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2 Fundações Biológicas
Objetivos de aprendizado
2.1 Descreva as funções dos hormônios no feedback
alça do sistema endócrino e como eles iniciam a puberdade.
2.2 Explique como o surto de crescimento difere entre meninas e
meninos e identifique a ordem em que as partes do corpo
experimentam um crescimento rápido.
2.3 Descrever como o funcionamento físico muda durante a puberdade
e contrastar o funcionamento físico na adolescência e na
idade adulta emergente.
2.4 Explique a diferença entre sexo primário e secundário
características e fornecem a ordem típica de desenvolvimento das
características sexuais secundárias em meninos e meninas.
2.5 Explique como a cultura influencia o momento da puberdade.
2.6 Identificar as taxas de prevalência da puberdade
rituais entre culturas e explicar a função desses rituais.
2.7 Descrever como as influências culturais moldam as
respostas à menarca e à semenarca entre adolescentes.
2.8 Resumir as diferenças de género na forma como os rapazes e as
raparigas respondem ao atingir a puberdade relativamente cedo ou tarde.
2.9 Compare e contraste os efeitos ambientais passivos, evocativos e
ativos do genótipo S.
2.10 Explique por que os efeitos ambientais do genótipo S mudam com
o tempo.
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“Tive minha primeira menstruação aos doze anos, já sabia disso e não tive medo. Eu pensei que estava sentindo

muito bom, porque então eu saberia que estava crescendo e me tornando uma senhora, você sabe. E eu realmente tive

uma sensação agradável.” Menina adolescente afro-americana (Konopka, 1976, p. 48)

“Eu não sabia sobre [menstruação]. [Minha mãe] nunca me contou nada parecido. Eu estava com medo, eu

comecei a lavar todas as minhas roupas íntimas esperando que minha mãe não descobrisse, mas ela entrou e

me pegou lavando e ela começou a rir de mim. Mas ela nunca me contou o que era. . . .

Quero dizer, ela me disse que não era nada com que se preocupar, é algo que acontece, você sabe,

mas ela não me disse o que significava e coisas assim.” Adolescente latina (Konopka, 1976,

págs. 47–48)

“Desde que estou mais maduro fisicamente recebo muitos olhares quando saio. Às vezes parece

legal ou engraçado quando estou com meus amigos, especialmente quando é alguém legal. Mas quando é algum

esquisito ou quando algum homem mais velho diz algo como “Ooooooh”, então é assustador e eu quero dizer:

'Tenho apenas doze anos, me deixe em paz.'” Denise, 12 anos (Bell, 1998, p. 24)

“Eu não suporto a minha aparência agora! Às vezes eu só quero colocar um saco na cabeça para me esconder

meu rosto. Está tudo cheio de espinhas e lugares oleosos. Posso lavá-lo dez vezes por dia e ainda é o

mesmo." Pablo, 15 anos (Bell, 1998, p. 10)

“Os pelos pubianos me assustaram pra caralho. Eu vi todos esses pequenos inchaços e não sabia o que eram

eram. Achei que talvez tivesse [uma infecção sexualmente transmissível], mas nem tinha feito sexo.” João

(Bell, 1998, p. 20)

“[A primeira vez que ejaculei] tenho quase certeza de que foi um sonho molhado. O problema era que

Eu não sabia o que era. Fiquei surpreso por ter feito xixi na cama – o que eu fiz? eu só descobri

um ano depois, o que era.” Adolescente americano branco (Stein & Reiser, 1993, p. 377)

