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PÓS-GRADUAÇÃO EM
GESTÃO DE PESSOAS:
CARREIRAS, LIDERANÇA
E COACHING
SUMÁRIO
5. Questão de Pesquisa 13
6. Objetivo do Estudo 14
7. Referencial teórico utilizado 15
8. Método de coleta de dados 17
9. Descrição do Caso 18
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Pós-graduação em Gestão de Pessoas: Carreiras, Liderança e Coaching
ESTUDO DE CASO
1.
ESTUDO DE CASO
2.
DO ESTUDO
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Pós-graduação em Gestão de Pessoas: Carreiras, Liderança e Coaching
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Pós-graduação em Gestão de Pessoas: Carreiras, Liderança e Coaching
3.
ESCOLHA DO TEMA
O estudo sobre desigualdade racial, parte da identificação do racismo
estrutural instaurado no Brasil desde antes à abolição da escravatura em 1888.
Desde então, um projeto invisível de apagamento da história negra no país, recai
sobre as pessoas pretas que aqui nascem. Nota-se que mesmo com todas as
políticas públicas e ações afirmativas no campo da educação, mais negros estão
inseridos nos cursos de graduação e pós-graduação por todo o Brasil, porém
esses números não se refletem na acessão profissional dentro das empresas.
Diante da crescente discussão sobre representatividade, responsabilidade
e impacto social das empresas na sociedade; sobre o real papel das empresas
nas transformações sociais, aparece o questionamento do que as empresas têm
feito de concreto na promoção da diversidade. Mais do que promover
campanhas de marketing, em datas significativas, como o mês do orgulho
LGBTQIA+; Dia do Índio; Dia da Consciência Negra; ou quando algum caso
negativo repercute na marca; muito tem se perguntando quais são efetivamente
as ações das grandes empresas, na busca da diminuição das desigualdades
existentes nos seus quadros funcionais.
Ante os questionamentos dos Movimentos Negros, do movimento Black
Lives Matter, intensificado pelas manifestações ocorridas durante o último ano
de 2020, em todo o mundo, consumidores de todos os seguimentos passaram
questionar com mais afinco, quais são os posicionamentos que as marcas que
consomem têm, diante de crimes como racismo e casos de discriminação, e
quando essas respostas não vêm, o próximo passo é o boicote social e físico à
essas marcas. As empresas, agora mais do que antes, precisam se posicionar,
precisam apresentar os resultados das ações que vem tomando para deixar
seus ambientes cada vez mais diversos, representando assim alinhamento com
essa mudança social, exigida pela sociedade civil.
Esse tema que é de grande importância atualmente, ainda possui pouco
destaque, visto que os estudos relacionados a gênero, pouco incluem a temática
raça; pois mesmo com tanto destaque na mídia, o processo de exclusão
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histórico vivido pelo povo negro, faz com que esse recorte tenha pouca
visibilidade nos estudos feitos. Essa exclusão, até hoje faz com que mulheres
negras, mesmo qualificadas, não consigam ascender profissionalmente e
ocupem cargos de liderança. Dos mais de 200 milhões de brasileiros, 54,9% se
autodeclararam pretos e pardos (agrupados no grupo: negros) (IBGE, 2013),
sendo que apenas 4,7% dos executivos são negros e 0,4% desse total
representam as mulheres negras (INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E
RESPONSABILIDADE SOCIAL, 2016). As mulheres são as que mais estudam,
sendo as mulheres negras as que se inserem no mercado de trabalho mais
precocemente; ainda sim, são elas que seguem em posto de subempregos, e
com ascensão bem inferiores aos homens em geral.
De acordo com um estudo a consultoria McKinsey & Company (2018),
empresas que tinham suas diretorias diversas, possuíam 33% mais chance de
serem mais lucrativas, superando seus pares do setor em termos de
lucratividade. Ainda de acordo com o relatório, empresas mais diversas
conseguem atrair os melhores talentos, aumentam a satisfação dos
funcionários, o seu foco no cliente e melhoram a tomada de decisões. Logo,
cada vez mais, fica comprovado que investir em diversidade através de novos
programas de estágios, trainees, mentorias, entre outros, além de ser benéfico
para as empresas; contribui para começar a corrigir essa desproporção entre o
número de negros em cargos operacionais versus o número de negros em
cargos de maior destaque nessas grandes empresas.
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4.
SER ESTUDADO
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5.
PESQUISA
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6.
ESTUDO
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7.
