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UNIVERSIDADE POLITÉCNICA

A POLITÉCNICA

Instituto Superior Universitário

ISUTE

Legislacao Mocambicana e sua ligacao com as normas internacionais de higiene e seguranca no


trabalho

TADY CARLOS MAVECO

TETE

2023
UNIVERSIDADE POLITÉCNICA

A POLITÉCNICA

Instituto Superior Universitário

ISUTE

Legislacao Mocambicana e sua ligacao com as normas internacionais de higiene e seguranca no


trabalho

Trabalho de pesquisa desenvolvida


na cadeira de método de estudo a
ser submetido como requisito
parcial de avaliação.

Docente: Arsenio Cardoso

TADY CARLOS MAVECO

TETE

2023
Índice

1. Introdução..................................................................................................................................4

1.1. Objectivos de trabalho...........................................................................................................4

1.1.1. Objectivo Geral......................................................................................................................4

1.1.2. Objectivos Específicos...........................................................................................................4

2. Legislação moçambicana..........................................................................................................5

2.1. Artigo 281.º do Código de Trabalho......................................................................................5

2.1.1. Saúde, higiene e segurança no trabalho.................................................................................5

2.1.2. Obrigações dos trabalhadores................................................................................................5

2.1.3. Obrigações do empregador....................................................................................................6

2.1.4. Obrigações do trabalhador.....................................................................................................7

2.1.5. Contexto internacional...........................................................................................................8

2.1.6. Trabalho Digno......................................................................................................................9

3. Conclusão................................................................................................................................10

Referências Bibliográficas................................................................................................................11
1. Introdução

Este trabalho foi feito no âmbito da cadeira de Higiene e Segurança no Trabalho e tem como tema o
seguinte: Legislação Moçambicana e sua ligação com as normas internacionais de higiene e
segurança no trabalho

Legislação moçambicana e sua ligação com as normas internacionais de higiene e segurança no


trabalho, o trabalhador tem direito a ter condições adequadas para desempenhar as suas funções.
Essas medidas que garantem a saúde, higiene e segurança no trabalho, visam diminuir a
sinistralidade, as incapacidades criadas pelos acidentes de trabalho e os dias de trabalho perdidos,
que têm custos para a empresa e para o funcionário.
Segundo o artigo 281.º do Código de Trabalho, todos os trabalhadores têm direito à prestação de
trabalho em condições de segurança, higiene e saúde, e cabe ao empregador assegurar estas
condições em todos os aspetos relacionados com o trabalho, aplicando as medidas necessárias tendo
em conta os princípios gerais de prevenção previstos na lei. Mas aos trabalhadores cabe também
cumprir as prescrições de saúde, higiene e segurança no trabalho estabelecidas legalmente ou
determinadas pelo empregador.

1.1. Objectivos de trabalho


1.1.1. Objectivo Geral

 Compreender sobre legislação Moçambicana e sua ligação com as normas internacionais de


higiene e segurança no trabalho.

1.1.2. Objectivos Específicos

 Explicar sobre a legislação Moçambicana


 Explanar sobre a legislação Moçambicana e sua ligação com as normas internacionais
 Esclarecer sobre a legislação Moçambicana e sua ligação com as normas internacionais de
higiene e segurança no trabalho.
2. Legislação moçambicana

Legislação moçambicana e sua ligação com as normas internacionais de higiene e segurança no


trabalho, o trabalhador tem direito a ter condições adequadas para desempenhar as suas funções.
Essas medidas que garantem a saúde, higiene e segurança no trabalho, visam diminuir a
sinistralidade, as incapacidades criadas pelos acidentes de trabalho e os dias de trabalho perdidos,
que têm custos para a empresa e para o funcionário.

2.1. Artigo 281.º do Código de Trabalho

Segundo o artigo 281.º do Código de Trabalho, todos os trabalhadores têm direito à prestação de
trabalho em condições de segurança, higiene e saúde, e cabe ao empregador assegurar estas
condições em todos os aspetos relacionados com o trabalho, aplicando as medidas necessárias tendo
em conta os princípios gerais de prevenção previstos na lei. Mas aos trabalhadores cabe também
cumprir as prescrições de saúde, higiene e segurança no trabalho estabelecidas legalmente ou
determinadas pelo empregador.