Esses exemplos ilustram a ampla gama de reações que os
adolescentes têm aos eventos que indicam o desenvolvimento
da maturidade física e sexual. Sugerem também as formas
como as culturas influenciam as interpretações dos jovens
sobre os acontecimentos biológicos da puberdade, em parte
informando-os – ou negligenciando a informação – sobre as
mudanças que irão ocorrer nos seus corpos.
Embora a adolescência seja um período da vida culturalmente
construído, as mudanças biológicas da puberdade são uma parte
central do desenvolvimento durante a adolescência em todas as
culturas. muitas mudanças ocorrem e muitas vezes são dramáticas. Aí
está você, crescendo em um ritmo mais ou menos constante durante a
infância, e então, de repente, a metamorfose começa - surto de
crescimento, pelos pubianos, pelos nas axilas, acne, mudanças na
forma do corpo, desenvolvimento dos seios e menarca nas meninas,
primeira ejaculação e pelos faciais em meninos e muito mais. As
mudanças são muitas vezes excitantes e alegres, mas os adolescentes
também as experimentam com outras emoções – medo, surpresa,
aborrecimento e ansiedade. alcançar as principais mudanças mais cedo
ou mais tarde do que a maioria dos pares é especialmente uma fonte de ansiedade.
As mudanças biológicas da puberdade são semelhantes em todas
as culturas, mas neste capítulo veremos que os eventos biológicos
interagem com as influências culturais. A cultura influencia o momento
dos eventos biológicos e as culturas respondem de diversas maneiras
às mudanças biológicas que significam a obtenção da maturidade física
– e sexual – pelos adolescentes. Os adolescentes, por sua vez, confiam
nas informações fornecidas pelas suas culturas para interpretar as
mudanças que ocorrem nos seus corpos e na sua aparência física.
Neste capítulo começaremos com uma descrição das alterações
hormonais da puberdade. Isto será seguido por uma descrição das
mudanças corporais da puberdade, incluindo mudanças na altura, peso,
relação músculo-gordura e força. A seguir será feita uma descrição das
características sexuais primárias (produção de espermatozoides e
óvulos) e das características sexuais secundárias (como o crescimento
dos pelos pubianos e o desenvolvimento dos seios).
Em seguida, examinaremos as respostas culturais, sociais e
psicológicas à puberdade, incluindo as diferentes experiências de
adolescentes que amadurecem relativamente cedo ou relativamente
tarde. O capítulo termina com um exame da relação entre influências
genéticas e ambientais.

33
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34 Capítulo 2

Hipotálamo

Glândula pituitária

Glândula tireóide

Glândulas supra-renais

Gônadas ou
glândulas sexuais

Fêmea

Macho

Figura 2.1 As principais glândulas envolvidas na alteração puberal.

Brooks-Gunn, 2006). O aumento do Gnrh começa na meia infância, pelo

menos um ou dois anos antes mesmo das primeiras mudanças corporais
da puberdade.
Mas o que faz com que o hipotálamo aumente a produção de Gnrh?
evidências recentes indicam que esse aumento ocorre quando um nível
limite de gordura corporal é atingido (Alsaker & Flammer, 2006). durante a
segunda infância, a proporção de gordura no corpo aumenta gradualmente
e, uma vez atingido o nível limiar, o aumento do Gnrh é desencadeado no
hipotálamo. As células adiposas produzem uma proteína, a leptina, que
fornece o sinal ao hipotálamo (shalatina & philip, 2003).

Conseqüentemente, para adolescentes excessivamente magros devido a

doenças, exercícios extremos ou desnutrição, a puberdade é atrasada.

a glândula pituitária e as gonadotrofinas O aumento de Gnrh afeta a

glândula pituitária, uma glândula que cerca de metade

puberdade As mudanças na fisiologia, anatomia e
funcionamento físico que transformam uma pessoa
biologicamente em um adulto maduro e preparam o corpo
para a reprodução sexual.
sistema endócrino Uma rede de glândulas no corpo.
Através dos hormônios, as glândulas coordenam seu
funcionamento e afetam o desenvolvimento e
funcionamento do corpo.
hormonas Substâncias químicas, libertadas pelas
glândulas do sistema endócrino, que afectam o
desenvolvimento e o funcionamento do corpo, incluindo
o desenvolvimento durante a puberdade.
hipotálamo A “glândula mestra”, localizada na parte
inferior do cérebro, abaixo do córtex, que afeta uma
ampla gama de funcionamento fisiológico e psicológico
e estimula e regula a produção de hormônios por outras
glândulas, incluindo aquelas envolvidas no início
do puberdade.
hormônio liberador de gonadotrofinas
(gnrH) hormônio liberado pelo hipotálamo
que faz com que as gonadotrofinas sejam
liberadas pela hipófise.
leptina Uma proteína, produzida pelas células
adiposas, que sinaliza ao hipotálamo para iniciar
as alterações hormonais da puberdade.
glândula pituitária Uma glândula com cerca de meia
polegada de comprimento localizada na base do
cérebro que libera gonadotrofinas como parte da
preparação do corpo para a reprodução.
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Fundações Biológicas 35