UTILIZADO
Uma das autoras que serão utilizados como referencial nesse trabalho, é
Maria Aparecida Bento, psicóloga e diretora do Centro de Estudos das Relações
de Trabalho e Desigualdades (CEERT), atua na redução das desigualdades
raciais e de gênero no ambiente de trabalho. Seu trabalho mostra quais ações
trouxeram as mulheres negras a posição de desvalorização no mercado de
trabalho; e mostra como as empresas podem assumir compromissos para
mudar esse quadro.
Outra referência que será bastante utilizada nesse trabalho, é o IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), e o IPEA (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada), ambos órgãos ligados ao governo federal que trazem
dados e estudos relacionados a população; onde é possível levantar dados
apenas de uma parcela da população como é o caso desse estudo. Também
será usado o estudo da consultoria McKinsey & Company, amplamente usado
para entender como a diversidade pode ser usada como melhora na
performance das empresas.
A publicação de 2016, do INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E
RESPONSABILIDADE SOCIAL, também servirá de referencial, visto que é o
único estudo realizado no Brasil, que unifica informações de quinhentas grandes
empresas acerca do que estava sendo feito no campo das ações afirmativas. O
estudo tem colaboração do CEERT, e de Maria Aparecida Bento.
Outro autor que também será utilizado é Idalberto Chiavenato,
considerado um dos maiores autores de Administração e Recursos Humanos
na América Latina. Seu estudo sobre RH, mostra como as empresas se
estruturaram nas décadas passadas, e servirá para entender como alguns
modelos de gestão precisam ser revistos.
Por fim outra autora que será citada nesse trabalho, é Sueli Carneiro,
filosofa, ativista e escritora e fundadora do Instituto mulher Negra, Geledés. Sueli
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8.
DE DADOS
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9.
CASO
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pequenas lojas e negócios digitais. A última edição contou com 3.700 alunos de
todo o Brasil, em comparação com os 50 alunos da primeira edição; desses mais
de três mil alunos, cerca de 760 foram qualificados no exame da plataforma,
todos negros, o que corresponde a 10% de profissionais certificados na
ferramenta em todo o Brasil.
Outro programa do grupo, que hoje se tornou uma prática da empresa, é
o projeto Dandara, que a oferta bolsas de estudo em inglês para jovens negros
profissionais. Mesmo com o programa de oferta de bolsas, a realidade dos
jovens negros que tem acesso a língua estrangeira no país, ainda é bem baixa.
O comitê então, participou da criação de um novo programa de estágio na
empresa, que extinguiu o inglês como pré-requisito aos estudantes negros. O
programa chamado Next Step, possui atualmente vinte e um estagiários, que a
partir dessa ação, ingressaram na empresa.
O projeto A voz e a vez, foi feito em parceria com o Instituto Feira Preta, e
discutiu a diversidade na indústria publicitária. O evento reuniu 139 participantes
de 87 empresas, associações, grupos comunitários e agências de publicidade
(FORBES, 2020). O Google também, tem estudado e implementado a
diversidade em suas campanhas publicitárias, principalmente na inclusão de
mulheres negras, como protagonistas dessas campanhas, levando vidas
normais ou resolvendo questões da vida cotidiana.
Já a iniciativa WomenWill, teve uma edição especial, co-liderada pelo
comitê. Esse programa que é um treinamento de mulheres em habilidades
digitais, liderado pela área de marketing. Os AfroGooglers, também se
dedicaram a uma iniciativa em que o objetivo era a criação de novas
oportunidade e habilidades para jovens negros no meio publicitário entre 2015
e 2018. Hoje esse programa foi absorvido pelo programa Cresça com o Google,
assim como o WomenWill.
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CASO
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Extraído de: Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, IBGE, 2019.
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Extraído de: Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, IBGE, 2019.
A maioria da força de trabalho brasileira, é construída de negros (pretos e
pardos), segundo o IBGE (2019), em 2018 esse numerou chegou a ser de 57,7
milhões de pessoas, o que representava 25,2% a mais que a população branca
que era de 46,1 milhões de pessoas. Mesmo com esse alto número, as taxas
de subutilização e desocupação, também são altas entrega pessoas negras,
sendo 18,55% e 49,57% respectivamente. Também é alta a taxa de
trabalhadores informais, sem carteira assinada, sendo quem 2018, eram 47,3%
contra os 34,6% da população branca. Esses números não apresentam
mudanças significativas quando aplicados o recorte de escolaridade e de gênero
ou de localidade.
