Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
Batatais
Claretiano
2019
© Ação Educacional Claretiana, 2018 – Batatais (SP)
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma
e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o
arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação
Educacional Claretiana.
100 B277i
Barros, Gustavo de Almeida
Introdução à filosofia / Gustavo de Almeida Barros – Batatais, SP : Claretiano, 2019.
164 p.
ISBN: 978‐85‐8377‐606‐2
1. Filosofia. 2. Introdução a filosofia. 3. História da filosofia. 4. Impulso filosófico.
5. Filosofia: grandes temas. I. Introdução à filosofia.
CDD 100
INFORMAÇÕES GERAIS
Cursos: Graduação
Título: Introdução à Filosofia
Versão: ago./2019
Formato: 15x21 cm
Páginas: 164 páginas
SUMÁRIO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................... 11
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS ............................................................................ 12
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE ............................................................... 18
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 20
UNIDADE 4 – A FILOSOFIA
1. INTRODUÇÃO................................................................................................... 123
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 124
2.1. HISTÓRIA DA FILOSOFIA ......................................................................... 124
2.2. ÁREAS DE INVESTIGAÇÕES FILOSÓFICAS .............................................. 150
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 154
3.1. FILOSOFIA MEDIEVAL ............................................................................. 154
3.2. FILOSOFIA MODERNA ............................................................................. 155
3.3. FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA ............................................................... 155
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 156
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 160
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 161
7. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 162
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Conteúdo
O impulso filosófico: a Filosofia enquanto atividade crítica, consequente e a
priori. A possibilidade de conhecer objetos. O conhecimento teórico. O texto
filosófico. O problema filosófico e a pergunta filosófica. O rigor filosófico. As
formas de conhecimento: o conhecimento do dia a dia. A religião e a ciência e
suas inter-relações com a Filosofia. As grandes questões: suas características
e as formas como se dão frente às áreas de investigação filosóficas. Os pro-
blemas filosóficos. Filosofia não ocidental. Os grandes períodos da Filosofia:
Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea. Os grandes temas de investiga-
ção filosófica e suas principais características. Grandes correntes de Filosofia
na atualidade: continental e analítica.
Bibliografia Básica
MATTAR, J. Filosofia. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012.
PAVIANI, J. Uma introdução à Filosofia. Caxias do Sul: Educs, 2014.
RUSSEL, B. O valor da Filosofia. Tradução de Álvaro Nunes. Oxford: Oxford University
Press, 2001.
Bibliografia Complementar
ABBAGNANO, N. Dicionário de filosofia. Tradução de Alfredo Bosi e Ivone Castilho
Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
AUBENQUE, P.; BERNHARDT, J.; CHÂTELET, F. A filosofia pagã: do século VI a.C. ao
século III d.C. Tradução de Maria José de Almeida. Rio de Janeiro: Zahar, 1973. (História
da filosofia: ideias, doutrinas, v. 1).
9
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia, 1: Antiguidade e Idade Média. São Paulo:
Paulus, 1990.
RUSSEL, B. História do pensamento ocidental: a aventura das ideias dos pré-socráticos
a Wittgenstein. Tradução de Laura Alves e Aurélio Rebello. Rio de Janeiro: Ediouro,
2001.
Palavras-chave ––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Filosofia. Introdução à Filosofia. Impulso Filosófico. Conhecimento. Período
Filosófico.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
É importante saber
Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes:
Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá
ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes necessárias
à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os principais conceitos,
os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento
ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua origem?) referentes a um campo de
saber.
Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente se-
lecionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou disponibilizados
em sites acadêmicos confiáveis. É chamado "Conteúdo Digital Integrador" porque é
imprescindível para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referência. Juntos,
não apenas privilegiam a convergência de mídias (vídeos complementares) e a leitu-
ra de "navegação" (hipertexto), como também garantem a abrangência, a densidade
e a profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigató-
rios, para efeito de avaliação.
