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SUJEITO DO OBJETO DO
INTERESSE: INTERESSE:
HOMEM BEM
INTERESSE INTERESSE
INDIVIDUAL INDIVIDUAL
CONFLITO DE
INTERESSES
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
INTERESSE INTERESSE
INDIVIDUAL COLETIVO
CONFLITO DE
INTERESSES
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
INTERESSE INTERESSE
COLETIVO COLETIVO
CONFLITO DE
INTERESSES
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
O conflito de interesses pode ser de ordem
quantitativa ou qualitativa;
Quantitativa: tem relação com a escassez dos bens,
que são limitados;
Qualitativo: tem relação com a característica da
relação estabelecida entre os litigantes;
Ex.: pagamento de uma certa quantia que representa
um sacrifício para o devedor, embora seja direito do
credor recebê-la;
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
A pretensão surge exatamente do conflito de
interesses;
A pretensão pode ser caracterizada como sendo a
exigência de subordinação do interesse de um ao
interesse do outro litigante;
A ideia de pretensão não está atrelada ao direito e com
ele não se confunde;
Pode haver direito sem pretensão e pretensão sem
direito;
Desse modo, a pretensão pode ser fundada (tem
fundamento no Direito) ou infundada (não tem
fundamento no Direito);
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
Quando o sujeito cujo interesse deveria ser
subordinado não concorda com essa subordinação, ele
opõe uma resistência à pretensão;
Quando o titular do direito oposto decide pela
subordinação, a pretensão é suficiente para a
resolução pacífica do conflito;
Por outro lado, se o sujeito titular do direito oposto
oferece resistência, o conflito assume as feições de
um litígio;
A lide é caracterizada exatamente como um conflito
de interesses provocado por uma pretensão resistida;
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
A lide, portanto, é formada por um elemento material
(conflito de interesses) e por elementos formais
(pretensão e resistência);
Surgindo o conflito entre dois interesses contrapostos,
as próprias partes poderão solucioná-lo (solução
parcial do conflito) ou um terceiro poderá solucioná-
lo através de uma decisão imperativa (solução
imparcial do conflito);
Formas parciais: autodefesa e autocomposição;
Forma imparcial: processo;
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
Autodefesa – é a defesa que alguém faz de si mesmo
e do seu direito, utilizando-se dos próprios meios.
Impera a lei do mais forte (força bruta);
Autocomposição – solução do litígio por obra dos
próprios litigantes. Trata-se de uma solução altruísta,
baseada no bom senso e na razão;
Formas de autocomposição: a) renúncia ou
desistência; b) submissão ou reconhecimento; e c)
transação;
OBS: a renúncia ou desistência e a submissão ou
reconhecimento são unilaterais. A transação é
bilateral;
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
A autocomposição pressupõe direitos disponíveis;
Processo – a solução do conflito é confiada a uma
terceira pessoa imparcial, desinteressada da disputa
entre os contendores. É baseado na argumentação. A
decisão proferida no processo substitui a vontade das
partes (heterocomposição);
Para Alvim (2015, p. 29), “o processo é o instrumento
de que se serve o Estado para, no exercício da função
jurisdicional, resolver os conflitos de interesses,
solucionando-os”;
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
Sob a perspectiva do processo judicial, destacam-se as
tutelas jurisdicionais ordinárias, as tutelas
jurisdicionais diferenciadas e as tutelas
jurisdicionais coletivas;
Tutela jurisdicional ordinária – procedimento
comum;
Tutela jurisdicional diferenciada – procedimento
sumário;
Tutela jurisdicional coletiva – conflitos
meta/transindividuais relacionados com direitos ou
interesses de relevância para classes, categorias ou
grupos de pessoas;
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
Na conjuntura atual, destacam-se os meios
alternativos de resolução de conflitos;
Trata-se de autocomposição para a solução do
conflito por ato das próprias partes envolvidas no
litígio (conciliação e mediação);
Além da autocomposição como meio alternativo de
resolução de conflitos, ganha relevo a arbitragem
(heterocomposição) – Lei nº 9.307, de 23 de
setembro de 1996 (lei que dispõe sobre a arbitragem);
OBS: A negociação, a mediação, a conciliação e a
arbitragem pressupõem direitos disponíveis ou
relativamente indisponíveis;
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
No processo, a lide é resolvida por um terceiro
sujeito: o juiz. Investido de jurisdição, imparcial e
equidistante dos interesses das partes;
O processo é formado por um conjunto de atos
coordenados entre si e ligados uns aos outros para se
obter a justa composição da lide;
JUIZ
AUTOR RÉU
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
A relação entre o processo e o direito objetivo;
Há uma nítida cisão entre o processo e o direito
objetivo ou não?
