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NECESSIDADES X VALORES

Conforme crescemos e nos desenvolvemos, nossos valores mudam de acordo com as


mudanças das nossas necessidades. Ou seja, conforme progredimos ao longo dos
diferentes estágios da nossa vida, especialmente no nosso ambiente de trabalho,
percebemos nossos valores mudando gradualmente. Quando crianças, valorizamos a
segurança (nível de sobrevivência) e a proteção (nível de relacionamento); quando
adolescentes e jovens adultos, valorizamos a boa aparência e o reconhecimento (nível
de autoestima); como uma pessoa sozinha em busca de uma carreira, valorizamos a
autonomia e o aprendizado contínuo (nível de transformação) como um líder ou
supervisor de grupo, valorizamos a confiança (nível de coesão interna); como um
profissional evoluído e maduro, valorizamos fazer a diferença; e como um líder ou
ancião, valorizamos deixar um legado (nível de serviço).
É importante entender isso, porque os valores das pessoas são um reflexo de suas
necessidades e, por sua vez, suas necessidades são um reflexo do estágio que elas
alcançaram em seu desenvolvimento psicológico. Conforme você inicia em cada novo
estágio da vida, verá que alguns de seus valores mudarão porque terá necessidades
novas, adicionais, que não tinha antes. Você também perceberá as suas prioridades de
valores mudando em alinhamento com suas necessidades.

Motivação, felicidade e necessidades


A razão pela qual focamos nossa atenção em nossas necessidades básicas é querermos
nos sentir seguros, protegidos, respeitados e felizes. É parte intrínseca da nossa
natureza. Existe algo específico que nos impede de continuar nos sentindo felizes –
nossos medos. Você se sente seguro, protegido, respeitado e feliz quando consegue
satisfazer seus níveis de deficiência, mas se sente ansioso ou amedrontado quando não
consegue satisfazer essas necessidades ou quando a satisfação dessas necessidades está
sob ameaça – quando você perde um emprego, um amigo, um parceiro ou um
companheiro íntimo, ou quando sente que as pessoas não te respeitam.
O que queremos dizer aqui é que o sentimento de felicidade está associado ao suprir as
necessidades deficientes. E esse sentimento de felicidade normalmente dura pouco
tempo. Assim que libera a ansiedade ou o medo que tinha de não conseguir obter, ter ou
experienciar o que necessita, você rapidamente volta para a sua maneira normal de ser.

Contentamento, alegria e necessidades


A habilidade de suprir suas necessidades de crescimento gera uma sensação mais
profunda que a felicidade e, consequentemente, um nível mais profundo de motivação e
comprometimento com a satisfação dessas necessidades. Você experiencia alegria e
contentamento quando consegue satisfazer suas necessidades de crescimento porque
está descobrindo quem realmente é – você está descobrindo o seu eu autêntico e
encontrando um significado para a sua vida.
Enquanto o aumento de felicidade que você sente quando é capaz de satisfazer umas das
suas necessidades deficientes se dissipa rapidamente, deixando você funcionando com a
sua tendência normal conhecida – algo entre o pessimismo e o medo de um lado da
balança e otimismo e esperança no outro lado – o que você sente quando consegue
suprir suas necessidades de crescimento é alegria. Quando a alegria se dissipa ela te
deixa com uma sensação de contentamento. A alegria e o contentamento que você sente
surgem do seu senso interno de alinhamento ou da sensação de realização pessoal.
A chave para encontrar alegria e contentamento é encontrar um propósito para a sua
vida – um propósito que dá significado para ela. Ter propósito e significado na vida
aumenta o bem-estar geral e a satisfação de vida, e melhora a saúde física e mental.
Também aumenta a resiliência e autoestima e reduz chances de depressão. Sendo assim,
a chave para o engajamento dos colaboradores é ajudar as pessoas da sua organização a
satisfazer suas necessidades deficientes e encontrar significado e propósito em suas
vidas. Uma vez que tenham encontrado um propósito, então você precisa alinhá-los com
o propósito da organização, oferecendo-lhes um trabalho que esteja alinhado com aquilo
pelo qual se sentem apaixonados. Quando fizer isso você está oferecendo aos seus
funcionários significado e um sentido de realização.
Resumindo, a recompensa que você recebe por conseguir satisfazer suas necessidades
deficientes o faz feliz por aliviar seus medos. No entanto, a felicidade que você sente
geralmente é de curta duração. Por outro lado, a recompensa que você recebe por
conseguir satisfazer suas necessidades de crescimento é muito mais profunda e
duradoura. Ela traz significado à sua vida.
Deste modo, o seu potencial para a felicidade, a alegria e o contentamento depende:
1. Do estágio que você alcançou no seu desenvolvimento psicológico: seu
potencial para alegria e o contentamento aumenta significativamente quando
você alcança o estágio no seu desenvolvimento em que começa a focar nas suas
necessidades de crescimento e encontra significado e propósito na sua vida.
2. Do grau em que os ambientes em que você vive e trabalha são capazes de
satisfazer as suas necessidades deficientes e nutris/dar suporte para que você
satisfaça suas necessidades de crescimento.