10 © INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO
O texto que segue tem a pretensão de realizar, como o
próprio título diz, uma Introdução à Filosofia. Foi pensado e ela-
borado com carinho para que se possam respeitar as múltiplas
formas de pensamento que estarão representadas nestas breves
folhas, e que comporão o campo profissional filosófico.
Dividimos o texto em quatro unidades: a Unidade 1 abor-
dará a origem da Filosofia por meio do Thauma e o processo que
se segue, com a dúvida, o problema e o rigor. Já na Unidade 2,
focaremos o conhecer, seja o conhecimento do dia a dia, sejam
os conhecimentos mais sistemáticos, como o filosófico, o cientí-
fico e o religioso.
Na Unidade 3, trataremos das grandes questões. Optamos
por abordá-las inicialmente pelo que seria o problema filosófi-
co, para depois tratarmos de suas características e quais são os
tipos de questões possíveis de se encontrar nas áreas de investi-
gações filosóficas. Por fim, buscaremos outras formas possíveis e
existentes de trabalhar as questões filosóficas que não seja pelo
pensamento ou pela filosofia ocidental.
Terminaremos com a Unidade 4, na qual passaremos bre-
vemente pela História da Filosofia, por alguns de seus principais
pensadores, escolas filosóficas e ideias. No final, retomaremos
brevemente a concepção das áreas de investigações filosóficas e
suas aplicações.
Desejamos que, ao término da contemplação deste mate-
rial, você possa, de maneira autônoma, ter uma visão mais am-
pla deste universo de novas possibilidades que está se abrindo
agora para você e que se chama Filosofia.
© INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 11
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e
precisa das definições conceituais, possibilitando um bom domí-
nio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conheci-
mento dos temas tratados.
1) Aporia: habitualmente é tratada como uma situação
sem saída. Para a Filosofia, é uma situação racional
que impossibilita a chegada a uma resposta ou solução
frente a um problema filosófico. Dúvida racional.
2) Ataraxia: conceito de origem grega muito empregado
na Filosofia Helenística pelas escolas filosóficas do Ce-
ticismo, Epicurismo e Estoicismo. Significa “ausência
de perturbação da mente”.
3) Contemplação: em um contexto cotidiano, significa
manter a atenção ou o pensamento voltado a algo;
muitas vezes é visto como sinônimo de meditação. Já
na Grécia Antiga, a contemplação resumiria ter uma
vida teórica, em contraposição a uma vida prática.
4) Cosmogonia: ciência, doutrina, misticismo ou filosofia
que se ocupa com a formação/criação do universo. É
mais utilizada dentro dos princípios míticos que nar-
ram a origem do Universo, o que seria também a ori-
gem de muitas religiões.
5) Cosmologia: popularmente tratada como uma área da
Astronomia que se preocupa com a formação, expan-
são e a evolução do Universo. Na Filosofia, refere-se
a um período filosófico também conhecido como Pré-
-Socrático. Tal período também é marcado pela origem
da Filosofia, com Tales de Mileto.
12 © INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
© INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 13
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
14 © INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
© INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 15
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
16 © INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
© INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 17
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
18 © INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
© INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 19
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABBAGNANO, N. Dicionário de filosofia. Tradução de Alfredo Bosi e Ivone Castilho
Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
AUBENQUE, P.; BERNHARDT, J.; CHÂTELET, F. A filosofia pagã: do século VI a.C. ao
século III d.C. Tradução de Maria José de Almeida. Rio de Janeiro: Zahar, 1973. (História
da filosofia: ideias, doutrinas, v. 1).
FERREIRA, A. B. H. Míni Aurélio: o dicionário da língua portuguesa. Curitiba: Positivo,
2010.
REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia, 1: Antiguidade e Idade Média. São Paulo:
Paulus, 1990.