uma polegada de comprimento localizada na base do cérebro. O Gnrh

é apropriadamente chamado de hormônio liberador de gonadotrofinas,
400
porque é isso que ele faz quando atinge a glândula pituitária – causa a Rapazes
liberação de hormônios chamados gonadotrofinas . As duas dl) 300
gonadotrofinas são o hormônio folículo-estimulante (FSH) e o
200
hormônio luteinizante (LH). Fsh e lh estimulam o desenvolvimento de
Garotas
gametas – óvulos nos ovários da mulher e espermatozoides nos 100
testículos do homem. O Fsh e o LH também influenciam a produção de
hormônios sexuais pelos ovários e testículos, que serão descritos com 1 2345
mais detalhes abaixo.
Estágio puberal

as gônadas e os hormônios sexuais Os ovários e testículos também

são conhecidos como gônadas ou glândulas sexuais. Em resposta à 90

estimulação do Fsh e do Lh liberados pela glândula pituitária, as

) 70
gônadas aumentam a produção dos hormônios sexuais. Garotas
mL
Existem duas classes de hormônios sexuais, os estrogênios e os 50
andrógenos. no que diz respeito ao desenvolvimento puberal, o
30
estrogênio mais importante é o estradiol, e o drogênio mais importante Rapazes
é a testosterona (shirtcliff et al., 2009). O aumento desses hormônios 10
é responsável pela maioria das mudanças corporais observáveis da
12345
puberdade, como o crescimento dos seios nas mulheres e os pelos
faciais nos homens. Estágio puberal

o estradiol e a testosterona são produzidos tanto em homens
quanto em mulheres, e durante a infância os níveis desses hormônios
são aproximadamente os mesmos em meninos e meninas (derose &
Brooks-Gunn, 2006). entretanto, uma vez iniciada a puberdade, o
equilíbrio muda dramaticamente, com as mulheres produzindo mais
estradiol do que os homens e os homens produzindo mais testosterona
do que as mulheres (Figura 2.2). Em meados da adolescência, a
produção de estradiol é cerca de oito vezes maior nas mulheres do que
era antes da puberdade, mas apenas cerca de duas vezes maior nos
homens (Nottelmann et al., 1987; susman, 1997). da mesma forma, nos
homens a produção de testosterona é cerca de 20 vezes maior em
meados da adolescência do que era antes da puberdade, mas nas
mulheres é apenas cerca de quatro vezes maior (Nottelmann et al., 1987; susman,
Os andrógenos são produzidos não apenas pelas glândulas
sexuais, mas também pelas glândulas supra-renais. Na puberdade, a
glândula pituitária aumenta a produção de um hormônio conhecido
como hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), que faz com que as
glândulas renais aumentem a produção de andrógenos (Archibald,
Graber, & Brooks-Gunn, 2003). Os andrógenos liberados pela glândula
adrenal têm os mesmos efeitos que os andrógenos
FIGURA 2.2 Diferenças sexuais nas alterações hormonais durante a puberdade.
Fonte: Nottelmann et al. (1987).
liberado pelos testículos, contribuindo para mudanças como o
desenvolvimento de aumento de pelos no corpo.
o circuito de feedback no sistema endócrino Desde a infância, um
circuito de feedback funciona entre o hipotálamo, a glândula pituitária,
as gônadas e as glândulas supra-renais, que monitora e ajusta os níveis
dos hormônios sexuais (ver Figura 2.3). O hipotálamo monitora os
níveis de andrógenos e estrogênios na corrente sanguínea e, quando
os hormônios
1997). sexuais atingem um nível ideal, denominado ponto de
ajuste, o hipotálamo reduz a produção de Gnrh.
A hipófise responde à redução de Gnrh reduzindo sua produção de
Fsh, lh e ACTh; as gônadas e as glândulas supra-renais, por sua vez,
respondem aos níveis mais baixos de Fsh e LH, reduzindo a quantidade
de hormônios sexuais que produzem.

