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CRISE CONVULSIVA

SEBASTIÃO C. SCHMIDT NETO ENDOCRINOLOGIA INFANTIL-FAMERP


PEDIATRIA UNILAGO
EVENTOS NEUROFISIOLÓGICOS DECORRENTES DE UMA DESCARGA ELÉTRICA ANORMAL, E EXCESSIVA
DE UM GRUPAMENTO NEURONAL, OCORRENDO DE MODO ESPONTÂNEO OU SECUNDÁRIO

Eventos exógenos
Febre
Distúrbios hidreletrolíticos
Infecções, como encefalite.
SEIZURE

Evento neurológico paroxístico decorrente de uma disfunção neuronal focal ou generalizada,


levando à descarga elétrica anormal excessiva.
A manifestação clínica dependerá da área cortical acometida, podendo ser motora, sensitiva,
autonômica ou psicomotora.
As crises generalizadas, particularmente as tônicas, as clônicas ou as tônico-clônicas, são aquelas
que mais motivam a busca da emergência.

27/12/2023
CONVULSÕES

 Crises epiléticas com manifestações motoras, que, se forem associadas a alterações localizadas em áreas posteriores do
cérebro, com sintomas visuais, auditivos ou exclusivamente sensitivos.

27/12/2023
CRISES EPILÉTICAS

 Eventos neurofisiológicos que representam uma descarga elétrica anormal, excessiva e sincronizada de um grupamento
neuronal, ocorrendo de modo espontâneo ou secundário a eventos exógenos, como febre, distúrbios hidreletrolíticos ou
mesmo quadro encefalítico.

27/12/2023
EPILEPSIA

 Condição crônica caracterizada pela presença de crises epiléticas recorrentes na ausência de eventos externos
desencadeantes.

27/12/2023
EPIDEMIOLOGIA

 Na literatura, há diferentes prevalências de crise convulsiva na emergência pediátrica, mas, em geral, esse número varia
entre 1 e 5 % de todos os atendimentos.
 As crises epiléticas podem ocorrer em qualquer idade; entretanto, são uma situação patológica comum em jovens.

 Aproximadamente 90% dos pacientes que serão epiléticos iniciam as crises antes dos 20 anos de idade;

 Entre as crianças, 60% apresentam o primeiro evento antes dos 3 anos, sendo a maioria no primeiro ano de vida.

27/12/2023
AGUDAS

Infecções SNC (meningite , encefalite )

AVE (acidente vascular) CRÔNICAS


Trauma
Intoxicação Epilepsia
Causas metabólicas
Retirada abrupta de medicações

27/12/2023
AS CRISES EPILÉTICAS PODEM APRESENTAR MANIFESTAÇÕES
MOTORAS ASSOCIADAS OU NÃO A ALTERAÇÕES LOCALIZADAS EM
ÁREAS DO CÉREBRO, COM SINTOMAS VISUAIS, AUDITIVOS,
SENSITIVOS

O diagnóstico clínico da crise epilética e a sua etiologia são críticos para um atendimento adequado.

A entidade mais grave, devido ao risco de sequelas e de óbito, é o estado de mal epilético (EME)

27/12/2023
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

27/12/2023
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

27/12/2023
EVENTOS NÃO EPILÉPTICOS

 Os eventos não epiléticos deverão ser considerados na avaliação de pacientes com crises epiléticas.

Além disso, devem ser considerados os seguintes diagnósticos diferenciais:

Quadros hipóxico-isquêmicos: síncope, crises de perda de fôlego, refluxo gastresofágico


Distúrbios do sono: narcolepsia,catalepsia
Movimentos involuntários: uso de neurolépticos, metoclopramida, bromoprida
Crises psicogênicas: somatização, simulação.

27/12/2023
CRISE CONVULSIVA FEBRIL
ATUALIZAÇÃO NO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DAS CRISES EPILÉPTICAS FEBRIS. REV ASSOC MED BRAS. 2010;

A convulsão febril é uma crise convulsiva, acompanhada por febre


(temperatura maior ou igual a 38ºC medida por qualquer método),
que ocorre em crianças de 6 meses a 5 anos de idade, sem evidência
de infecção ou inflamação do sistema nervoso central (SNC), sem
alteração metabólica e sem história prévia de crise convulsiva afebril

27/12/2023
Forte componente
CRISE CONVULSIVA FEBRIL genético

 Caracteristicamente, as crises convulsivas febris simples ou típicas são:

Tônico-clônicas generalizadas
Curta duração
Únicas
Precoces em um processo febril
Manifestações pós-ictais discretas.

herança autossômica dominante, com baixa penetrância


27/12/2023
 A crise febril ocorre em 2 a 5% das crianças, e é o evento convulsivo mais comum naquelas com idade inferior a 5 anos.

 A maior parte das crises convulsivas febris se encerra antes da chegada dos pacientes ao pronto-atendimento e o
médico, na maioria das vezes, avalia a criança já no período pós-ictal
 Sequência de atendimento de um quadro de urgência —

Avaliação de vias aéreas, ventilação e circulação.


A classe de fármacos de primeira linha consiste em benzodiazepínicos, como o diazepam e o
midazolam.

27/12/2023
EPILEPSIA

 Após a crise febril, crianças com epilepsia são o principal grupo que chega à emergência.

