próximas
porém superiores a 0°C.
• Congelamento: conservação por longo tempo em temperaturas
inferiores a 0°C (-18°C).

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Refrigeração
• Água refrigerada é empregada na refrigeração e pré-refrigeração
de determinados alimentos.
• Exemplo: resfriamento do leite no trocador de calor.
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Refrigeração
• Refrigeração mecânica ocorre em
geladeiras, câmaras frigoríficas,
vitrines de exposição.
• Nesse processo há diminuição de
temperatura utilizando gás refrigerante:
hidrofluorocarbono – HFC, amônia,
freons.
• Em seguida, há troca de calor com o
alimento, resultando em alimento
refrigerado.

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Refrigeração
• Alimentos refrigerados:
• Carne: bovinas, suínas e de aves após o
abate e cortes;
• Pescado: após sua captura, transporte,
postos de vendas, locais de consumo rápido
e espera do processamento industrial;
• Vegetais;
• Leite: após a ordenha, transporte, postos de
beneficiamento e indústria de laticínios.
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Refrigeração de Carnes
• Temperatura de 1°C a 5°C
• Conserva por semanas ou meses
• Extensão da vida útil da carne sem causar alterações na
qualidade sensorial e nas propriedades nutritivas.

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Refrigeração de Carcaças
• Deve ser aplicada imediatamente após
o abate.
• A temperatura da carcaça se encontra
entre 30°C e 39°C.
• Necessidade de redução a valores < 5°
C.
• Métodos:
• Imersão em água;
• Aspersão;
• Câmaras de ar frio.
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Refrigeração de Carnes
• Durabilidade da carnes e seus derivados sob refrigeração:
• Carne fresca: 2 dias após a compra.
• Carne picada ou moída: vida útil reduzida, portanto, necessita de
temperaturas mais baixas de refrigeração.
• Produtos curados: sais de curas inibem grande parte da microbiota
psicrotrófica, portanto, são produtos mais estáveis nas condições de
armazenamento comercial.
• Produtos fatiados ou cortados são propensos à rancidez. Exemplo:
bacon.

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Congelamento
• Operação unitária em que a temperatura do alimento é reduzida
a valores abaixo do seu ponto de congelamento:
• Estocagem a temperaturas < -18°C
• Reações enzimáticas e oxidativas são reduzidas;
• Significante redução na taxa de crescimento dos MOs:
• T < -10°C o crescimento microbiano é praticamente paralisado;
• Devido a formação de cristais de gelo há redução da água disponível para
o metabolismo dos MOs.
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Congelamento
• Métodos:
• Câmaras de circulação de ar;
• Congeladores de contato;
• Imersão em líquidos criogênicos: nitrogênio líquido.

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Congelamento
Rápido: Lento:

• Temperatura do alimento • Temperatura do alimento


reduz rapidamente até atingir reduz lentamente atingindo a
a faixa máxima de formação faixa máxima de formação
de gelo em no máximo 30 de gelo em mais de 3 horas.
minutos. • Há formação de grandes
• Há formação de pequenos cristais de gelo.
cristais de gelo.
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Congelamento Rápido
• Vantagens:
• Formação de cristais de gelo menores e portanto menor
destruição mecânica das células do alimento;
• Crescimento microbiano é prevenido antes devido à
desnaturação de proteínas e de enzimas celulares;
• Retardo da ação enzimática é mais rápido.