Gerando lealdade e comprometimento


Essas descobertas têm implicações significativas para as organizações. Se você quer ter
uma mão de obra leal, comprometida e criativa na sua organização, então tem que
assegurar que os seus funcionários consigam satisfazer suas necessidades deficientes e
também precisa oferecer programas e oportunidades para eles buscarem satisfazer suas
necessidades de crescimento. Você precisa dar suporte ao desenvolvimento psicológico
dos seus funcionários por meio da implantação de estruturas, políticas, sistemas e
procedimentos que lhes possibilitem cuidar de suas famílias, estabelecer amizades com
as pessoas com quem trabalham, alcançarem a excelência naquilo que fazem melhor,
nutrir e cultivar a autonomia, encontrar autenticidade, significado e propósito, ter
oportunidades de fazer a diferença e, se possível, deixar um legado positivo. É isso que
significa ter uma organização dirigida por valores.

Valores versus crenças


Valores e crenças estão diretamente relacionados, enquanto crenças são contextuais e
culturais, valores são universais. As crenças surgem das experiências que temos em
situações específicas. Já os valores transcendem os contextos, porque eles surgem da
experiência de ser humano.
Como assim professora?
 As crenças limitantes no nível da sobrevivência têm relação com não ter o
suficiente daquilo que você precisa para se sentir seguro e protegido. Essas
crenças resultam na manifestação de valores potencialmente limitantes como o
controle, a manipulação, a ganância e o excesso de cautela.
 As crenças limitantes no nível do relacionamento têm relação com não se sentir
amado o suficiente para ser aceito e protegido. Essas crenças resultam na
manifestação de valores potencialmente limitantes como culpabilização,
necessidade de ser gostado, competição e politicagem interna.
 As crenças limitantes no nível da autoestima têm relação com não ser o
suficiente para gerar o respeito ou reconhecimento das pessoas de autoridade
na sua vida ou em relação aos seus pares. Essas crenças resultam na
manifestação de valores potencialmente limitantes como a busca por status, de
poder, a arrogância e um foco demasiadamente forte na autoimagem.

ATIVIDADE PRÁTICA

CONCLUSÃO
As necessidades prioritárias das pessoas, determinadas por onde elas estão em seu
desenvolvimento psicológico, pelas suas circunstâncias de vida atuais e pela situação
atual em que se encontram, são os elementos que dirigem seus valores. A habilidade das
pessoas de conseguir, ter ou experienciar aquilo que valorizam, somada às suas crenças
subconscientes com base no medo, dirigem seus pensamentos, sensações e emoções.
Por último, seus pensamentos, sensações e emoções determinam suas ações e
comportamentos.

COMPORTAMENTO
E AÇÕES

PENSAMENTOS,
SENSAÇÕES E
EMOÇÕES

VALORES E
CRENÇAS

NECESSIDADES

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