 Cerca de 20% dos quadros de epilepsia são refratários aos medicamentos instituídos e,
geralmente, englobam síndromes epilépticas, as quais se associam a diversos tipos de crise em
crianças com atraso de desenvolvimento.
 Além dessa situação, outros fatores contribuem para que uma criança com epilepsia saia do
controle da doença: abstinência (a descontinuidade da medicação); uso de subdoses (crianças
que ganham peso, cujas doses não são reajustadas)

27/12/2023
27/12/2023
CRISES
EPILÉTICAS
PROLONGADAS
Nas crises epiléticas prolongadas (EME)
(duração > 5 a 10 minutos), contínuas ou intermitentes, sem
recuperação do nível de consciência entre as crises, o tempo de crise a
ser considerado é de 5 minutos, pois a maioria das crises, após 7 minutos
de duração, evolui para
EME estabelecido (30 minutos ou mais de crises).

27/12/2023
COMPLICAÇÕES DO EME (ESTADO DE MAL EPILÉPTICO )

Cardiovascular Bradicardia, hipertensão , choque , PCR


Respiratória Apnéia, respiração irregular ,pneumonia aspirativa ,edema pulmonar
Renal Oligúria, necrose tubular, insuficiência renal , mioglobinúria
Autonômica Hipertermia, sudorese, secreção brônquica excessiva
Metabólica Hiper/hipoglicemia,hiponatremia, acidose metabólica

27/12/2023
 As crises epiléticas na infância, incluindo o EME, devem ser tratadas o mais precocemente possível devido ao grande
risco de morbidade e mortalidade

 Situações clínicas com crise única, crise febril e crises repetidas em horas ou dias são de menor risco, mas merecem
atenção e orientação especiais devido ao potencial deletério e às comorbidades que podem surgir na evolução.

27/12/2023
ABORDAGEM

27/12/2023
TRATAMENTO

 Quanto mais precocemente a crise convulsiva for tratada, maior a chance de ser controlada.

 Assim, recomenda-se que qualquer situação com duração superior a 5 minutos seja tratada com anticonvulsivantes, cuja
administração no atendimento pré-hospitalar pode encurtar a crise.

27/12/2023
TRATAMENTO

27/12/2023
TRATAMENTO

 Os benzodiazepínicos são a primeira linha de terapia para convulsões

DIAZEPAN
MIDAZOLAN
EV, VR (retal)
EV ou IM
0,2 a 0,5mg/kg, máximo 10mg
0,2mg/Kg , máx 10mg

27/12/2023
TRATAMENTO

27/12/2023
TRATAMENTO

HIDANTALIZAR !!!

27/12/2023
EXAMES DEVEM SER CONSIDERADOS PARA UMA CRIANÇA COM IDADE
INFERIOR A 6 MESES QUE SE APRESENTA NA EMERGÊNCIA COM
PRIMEIRO EPISÓDIO DE CRISE CONVULSIVA AFEBRIL

 Glicemia, eletrólitos, gasometria e punção lombar.

 RM

27/12/2023
CRISE CONVULSIVA: ABORDAGEM DA CRIANÇA

 ABC ( airway, breathing e circulation) esteja intacto.

 A criança pode estar sonolenta, em estado pós-ictal, mas deve ser responsiva.

 Quando estiver estável, deve-se obter uma história detalhada do paciente e da família, além de dados sobre o pré-natal e o parto.

 A família deve sempre ser questionada sobre eventos que precederam a crise, características da convulsão (incluindo nível de
consciência, duração, se focal ou generalizada, progressão, cianose, perda de enfincteres, duração do período pós-ictal, assim
como qualquer alteração neurológica associada), informações sobre o uso de medicações, possibilidade de ingestão de
substâncias, doenças recentes, vacinação e história familiar. Traumas, hemorragia intracraniana, intoxicação, acidente vascular
cerebral
 Em RNs e lactentes, deve-se sempre lembrar de medir o perímetro cefálico no exame físico inicial, além de realizar exame físico
detalhado, avaliar sinais vitais que possam sugerir uma causa potencial para a convulsão, como alterações do ritmo cardíaco que
indiquem alguma intoxicação

27/12/2023
CRISE CONVULSIVA: ABORDAGEM DA CRIANÇA

 Além do tratamento correto da crise, é fundamental identificar a causa da convulsão, para que seja, se necessário,
instituída medicação profilática.

 Quando essa condição é abordada de forma adequada na sala de emergência e bem conduzida posteriormente, os riscos
de déficits neurológicos tornam-se baixos.

27/12/2023
CRISE CONVULSIVA: ABORDAGEM DA CRIANÇA

 A punção lombar deve ser considerada :

 Idade inferior a 6 meses com relato de crise consulsiva e que se apresentarem com rebaixamento do estado geral.

27/12/2023
O estudo de neuroimagem só ajuda no atendimento quando ocorre :
trauma, suspeita de acidente vascular encefálico (AVE) ou sinal de localização
na avaliação neurológica, como um déficit focal após crise ou edema de papila no
fundo de olho.

27/12/2023
TCE GRAVE VS CRISE CONVULSIVA

 Presença de crise convulsiva pós TCE torna o prognóstico neurológico pior.

 O pediatra que irá dar o suporte a esses pacientes deve sempre estar atento à possibilidade de evolução do quadro de
maneira ruim e, como rotina, deve instaurar o uso de anticonvulsivantes como medida profilática já na sala de
emergência.

27/12/2023
CRISE CONVULSIVA: ABORDAGEM DA CRIANÇA

 EEG – Eletroencefalograma

Raramente é indicado no atendimento de


emergência

Casos em que, após o controle das crises, o nível sensorial


persiste alterado.
EEG : afastar EME não convulsivo.
27/12/2023

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