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INTERNATIONAL LIFE SCIENCES INSTITUTE DO BRASIL
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Esta publicação foi possível graças ao apoio da Força-Tarefa de
Alimentos Fortificados e Suplementos, subordinada ao Comitê
de Nutrição e este ao Conselho Científico e de Administração
do ILSI Brasil.
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Autores:
Helio Vannucchi
Nutricionista
Bióloga
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ÍNDICE
1. Introdução 9
2. Estrutura 10
3. Metabolismo 19
4. Funções 12
4.1 A vitamina C e a qualidade das células-tronco pluripotentes 13
induzidas
7. Recomendações 16
8. Toxicidade 17
9. Fontes 18
12. Diretoria/Conselho 25
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1. INTRODUÇÃO
O escorbuto foi descrito em 500 a.C. por Hipócrates. Em hieróglifos egípcios datados
de cerca de 300 a.C. há várias descrições do que provavelmente seria a doença. Du-
rante séculos, o escorbuto foi identificado durante campanhas militares, expedições
científicas e, principalmente, se tornou uma doença endêmica na Europa durante as
Grandes Navegações no século XVI.
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2. ESTRUTURA
O ácido ascórbico é um composto hidrossolúvel que corresponde a uma forma oxi-
dada da glicose, C6H8O6 (176,13 g/mol), sendo uma alfacetolactona de seis átomos de
carbono, formando um anel lactona com cinco membros e um grupo enadiol bifuncio-
nal com um grupo carbonilo adjacente (Figura 1). Não pode ser sintetizada por seres
humanos e primatas.
3. METABOLISMO
A vitamina C ingerida na alimentação é absorvida rapidamente no trato gastrointesti-
nal mediante transporte ativo dependente de íons de sódio, processo saturável e de-
pendente da dose presente no lúmen intestinal. Cerca de 80% do consumo dietético
de ácido ascórbico é absorvido, mas essa taxa pode diminuir quando se aumenta a
ingestão. Um segundo mecanismo de regulação do ascorbato é a excreção renal de
ácido ascórbico ou seus metabólitos. Investigações recentes têm demonstrado que as
quantidades excretadas de ascorbato são muito pequenas, mas aumentam proporcio-
nalmente à oferta oral.
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4. FUNÇÕES
A capacidade redutora do ácido ascórbico faz parte de várias reações bioquímicas e
caracteriza sua função biológica. Essa vitamina também pode reduzir espécies reativas
de oxigênio. Sua principal função é como cofator de numerosas reações que requerem
cobre e ferro reduzidos como antioxidantes hidrossolúveis que atuam em ambientes
intra e extracelulares. É conhecida a capacidade do ácido ascórbico de doar elétrons
a enzimas humanas. Participa da hidroxilação do colágeno (Figura 3), da biossíntese
da carnitina e da biossíntese de hormônios e aminoácidos. Alguns estudos sugerem
que o ascorbato desempenha papel importante na expressão gênica do colágeno,
na secreção celular de procolágeno e na biossíntese de outras substâncias do tecido
conectivo, como elastina, fibronectina, proteoglicanos e elastina associada à fibrilina.
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5. AVALIAÇÃO DO ESTADO
NUTRICIONAL DO ÁCIDO ASCÓRBICO
Para avaliar o estado nutricional dos indivíduos em relação à vitamina C pode-se utilizar
a excreção urinária e a concentração de escorbato no sangue. A vitamina C é eliminada
do organismo pela via urinária na forma de deidroascorbato, cetogulonato, 2-sulfato
ascorbato e ácido oxálico. Quando consumida em altas doses (2 g/dia), é excretada
principalmente como ácido ascórbico. A excreção urinária de ascorbato cai para níveis
indetectáveis na deficiência dessa vitamina; entretanto, não há referências para a in-
terpretação dos níveis de ascorbato urinário e, como pode ocorrer oxidação não enz-
imática do escorbato durante a análise, a utilização da excreção urinária da vitamina C
raramente é utilizada para avaliação do estado nutricional.
A concentração plasmática é uma das medidas mais comuns para se avaliar as reservas
corpóreas de vitamina C. Esse nível é o reflexo de ingestão pregressa ou depleção à
baixa ingestão da vitamina; entretanto, as reservas nos tecidos podem estar adequa-
das. Os níveis plasmáticos da vitamina C têm sido correlacionados à ingestão dietética,
pois respondem mais rapidamente à ingestão atual, ao passo que os níveis nos leucóci-
tos são de mobilização mais lenta, refletindo o conteúdo nos tecidos.
