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Aula de Farmacologia: Un.

5 Farmacocinética 1, 2, 3, 4 – Prof Groppo


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 Farmacologia:
-É o ramo da ciência da saúde que estuda as características, efeitos, ações e uso de
drogas e suas interações com organismos vivos;

O que é droga:
-Substâncias químicas com capacidade de produzir modificações no organismo vivo em
níveis genético, morfológico, fisiológico, bioquímico, e psicológico...

Fármaco:
-Droga com ação terapêutica;

Medicamento:
-Fármaco tecnicamente elaborado com finalidade profilática, curativa, paliativa ou
para diagnóstico (produto farmacêutico);

Tóxico:
-Droga que pode causar enfermidade, lesões ou alterar as funções físicas ou psíquicas
do organismo;

Veneno ou peçonha:
-Tóxicos de origem vegetal ou animal;

Fármacos NÃO causam novas funções no organismo, apenas modificam aquelas que
já existem, usualmente de forma temporária;
Organismos  Fármaco

Farmacocinética: -Metabolização;
-Vias de administração; -Eliminação;
-Absorção; Farmacodinâmica:
-Distribuição; -Local de ação;
-Relação dose-resposta; -Efeitos;
-Mecanismo de ação;

 Farmacocinética:
-Estuda o movimento das drogas pelo organismo OU estudo dos processos de
administração, absorção, distribuição, metabolização e excreção de drogas pelo
corpo humano;

Vias de administração:
-Oral, sublingual, retal, inalatória, ocular, otológica, tópica;
-Intravenosa, intramuscular, intra-arterial, subcutânea, intradérmica, intraperitoneal,
intratectal, intracardíaca, intraóssea;

Forma livre: está na forma para ser metabolizada imediatamente;


Forma ligada: a droga está liada a uma proteína; isso dificulta sua metabolização;

 Vias de administração:
-Locais ou métodos de introdução do fármaco no organismo;
-Ideal aplicação direta no local;
-Influência e velocidade, a extensão da absorção e o efeito do fármaco;

Ao escolher a via deve-se levar em conta:


1-Tipo de efeito (sistêmico ou local);
2-Velocidade desejada do efeito;
3-Natureza do fármaco (hidro ou lipossolúvel);

Principais vias de administração:


1)Digestória (absorvida pelo estômago);
2)Parenterais (atravessa paredes-tecidos)
3)Tópica (pomada);

-A metabolização, excreção e absorção acontecem simultaneamente, o que ocorre é


a predominância de um desses três fatores;
-A via de administração influencia nisso;
-Usar mais de uma estratégia é importante para tratar; (dor intensa – administração
intramuscular que age mais rápida, porém seu efeito é curto / para o pós-operatório, a
administração via oral é para que o fármaco aja por mais tempo);

 Vias digestória – do TGD:


-Via digestória: bastantes vasos nas estruturas desse sistema; grande área de absorção
do TGD;
-Sublingual: age muito mais rápido, há muitos vasos que absorvem rapidamente a
droga; média 30s para dipirona;
-Vasos sublinguais e uma parte dos vasos do reto não possuem ligação direta e imediata
com o fígado;

 Efeito de primeira passagem na via oral:


-É a metabolização das drogas no fígado antes da distribuição ao organismo; primeiro é
processada no fígado e depois vai circular de forma sistêmica;
-Isso significa que parte do fármaco é metabolizado, no fígado, antes de chegar
à circulação sistêmica;
-Consequência:
-Perda de parte da droga pelo metabolismo;
-Diminui o efeito;
-Quantidade que chega à circulação sistêmica pode ser consideravelmente menor do que
a absorvida.
-Reduz biodisponibilidade do fármaco mesmo quando ele é bem absorvido no intestino
-Além do fígado pode acontecer no estômago, intestino e vasos mesentéricos;

 Ciclo êntero-hepático:
-Este ciclo representa uma trajetória cíclica do fármaco no organismo entre o trato
gastrointestinal (TGI) e fígado, em que o fármaco absorvido pelo TGI ganha o fígado e,
depois, volta ao intestino completando este ciclo.