RUSSEL, B. História do pensamento ocidental: a aventura das ideias dos pré-socráticos
a Wittgenstein. Tradução de Laura Alves e Aurélio Rebello. Rio de Janeiro: Ediouro,
2001.
20 © INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
UNIDADE 1
O IMPULSO FILOSÓFICO
Objetivos
• Compreender de forma ampla a concepção de Filosofia.
• Apresentar como surge o impulso filosófico.
• Estruturar os passos necessários ao exercício filosófico.
• Introduzir conceitos que acompanham o fazer filosófico desde sua
origem.
Conteúdos
• O Thauma: paradoxo entre a admiração e o espanto frente a coisa
como ela é, a origem da filosofia.
• A Dúvida: procedimento que desloca o homem de sua zona de confor-
to ao questionar-se sobre o “novo” que o espanta/admira.
• O Problema: as questões filosóficas que envolvem o filósofo em seus
afazeres.
• O Rigor: liberdade das amarras que impedem a percepção do real e o
exercício rigoroso acerca do caminho percorrido pela razão a atingir
sua meta (metodologia).
21
UNIDADE 1 – O IMPULSO FILOSÓFICO
22 © INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
UNIDADE 1 – O IMPULSO FILOSÓFICO
1. INTRODUÇÃO
Definir o que é filosofia não é uma tarefa fácil, embora
muitos teóricos já tenham empreendido esforços nesse senti-
do. Sabemos também que a etimologia da palavra “filosofia” –
φιλοσοφία –, composta por “Philia”, “amor”, e “Sophia”, “sabe-
doria”, não diz muito a seu respeito; está muito mais relacionada
à sua prática, por ser uma variação da palavra “filósofo”, do que
a uma conceituação propriamente dita.
Essa compreensão de que o filósofo é o amante da sabe-
doria se origina com Pitágoras de Samos (580/578 a.C.-497/496
a.C.). Para ele a sabedoria pertence aos deuses, e os homens po-
deriam apenas desejá-la, amá-la por intermédio da contempla-
ção. Essa é, então, a prática daquele que procura, que busca, a
quem apetece, que deseja a sabedoria.
Portanto, não há como pensar em Filosofia, ou tentar defi-
ni-la, sem estar imerso nela. Não é à toa que o último livro escri-
to pelo filósofo francês Gilles Deleuze (1925-1995), que também
é o último em parceria com o psicanalista também francês Félix
Guattari (1930-1992), chama-se O que é a Filosofia?; como eles
mesmos dizem no livro: “Talvez só possamos colocar a questão
O que é a filosofia? tardiamente, quando chega a velhice” (1997,
p. 9). Isto é, trata-se de uma pergunta que leva uma vida inteira
para ser respondida. E eles nos revelam: “A filosofia é a arte de
formar, de inventar, de fabricar conceitos” (1997, p. 9).
O fato é que quem procura, busca, deseja a sabedoria cria
para si uma cumplicidade com ela, pois sem essa cumplicidade
não há criação. Isso já de início distingue o filósofo do sábio, pois
este último se compreende como o portador, o detentor da sa-
© INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 23
UNIDADE 1 – O IMPULSO FILOSÓFICO
bedoria, uma vez que a ele foi revelada, presenteada, dada pelos
deuses. Torna-se ele, assim, uma autoridade.
Acreditamos que aqui temos algumas pistas para se pen-
sar o que é a Filosofia e que tal interrogação possa nos ajudar a
compreender o que leva a esse espírito tão humano de procurar,
buscar, desejar a sabedoria. Permite-nos indagar: o que causa
essa inquietude e que nos lança ao movimento? Ou, como disse
Deleuze (1994-1995, p. 59) quando perguntado sobre o ensino
de Filosofia: “é uma espécie de matéria em movimento”. Seria
compreender o pensamento como matéria em movimento.