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Descongelamento
• Esse processo deve ocorrer em temperatura de refrigeração para
evitar riscos microbiológicos.
• Deve-se realizar o descongelamento de um produto apenas uma
vez para evitar recristalização.
• O processo ideal para manutenção das características de
produtos é a aplicação de congelamento do tipo rápido e
realização de descongelamento sob refrigeração.
• Desvantagem: processo extremamente lento.
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Conservação de Frutas e Hortaliças pelo


Frio
Vegetal Temperatura Umidade Tempo de Conservação
(°C) Relativa
(%)
Alface 0 90 a 98 2 semanas a 1 mês
Pimentão 7 a 10 85 a 90 2 a 3 semanas
Tomate verde 12 a 16 85 a 90 1 a 2 meses
Tomate 4a8 85 8 a 10 dias
maduro
Banana 12 a 13 85 4 dias (madura)
Morango 0 95 1 a 2 semanas
Pêssego -0,5 a 0 90 15 dias

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Conservação de Frutas e Hortaliças pelo


Frio
• Em temperatura abaixo da sua temperatura ótima, ocorrerão
“injúrias pelo frio” nesses alimentos:
• Coloração amarelo escura;
• Cascas amarronzadas e enegrecidas: a exemplo da bananas verdes;
• Escurecimento da casca e parte interna;
• Aparência cozida: a exemplo das maçãs;
• Manchas na superfície do alimento:
e exemplo do pepino.
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Conservação de Leite pelo Frio


• Resfriamento do leite recém ordenhado pode ser realizado:
• Tanque de imersão;
• Tanque de expansão direta;
• Trocador de calor de placas.

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Conservação de Leite pelo Frio


• Transporte de leite cru refrigerado a granel;
• Estocagem de leite cru refrigerado.
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Conservação de Leite pelo Frio


• Refrigeração do leite na propriedade rural:

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Conservação de Leite pelo Frio


• Refrigeração:
67

Conservação de Leite pelo Frio


• Transporte:

CONSERVAÇÃO DOS
ALIMENTOS
Uso do Açúcar
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Conservação pelo Açúcar


• Inibição do metabolismo microbiano pelo aumento da pressão
osmótica (P.O.);
• Alguns microrganismos (osmofílicos) conseguem se
desenvolver em alimentos com alta P.O., por isso esse método
não deve ser usado isoladamente.
• Ex: geléias, doce em massa, compota, frutas cristalizadas.

70

Conservação pelo Açúcar


71

Conservação pelo Açúcar

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Conservação pelo Açúcar


• Produtos:
• Geléia: produto obtido do suco de frutas que após extraído e devidamente
processado (concentração, cozimento com açúcar)adquire consistência
geleificada.
• Condições essenciais para a geleificação: pectina, açúcar, ácido.
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Conservação pelo Açúcar


• Produtos:
• Doce em massa: produto obtido da polpa de frutas que após o cozimento
com açúcar adquire uma consistência que ao esfriar gelatiniza.

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Conservação pelo Açúcar


• Produtos:
• Compota ou fruta ao xarope ou doce em calda: tratamento das frutas
devidamente preparadas com calda de açúcar ou xarope de concentração
variando de 40 – 70 °Brix, geralmente são apertizadas após o tratamento.
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Conservação pelo Açúcar


• Produtos:
• Cristalizados: produto obtido pelo cozimento de frutas em xarope de
concentração crescente e posteriormente levado para secar a 40 – 50 °C
por alguns dias até formar cristais na superfície.

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Conservação pelo Açúcar


• Produtos:
• Glaceado: semelhante ao cristalizado porém após a remoção da fruta do
xarope faz-se a pulverização de açúcar na superfície, não há formação de
cristais.
CONSERVAÇÃO DOS
ALIMENTOS
Uso da Defumação

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Defumação
• Consiste na queima da madeira sob o alimento
visando a inibição do metabolismo
microbiano em função da presença de
compostos antimicrobianos na fumaça.
• Funções da fumaça:
• Efeito bactericida (compostos fenólicos e
formaldeído);
• Confere sabor, odor e aparência característicos aos
produtos
• Evita a oxidação de gorduras (fenóis).
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Produtos Defumados

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Defumação
• 250 compostos químicos já foram identificados na fumaça
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Composição da Fumaça
• Depende do tipo de
madeira;
• Temperatura: 315 a 350°
C;
• Circulação do ar:
• Natural
• Forçada

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Sistemas de Defumação: A quente