2.1.1. Saúde, higiene e segurança no trabalho

2.1.2. Obrigações dos trabalhadores

A Lei n.º 102/2009 de 10 de Setembro determina o regime jurídico da promoção e prevenção da


segurança e saúde no trabalho previsto no Código do Trabalho.
De acordo com a legislação, o trabalhador tem direito à prestação de trabalho em condições que
respeitem a sua saúde, higiene e segurança asseguradas pelo empregador ou, nas situações
identificadas na lei, pela pessoa, individual ou coletiva, que detenha a gestão das instalações em que
a atividade é desenvolvida.

2.1.3. Obrigações do empregador

O artigo 15.º determina as obrigações dos empregadores, que são as seguintes:


a) Assegurar ao trabalhador condições segurança e de saúde em todos os aspetos do seu
trabalho
b) Identificar os riscos previsíveis em todas as atividades da empresa, estabelecimento ou
serviço, na concepção ou construção de instalações, de locais e processos de trabalho, assim
como na seleção de equipamentos, substâncias e produtos, com vista à eliminação dos
mesmos ou à redução dos seus efeitos;
c) Integrar a avaliação dos riscos para a segurança e a saúde do trabalhador no conjunto das
atividades da empresa, estabelecimento ou serviço, devendo adoptar as medidas adequadas
de proteção;
d) Combater os riscos na origem, por forma a eliminar ou reduzir a exposição e aumentar os
níveis de proteção;
e) Assegurar, nos locais de trabalho, que as exposições aos agentes químicos, físicos e
biológicos e aos fatores de risco psicossociais não constituem risco para a segurança e saúde
do trabalhador;
f) Adaptar o trabalho ao homem, especialmente no que se refere à concepção dos postos de
trabalho, à escolha de equipamentos e métodos de trabalho e produção, com vista a atenuar
o trabalho monótono e o trabalho repetitivo e reduzir os riscos psicossociais;
g) Adaptar-se ao estado de evolução da técnica, bem como a novas formas de organização do
trabalho;
h) Substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso;
i) Priorizar as medidas de proteção coletiva em relação às medidas de proteção individual;
j) Elaborar e divulgar instruções compreensíveis e adequadas à atividade desenvolvida pelo
trabalhador;
k) Implementar as medidas de prevenção correspondentes ao resultado das avaliações dos
riscos associados às várias fases do processo produtivo, incluindo as atividades
preparatórias, de manutenção e reparação, de modo a obter níveis eficazes de proteção;
l) Sempre que confiar tarefas a um trabalhador, considerar os seus conhecimentos e aptidões
em matéria de segurança e de saúde no trabalho, fornecendo as informações e a formação
necessárias ao desenvolvimento da atividade em condições adequadas;
m) Permitir o acesso a zonas de risco elevado apenas ao trabalhador com aptidão e formação
adequadas, pelo tempo mínimo necessário;
n) Adoptar medidas e dar instruções que permitam ao trabalhador, em caso de perigo grave e
iminente que não possa ser tecnicamente evitado, cessar a sua atividade ou afastar-se
imediatamente do local, sem que possa retomar a atividade enquanto persistir esse perigo;
o) Organizar os meios de prevenção, tendo em conta não só o trabalhador como também
terceiros susceptíveis de serem abrangidos pelos riscos da realização dos trabalhos, quer nas
instalações quer no exterior;
p) Assegurar a vigilância da saúde do trabalhador em função dos riscos a que estiver
potencialmente exposto no local de trabalho;
q) Estabelecer em matéria de primeiros socorros, de combate a incêndios e de evacuação as
medidas que devem ser adotadas e identificar os trabalhadores responsáveis pela sua
aplicação, bem como assegurar os contatos necessários com as entidades externas
competentes para realizar aquelas operações e as de emergência médica;
r) Organizar os serviços adequados, internos ou externos à empresa, estabelecimento ou
serviço, mobilizando os meios necessários, nomeadamente nos domínios das atividades
técnicas de prevenção, da formação e da informação, bem como o equipamento de proteção
que se torne necessário utilizar.
s) Observar as prescrições legais ou convencionais de segurança e de saúde no trabalho
estabelecidas para serem aplicadas na empresa, estabelecimento ou serviço;
t) Suportar os encargos com a organização e o funcionamento do serviço de segurança e de
saúde no trabalho e demais medidas de prevenção, incluindo exames, avaliações de
exposições, testes e outras ações dos riscos profissionais e vigilância da saúde, sem impor
aos trabalhadores quaisquer encargos financeiros.
O não cumprimento destas obrigações constitui uma contra-ordenação muito grave e o empregador
cuja conduta tiver contribuído para originar uma situação de perigo incorre em responsabilidade
civil, explica a lei.