a) Para parte da doutrina, o processo é um método de
atuação do direito objetivo, em nada contribuindo
para enriquecer o ordenamento jurídico;
O ordenamento jurídico se divide em direito material
e direito processual;
Teoria dualista do ordenamento jurídico;
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
Para outra parte da doutrina, o processo é um método
de complementação do direito objetivo, acrescentando
algo por meio da sentença;
Considera o direito objetivo incapaz de disciplinar
todos os conflitos de interesses;
Não há uma nítida cisão entre o direito material e o
direito processual, de tal modo que o processo
participa da criação de direitos subjetivos e
obrigações;
Teoria unitária do ordenamento jurídico;
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
Escopos do processo;
a) Escopo objetivista – considera a perspectiva do
Estado – o escopo do processo é a atuação do direito
positivo ou da lei;
b) Escopo subjetivista – considera a perspectiva das
partes – o escopo do processo é a tutela dos direitos
subjetivos;
c) Escopo subjetivo-objetivista ou misto – não
existe um real contraste de substância entre o direito
subjetivo e o direito objetivo;
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
Evolução da doutrina processual:
1) Primitivismo – ausência de autênticas exposições
processuais;
2) Judicialismo – dedicou-se ao estudo e
desenvolvimento dos institutos processuais;
3) Praxismo – o processo enquanto práxis (modo de
se proceder em juízo);
4) Procedimentalismo – o processo passa a ter na lei a
sua regulamentação;
5) Processualismo científico – estudo reflexivo dos
institutos do processo (sistema de princípios);
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
Evolução da doutrina processual no Brasil:
Continuidade da legislação lusa – decreto de 20 de
outubro de 1823;
O Brasil herda de Portugal as normas processuais
previstas nas Ordenações Filipinas;
Livro III das Ordenações Filipinas – processo civil
disciplinado pelo princípio dispositivo e movimentado
apenas pelas partes;
Livro V das Ordenações Filipinas – disciplinava o
processo criminal, prescrevendo tortura, mutilações,
marcas de fogo, açoites;
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
Código criminal do império – decreto de 16 de
dezembro de 1830;
Adotou o sistema misto ou eclético no âmbito da
persecução penal – inquisitório (francês) e acusatório
(inglês);
Governo Republicano – decreto nº 848, de 11 de
outubro de 1890, instituiu e organizou a Justiça
Federal;
A Constituição de 1891 manteve a Justiça Federal e a
Justiça Estadual;
Estabeleceu a competência da União e dos Estados
para legislar em matéria processual;
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
Com a Constituição de 1934, a União passou a ter a
competência exclusiva para legislar em matéria
processual;
Decreto-lei nº 1.608, de 18 de setembro de 1939 –
Código de Processo Civil – multiplicação de
procedimentos especiais;
Decreto-lei nº 3.869, de 3 de outubro de 1941 –
Código de Processo Penal;
Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de
Processo Civil;
Lei nº 13.105, de 16 de Março de 2015 – Código de
Processo Civil;
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
Com a Constituição da República de 1988:
1) Competência privativa da União para legislar
sobre direito processual (art. 22, I, CRFB/88);
2) Competência concorrente entre a União, os
Estados e o DF para legislar sobre procedimento em
matéria processual (art. 24, XI, CRFB/88);
3) Competência concorrente entre a União, os
Estados e o DF para a criação, o funcionamento e o
processo do juizado de pequenas causas (art. 24, X,
CRFB/88);
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
4) Organização judiciária da União – competência
privativa da União (art. 22, XVII, CRFB/88);
A inciativa cabe ao Congresso Nacional (art. 48, IX,
CRFB/88);
5) Organização judiciária dos Estados e do DF –
competência privativa dos Estados e do DF quanto
aos órgãos que lhes são vinculados;
A iniciativa cabe ao Tribunal de Justiça (art. 125, §1º,
CRFB/88);
6) Elaboração dos regimentos internos –
competência privativa dos Tribunais (art. 96, I, “a”,
CRFB/88);
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
Autonomia e publicização do direito processual:
O processo era considerado um mero compartimento
do direito privado;
A partir da segunda metade do século XIX, o direito
processual assume a posição de disciplina autônoma
da ciência do Direito por possuir objeto e princípios
próprios;
O processo, que era concebido por parte da doutrina
sob vestes privatistas (contrato ou quase contrato),
passa a ser explicado na sua feição publicista
(autonomia do processo);
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
Unitarismo e dualismo na ciência do processo:
Haveria apenas uma ciência do direito processual ou
duas ciências do direito processual compostas pelo
direito processual civil e pelo direito processual
penal?
