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ROTEIRO PARA A PROVA PRÁTICA DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

CRISES CONVULSIVAS

O primeiro passo no atendimento a uma crise convulsiva é, necessariamente, buscar


classi car o tipo da crise. A presença da crise pode estar relacionada a uma condição
clínica subjacente que precisa ser tratada. É preciso, portanto, encaixar a crise convulsiva
avaliada em um dos três tipos abaixo:

Provocadas: são as crises causadas por alguma condição metabólica/sistêmica. Se tal


condição for corrigida, é improvável uma nova crise convulsiva. Exemplos: febre,
distúrbios hidroeletrolíticos, abuso de drogas e medicamentos, hipoglicemia,
abstinência alcoolica, entre outras causas.

Sintomáticas agudas: são causadas por algum problema diretamente ligado ao


sistema nervoso central que está em sua fase aguda. É frequente que aconteça mais
de uma crise dentro do mesmo dia. Exemplos: AVE, neoplasias do SNC, traumatismo
cranioencefálico, neuroinfecções.

Sintomáticas remotas: são as crises de um paciente epiléptico. Em alguns casos,


essas crises se iniciaram a partir de um episódio agudo anteriormente relatado. Em
outros, é desconhecido o motivo pelo o qual o paciente é propenso a ter crises.
Importante saber que nesse tipo de crise a investigação complementar é
desnecessária e o paciente apresenta risco de novas crises em breve.

A investigação para a determinação do tipo da crise envolve uma anamnese e exame


físicos completos, além de exames laboratoriais para se investigar a possibilidade de
crises provocadas. Caso seja a primeira crise não provocada de um paciente, é
necessária a investigação com exame de imagem - TC ou RNM. Em outras palavras, deve-
se solicitar TC ou RNM quando um paciente apresentar sua primeira crise e esta não
estiver relacionada a febre, hipoglicemia e outros distúrbios metabólicos já citados.

CONDUTAS:

Paciente em crise - medidas gerais de cuidado, como lateralização da cabeça,


remover objetos que possam machucá-lo, elevar cabeceira, monitorar tempo.
A grande maioria das crises é autolimitada e não é indicado o uso de medicamentos.
No entanto, em alguns casos atípicos isso precisa ser feito:
• Caso a crise ultrapasse os 5 minutos de duração: Diazepam 10mg via endovenosa.
• Se a crise persistir por mais de 30 minutos: Fenitoína 20mg/kg via endovenosa.

Paciente pós crise - os pacientes em geral serão atendidos nesse momento, visto que
as crises costumam ocorrer em ambiente extra-hospitalar. É frequente a presença de
síndrome pós-ictal, na qual o paciente apresenta sensação de fraqueza, mal-estar geral,
cefaleia. A prescrição de sintomáticos, como uma dipirona endovenosa, é interessante
nesse momento.
O ponto mais importante no manejo de um paciente pós crise é justamente determinar
o tipo de crise para avaliar o risco da ocorrência de novas crises nas próximas horas.
• Se risco aumentado de crises nas próximas horas: Fenitoína 20mg/kg via endovenosa.

Para todos os pacientes nos quais uma nova crise convulsiva é provável nos próximos
dias, deve ser feita a prescrição de um anticonvulsivante oral para uso doméstico, até que
o paciente possa procurar um Neurologista para seguir com o tratamento. As opções mais
comuns são o Fenobarbital e a Carbamazepina.
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