1)Ingestão por via oral;


2)Absorção no intestino;
3)Chegam pela veia porta e são conjugados;
4)Produtos são hirofílicos e podem passar para a bile;
5)Podem retornar ao intestino via bile;
6)Os conjugados não atravessam o epitélio intestinal;
7)São hidrolisados por bactérias do colo;
8)Fármaco é liberado e reabsorvido
Conjugados passam também para o sangue:
-Depende da massa molecular: <300 Daltons sangue;
-No sangue: são filtraados nos rins e excretados;
 Drogas com cargas não atravessam membranas e, portanto, não atravessam os
tecidos do TGD – estômago;
-Essas drogas devem estar SEM CARGAS para serem absorvidas em qualquer tecido
do corpo;

 Estômago:
-No estômago para drogas ácidas não há ionização ácido em ácido NÃO IONIZA e,
portanto, não adquire carga atravessa o estômago!!
A) Drogas com caráter ácido (pKa 2 a 7) serão absorvidas;
-Drogas com caráter alcalino (pKa ~8) será absorvido MUITO POUCO;
-As drogas serão absorvidas, porém a quantidade varia de acordo com o caráter ácido-
base da molécula;
B) Pequena área de absorção;

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...continuação
C) Muco protetor  barreira – proteger a superfície da mucosa estomacal contra os
próprios ácidos;
D) Sofre efeito de primeira passagem;
E) Alimento  retarda velocidade de passagem para o intestino;

 Intestino delgado:
a) pH muito variável (3 - 8 pH);
b) Grande área de absorção (6 a 9 m);
c) Superfície +/- 200 m2 (intestino delgado);
d) Ciclo êntero-hepático;
e) Efeito de primeira passagem;

 Vantagens da via oral:


a) Conveniente, econômica e segura (diferente de aplicar intravenosa que precisaria de
uma seringa);
b) Administração diárias e/ou por longo período;
c) Autoadministração; (é diferente de automedicação);

 Desvantagens:
a) Efeito de 1º passagem pelo fígado (metabolização);
b) Velocidade de esvaziamento gastrintestinais variável;
c) pH do meio variável;
d) Presença de alimento atrapalha;
e) Crianças (não-independência, abuso, acidentes);
f) Ação irritante, enzimas digestivas, sabor desagradável;
g) Trismo (travamento da boca), vômito, diarreia e inconsciência;
h) Automedicação;
 Sub-lingual:
-Base da língua e parede interna da mucosa jugal;
-Não apresenta efeito de 1º passagem;
-Tem poucas formulações disponíveis;
 Via retal:
Vantagens:
-Não apresenta efeito de 1° passagem;
-Via oral impedida, inconsciência;
Desvantagens:
-Incapacidade de retenção no TGI (Diarreia);
-Absorção irregular e incompleta;
-Irritação anal.

 Vias parenterais;
1) Intravenosa/endovenosa;
2)Intramuscular;
3) Intra-arterial;
4)Sub-cutânea;
5)Sub-mucosa;
6) Intradérmica;
7)Intraperitoneal;
8)Intratectal;
9) Intracardíaca;
10) Intra-óssea;

 Via subcutânea:
Vantagens:
-Absorção lenta;
-Ação prolongada
Desvantagens:
-Irritação, dor;
-Aceita somente pequenos volumes (até 3ml);
-Uso em odontologia em casos de urgências;

 Via intramuscular:
-Na impossibilidade de uso oral;
-Não sofre interferência de fatores que influenciam a absorção no TGI;
-Única barreira é o endotélio capilar;
-Maior fluxo sanguíneo  maior velocidade de absorção;
-Exercício aumenta absorção;
-Torniquetes ou gelo retardam absorção;
Vantagens:
-Absorção imediata;
-Efeito muito rápido;
-Preparações de depósito;
Desvantagens:
-Não serve para grandes volumes (máx. 5mL e 2mL no deltoide);
-Irritações, acidentes;
-Parestesia, introdução em vasos;
-Abscessos estéries;

 Via endovenosa:
-Aplicação usualmente em membros superiores;
-Evitar articulações;
-Face anterior do antebraço;
Indicações:
-Quando o efeito imediato é necessário;
-Administração de grandes volumes e sustâncias irritantes;
Desvantagens:
-Reações anafiláticas, embolia, irritação do endotélio;
-Superdosagem relativa, bacteremia;
-Custos, profissional capacitado;

 Via tópica:
-Derme;
-Mucosa vaginal e uretra;
-Mucosa nasal;
-Mucosa orofaringe;
-Ouvido;
-Conjuntivas;
Vantagens:
-Fácil absorção em mucosas;
-Efeitos locais e sistêmicos;
Desvantagens:
-Pele integral X lesão;
-Níveis sanguíneos instáveis.