a) Teoria unitária: sustenta a unidade da ciência
processual (Carnelutti);
b) Teoria dualista: defende a dualidade da ciência
processual composta pelo direito processual civil e
pelo direito processual penal (Manzini);
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
A disciplina de Teoria Geral do Processo surge da
perspectiva unitária da ciência processual;
A Teoria Geral do Processo tem por objeto os
conceitos básicos do direito processual, da
organização judiciária, da jurisdição, da ação, do
processo, dos procedimentos, dos atos processuais etc;
Objeto de estudo da Teoria Geral do Processo:
Jurisdição, Ação e Processo (estrutura fundamental);
Jurisdição – exercida pelo Estado-juiz;
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
Ação – direito do autor de provocar o exercício da
jurisdição e a defesa é o direito do réu de se opor à
pretensão do autor;
Processo – instrumento por meio do qual o Estado-
juiz exerce a jurisdição;
Cintra, Dinamarco e Grinover (2015, p. 30) destacam
duas premissas metodológicas:
1) Tutela constitucional do processo;
2) A instrumentalidade do processo;
PODER JUDICIÁRIO
Organização do Poder Judiciário:
O Poder Judiciário é um dos poderes da República
Federativa do Brasil (art. 2, CRFB/88) com a função
precípua de aplicar a lei e dirimir os conflitos;
Essas funções são exercidas pelos órgãos judiciais,
jurisdicionais ou judicantes;
Como decorre da própria ideia de soberania estatal,
compete à Constituição da República determinar quais
são os órgãos integrantes do Poder Judiciário (art. 92,
CRFB/88);
PODER JUDICIÁRIO
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I - o Supremo Tribunal Federal;
I-A o Conselho Nacional de Justiça;
II - o Superior Tribunal de Justiça;
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho;
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes
Federais;
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do
Distrito Federal e Territórios.
PODER JUDICIÁRIO
A Justiça Federal de primeira instância é disciplinada
pela Lei de Organização Judiciária Federal (Lei n.
5.010/66);
Cada unidade federada, assim como o Distrito
Federal, tem sua própria lei de organização judiciária,
denominada também Código de Organização
Judiciária ou Código Judiciário;
Lei de Organização Judiciária do Estado do Piauí -
Lei Ordinária n° 3.716, de 12 de dezembro de
1979;
PODER JUDICIÁRIO
O território do País, para fins de exercício da
jurisdição, é dividido em territórios menores que:
a) na justiça estadual, são denominados
“comarcas”;
b) na justiça federal são as “seções e subseções
judiciárias”; e
c) na justiça do Distrito Federal, são as
“circunscrições judiciárias”.
PODER JUDICIÁRIO
As comarcas são classificadas, em alguns Estados
federados, em comarca de primeira, de segunda, de
terceira e até de quarta entrância, conforme a sua
população, movimento forense (número de
processos), receita tributária etc., e de entrância
especial (da capital do Estado);
Contudo, pode haver a opção pela classificação em
comarca “inicial”, “intermediária” e “final” e comarca
da Capital;
OBS: Não há hierarquia entre as entrâncias;
PODER JUDICIÁRIO
Na justiça do trabalho, o território é dividido por
“regiões”, correspondendo geralmente a cada Estado
uma Região;
Na justiça militar, o território nacional é dividido em
“circunscrições judiciárias militares”, correspondendo
a cada circunscrição uma “auditoria”;
Na justiça eleitoral, na inferior instância, segue o
mesmo modelo da justiça estadual, atuando em cada
comarca os juízos e as juntas eleitorais;
PODER JUDICIÁRIO
Comarca – a comarca corresponde ao território em
que o juiz de primeiro grau irá exercer sua jurisdição,
podendo abranger um ou mais municípios;
Vara – a vara judiciária é o local ou repartição que
corresponde a lotação de um juiz, onde o magistrado
efetua suas atividades;
Fórum – espaço físico onde funcionam os órgãos do
Poder Judiciário;
Instância – o termo “instância” corresponde ao grau
de jurisdição;
PODER JUDICIÁRIO
Juízo – nome técnico que tem o órgão julgador, como
célula do Poder Judiciário, identificado também como
“vara”;
Juiz – é a pessoa física que se posta dentro do juízo,
para decidir, podendo um juízo (ou vara) ter um único
ou mais de um juiz;
PODER JUDICIÁRIO
Critérios para o ingresso na magistratura:
a) Nomeação pelo Poder Executivo com a aprovação
do Poder Legislativo;
Ex.: STF (art. 101, parágrafo único, CRFB/88);
b) Nomeação pelo Poder Executivo por indicação do
Judiciário;
Ex.: TRF (art. 107, caput, incisos I e II, CRFB/88);
c) Nomeação pelo Poder Executivo, por indicação do