2.1.4. Obrigações do trabalhador

Já o artigo 17.º da mesma legislação estipula as obrigações do trabalhador nesta matéria.


É sua responsabilidade:
Cumprir as prescrições de segurança e de saúde no trabalho estabelecidas nas disposições legais e
em instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho, bem como as instruções determinadas
com esse fim pelo empregador;
Zelar pela sua segurança e pela sua saúde, bem como pela segurança e pela saúde das outras pessoas
que possam ser afetadas pelas suas ações ou omissões no trabalho, sobretudo quando exerça
funções de chefia ou coordenação, em relação aos serviços sob o seu enquadramento hierárquico e
técnico. O não cumprimento deste item constitui uma contra-ordenação muito grave;
Utilizar corretamente e de acordo com as instruções transmitidas pelo empregador, máquinas,
aparelhos, instrumentos, substâncias perigosas e outros equipamentos e meios postos à sua
disposição, designadamente os equipamentos de proteção colectiva e individual, bem como cumprir
os procedimentos de trabalho estabelecidos;
Cooperar ativamente na empresa, no estabelecimento ou no serviço para a melhoria do sistema de
segurança e de saúde no trabalho, tomando conhecimento da informação prestada pelo empregador
e comparecendo às consultas e aos exames determinados pelo médico do trabalho;
Comunicar imediatamente ao superior hierárquico ou, não sendo possível, ao trabalhador designado
para o desempenho de funções específicas nos domínios da segurança e saúde no local de trabalho
as avarias e deficiências por si detectadas que se lhe afigurem suscetíveis de originarem perigo
grave e iminente, assim como qualquer defeito verificado nos sistemas de proteção;
Em caso de perigo grave e iminente, adotar as medidas e instruções previamente estabelecidas para
tal situação, sem prejuízo do dever de contactar, logo que possível, com o superior hierárquico ou
com os trabalhadores que desempenham funções específicas nos domínios da segurança e saúde no
local de trabalho.
Segundo a lei, o trabalhador não pode ser prejudicado por se ter afastado do seu posto de trabalho
ou de uma área perigosa, em caso de perigo grave e iminente, nem por ter adotado medidas para a
sua própria segurança ou para a segurança de outra pessoa. Por outro lado, um trabalhador que
tenha sido responsável por criar uma situação de perigo incorre em responsabilidade disciplinar e
civil.
Os trabalhadores têm direito a receber formação adequada sobre higiene e segurança e saúde no
trabalho, tendo em conta o posto de trabalho e o exercício de atividades de risco elevado, que deve
ser assegurada pelo empregador.

2.1.5. Contexto internacional

O princípio constitucional da OIT sobre a proteção da segurança e da saúde dos trabalhadores foi
fortemente reafirmado em junho de 2022, quando a Conferência Internacional do Trabalho (ILC),
na sua 110.ª Sessão, aprovou a Resolução sobre a inclusão de” um ambiente de trabalho seguro e
saudável” no quadro de princípios e direitos fundamentais da OIT no trabalho. Esta decisão
histórica, expressa e apoiada pelos constituintes tripartidos da OIT (governos e organizações de
empregadores e de trabalhadores), revela um renovado compromisso coletivo com a proteção da
vida e da saúde no trabalho.
No contexto do Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho de 2023, celebrando o
reconhecimento de um “ambiente de trabalho seguro e saudável” como princípio e direito
fundamental no trabalho, o Relatório Ambientes de trabalho seguros e saudáveis: Em que ponto
estamos? Apresenta o estado global da implementação de algumas das principais disposições
contidas nas Convenções fundamentais (N.º 155) e (N.º187).