 Trato respiratório:
-Mucosa nasal;
-Mucosa traqueal e brônquica;
-Alvéolos pulmonares;
Nasal: para vasoconstritores (coriza);
Pulmonar:
-Inalatórios;
-Aerossóis e fumaça;
Vantagens:
-Absorção rápida;
Desvantagens:
-Difícil estabelecer dose adequada;
-Irritação local;
 Absorção:
-Local administração  corrente sanguínea (obedece às leis de difusão – a favor do
gradiente de concentração equilíbrio entre os dois lados da membrana);

Membrana celular:
-Espessura aproximada de 100nm;
-Folheto biomolecular de lipídeos permeado por proteínas;
 Mecanismos:
-Difusão através dos lipídeos;
-Difusão através dos “poros”;
-Através de transportadores;
-Por endocitose;
Passiva:
-Sem gasto de energia;
-Coeficiente de partição lipídeo/água;
-Tamanho da molécula;
-pKa da droga;
Facilitada:
-Carregadores;
-A favor do gradiente de concentração;
Ativo:
-Gasto de energia;
-Contra gradiente de concentração;
Endocitose:
-Absorção de compostos de alto peso molecular;
-Fagocitose e exocitose;

 Difusão:
-HCl atravesse a membrana pois não tem carga; está neutralizado;
-H+: não atravessa a membrana;
-Cl-: não atravessa a membrana;

-Só atravessa se for neutro;


-Ácido fraco ou base fraca NÃO ATRAVESSAM;
-Sal atravessa a membrana (par de íons – íons estão neutralizados - NaCl)

 Difusão passiva pela membrana:


-De onde tem MAIS  MENOS;
-Diferença de concentração;
-A substancia deve ter o caráter lipossolúvel;
-Atinge o equilíbrio;

 Ácidos e bases:
-A Aspirina por ter pKa baixo de 3,4 será bem absorvida no estômago pois seu pH é
baixo;
-A Codeína por ter pKa alto de 7,9 será ruim de ser absorvida no estômago pois o seu
pH é baixo, entretando terá uma ótima absorção no intestino pois seu pH é alto ~8,0pH;
-No intestino, mesmo para substância ácidas, tem relativa taxa de absorção alta, pois
possui grande área de absorção.

-Em jejum a absorção das drogas são melhores pois o ambiente fica mais ácido.

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...continuação
Anestésico: no tecido
-Impede o impulso nervoso através do fechamento de canais de sódio;
-O pH interfere na quantidade de molécula de anestésico será absorvida;
Anestésico locais e inflamação.
-Inflamação  baixo pH pouca molécula de anestésico entra (não age);
-Em inflamação, o anestésico não age bloqueando o canal de sódio;
-O pH afeta a quantidade de moléculas protonadas e não protonadas;

-Ácido em meio ácido não dissocia então não adquiri carga e passa pela membrana mais
facilmente;
-A Aspirina possui 45% de absorção no estômago pois sua área de absorção é pequena;

 Coeficiente de partição lipídio/água:

-Quanto maior a capacidade da droga de se espalhar pelo lipídio, maior o coeficiente /


quanto mais lipofílico é a droga, maior o coeficiente;
-Quanto maior a capacidade da droga de espalhar na água, menor/pior o coeficiente
-Menos hidroxila, mais é lipofílico;
-Lipofílico: maior absorção;

 Barreira hidrofílica:
-Sobre a membrana repousa uma espécie de “limbo” formado de água;
-A droga também deve ter uma capacidade hidrofílica, ou seja, precisa ter um pouco de
afinidade pela água para atravessar a barreira hidrofílica do estomago;
-E ainda ser lipofílico;

-A molécula deve ter duas características: parte hidrofílica e para lipofílica;


-Tem que se misturar em água e ao mesmo tempo características lipofílica para
atravessar a membrana;

 Coeficiente de partição lipídio/água:

-O tamanho da molécula também influencia: quanto MAIOR O FÁRMACO, MENOR


capacidade de atravessar a membrana.
 Tamanho da molécula

-Molécula maior: maior dificuldade de travessar;


-Molécula menor: menor dificuldade de atravessar;
-Coeficiente de partição: maior  atravessa mais;

 Barreiras externas do organismo:

 Barreiras sangue-tecido:
-Para penetrar no SNC deve ter característica lipofílica; por conta da característica do
cérebro (gordura);

Via de administração: local onde a droga deve chegar;