Judiciário, com aprovação do Legislativo;
Ex.: STJ (art. 104, parágrafo único e incisos I e II,
CRFB/88);
PODER JUDICIÁRIO
d) Nomeação pelo Poder Executivo, por indicação de
órgãos representativos dos advogados e do Ministério
Público, com a participação do Judiciário e do
Legislativo;
Ex.: TST (art. 111-A, caput e inciso I, CRFB/88);
e) Concurso público;
Ex.: Juiz de direito (art. 93, I, CRFB/88);
PODER JUDICIÁRIO
Independência política: liberdade para julgar. O juiz
não pode ser responsabilizado por erros nas decisões e
sentenças que profere, salvo se proceder com dolo ou
culpa;
Independência jurídica: o juiz a ninguém se
subordina, senão à própria lei;
PODER JUDICIÁRIO
Garantias da magistratura:
a) Vitaliciedade: que, no primeiro grau, só será
adquirida após dois anos de exercício, dependendo a
perda do cargo, nesse período, de deliberação do
tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais
casos, de sentença judicial transitada em julgado;
b) Inamovibilidade: salvo por motivo de interesse
público;
c) Irredutibilidade de subsídio;
PODER JUDICIÁRIO
Precedente: é a decisão judicial de um caso concreto,
que pode servir como exemplo para outros
julgamentos similares;
Jurisprudência: é o conjunto das decisões,
aplicações e interpretações das leis. A jurisprudência
pode ser entendida de três formas:
1) decisão isolada de um Tribunal sobre a qual não
caiba mais recursos;
2) um conjunto de decisões reiteradas dos Tribunais; e
3) Súmulas, ou seja, orientação dos Tribunais para que
seja adotado um entendimento dominante;
PODER JUDICIÁRIO
Súmulas de jurisprudência: são as orientações
resultantes de um conjunto de decisões proferidas com
mesmo entendimento sobre determinada matéria;
Conforme o texto do artigo 926 do Código de
Processo Civil, os Tribunais têm o dever de
uniformizar sua jurisprudência, por meio da edição de
enunciados de súmulas;
PODER JUDICIÁRIO
Súmula Vinculante: aprovada pelo Supremo
Tribunal Federal, de ofício ou por provocação,
mediante decisão de dois terços dos seus membros,
após reiteradas decisões sobre matéria constitucional.
A partir de sua publicação na imprensa oficial, terá
efeito vinculante em relação aos demais órgãos do
Poder Judiciário e à administração pública direta e
indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem
como proceder à sua revisão ou cancelamento, na
forma estabelecida em lei (art. 103-A, CRFB/88);
PODER JUDICIÁRIO
A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação
e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais
haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou
entre esses e a administração pública que acarrete
grave insegurança jurídica e relevante multiplicação
de processos sobre questão idêntica;
A aprovação, revisão ou cancelamento de súmula
poderá ser provocada por aqueles que podem propor a
ação direta de inconstitucionalidade previstos no art.
103 da CRFB/88;
PODER JUDICIÁRIO
Do ato administrativo ou decisão judicial que
contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a
aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal
Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato
administrativo ou cassará a decisão judicial
reclamada, e determinará que outra seja proferida com
ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso;
AUXILIARES DA JUSTIÇA
São todos aqueles que auxiliam o Poder Judiciário,
colaborando com este para tornar possível a prestação
jurisdicional;
Classificação:
a) Órgãos auxiliares permanentes: são os
serventuários e funcionários judiciais, investidos no
cargo de acordo com a lei e atuam permanentemente;
Ex.: Oficial de justiça, analista judicial;
b) Órgãos de encargo judicial: pessoas que exercem,
eventualmente, determinado encargo no processo;
Ex.: Perito;
AUXILIARES DA JUSTIÇA
c) Órgãos auxiliares extravagantes: são órgãos não
judiciários ou entidades estranhas à administração da
Justiça que, no exercício de suas próprias atividades,
colaboram com o juiz na prestação jurisdicional;
Ex.: Correios;
ÓRGÃOS DO FORO
EXTRAJUDICIAL
Não se incluem entre os órgãos auxiliares da
justiça;
Estão subordinados administrativamente ao Poder
Judiciário, que exerce a fiscalização de suas
atividades;
Participam da formação, documentação e publicização
dos atos jurídicos privados, atribuindo fé pública;
Ex.: Cartório de registro público;
MINISTÉRIO PÚBLICO
O Ministério Público é instituição permanente,
essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do
regime democrático e dos interesses sociais e
individuais indisponíveis (art. 127, CRFB/88);
São princípios institucionais do Ministério Público:
a unidade, a indivisibilidade e a independência
funcional (§1º do art. 127, CRFB/88);
Possui autonomia funcional e administrativa, tendo
competência para elaborar sua proposta orçamentária;
MINISTÉRIO PÚBLICO
MPF
MPU MPT
MPM
MPDFT
CONTEÚDO
INTERPRETAÇÃO ALCANCE
SENTIDO
INTERPRETAÇÃO DAS LEIS
PROCESSUAIS
Quanto aos métodos empregados:
a) Método Gramatical/Literal: descoberta do
sentido literal das palavras e das frases escritas no
dispositivo;
b) Método Lógico: análise da compatibilidade entre
diferentes dispositivos;
c) Método Histórico: o resultado da interpretação
depende da análise das causas que determinaram a
criação do dispositivo;
INTERPRETAÇÃO DAS LEIS
PROCESSUAIS
d) Método Sistemático: leva em consideração o
conjunto normativo. O método sistemático de
interpretação utiliza três critérios, que são:
1) Especialidade: norma especial prevalece sobre a
norma geral;
2) Hierarquia: norma hierarquicamente superior
prevalece sobre a inferior;
3) Cronologia: as normas de igual ou superior espécie
que sejam mais recentes revogam, tacitamente, no
todo ou em parte, as normas anteriores que com elas
forem incompatíveis (art. 2, § 1º, LINDB);
INTERPRETAÇÃO DAS LEIS
PROCESSUAIS
e) Método Teleológico/Sociológico: o resultado da
interpretação depende da observância da finalidade
que o legislador visou no momento da criação da
norma;
PRINCÍPIOS E NORMAS
FUNDAMENTAIS DO PROCESSO
Os princípios servem como diretrizes gerais para o
ordenamento jurídico;
Podem ter hierarquia constitucional ou
infraconstitucional;
Os princípios possuem função interpretativa,
integrativa e normativa;
a) Função Interpretativa: o princípio ajuda o
operador do Direito a escolher a interpretação mais
adequada de determinada norma;
b) Função Integrativa: o princípio pode ser utilizado
para suprir lacuna de norma do CPC;
PRINCÍPIOS E NORMAS
FUNDAMENTAIS DO PROCESSO
1) Lacuna normativa: não existe norma aplicável ao
caso concreto;
2) Lacuna ontológica: quando a norma sofre um
envelhecimento diante da evolução social;
3) Lacuna axiológica: existe a norma, mas ela se
tornou injusta frente aos novos valores
compartilhados socialmente;
c) Função Normativa: o princípio tem força
normativa, é imperativo;
PRINCÍPIOS E NORMAS
FUNDAMENTAIS DO PROCESSO
O fenômeno do neoconstitucionalismo e do
neoprocessualismo;
O processo civil deve consagrar a aplicação dos
direitos fundamentais e a força normativa da
Constituição;
Características do neoconstitucionalismo
(DONIZETTI, 2017, p. 64):
a) Normatividade da Constituição: as normas
constitucionais possuem força normativa e obrigam o
Poder público;
b) Superioridade da Constituição: superioridade
material;
PRINCÍPIOS E NORMAS
FUNDAMENTAIS DO PROCESSO
c) Centralidade da Constituição: a Constituição está
no centro do ordenamento jurídico;
d) Ubiquidade da Constituição: onipresença da
Constituição em todos os ramos do Direito;
e) Ampliação da jurisdição constitucional: a
legislação deve ser interpretada de acordo com a
Constituição;
f) Ciência independente que interpreta o Direito
Constitucional: Hermenêutica constitucional. Busca
situar a Constituição e extrair os valores por ela
consagrados;
PRINCÍPIOS E NORMAS
FUNDAMENTAIS DO PROCESSO
Neoprocessualismo (DONIZETTI, 2017, p. 66)
Ocorre a constitucionalização do processo, dos
direitos e garantias processuais;
O processo passa a ser visto como um meio à
disposição do Estado para a realização da justiça;
Tem-se a predominância do interesse público sobre o
privado;
PRINCÍPIOS E NORMAS
FUNDAMENTAIS DO PROCESSO
1) PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
Previsto no art. 5º, LIV, da Constituição da República
de 1988;
Devido processo legal formal: o processo e o
julgamento segundo as normas previamente
estabelecidas – normas editadas a partir de um devido
processo legislativo;
Devido processo legal substantivo ou material
(substantive due process of law): exige a garantia de
direitos mínimos a partir de normas razoáveis,
adequadas e proporcionais;
PRINCÍPIOS E NORMAS
FUNDAMENTAIS DO PROCESSO
2) PRINCÍPIO DO ACESSO À JUSTIÇA OU DA
INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO
Previsto no art. 5º, XXXV, da Constituição da
República de 1988 e no art. 3 do Código de Processo
Civil;
O Estado não pode delegar o exercício da função
jurisdicional;
Não basta o acesso ao Poder Judiciário, é necessária
a efetiva e justa entrega da prestação jurisdicional;
PRINCÍPIOS E NORMAS
FUNDAMENTAIS DO PROCESSO
3) PRINCÍPIO DA RAZOÁVEL DURAÇÃO DO
PROCESSO E DA PRIMAZIA DO JULGAMENTO
DE MÉRITO
Previsto no art. 5º, LXXVIII, da Constituição da
República de 1988 e no art. 4 do Código de Processo