Seria o que podemos chamar de impulso filosófico? O que
realmente seria o impulso filosófico? De que forma ele se origi-
na? Todos são capazes de possuir tal impulso? Para responder a
tais perguntas, teremos que nos entregar à própria investigação
filosófica, buscando compreender algumas das suas característi-
cas básicas: o espanto; a dúvida; o problema; e o rigor.
2.1. O ESPANTO
24 © INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
UNIDADE 1 – O IMPULSO FILOSÓFICO
© INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 25
UNIDADE 1 – O IMPULSO FILOSÓFICO
26 © INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
UNIDADE 1 – O IMPULSO FILOSÓFICO
© INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 27
UNIDADE 1 – O IMPULSO FILOSÓFICO
2.2. A DÚVIDA
28 © INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
UNIDADE 1 – O IMPULSO FILOSÓFICO
© INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 29
UNIDADE 1 – O IMPULSO FILOSÓFICO
30 © INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
UNIDADE 1 – O IMPULSO FILOSÓFICO
© INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 31
UNIDADE 1 – O IMPULSO FILOSÓFICO
32 © INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
UNIDADE 1 – O IMPULSO FILOSÓFICO
2.3. O PROBLEMA
© INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 33
UNIDADE 1 – O IMPULSO FILOSÓFICO
34 © INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
UNIDADE 1 – O IMPULSO FILOSÓFICO
© INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 35
UNIDADE 1 – O IMPULSO FILOSÓFICO
2.4. O RIGOR
36 © INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
UNIDADE 1 – O IMPULSO FILOSÓFICO
© INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 37
UNIDADE 1 – O IMPULSO FILOSÓFICO
38 © INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
UNIDADE 1 – O IMPULSO FILOSÓFICO
© INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 39
UNIDADE 1 – O IMPULSO FILOSÓFICO
40 © INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
UNIDADE 1 – O IMPULSO FILOSÓFICO
• Caso você adquira o material, por meio da loja virtual, receberá também um
CD contendo os vídeos complementares, os quais fazem parte integrante
do material.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
3.1. AISTHESIS
3.2. DÚVIDA
© INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 41
UNIDADE 1 – O IMPULSO FILOSÓFICO
3.3. O PROBLEMA
3.4. O RIGOR
42 © INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
UNIDADE 1 – O IMPULSO FILOSÓFICO
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder as questões a seguir, você deverá revisar os conteú-
dos estudados para sanar as suas dúvidas.
1) É possível afirmar que a Filosofia tenha surgido de um paradoxo, que se dá
por meio de admiração e espanto. É possível encontrar alguns atores que
resumem tal paradoxo à palavra “maravilhamento”. Teria sido admiração/
espanto ou maravilhamento frente à coisa como é que levou o homem a
se entregar ao pensamento racional.
Qual é a palavra grega que tem por significado o paradoxo admiração/
espanto ou maravilhamento?
a) Arché.
b) Philia.
c) Phýsis.
d) Thauma.
e) Aisthesis.
© INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 43
UNIDADE 1 – O IMPULSO FILOSÓFICO
44 © INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
UNIDADE 1 – O IMPULSO FILOSÓFICO
Texto 2
Sempre que alimentarmos alguma suspeita de que uma ideia esteja sen-
do empregada sem nenhum significado, precisaremos apenas indagar: de
que impressão deriva esta suposta ideia? E se for impossível atribuir-lhe
qualquer impressão sensorial, isso servirá para confirmar nossa suspei-
ta (HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento. São Paulo: Unesp,
2004 –adaptado).
Nos textos, ambos os autores se posicionam sobre a natureza do conhe-
cimento humano. A comparação dos excertos permite assumir que Des-
cartes e Hume:
a) defendem os sentidos como critério originário para considerar um co-
nhecimento legítimo.
b) entendem que é desnecessário suspeitar do significado de uma ideia
na reflexão filosófica e crítica.
c) são legítimos representantes do criticismo quanto à gênese do
conhecimento.
d) concordam que conhecimento humano é impossível em relação às
ideias e aos sentidos.
e) atribuem diferentes lugares ao papel dos sentidos no processo de ob-
tenção do conhecimento.
© INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 45
UNIDADE 1 – O IMPULSO FILOSÓFICO
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
46 © INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
UNIDADE 1 – O IMPULSO FILOSÓFICO
1) d.
2) a.
3) a.
4) e.
5) a.
6)
a) Nesta questão, o aluno deverá falar que o pensamento filosófico
nasce/surge a partir do Thauma e que, uma vez que esse Thauma é
“aceito”, surgirão concomitantemente a dúvida, o problema e o rigor.
Neste momento, também cabe ao aluno falar que se deve utilizar o
pensamento racional, descrevendo suas características e a mudança
de atitude para a atitude crítica e a atitude reflexiva.
b) Esta questão possui uma resposta mais ampla, pois espera-se que o
aluno relacione sua resposta a problemas da Metafísica e da Ontolo-
gia, desde o sentido da vida até a existência de Deus. É possível justifi-
car com aquilo que é criação do homem, de sua época, de suas dúvidas
frente a uma maravilha, a uma construção natural de anos. É possível
também que surja um problema estético e assim, consequentemente,
uma reflexão ética a partir de tal problema.
c) Neste momento, espera-se que o aluno desenvolva um pensamento
mais sistematizado a respeito de um dos problemas mencionados no
item b (mesmo de forma hipotética e de pouco conhecimento filosófi-
co, uma vez que está ainda no início da obra). O contraponto seria uma
análise apenas na questão estética, que acompanha um alumbramen-
to e não se desenvolve para a dúvida, como o pensamento de que o
trabalho feito pelo filósofo demonstrava algo maravilhoso que, frente
à cordilheira, assim como ela é, se tornou insignificante (um exemplo)
e assim não haveria nem problema, muito menos rigor.
© INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 47
UNIDADE 1 – O IMPULSO FILOSÓFICO
5. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final de nossa primeira unidade; o pontapé
inicial foi dado ao trabalharmos as características que compõem
o impulso filosófico, procurando demonstrar que o Thauma é um
paradoxo que contém admiração e espanto e que serve como es-
topim para as três características que compõem o impulso filosó-
fico: a dúvida, o problema e o rigor.
Vimos, também, que o ato de filosofar se dá quando se
aceita esse espanto de forma imediata e, concomitantemente,
teremos a dúvida, o problema e o rigor. No entanto, o que mais
nos chamou a atenção no decorrer da unidade é que foi possível
identificar as quatro grandes áreas que compõem a investigação
filosófica dentro de cada uma das características trabalhadas.
Vimos que, quando falávamos em espanto, remetíamos
à Estética; quando vimos a questão da dúvida na filosofia, nos
parecia claramente que nos referíamos à Ética; já a questão do
problema filosófico aponta para o campo da Física/Metafísica;
e por fim, e não menos importante, ao relacionarmos o rigor à
liberdade, nos parece que tratamos da Política.
Como o tema é extremamente longo, é importante que
você complemente seus estudos por meio das referências bi-
bliográficas citadas e das sugestões de leitura feitas no decorrer
da unidade e no Conteúdo Digital Integrador. E não se esqueça
de levar em consideração uma mudança de atitude, utilizando
sempre a atitude crítica e reflexiva, pois será importante para o
nosso caminhar.
O próximo passo é indagar quais seriam as formas em que
o conhecimento se dá. É possível que, de início, encontremos o
senso comum, que, como todos sabemos, é de validade duvido-
48 © INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
UNIDADE 1 – O IMPULSO FILOSÓFICO
6. E-REFERÊNCIAS
Sites pesquisados
CASTRO, I. Aisthesis. 2013. Disponível em: <http://filosoficamenteocupada.blogspot.
com.br/2013/01/aisthesis.html>. Acesso em: 18 mar. 2019.
