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Crise Sintomática Aguda

e
Estado de Mal
Epiléptico
Mariah Gomes de Lima - R2 Neurologia FMABC
Enzo Stinghel Pellacani - R2 Neurologia FMABC
Crise
Sintomática
Aguda
As crises sintomáticas agudas ou crises provocadas ou reflexas
são assim como dizem em seu próprio nome crises causadas por
alguma causa identificável.

Podem ocorrer em pacientes com ou sem Epilepsia


Como reconhecer?

A causa é claramente identificada

Existe uma correlação temporal entre a causa e a crise

Geralmente são do tipo Generalizadas


Causas
Glicemia (Hipo até a Cetoacidose)
Distúrbios Hidroeletrolíticos - principalmente
do Na+
Metabólicas Hipóxia
Disfunções Renais
Disfunções Hepáticas

Drogas:
Álcool - intoxicação ou abstinência
Cocaína, Crack, Anfetaminas e Alucinógenos
Tóxicas Medicamentos:
Barbitúricos e Benzodiazepínicos - retirada
abrupta
Hipoglicemiantes
Causas

TCE (até 07 dias)


Estruturais AVC Grave

Infecções sistêmicas
Infecciosos Infecções do SNC: Meningites e Encefalites

Inflamatórios Doenças Auto-imunes


Abordagem Diagnóstica

Bioquímica e
Anamnese Neuroimagem
Rastreio Infeccioso

Eletroencefalograma = quase nunca


Abordagem Diagnóstica

Eletroencefalograma no quadro agudo


.

quase nunca

8 - 10 % da população apresentará uma crise convulsiva ao longo da vida


Tratamento
Suporte e Tratar a causa de base

● Fármacos Anticonvulsivantes

● Para abortar crises com duração maior que 05 min


● De forma contínua quase nunca !
Estado de
Mal
Epiléptico
"Estado de Mal Epiléptico (ou Status Epiléptico) é uma
condição resultante da falha dos mecanismos responsáveis
pela cessação da crise epiléptica ou da ativação de
mecanismos que levam a crises anormalmente prolongadas
(além do ponto T1). É uma condição capaz de levar a
consequências de longo prazo (após o tempo T2), incluindo
morte neuronal, dano neuronal e alteração de vias neuronais,
dependendo do tipo e duração da crise"

ILAE (2015)
Definição
Tipo de Estado Epiléptico Tempo T1 Tempo T2

Significado Clínico Crise não cessou Manutenção da crise a partir


espontaneamente e será desse momento acarretará dano
necessário tratamento neuronal ao paciente.
medicamentoso.

Estado de Mal Convulsivo (EMEC) 5 minutos 30 minutos

Estado de Mal Não Convulsivo 10 minutos 60 minutos


(EMENC)

Definição Operacional: Crises durando > 5 minutos ou > 2 crises sem recuperação
COMPLETA de consciência entre elas.
Classificação

EM Convulsivo EM Não-Convulsivo
Paciente apresenta manifestações motoras Paciente não exibe manifestações
visíveis, sendo passível de motoras, sendo necessário
DIAGNÓSTICO CLÍNICO. Eletroencefalograma para o diagnóstico.
EM Refratário: Persiste após administração de 2 medicações anticonvulsivantes, sendo pelo menos
uma delas um benzodiazepínico.
EM Super-Refratário: Persiste após 24h da instituição de terapia anestésica (mantendo-se a despeito
da anestesia, recorrendo em vigência de anestesia ou reincidindo após a tentativa de retirada da
anestesia)
Abordagem Diagnóstica

Eletroencefalograma
Neuroimagem
(EEG)
● Se dúvida quanto à presença de EMENC ● Investigação Etiológica
● Atenção especial a pacientes com quadro ● Avaliação de possíveis lesões
inicialmente motor que cessa, porém sem secundárias ao EM prolongado
recuperação de consciência ● No cenário emergencial o exame mais
○ Nível de consciência começa a ser adequado é a TC sem contraste, porém,
recuperado com cerca de 10 minutos no paciente estável a RM tem maior
após EM convulsivo sensibilidade e especificidade.
○ A possibilidade de EMENC deve ser
considerada se não houver recuperação
total da consciência entre 30 e 60
Manejo Terapêutico
do Estado de Mal
Manejo Terapêutico do EM
● ABCD
● Determinar e cronometrar momento de início da
crise

01. Estabilização (0-5 min) ● Avaliar oxigenação e suplementar (se


necessário)
● Avaliação de Glicemia Capilar (corrigir se
necessário)
● Estabelecer Acesso Venoso Periférico

Medicamento de Escolha →
BENZODIAZEPÍNICO:

02. Terapia Inicial (5-20 min) ● Diazepam EV 10 mg (0,15-0,2mg/kg/dose até


10 mg) - Pode ser repetido 1x
● Midazolam IM 10 mg (se >40 kg) 5 mg (se 13-
40 kg)
Manejo Terapêutico do EM

Sem preferência entre as 3 opções:


● Fenitoína EV 20 mg/kg (máx 1,5 g/dose)
Terapia de 2ª Linha (20-40
03. min)
● Ácido Valpróico EV 40 mg/kg (máx 3g/dose)
● Levetiracetam EV 60 mg/kg (máx 4,5g/dose)

Alternativa: Fenobarbital EV 15 mg/kg dose única

Pouquíssimas evidências guiando a terapia a partir


desse ponto.
Opções Incluem:
Terapia de 3ª Linha (40-60
04. min)
● Repetir medicação de 2ª linha
● Iniciar medicação anestésica em dose contínua
○ Midazolam
○ Propofol
○ Tiopental
Monitorização da Terapia
01.
02.
EEG Contínuo Início de Fármacos
Antiepilépticos
Pacientes em EME devem ser
monitorizados com EEGc em ambiente Deve ser prontamente iniciado uma vez
de Terapia Intensiva. controlado o EME, de forma a prevenir a
reincidência.
Em pacientes que necessitam de anestesia
geral essa introdução deve ser realizada
antes de iniciar o desmame de sedação.
Monitorização da Terapia
03.
02.
Neuroimagem
Desmame de Sedação
Indicada para diagnóstico de possíveis
etiologias ainda indefinidas do EME, Em pacientes que necessitem de anestesia
bem como para avaliar possíveis danos geral para controle do EME essa deve ser
decorrentes de EME prolongado (RM). retirada lentamente após a introdução dos
FAE.
Deve ser realizado desmame de 1/3 da
dose atual a cada 12 horas, idealmente
com EEGc e vigilância de fenômenos
motores.
Obrigado!
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