Civil;
Deve-se entregar a decisão de mérito e a atividade
satisfativa em tempo razoável;
O juiz deve priorizar o julgamento de mérito,
evitando a extinção do processo sem resolução de
mérito em virtude de erros sanáveis;
PRINCÍPIOS E NORMAS
FUNDAMENTAIS DO PROCESSO
4) PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
Previsto no art. 5º, LV, da Constituição da República
de 1988 e nos arts. 7, 9 e 10 do Código de Processo
Civil;
Duplo aspecto do contraditório: direito de ter ciência
sobre os atos processuais (aspecto formal) e de
participar efetivamente da formação do
convencimento do magistrado (aspecto material);
PRINCÍPIOS E NORMAS
FUNDAMENTAIS DO PROCESSO
Em regra, todas as decisões no âmbito do processo só
serão proferidas após a parte afetada ser ouvida;
Exceções: Tutelas provisórias de urgência e de
evidência – contraditório diferido (postergado) –
inaudita altera pars (sem oitiva da parte contrária);
PRINCÍPIOS E NORMAS
FUNDAMENTAIS DO PROCESSO
5) PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA
Previsto no art. 5º, LV, da Constituição da República
de 1988;
É assegurada a ampla defesa com os meios e recursos
a ela inerentes;
O litigante, em processo judicial ou administrativo,
pode utilizar de todos os meios de defesa previstos em
lei;
Divide-se em: defesa técnica (realizada por
profissional habilitado – advogado) e autodefesa
(direito de se manifestar – audiência);
PRINCÍPIOS E NORMAS
FUNDAMENTAIS DO PROCESSO
6) PRINCÍPIO DA ISONOMIA
Previsto no art. 5º, caput, da Constituição da
República de 1988 e no art. 7 do Código de Processo
Civil;
Divide-se em: igualdade formal (igualdade de
tratamento rigorosa e cega, não faz qualquer
distinção) e igualdade material/isonomia (igualdade
na medida das desigualdades);
PRINCÍPIOS E NORMAS
FUNDAMENTAIS DO PROCESSO
7) PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL
Previsto no art. 5º, LIII e XXXVII, da Constituição da
República de 1988;
O juiz competente para processar e julgar uma ação é
aquele determinado pela lei e pela Constituição da
República, de acordo com regras de competência
definidas em razão da matéria, do lugar, da função, da
pessoa e do valor;
Não é possível que as partes escolham,
aleatoriamente, o órgão jurisdicional que apreciará a
causa;
OBS: cláusula de eleição de foro;
PRINCÍPIOS E NORMAS
FUNDAMENTAIS DO PROCESSO
As competências em razão do lugar (território) e
do valor: a) podem ser flexibilizadas; b) são
chamadas de competências relativas; c) são
prorrogáreis; e d) a incorreção não poderá ser
reconhecida de ofício pelo juiz, podendo a parte
prejudicada alegá-la em momento oportuno;
As competências definidas em razão da matéria, da
função e da pessoa: a) são inflexíveis; b) são
chamadas de competências absolutas; c) são
improrrogáveis; e d) a incorreção poderá ser
reconhecida de ofício pelo juiz e as partes poderão
suscitá-la a qualquer tempo e em qualquer grau de
jurisdição;
PRINCÍPIOS E NORMAS
FUNDAMENTAIS DO PROCESSO
OBS: Princípio do Promotor natural;
OBS: Princípio do Defensor público natural;
PRINCÍPIOS E NORMAS
FUNDAMENTAIS DO PROCESSO
8) PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE E DA
MOTIVAÇÃO
Previsto no art. 93, IX e X, da Constituição da
República de 1988 e no art. 11 do Código de Processo
Civil;
Art. 489, § 1º, CPC – decisão judicial não
fundamentada;
Fundamentação exauriente (completa) x
Fundamentação suficiente;
Distinção (distinguishing) e superação (overruling)
para não aplicar súmula ou precedente vinculante;
Fundamentação per relationem;
PRINCÍPIOS E NORMAS
FUNDAMENTAIS DO PROCESSO
Quanto à publicidade:
Regra: todos os julgamentos dos órgãos do Poder
Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade;
Exceção: segredo de justiça – preservação do direito à
intimidade do interessado no sigilo nos casos em que
não prejudique o interesse público à informação;
PRINCÍPIOS E NORMAS
FUNDAMENTAIS DO PROCESSO
INTERESSE PÚBLICO
OU SOCIAL
DIREITO À
INTIMIDADE
SEGREDO DE
JUSTIÇA ARBITRAGEM COM
CLÁUSULA DE
CONFIDENCIALIDADE
CASAMENTO,
SEPARAÇÃO DE CORPOS,
DIVÓRCIO, UNIÃO
ESTÁVEL, FILIAÇÃO,
ALIMENTOS E GUARDA
PRINCÍPIOS E NORMAS
FUNDAMENTAIS DO PROCESSO
9) PRINCÍPIO DISPOSITIVO, DA DEMANDA OU
DA INÉRCIA
Previsto no art. 2 do Código de Processo Civil;
São as partes que levam ao juiz a matéria para ser
julgada;
Prorrogação de competência:
A competência pode ser absoluta ou relativa;
Quando a competência for fixada em razão da
matéria, da pessoa ou da função, ela será absoluta;
JURISDIÇÃO
A competência absoluta, por atender ao interesse
público, é improrrogável;