CONTE, J. Radicalização do exame filosófico. 2010. Disponível em <https://
criticanarede.com/cepticosgregos.html>. Acesso em: 18 mar. 2019.
DELEUZE, G. O abecedário de Gilles Deleuze. Transcrição integral do vídeo, para fins
exclusivamente didáticos. 1994-1995. Disponível em: <http://www.bibliotecanomade.
com/2008/03/arquivo-para-download-o-abecedrio-de.html>. Acesso em: 17 abr.
2019.
ENCUENTRO. La Filosofía. Mentira la verdad (Filosofía a martillazos), 2011. Disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?v=dIe4T14bkRQ>. Acesso em: 18 mar. 2019.
GOMES, P. Espanto: a origem do filosofar. 2016. Disponível em: <http://filosofarliberta.
blogspot.com.br/2016/10/espanto-origem-do-filosofar.html>. Acesso em: 18 mar.
2019.
GRACHER, K. O que é a Filosofia? 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=0eRivuWIXiY>. Acesso em: 18 mar. 2019.
MELVILLE, H. Moby Dyck. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2017. Disponível em: < https://
bit.ly/2HQM5cS >. Acesso em: 14 mar. 2019.
MORTON, A. Descartes, da dúvida à certeza. 2005. Disponível em: <https://
criticanarede.com/epi_descartes.html>. Acesso em: 18 mar. 2019.
MURCHO, D. O que é a Filosofia? 2015. Disponível em: <http://criticanarede.com/
oqueeafilosofia.html>. Acesso em: 18 mar. 2019.
PHILOSOPHY. Estética, cognição e ética. Disponível em: <https://www.philosophy.pro.
br/estetica_cognicao_etica.htm >. Acesso em: 18 mar. 2019.
ROSA, N. Com que roupa? 1930. Disponível em: <https://www.letras.mus.br/noel-
rosa-musicas/125759/>. Acesso em: 17 abr. 2019
© INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 49
UNIDADE 1 – O IMPULSO FILOSÓFICO
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGAMBEN, G. O que é o contemporâneo? e outros ensaios. Tradução de Vinícius
Nicastro Honesco. Chapecó: Argo, 2009.
CARROLL, L. Alice: Aventuras de Alice no País das Maravilhas & Através do espelho e
o que Alice encontrou por lá. Tradução de Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro:
Zahar, 2009.
DELEUZE, G. Conversações. Tradução de Peter Pál Pelbart. São Paulo: 34, 1992.
______. Francis Bacon: lógica da sensação. Tradução de Roberto Machado. Rio de
Janeiro: Zahar, 2007.
DELEUZE, G; GUATTARI, F O que é a filosofia? Tradução de Bento Prado Jr. e Alberto
Alonso Muñoz. São Paulo: 34, 1997.
DESCARTES, R. Discurso do método. In. ______. Descartes. Tradução de Enrico
Corvisieri. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 34-100. (Os pensadores).
GIANNOTTI, J. A. Dialética X Analítica. Analytica, Rio de Janeiro, UFRJ, v. 12, n. 2, p.
35-45, 2008.
KANT, I. O que é esclarecimento. In. ______. Textos selecionados. Tradução de Floriano
de Souza Fernandes. Petrópolis: Vozes, 2010. p. 63-71.
FOUCAUL, M. A hermenêutica do sujeito: curso dado no Collège de France (1981-
1982). Tradução de Márcio Alves da Fonseca e Salma Tannus Muchail. São Paulo:
Martins Fontes, 2006.
NIETZSCHE, F. Considerações extemporâneas. In: ______. Nietzsche. Tradução
de Rubens Rodrigues Torres Filho. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 17-45. (Os
pensadores, v. 2).
PAVIANI, J. Uma introdução à filosofia. Caxias do Sul: Educs, 2014.
REALI, G. História da filosofia grega e romana. São Paulo: Loyola, 2007.
50 © INTRODUÇÃO À FILOSOFIA