Em 2018, o rendimento médio mensal das pessoas ocupadas brancas
(R$2.796) foi 73,9% superior ao das pretas ou pardas (R$1.608). Tal diferença
relativa corresponde a um padrão que se repete, ano a ano, na série histórica
disponível. A desigualdade salarial em favor da população ocupada branca ocorreu
com intensidades distintas nas Grandes Regiões, mas se manteve tanto nas
Unidades da Federação que apresentaram os menores rendimentos – Maranhão,
Piauí e Ceará –, quanto nas que registraram os rendimentos mais elevados – Distrito
Federal, São Paulo e Rio de Janeiro. O recorte em categorias de rendimento,
segundo o tipo de ocupação, revelou que, tanto na ocupação formal, como na
informal, as pessoas pretas ou pardas receberam menos do que as de cor ou raça
branca (IBGE, 2019).
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Extraído de: Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, IBGE, 2019.
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Extraído de: Perfil Racial, Social e de Gênero das 500 Maiores Empresas do Brasil e suas Ações Afirmativas, 2016.
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11.
ESTUDO
Com a pulverização e crescimento de startups no mercado, atraindo uma
nova geração de profissionais, mais conectada e mais engajada politicamente,
nota-se uma mudança nas estruturas das empresas na busca de atender essa
nova demanda por diversidade e inclusão, tanto interna, quanto externa e diante
desse quadro ainda distante da equidade racial das empresas brasileiras, as
iniciativas aplicadas pelo Google, através do comitê AfroGooglers, demonstram
um caminho que até aqui poucas empresas estão preparadas para seguir.
A empresa pode experenciar a conscientização em relação à participação,
em todas as áreas da empresa, de pessoas negras e uma mudança de cultura
dentro da companhia. Essa mudança foi levada às campanhas de marketing
mais inclusivas; na criação de projetos que foram incorporados na atuação da
empresa e em produtos lançados tendo o comitê, como consultores. A extinção
do inglês como exigência nos currículos de pessoas negras, nos programas de
estágio e trainees, também é vista com alto impacto na promoção da equidade
racial na companhia, visto que possibilitou que os programas alcançassem um
número maior de estudantes, vindos de todas as partes do país. A empresa
ainda, depois de tantos projetos bem-sucedidos, é chamada por outras
empresas concorrentes, cujo objetivo é obter orientação em como implementar
programas parecidos.
Com esse estudo foi possível observar que ainda é necessário que as
empresas desenhem e implementem planos de ação, cujo objetivos, sejam de
fato aplicar a promoção da equidade racial em seus ambientes. O número de
empresas que publicamente, assumiram o compromisso da diversidade e que
tem políticas de inclusão específicas para pessoas negras, ainda é muito baixo.
Políticas especificas para mulheres negras, então, não existem. Isso faz com
que a ascensão desses profissionais permaneça difícil, visto que os gestores de
grandes empresas, notam que seus quadros funcionais não são diversos, porém
em contrapartida, esses mesmos gestores não têm nenhum tipo de ação para
combater essa disparidade.
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Nota-se ainda que, o Brasil tem como barreira na mudança das estruturas
das empresas, o racismo estrutural, que ainda impede que negros ascendam a
cargos de gestão nas quinhentas maiores empresas do país, visto que em sua
maioria, eram empresas que não sabiam lidar com o tema da inclusão de
pessoas negras em seus quadros executivos. Mulheres negras ainda, são
vítimas do duplo preconceito, por ser mulher e por ser negra, preconceito esse
velado por grande parte do mercado. O número de executivas negras no Brasil,
excluindo as empreendedoras, é de 0,4%, das 27,8% mulheres negras
brasileiras.
Pode-se ainda compreender que apesar de ser um longo caminho a ser
seguido pelas empresas brasileiras, diversidade e principalmente equidade
racial, são extremamente benéficas paras as empresas que as praticam, visto
que, as equipes passam a pensar de forma mais diversas, trazendo novas
soluções e produtos com maior proximidade com o desejo do cliente final,
gerando impacto positivo tanto para o cliente interno quanto externo, e trazendo
mais visibilidade para essas empresas, além do impacto social que suas ações
trazem a comunidade em que está inserida.
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BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
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GÊNERO DAS 500 MAIORES EMPRESAS DO BRASIL E SUAS AÇÕES AFIRMATIVAS. 2016.
Arquivo em PDF.
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