A incompetência absoluta deve ser declarada de ofício
pelo juiz ou alegada pelas partes a qualquer tempo e
em qualquer grau de jurisdição;
Quando a competência for fixada em razão do
valor da causa ou do território, ela será relativa;
A competência relativa, por atender ao interesse das
partes, admite a prorrogação;
JURISDIÇÃO
A incompetência relativa não pode ser declarada de
ofício pelo juiz e as partes devem alegá-la em
momento oportuno, sob pena de prorrogação de
competência;
A prorrogação de competência ocorre quando o
juízo, que era relativamente incompetente, tem a sua
competência prorrogada para atuar no processo por
não ter sido alegada em tempo oportuno pelas partes;
A prorrogação de competência pode ser legal ou
voluntária;
JURISDIÇÃO
A prorrogação legal de competência ocorre por meio
da conexão ou continência (art. 54, CPC);
Conexão: reputam-se conexas duas ou mais ações
quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir;
Continência: ocorre a continência entre duas ou mais
ações quando houver identidade quanto às partes e à
causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais
amplo, abrange o das demais;
A prorrogação voluntária de competência pode ser
expressa ou tácita;
JURISDIÇÃO
Expressa: quando as partes convencionam em negócio
jurídico a cláusula de eleição de foro;
Tácita: quando a parte propõe a ação no juízo
relativamente incompetente e a outra parte não alega a
incompetência relativa no momento oportuno;
A competência será determinada no momento do
registro ou da distribuição da petição inicial;
“A prevenção é o fenômeno processual segundo o
qual o juízo que primeiro tomar conhecimento da
causa tem sobre ela firmada a sua competência, com a
exclusão de todos os demais” (ALVIM, 2015, p. 114);
JURISDIÇÃO
Perpetuação da jurisdição: firmada a competência de
um juízo, ela perdurará até decisão final e execução
ou cumprimento de sentença;
Exceção: quando suprimirem órgão judiciário ou
alterarem a competência absoluta;
AÇÃO
Evolução histórica do conceito de ação;
1) Sistema das ações da lei (legis actiones):
constituíam as formas autorizadas de procedimento
(ritualismo mais próximo da religiosidade);
Compreendia duas etapas: a primeira perante o pretor
e a segunda perante o juiz ou árbitro;
2) Sistema formulário (per formulas): o processo se
constituía por fórmulas de acordo com a ação que se
pretendia;
Compreendia duas etapas: a primeira perante o pretor
e a segunda perante o juiz ou árbitro;
AÇÃO
3) cognitio extraordinaria: Estado fortalecido. O
pretor se transforma em juiz;
A ação (actio) passa a ser identificada com o direito
subjetivo material;
Essa concepção deu origem à doutrina civilista ou
Teoria imanentista da ação;
Não há direito sem ação e nem ação sem direito. A
ação segue a natureza jurídica do direito;
Porém, no século XIX surge o debate em torno da
natureza jurídica da ação;
AÇÃO
Qual é a natureza jurídica da ação?
Windscheid e Muther estabelecem o debate em torno
da natureza jurídica da ação;
Windscheid considera que a ação (actio) romana
pressupõe uma obrigação (obligatio), enquanto a ação
(klage) germânica está relacionada ao direito de
acionar a tutela judicial;
No direito romano, aquele que tinha uma pretensão
contra outrem contestada não perguntava se tal
pretensão tinha respaldo no direito, senão se o pretor
estaria inclinado a conceder-lhe uma actio, para fazer
valer essa pretensão em juízo;
AÇÃO
O pretor indicava a actio correspondente à pretensão;
A actio ordenava as relações entre pessoas (obligatio);
Porém, Windscheid considera que a ação (actio) não
se limita apenas à satisfação de uma obrigação
(obligatio);
Ex.: reconhecimento da existência de uma relação
jurídica;
Para Windscheid, a ação (actio) no direito alemão não
significa obrigação (obligatio), mas pretensão
(anspruch);
AÇÃO
Muther contesta a tese de Windscheid, considerando
que há uma perfeita coincidência entre a ação (actio)
romana e a ação (klage) germânica;
Para Muther, o ordenamento jurídico romano era
composto por direitos subjetivos e somente estes eram
suscetíveis de persecução judicial;
Tem-se dois direitos distintos pertencentes a campos
distintos, mas em que um é pressuposto do outro: o
direito subjetivo (direito privado) e a actio (natureza
pública);
AÇÃO
A ação (actio) não se confundia com o direito
subjetivo. Era um direito vinculado, especial,
existente junto ao direito subjetivo com o propósito de
tutelá-lo;
Sob essa perspectiva, a tutela estatal só poderia ser
invocada contra uma pessoa determinada;
Portanto, seria a ação um direito abstrato de agir
ou um direito concreto de agir?