• O alimento é cozido e
defumado ao mesmo
tempo, a serragem é
queimada dentro da
câmara, temperatura da
câmara 70-80°C
• Exemplos de produtos:
linguiça, mortadela, peixe.
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Sistemas de Defumação: A quente


• https://youtu.be/GPh11lJ4SBI

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Sistemas de Defumação: A frio


• O alimento é previamente
cozido, entra na câmara
apenas para defumação,
serragem é queimada fora
da câmara, temperatura da
câmara 40°C.
• Exemplo de produto:
queijo provolone.
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Sistemas de Defumação: A frio


• https://www.directindustry.com/pt/prod/mauting-sro/product-17
5622-1781565.html

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Sistema de Defumação: Fumaça


líquida
• Condensação do vapor de fumaça de madeira em líquido
contendo os flavorizantes.
• Diluição: óleo, água ou vinagre;
• Aplicação: direta, pulverização ou imersão.
• Vantagens:
• Intensidade do flavor pode ser controlada;
• Aplicação uniforme não limitado a superfície;
• Fracionamento de constituintes desejáveis;
• Remoção de compostos nocivos à saúde;
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Sistema de Defumação: Fumaça


líquida
• https://youtu.be/ZC6xkfOdj64

CONSERVAÇÃO DOS
ALIMENTOS
Uso da Cura
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Cura
• Consiste na aplicação ao alimento de uma mistura devidamente
preparada de ingredientes:
• Sal, compostos fixadores de cor, açúcar e condimentos.
• Objetivo: conservação de produtos contra a ação de
microrganismos deteriorantes e patogênicos.
• Funções da cura:
• Evita reações químicas e enzimáticas;
• Ação bacteriostática e bactericida;
• Melhora das propriedades sensoriais: sabor, aroma e cor.

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Produtos Curados
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Principais ingredientes da cura


• Sal:
• Confere sabor e tem ação bacteriostática;
• Açúcar:
• Abranda o gosto do sal, tem ação bacteriostática e favorece a retenção de
líquido, pois evita a exsudação.
• Nitrato e nitrito:
• Fixa a cor do produto, tem ação bactericida, porém o excesso é
prejudicial à saúde.

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Nitratos e
nitritos
Figura:
Mudanças químicas da
mioglobina durante as
reações de cura.
Fonte:
PRICE & SCHWEIGERT,
1994.
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Principais ingredientes da cura


• Ácido ascórbico:
• Favorece a formação de cor desejável no produto e tem ação antioxidante.
• Fosfatos:
• Favorecem a retenção de umidade e são estabilizantes da cor dos produtos
e impedem reações químicas.
• Glutamato:
• Realça o sabor dos produtos.

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Método de aplicação: Cura a seco


• Nesse processo os alimentos os
ingredientes secos da cura são
aplicados sobre a superfície do
produto.
• Depois os alimentos são colocados
em condições de cura: 2 a 4°C.
• Constitui um processo lento.
• Técnica usada para produtos
menores, ou seja, comercializados
em pedaços pequenos.
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Método de aplicação: Cura direta


• Nesse processo os ingredientes
de cura secos ou como solução
concentrada são incorporados
uniformemente durante os
processos de trituração e mistura
da massa dos alimentos.
• Técnica usada para produtos de
salsicharia.

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Método de aplicação: Cura por imersão


• Nesse processo os alimentos
são imersos em solução
aquosa, salmoura, com os
ingredientes de cura e depois
são colocados para
“descansar” em câmara fria.
• Constitui um processo lento.
• Técnica usada em produtos
especiais como rabo e pés de
porco, língua e corned beef.
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Método de aplicação: Cura por injeção


• Nesse processo a solução com os
ingredientes de cura, salmoura, é
injetada na via arterial ou
intramuscular em vários pontos nos
alimentos.
• A injeção pode ser realizada por
meio de seringas ou injetores de
pressão.