hormônios gonadotrofinas (FSh e Lh) que estimulam o
desenvolvimento de gametas.
hormônio folículo-estimulante (FSH) Junto com Lh,
estimula o desenvolvimento de gametas e
hormônios sexuais nos ovários e testículos.
hormônio luteinizante (LH) Junto com o FSh, estimula
o desenvolvimento de gametas e hormônios sexuais nos
ovários e testículos.
Gametas Células, distintas de cada sexo, que estão
envolvidas na reprodução (óvulos nos ovários da mulher
e espermatozoides nos testículos do homem).
gônadas Os ovários e testículos. Também conhecidas
como glândulas sexuais.
hormônios sexuais Andrógenos e estrogênios que
causam o desenvolvimento de características
sexuais primárias e secundárias.
estrogênios Os hormônios sexuais que apresentam
níveis especialmente elevados nas mulheres a partir da
puberdade e são os principais responsáveis pelas
características sexuais primárias e secundárias femininas.
andrógenos Os hormônios sexuais que apresentam níveis
especialmente elevados nos homens a partir da puberdade
e são os principais responsáveis pelas características
sexuais masculinas primárias e secundárias.
estradiol O estrogênio mais importante no
desenvolvimento puberal entre as meninas.
testosterona O andrógeno mais importante no
desenvolvimento puberal entre os meninos.
hormônio adrenocorticotrófico (aCtH)
O hormônio que faz com que as glândulas supra-
renais aumentem a produção de andrógenos.
ciclo de feedback Sistema de hormônios envolvendo
o hipotálamo, a glândula pituitária e as
gônadas, que monitoram e ajustam os níveis
dos hormônios sexuais.
ponto de ajuste Nível ideal de hormônios sexuais
no corpo. Quando esse ponto é alcançado, as
respostas nas glândulas do ciclo de feedback
fazem com que a produção de hormônios sexuais
seja reduzida.
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36 CAPÍTULO 2

pontos para o aumento dos hormônios sexuais no hipotálamo, as gônadas

Hipotálamo podem produzir uma quantidade crescente de hormônios sexuais antes que o
hipotálamo as instrua a diminuir a produção. Voltando à metáfora do termostato,
é como se o termostato fosse regulado para 40 graus durante a infância, de
modo que o “calor” da produção de hormônios sexuais fosse acionado apenas
ocasionalmente. No decurso da puberdade, é como se o termóstato subisse
GnRH para 80, e o “calor” da produção de hormonas sexuais aumentasse em
conformidade.

Hipófise Crescimento físico durante a puberdade

glândula
Os aumentos nos níveis dos hormônios sexuais discutidos na seção anterior
resultam em uma variedade de mudanças dramáticas no corpo dos
adolescentes. Uma dessas mudanças é a taxa de crescimento físico. Depois
ACTH LH, FSH
de prosseguir em ritmo constante desde a primeira infância, o crescimento
aumenta repentinamente quando chega a puberdade. Na verdade, um dos
primeiros sinais da puberdade, tanto para meninas quanto para meninos, é o
Ad-renal surto de crescimento na adolescência. A Figura 2.4 mostra a taxa típica de
Gônadas
glândulas crescimento em altura desde o nascimento até aos 19 anos, incluindo o surto
de crescimento da adolescência. No pico da velocidade de crescimento,
quando o surto de crescimento da adolescência está no máximo, as meninas
crescem cerca de 3,5 polegadas (9,0 cm) por ano, e os meninos crescem cerca
de 4,1 polegadas (10,5 cm) por ano (Huang, Biro, & Dorn, 2009 ; Tanner,
Andrógenos Estrogênios
1971). Tanto para meninas quanto para meninos, a taxa de crescimento no
pico da velocidade de crescimento é a mais alta desde os 2 anos de idade.

Primário e
secundário
características sexuais

FIGURA 2.3 O ciclo de feedback.

Fonte: Adaptado de Grumbach et al. (1974).

Uma metáfora comumente usada para o ponto de ajuste é um termostato.