AÇÃO
Teorias sobre a ação
Ação como direito a uma sentença justa:
Bülow defende que a ação como direito subjetivo
anterior ao juízo não existe;
Ação como emanação da personalidade:
Köhler afirma que o direito de ação emana da
personalidade da pessoa (direito da personalidade);
Ação como direito de ser ouvido em juízo:
Degenkolb expõe que ação é um direito abstrato de
agir;
AÇÃO
A ação é um direito subjetivo público, correspondente
a todo aquele que de boa-fé creia ter razão, para ser
ouvido em juízo;
Degenkolb abandona a sua tese original sob o
argumento de que a pretensão de tutela jurídica
pressupõe a crença ou boa-fé sobre a existência de um
direito subjetivo;
Ação como pretensão de tutela jurídica:
Wach considera a ação como uma pretensão de tutela
jurídica, sendo um direito autônomo e concreto,
distinto do direito material;
AÇÃO
A ação, enquanto pretensão de tutela jurídica, seria
apenas um meio para se fazer valer o direito subjetivo
material;
A existência da ação estaria vinculada à própria
existência do direito subjetivo;
Desse modo, Wach entende que, se o demandante não
logra obter uma sentença favorável, não terá existido a
ação, tendo havido o exercício de uma mera faculdade
jurídica;
AÇÃO
Ação como direito potestativo:
Para Chiovenda, a ação é um direito potestativo, isto
é, o direito de exigir a atuação da vontade da lei;
Trata-se de um direito distinto e autônomo;
A ação não pressupõe, necessariamente, um direito
subjetivo material, mas só existe direito de ação se a
sentença for favorável ao autor;
Ação como direito processual das partes:
Carnelutti propõe que a ação é um direito subjetivo do
indivíduo de agir em juízo – direito estritamente
processual;
AÇÃO
Carnelutti estabeleceu a seguinte distinção:
a) direito subjetivo material que tem por conteúdo a
prevalência do interesse em lide, e por sujeito passivo,
a outra parte;
b) o direito subjetivo processual que tem por
conteúdo a prevalência do interesse na composição da
lide, e por sujeito passivo, o juiz;
Ação como direito de petição:
Elaborada por Couture, a ação seria o poder jurídico
que tem o sujeito de direito de recorrer aos órgãos
jurisdicionais para a satisfação de uma pretensão;
AÇÃO
A ação é um atributo da personalidade do
indivíduo;
Ação como direito cívico:
Tese desenvolvida por Rocco. Para ele, a ação
constitui um direito público subjetivo do cidadão
frente ao Estado-juiz;
Pertencente à categoria dos direitos cívicos;
A ação é um direito abstrato e, portanto,
independente do direito substancial;
O objeto do direito de ação é a prestação da atividade
jurisdicional pelo Estado;
AÇÃO
Ação como direito à jurisdição:
Tese desenvolvida por Liebman. A ação é o direito à
jurisdição;
A ação se dirige contra o Estado-juiz, em virtude da
qualidade de titular do poder jurisdicional, mas que
em nada é obrigado com o autor;
A ação é proposta contra a parte contrária contra a
qual se pede um provimento jurisdicional;
A ação é um direito abstrato, instrumental, que serve
como meio de se buscar a tutela jurisdicional;
AÇÃO
A ação é um direito público subjetivo;
Autônomo;
Abstrato;
Instrumentalmente conexo a uma pretensão de direito
material, mas independente dela;
SINTETIZANDO:
Teoria imanentista ou civilista: o direito de ação é
considerado o próprio direito subjetivo material;
Teoria concreta da ação: o direito de ação é um direito
a ser exercido contra o Estado e o adversário com o
fim de obter uma sentença favorável;
AÇÃO
Segundo a Teoria concreta, o direito de ação tem
autonomia, mas não tem independência, pois sua
existência está condicionada à existência do direito
material;
Teoria abstrata da ação: o direito de ação é autônomo
e independente do direito subjetivo material. É o
direito abstrato de obter um pronunciamento do
Estado. Essa teoria não admite as condições da ação;
Teoria eclética: o direito de ação é abstrato, autônomo
e independente do direito material. No entanto, o autor
deve preencher as condições da ação;
AÇÃO
OBS: O CPC/2015 adotou a teoria eclética (art.
485, VI);
Teoria da asserção: considera que as condições da
ação podem ser analisadas mediante cognição sumária
sem resolução do mérito (teoria eclética) ou mediante
cognição aprofundada com resolução do mérito
(teoria abstrata);
OBS: Parte da doutrina considera que o STJ
adotou a teoria da asserção;
AÇÃO
Para que a ação exista, o CPC exige (art. 17):
1) Interesse processual: necessidade da tutela
jurisdicional para evitar lesão ou ameaça ao direito;
*Necessidade de obtenção da tutela jurisdicional;
*Adequação entre o pedido e a prestação
jurisdicional;
2) Legitimidade processual ou legitimatio ad causam;
*Legitimidade ordinária;
*Legitimidade extraordinária;
OBS: Com o CPC/2015, a possibilidade jurídica do
pedido deixou de ser condição da ação para a
doutrina majoritária;
AÇÃO