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6.1 Mecanismos
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7. RECOMENDAÇÕES
A necessidade diária de vitamina C é estimada entre 25 mg e 30 mg por 1.000 kcal
(FAO/OMS, 1998) que deve ser obtida por meio da ingestão de alimentos de origem
vegetal e frescos. As necessidades alimentares do ácido ascórbico estão aumentadas
nos idosos, na gestação e na lactação (Tabela 1).
NAS/USDA
Estágio de vida FAO/OMS Codex ANVISA
Masculino Feminino
0–6m 40 40 20 25
1º ano
7 – 12 m 50 50 20 30
1–3 15 15 20 30
Crianças
4–8 25 25 20 35
9 – 13 45 45 30 45
14 – 18 75 65
Adolescentes, 19 – 30 90 75
adultos, idosos 31 – 50 90 75
51 – 70 90 75
>70 90 75
14 – 18 80
Gravidez 19 – 30 85 55
31 – 50 85
14 – 18 115
Lactação 19 – 30 120 70
31 – 50 120
Legenda: Estágio de vida representa a população dividida por faixa etária em meses (m) e anos; NAS/USDA:
National Academy of Science, United States Department of Agriculture; FAO/OMS: Food and Agriculture
Organization of the United Nations, Organização Mundial da Saúde; Codex: Codex Alimentarius Commis-
sion; ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
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8. TOXICIDADE
Doses de 1 g têm sido consumidas sem efeito adverso conhecido, porém doses de
2 g ou mais podem causar gastroenterite ou diarréia osmótica em alguns indivíduos.
Megadoses também podem afetar adversamente a disponibilidade da vitamina B12
dos alimentos, e em indivíduos que tomam doses de 1 g ou mais podem desenvolver
deficiência de vitamina B12. Efeitos adversos relacionados ao consumo excessivo: dis-
túrbios gastrointestinais, cálculos renais e absorção excessiva de ferro. Os limites supe-
riores toleráveis (UL) estão mostrados na Tabela 2.
Legenda: Estágio de vida representa a população dividida por faixa etária em meses (m) e anos; NAS/USDA:
National Academy of Science, United States Department of Agriculture. ND: não determinado.
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9. FONTES
A concentração estimada de vitamina C nos alimentos é afetada por diversos fatores:
estação do ano, transporte, estágio de maturação, tempo de armazenamento e modo
de cocção. Produtos animais contêm pouca vitamina C e os grãos não a possuem. As
fontes usuais de ácido ascórbico são vegetais, frutas e legumes (Tabela 3).
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Mulheres no período gestacional não apresentam risco de baixo consumo pelos estu-
dos avaliados, com média de 100,6 mg/dia (DP 1,58) (NASCIMENTO e SOUZA, 2002;
BARROS, 2004).
Um estudo indicou que o baixo consumo de vitamina C não constituía problema para
puérperas adolescentes da cidade do Rio de Janeiro (BARROS, 2004), e outros dois
apresentaram resultados semelhantes para gestantes com sobrepeso de serviços de
saúde da cidade de São Paulo (NASCIMENTO, 2002) e para adolescentes assistidas em
hospital público de Fortaleza (AZEVEDO, 2003).
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Entre a população brasileira situada na faixa etária de 6 a 19 anos, três estudos demon-
straram consumo adequado (RIBEIRO e SOARES, 2002; SOUSA et al, 2007; ILSI, 2008).
Em um estudo com 150 escolares de 7 a 14 anos, residentes na zona rural e de seis es-
colas públicas de Piedade/ SP, utilizando como metodologia o questionário de adesão
ao PNAE e aquisição de alimentos nas cantinas e similares, verificou-se consumo de
vitamina C de 99,94 ± 90,92 mg/d, adequado segundo recomendação diária (PEGOLO,
2005). Entre 324 crianças e adolescentes de seis unidades da rede pública de Campi-
nas/SP, com idade de 6 a 14 anos e utilizando o recordatório de 24 horas, verificou-se a
média de consumo de vitamina C de 98,10 ± 146,30 mg/d para sexo masculino e 122,96
± 268,13 mg/d para o sexo feminino (DANELON, 2007). As funções aceitas e não acei-
tas da vitamina C estão mostradas na Tabela 4.
Tabela 4. Funções aceitas e não aceitas pelo Comitê de Cientistas Líderes e pelo Con-
selho do UK Joint Health Claim Initiative.
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12. DIRETORIA/CONSELHO
Diretoria e Conselho Científico e de Administração do ILSI Brasil
Board of Directors and Board of Trustees of ILSI Brazil
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DANONE
DSM
HERBALIFE
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