Se você ajustar o termostato para 70 graus, quando a temperatura cair abaixo
desse nível o forno liga.
À medida que a fornalha aquece os ambientes, a temperatura sobe e, quando
atinge novamente os 70 graus, a fornalha desliga. No seu corpo, quando os
níveis dos hormônios sexuais caem abaixo dos pontos definidos, a produção
deles pelas gônadas aumenta.
Uma vez que os níveis sobem novamente para os pontos de ajuste, a sua
produção diminui.
Quando a puberdade começa, os pontos de ajuste dos andrógenos e
estrogênios aumentam no hipotálamo, com o ponto de ajuste dos andrógenos
aumentando mais nos homens do que nas mulheres e o ponto de ajuste dos
estrogênios aumentando mais nas mulheres do que nos homens. Em outras
palavras, durante a infância as gônadas produzem apenas uma quantidade
relativamente pequena de hormônios sexuais antes que o ponto de ajuste do
hipotálamo seja atingido e o hipotálamo sinalize às gônadas para diminuir a
produção dos hormônios sexuais. Quando a puberdade começa, porém, e o
conjunto As meninas normalmente atingem o surto de crescimento 2 anos antes dos meninos.

surto de crescimento na adolescência O rápido pico de velocidade de altura O ponto em que o assincronicidade Crescimento desigual de
aumento da altura que ocorre no início da surto de crescimento do adolescente atinge seu máximo diferentes partes do corpo durante a puberdade.
puberdade. avaliar. extremidades Os pés, mãos e cabeça.
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Fundações Biológicas 37
24
23
22
21
190 20

180 19
Garoto 18
170
17
160 16
Garota 15
150
14
140 13
12
130
Velocidade

Altura

11
120 10
Garoto
110 9
8
100 Garota
7
90 6
5
80
4
70 3
2
60
1
50
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 1 3 57 9 11 13 15 17 19

Anos de idade) Anos de idade)

FIGURA 2.4 Crescimento em altura e velocidade de crescimento para homens e mulheres médios.
Fonte: Adaptado de Marshall (1978).

Como mostra a Figura 2.4, as raparigas normalmente atingem o início do seu
estirão de crescimento, bem como o seu pico de velocidade de crescimento, cerca de 2
anos mais cedo do que os rapazes. Isto também se aplica a outros aspectos do
desenvolvimento físico na puberdade: as meninas amadurecem cerca de 2 anos antes
dos meninos. até o início do surto de crescimento, durante toda a infância, os meninos
são, em média, ligeiramente mais altos do que as meninas da mesma idade (derose &
Brooks-Gunn, 2006). As meninas ficam mais altas em média durante cerca de 2 anos no
início da adolescência, dos 11 aos 13 anos, os 2 anos em que atingem o pico de
crescimento, mas os meninos não. no entanto, a maturação mais precoce das raparigas
contribui para a sua menor estatura adulta, porque o estirão de crescimento da
adolescência também marca o início do fim do crescimento em altura. Dado que as
raparigas iniciam o seu surto de crescimento mais cedo, também atingem a sua altura
final mais cedo – por volta dos 15 anos, em média, em comparação com cerca de 17
anos para os rapazes (Archibald et al., 2003).
os adolescentes têm uma aparência “desajeitada” no início da puberdade, pois algumas
partes do corpo crescem mais rápido do que outras. As extremidades—
pés, mãos e cabeça – são os primeiros a atingir o surto de crescimento, seguidos pelos
braços e pernas (Archibald et al., 2003). algumas partes da cabeça crescem mais que
outras. A testa fica mais alta e larga, a boca se alarga, os lábios ficam mais cheios e o
queixo, as orelhas e o nariz ficam mais proeminentes (mussen et al., 1990). O tronco, o
peito e os ombros são as últimas partes do corpo a atingir o estirão de crescimento e,
portanto, as últimas a atingir o final do seu crescimento.
Além do surto de crescimento, ocorre um surto de crescimento muscular durante a
puberdade, principalmente devido ao aumento da testosterona (son'kin, 2007; Tanner,
1971). Como os meninos apresentam maiores aumentos de testosterona do que as
meninas, eles também apresentam maiores aumentos no crescimento muscular. Como
mostra a Figura 2.5 , antes da puberdade as meninas e os meninos são muito
semelhantes em termos de massa muscular.

