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O Direito Penal é o conjunto de regras e princípios destinados a combater a infração penal, mediante a imposição
de uma sanção penal.
O Direito Penal é um ramo do Direito Público, pois é composto por normas indisponíveis e impostas
indistintamente a todas as pessoas. Além disso, o Estado é o titular exclusivo do direito de punir ( ius puniendi), e, por
isso, figura como sujeito passivo (imediato1/mediato2) em todas as infrações penais.
Inicialmente, importante saber que a expressão “Direito Criminal” – que enfatiza o crime – é mais abrangente do
que a expressão “Direito Penal” – que enfatiza a pena (consequência de um crime). Mas, apesar de menos abrangente,
atualmente, o correto é “Direito Penal”, pois a Constituição Federal estabelece que compete privativamente à União
legislar sobre direito penal (art. 22, I, CF/88); e, também, porque hoje, no Brasil, está em vigor um Código Penal 3.
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Exemplo: Nos crimes contra a Administração Pública, o Estado é sujeito passivo imediato, pois é diretamente
prejudicado pela conduta criminosa.
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Exemplo: Nos crimes contra o patrimônio, o Estado é sujeito passivo mediato, pois ele é o responsável pela paz
pública, pela ordem social e pela segurança pública.
4. Características do Direito Penal
“O Direito Penal é uma ciência cultural, normativa, valorativa e finalista.” (MAGALHÃES NORONHA)
CIÊNCIA CULTURAL: o Direito Penal estuda o “dever ser” comportamental (e não “o que é”).
CIÊNCIA NORMATIVA: o Direito Penal tem por objeto o estudo das leis penais – direito positivo.
CIÊNCIA VALORATIVA: o Direito Penal estabelece a sua própria escala de valores, a qual varia em
conformidade com o fato que lhe dá conteúdo. O Direito Penal valoriza hierarquicamente as suas normas.
CIÊNCIA FINALISTA: o Direito Penal não possui uma finalidade meramente acadêmica ou teórica; ele
possui uma finalidade prática: proteção de bens jurídicos.
TOME NOTA! Segundo ZAFFARONI, “o Direito Penal é predominantemente SANCIONADOR – porque protege a ordem
jurídica cominando sanções – e excepcionalmente CONSTITUTIVO – porque protege bens e interesses não
regulamentados por outras áreas do Direito”.
A proteção de bens jurídicos é a missão precípua do Direito Penal, é a função que o legitima e fundamenta.
NOTA: Nem todo bem jurídico é bem jurídico penal, pois nem todo bem jurídico merece a proteção do Direito Penal,
apenas os bens jurídicos mais relevantes. Por isso, é necessário realizar um juízo de valor positivo para definir quais são
os bens jurídicos efetivamente merecedores da tutela penal.
c) Garantia
FRANZ VON LISZT dizia que “o Código Penal é a Magna Carta do delinquente”, pois o Direito Penal é muito
mais do que um instrumento para punir as pessoas; ele é uma garantia contra o arbítrio do Estado.
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No Brasil, em matéria penal, existiram três códigos: Código Criminal do Império (1830); Código Penal Republicano
(1890); e Código Penal (1940) – que está em vigor atualmente.
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Bens jurídicos são valores ou interesses relevantes para a manutenção e o desenvolvimento do indivíduo e da
sociedade.
d) Função ético-social
O Direito Penal busca um efeito moralizador (função educativa) das pessoas e da sociedade,
criando/configurando os costumes para que haja a preservação dos valores éticos fundamentais. Veja, por exemplo,
que a lei dos crimes ambientais criou/reforçou nas pessoas o sentimento de que o meio ambiente deve ser preservado.
e) Função motivadora
O Direito Penal, mediante a ameaça de imposição de uma sanção penal, motiva/estimula as pessoas a não
violarem suas normas.