Absorção: do local onde ela chegou para o sangue;

 Distribuição:
Movimento de fármacos pelo corpo APÓS a absorção;
Dependem de fatores tais como:
-Propriedades físico-químicas da droga - para circular e entrar na célula alvo;
-Débito cardíaco e fluxo sanguíneo;
-Ligação às proteínas plasmáticas;
-Reservatórios teciduais;
Uma vez administrada, a droga chegará de forma desigual as regiões do corpo. A
droga chegará em maior quantidade de forma mais rápida em órgãos que são mais
perfundidos – com maior quantidade de sangue:
Órgãos que as drogas possuem mais penetrabilidade – maior quantidade de sangue;
-Fígado, cérebro, coração, pulmão e rins

A distribuição das drogas é sempre desigual pelo organismo:


Volume de distribuição:

-Volume de distribuição para atingir o plasma: 3 litros.


-Volume de distribuição para atingir o líquido extracelular: 15 litros.
-Volume de distribuição para atingir o líquido intracelular: 28 litros.
A maior parte dos fármacos atuam via receptor na membrana, não precisam entrar
dentro da célula! Portanto, ficam no líquido intersticial.

25/10 – Farmacocinética 4

 Distribuição:
A droga sai do vaso para o interstício por diferença de concentração (gradiente de
concentração);
Outros fatores também determinam essa passagem:
-pH e pressão osmótica.
A droga que se deposita em gordura, o tempo de duração é maior.
Diluição inicial pelo volume plasmático;
Equilíbrio com o líquido intersticial droga livre;
Maior perfusão maior saturação tecidual da droga;

Penetração na célula:
-pH extracelular – 7,4 (+alcalino);
-pH intracelular – 7,0;
-Barbituricos (ácido fraco) – fora da célula;
-Morfina (base fraca) – dentro da célula;
-Depende do equilíbrio acidobásico;

 Volume de distribuição (Vd):


Volume real certa de 43L;
Volume aparente (Vd);
-Indica a difusão pelos tecidos;
-É o volume no qual a droga teria que se dissolver no líquido intracelular e extracelular
para atingir a mesma concentração que encontra no plasma; a concentração teria que ser
a mesma entre esses 3 compartimentos.
-Exemplo:

-Nesse caso maior parte da droga está dentro da célula.

Quanto maior a ligação tecidual, maior será o Vd;


Vd varia dependendo do tipo de droga e do paciente;
-Quanto maior o Vd indica que o fármaco entra para dentro da célula  mata o parasita
intracelular; a ciprofloxacina seria o antibiótico mais indicado.

 Ligação plasmática:
Drogas livres (não ligadas às proteínas) são biologicamente ativas;
As proteínas do plasma permitem ligação química;
Obedece à lei de ação das massas;
Droga + proteínas  complexo DP

A ligação às proteínas plasmática:


-EFEITO DURADOURO
-Funcionam como reservatórios da droga
-Impede a ação de fármacos;
-Fica inerte;
-Limita o transporte
-Impede o metabolismo;
-A proteína vai liberando aos poucos a droga a medida em que as livres vão sendo
metabolizadas;
-Droga ligada à proteína é considerada INERTE!! Como ela não existisse!!

Grau de ligação proteica depende de:


-Afinidade entre droga e proteínas;
-Concentração sanguínea da droga;
-Concentração sanguínea das proteínas.

 Proteínas:

 Albumina;
-Cerca de 200 grupos funcionais para ligação a várias substâncias concomitantemente;
-Liga substâncias com caráter ácido.
-A mais importante proteína, no que concerne à ligação a fármacos, é a
albumina, que liga muitos ácidos e um número menor de fármacos básicos
-A eficácia de uma droga é afetada pelo grau em que ela se liga
a proteínas no plasma sanguíneo. Quanto menos ligante
a droga for, mais eficientemente ela pode transpor as membranas celular
ou se difundir. As proteínas em que as drogas mais se ligam são a albumina,
lipoproteína, glicoproteína e globulinas α, ß‚ e γ.

 Outras:
Alfa1-glicoproteínas BASES;
Proteína que os corticoides se ligam Transcortina;
Outras globulinas e lipoproteínas.

-Competição pelos mesmos sítios aumento da fração livre de um ou dos dois


fármacos;
-O fármaco que possui uma maior afinidade pela proteína potencializa o efeito daquele
outro fármaco que foi deslocado para ficar de forma livre efeito maior – perde efeito
mais rápido.

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