os níveis de gordura corporal também aumentam durante a puberdade, mas a

pensando criticamente
Quais são algumas das consequências sociais e psicológicas do facto de as
raparigas amadurecerem cerca de 2 anos mais cedo do que os rapazes durante
a puberdade?
durante o surto de crescimento da adolescência, nem todas as partes do corpo
crescem no mesmo ritmo. Uma certa assincronia no crescimento durante esse período
explica por que alguns
gordura corporal aumenta mais nas raparigas do que nos rapazes, como mostra a Figura 2.5.
Como consequência destas diferenças entre os sexos no crescimento muscular e de
gordura, no final da puberdade os rapazes têm uma relação músculo-gordura de cerca
de 3:1, enquanto a relação músculo-gordura nas raparigas é de 5:4 (Biro et. al., 2010;
Grumbach et al., 1974). Outras diferenças sexuais na forma do corpo também se
desenvolvem durante a puberdade. os quadris e os ombros se alargam entre meninas e
meninos, mas os quadris se alargam mais do que os ombros nas meninas e os ombros
se alargam mais do que os quadris nos meninos.
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38 Capítulo é 2
25
20
Gordura
Massa
15
10
5
Macho
Fêmea
4 6 8 10 12 14 16 18
Anos de idade)
FIGURA 2.5 Diferenças sexuais na massa muscular e na gordura corporal durante a puberdade.
Fonte: Adaptado de Grumbach et al. (1974).
pensando criticamente
Dado que as raparigas ganham naturalmente substancialmente mais gordura corporal
do que os rapazes durante a puberdade, porque é que algumas culturas criam ideais
físicos que exigem magreza nas mulheres quando atingem a puberdade?
Tanto nos meninos quanto nas meninas, o coração aumenta durante a
puberdade – em média, seu peso quase dobra – e a frequência cardíaca cai,
mas o coração dos meninos cresce mais do que o coração das meninas e a
frequência cardíaca cai para um nível mais baixo (litt & Vaughan, 1987). Aos
17 anos, a frequência cardíaca média de uma menina é cerca de cinco
batimentos por minuto mais rápida do que a média de um menino (Neinstein,
1984). Uma mudança semelhante ocorre no crescimento dos pulmões.
Uma medida do tamanho do pulmão chamada capacidade vital, que significa
a quantidade de ar que pode ser exalada após uma respiração profunda,
aumenta rapidamente tanto para meninos quanto para meninas durante a
além do que é saudável. A obesidade tornou-se um grande problema de saúde
puberdade, mas aumenta mais para meninos do que para meninas (litt & Vaughan, 1987).
Estas diferenças sexuais no crescimento físico e no funcionamento
resultam em diferenças sexuais na força e na capacidade atlética durante a
adolescência e depois. Antes da puberdade, meninos e meninas são quase
iguais em força e desempenho atlético, mas durante a puberdade os meninos
ultrapassam as meninas, e a diferença permanece durante toda a vida adulta
(derose & Brooks-Gunn, 2006).
As diferenças de género também existem nas expectativas culturais para
a actividade física em muitas culturas, com as raparigas adolescentes por
vezes a serem desencorajadas de participar em desportos, a fim de se
conformarem com ideias culturais sobre o que significa ser “feminino”. Os
meninos são mais propensos a praticar exercícios na adolescência,
capacidade vital A quantidade de ar que pode ser consumo máximo de oxigênio (vO2 max) Uma
exalada após uma respiração profunda, que aumenta medida da capacidade do corpo de absorver oxigênio
rapidamente durante a puberdade, especialmente nos meninos. e transportá-lo para vários órgãos; atinge o pico no início
dos anos 20.
16
14
12
10
8
6
2 Macho
Fêmea
0
4 6 8 10 12 14 16 18
Anos de idade)
e esta diferença de género contribui para a diferença no desempenho atlético
entre rapazes e raparigas adolescentes. Isto tem permanecido verdadeiro
mesmo nos últimos anos, apesar do aumento nas atividades atléticas
organizadas para meninas desde a infância (Johnston, delva, & O'malley,
2007a). Um inquérito da Organização Mundial de Saúde a jovens de 15 anos
de idade em 26 países ocidentais concluiu que, em todos os países, os rapazes
eram mais propensos do que as raparigas a afirmar que exerciam vigorosamente
pelo menos duas vezes por semana fora da escola (smith, 2000). Em todos os
países, cerca de três quartos dos rapazes praticavam exercício físico pelo
menos duas vezes por semana, em comparação com cerca de metade das
raparigas. Em estudos que levam em conta a quantidade de exercício, a
relação músculo/gordura ainda é maior para meninos do que para meninas,
mas a diferença não é tão grande como em estudos que não levam em conta
o exercício (derose & Brooks-Gunn). , 2006).
Obesidade Embora seja normal e saudável que os jovens ganhem algum
peso durante a puberdade, para muitos jovens o seu ganho de peso vai muito
nos países desenvolvidos e está a tornar-se também um problema nos países
em desenvolvimento (werner & Bodin, 2007; Zhaohui et al., 2010). A obesidade
é definida como a superação de um índice de massa corporal (IMC)
específico, que é uma relação entre altura e peso (davies & Fitzgerald, 2008).
Os limiares de IMC para obesidade são determinados pelas autoridades
médicas e variam dependendo da faixa etária (The et al., 2010).
Entre os países, as taxas de excesso de peso e obesidade são mais elevadas
nas regiões mais ricas (América do Norte e Europa) e mais baixas nas regiões
mais pobres (África e Sudeste Asiático) (wang & lobstein, 2006). Entre os
países desenvolvidos, as taxas
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Fundações Biológicas 39