Resolução reconhece a Convenção (n.º 155) sobre Segurança e Saúde dos trabalhadores, de 1981 e
a Convenção (n.º 187), sobre o Quadro Promocional da Segurança e Saúde no Trabalho, de 2006
como convenções fundamentais, que encarnam a quinta categoria de princípios e direitos
fundamentais no trabalho.
Todos os Estados membros, mesmo que não tenham ratificado estas duas convenções fundamentais
em matéria de segurança e saúde no trabalho (SST), têm agora o dever solene, decorrente do facto
de pertencer à Organização, de respeitar, promover e concretizar, de boa-fé e de acordo com a
Constituição, os princípios relativos aos direitos fundamentais que são objeto dessas convenções,
incluindo, o direito a um ambiente de trabalho seguro e saudável.
O preâmbulo da Constituição da OIT é muito claro quando identifica como elemento fundamental
da justiça social “a proteção dos trabalhadores contra doenças gerais ou profissionais e contra
acidentes de trabalho”. A obrigação da Organização em promover condições de trabalho seguras foi
reafirmada na Declaração de Filadélfia de 1944 e novamente com a Declaração de 2008 sobre
Justiça Social para uma Globalização Justa, que as reconhece como elementos chave da Agenda
para o

2.1.6. Trabalho Digno

O reconhecimento internacional reforçou-se com a adoção da agenda 2030 para o desenvolvimento


sustentável, adotada em 2015. Com o ODS 8 relativo ao trabalho digno e crescimento económico a
comunidade internacional compromete-se a proteger os direitos laborais e a promover ambientes de
trabalho seguros e protegidos para todos os trabalhadores e trabalhadoras, incluindo migrantes.
Esta preocupação global com esta área faz todo o sentido! Basta olharmos para os números para
termos uma noção da tragédia:
De acordo com as estatísticas da OIT, a cada 15 segundos, morre um/a trabalhador/a em virtude de
um acidente de trabalhado ou de doença relacionada com a sua atividade profissional. Ou seja, 6300
mortes por dia num total de 2.3 milhões de mortes por ano.
313 Milhões de trabalhadores e trabalhadoras sofrem lesões profissionais não fatais todos os anos,
ou seja, 860.000 pessoas feridas no trabalho todos os dias.
É entendimento da OIT que a única forma eficaz de fazer face a novos e antigos riscos passa pelo
enquadramento dos dispositivos legais e das atividades numa forte cultura de segurança.
3. Conclusão

Após a pesquisa desencadeada por mim e que culminou com a realização deste trabalho conclui que:
Legislação moçambicana e sua ligação com as normas internacionais de higiene e segurança no
trabalho, o trabalhador tem direito a ter condições adequadas para desempenhar as suas funções.
Essas medidas que garantem a saúde, higiene e segurança no trabalho, visam diminuir a
sinistralidade, as incapacidades criadas pelos acidentes de trabalho e os dias de trabalho perdidos,
que têm custos para a empresa e para o funcionário.
Segundo o artigo 281.º do Código de Trabalho, todos os trabalhadores têm direito à prestação de
trabalho em condições de segurança, higiene e saúde, e cabe ao empregador assegurar estas
condições em todos os aspetos relacionados com o trabalho, aplicando as medidas necessárias tendo
em conta os princípios gerais de prevenção previstos na lei. Mas aos trabalhadores cabe também
cumprir as prescrições de saúde, higiene e segurança no trabalho estabelecidas legalmente ou
determinadas pelo empregador.
Referências Bibliográficas

Código Civil. anot J Rodrigues Bastos. Coimbra. Almeida, 2009.

Código do trabalho/Moçambique. Maputo: Escolar 2011.

Constituição da Republica de Moçambique. Maputo: Escolar, D. L. 2009

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