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DA INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO E DECADENCIA

A invalidade comporta graus, de acordo com o defeito do negócio jurídico, podendo


ser:

a) nulo: quando o defeito é mais grave e consiste na falta de um dos


elementos essenciais do art. 104, conforme art. 166; é nulo também quando ocorre
simulação (167) ou nos casos dos arts. 489, 548, 549, 1.428, 1.548; a nulidade pode
ser apenas de algumas cláusulas (184); a nulidade caracteriza-se por ser imediata
(invalida o negócio desde o nascimento - natimorto, pelo que o Juiz de ofício deve
declará-lo nulo, p.ú., 168), absoluta (qualquer pessoa tem legitimidade para alegá-la,
168), insanável (não tem cura, não pode ser confirmada pelas partes, 169 e p.ú. 168)
e perpétua (não se confirma pela prescrição, pois o decurso do tempo não convalesce
o que nasceu morto, 169)

b) anulável: o defeito é menos grave nas hipóteses do art. 171; estão


presentes os elementos essenciais, mas a vontade foi perturbada, pelo que a parte
prejudicada pode pedir sua anulação, se não preferir confirmar o negócio; a
anulabilidade tem as seguintes características, antônimas daquelas do negócio nulo:
diferida (= adiada até a sentença suspender o negócio, anulando-o após provocação
da parte, não podendo o Juiz agir de ofício, 177, 1 a parte), relativa (só a parte
prejudicada é que tem legitimidade para alegá-la, 177, in fine), sanável (o ato anulável
pode ser confirmado expressamente pela parte, 172) e provisória (é a confirmação
tácita do negócio pelo não ajuizamento da ação de anulação no prazo legal dos arts.
178 e 179)

Nulo o negócio, ou anulado o negócio, as partes retornam ao estado anterior


(art. 182).

Há ainda negócios inexistentes que não entram no mundo jurídico, são


desprezados pelo legislador e são equiparados aos negócios nulos (ex: casamento
celebrado por prefeito, casamento entre homossexuais, sentença proferida por
deputado).

DECADENCIA

É a perda de um direito pelo decurso do prazo (tempo) fixado para seu exercício, sem
que o titular o tivesse exercido (inércia). Enquanto a prescrição extingue diretamente
as ações e indiretamente o direito, a decadência extingue diretamente o direito.
Possui o mesmo efeito da prescrição, pois em qualquer caso haverá a extinção de um
direito, tanto que a doutrina tem dificuldade em diferenciá-las.

A decadência não se sujeita à suspensão ou interrupção, apenas ao impedimento do


art. 198,I (vide 207 e 208); o prazo decadencial pode ser fixado pela lei ou pelas
partes (211), já a prescrição é apenas legal (192); a decadência fixada pela lei deve
ser reconhecida de ofício pelo Juiz (210), já a prescrição não (194); a decadência não
pode ser renunciada (209), já a prescrição pode (191); a decadência tem efeito contra
todos, já a prescrição não produz efeitos para as pessoas do art. 197.

Os prazos de decadência estão espalhados pelo Código nos arts. 119,pú, 178, 179, e
na parte especial nos arts. 445, 501, 559, 1.481, 1.532, 1.555, 1.560; todos os prazos
da parte especial são de decadência.

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