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Método de aplicação: Cura por injeção


• Constitui um processo rápido.
• Técnica empregada para produtos mais duros como pernil,
paleta, bacon e presunto.
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Temperatura
• As salas ou ambiente em que os produtos são curados
comercialmente apresentam temperatura de 2 a 4°C.
• Após a cura, os produtos podem ser tratados ou não
termicamente:
• Temperaturas moderadas: pasteurização;
• Temperaturas intensas: defumação.

100

Alterações de produtos curados


• Alterações de cor superficial:
• Escurecimento;
• Descoloração por cura deficiente;
• Esverdecimento por cura excessiva
ou bacteriano;
• Descoloração pela luz, ranço ou
química.
• Sabor e odor ácido;
• Produção de gás;
• Limo microbiano ou mofo superficial.
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Resumo do
Preparação do Alimento
Processo de
Cura
Aplicação da mistura de ingredientes

Cura: Câmara fria 2° a 4°C por 2 a 3 semanas

Preparação do Alimento: cozinhar; defumar

Acondicionamento

Armazenamento e comercialização

CONSERVAÇÃO DOS
ALIMENTOS
Uso da Fermentação
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Fermentação
• Método antigo de conservação de alimentos.
• Consiste na ação de microrganismos específicos sobre os
componentes do alimento.
• Resulta na formação de compostos que:
• Inibem o crescimento de microrganismos indesejáveis;
• Estimulam o crescimento de microrganismos desejáveis.

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Fermentação
• EVANGELISTA:
• “A fermentação se destaca por ser um processo bioquímico em que os
micro-organismos retiram do meio em que vivem o material nutritivo de
que necessitam, ao mesmo tempo em que, sob ação catalítica de enzimas,
produzem substancias das quais se utiliza a indústria’’.
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Produtos Fermentados

106

Produtos Fermentados
• Em linhas gerais, a fermentação desejável visa melhorar a segurança e a
estabilidade do produto, prolongar a vida de prateleira e proporcionar novas
propriedades sensoriais, que são mais foco para o consumo de alimentos
mais requintados (FIORENTINI, 2009; ORDONEZ, 2005).
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Tipos de Fermentação: Alcóolica


• Transformação de açúcares
solúveis em etanol, produto
principal;
• Ocorre pela ação de
leveduras, principalmente:
• Saccharomyces cerevisae;
• Produtos:
• Bebidas alcóolicas: cerveja,
vinho, aguardente, vodka.
• Pães

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Tipos de Fermentação: Acética


• Transformação de álcool,
etanol, em ácido acético.
• Ocorre pela ação de
bactérias acéticas:
• Acetobacter;
• Produto:
• Vinagre
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Tipos de Fermentação: Lática


• Conversão de carboidratos como
a lactose em ácido lático;
• Ocorre pela ação de bactérias
láticas:
• Lactobacillus e Pediococcus
• Técnica aplicada pela indústria
de laticínios e produtos vegetais.
• Produtos:
• Queijos, iogurtes, coalhada,
manteiga, picles, chucrute,
azeitona, salame.

110

Tipos de Fermentação: Lática


• Esses produtos apresentam menor
teor de umidade comparados a
outros produtos fermentados e
consistência característica.
• O ácido láctico proporciona sabor
agradável e típico dos alimentos
que sofrem esse tipo de
fermentação.
• pH: 5,3
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Tipos de Fermentação: Lática


• Produtos:
• Picles:
• Produto resultante da fermentação lática de
carboidratos vegetais da batata, cenoura,
pepino, couve-flor, imersas em salmoura;
• Chucrute:
• Produto resultante da fermentação lática
completa do repolho triturado em presença de 2
a 3 % sal até alcançar sabor e odor
característicos.
• Azeitona:
• Produto resultante da fermentação lática do
fruto da oliveira.

112

Tipos de Fermentação: Butírica


• Transformação da lactose ou do
ácido lático em ácido butírico.
• Ocorre pela ação de bactérias
anaeróbias:
• Clostridium;
• Indústria alimentícia utiliza na
composição do sabor artificial de
alguns alimentos e bebidas.

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