a atividade física diminuiu de forma constante e, aos 15 anos, a atividade

15
física caiu para menos de uma hora durante a semana e apenas meia hora
14 Rapazes nos fins de semana. O estudo não investigou os motivos do declínio.
13 Garotas
os

12 Descobriu-se que o tempo assistindo televisão está relacionado à

11 obesidade (dowda et al., 2001), mas os adolescentes americanos assistem
aproximadamente a mesma quantidade de televisão que os adolescentes de
10
outros países industrializados (Flammer, Alsaker, & Noack, 1999), então a
velhos
9
televisão observar não pode explicar a diferença entre países na obesidade.
8
Os jogos de computador também foram responsabilizados (davies &
7
Fitzgerald, 2008), mas, mais uma vez, os jogos de computador são populares
6
em países com taxas muito diferentes de obesidade adolescente. da mesma
5 forma, descobriu-se que a obesidade ocorre nas famílias - quando os pais
4 são obesos, os adolescentes correm maior risco de obesidade (Corrado et

Porcentagem
3 al., 2004; davies & Fitzgerald, 2008; dowda et al., 2001) -
2
1 o que sugere que a hereditariedade pode estar envolvida, mas isso não
pode explicar o aumento acentuado da obesidade nas últimas décadas.
0
learsI
Uma tendência que esclarece o recente aumento da obesidade nos
ocehcT

sodatsE
odinU
adnalrI
açnarF

Estados Unidos é o aumento da presença de máquinas de refrigerantes e

rGecee

aiuqávolsE
acilbúpeR

acramaniD

ainâutiL
ahnamelA

junk food nas escolas. Apenas um quarto das escolas primárias americanas
permitem máquinas de venda automática, mas esta proporção sobe para
FIGURA 2.6 Taxas de obesidade entre adolescentes em países selecionados.
Por que as taxas de obesidade são tão altas entre adolescentes nos Estados Unidos? dois terços no ensino médio e quase 90% nas escolas secundárias (Johnston, delva,

Fonte: Bowman et al. (2004).
da obesidade são especialmente elevados nos Estados Unidos. Conforme Figura 2.6
mostra que a proporção de jovens de 15 anos que são obesos é muito maior nos
Estados Unidos do que em outros países desenvolvidos (lissau et al., 2004; wang,
monteiro, & popkin, 2002). Cerca de 14% dos adolescentes americanos com idades
entre 12 e 17 anos são classificados como obesos, um aumento acentuado de 5%
durante o período de 1966 a 1980 (Fleming & Towey, 2003; Centro Nacional de
Estatísticas de Saúde, 2000). O problema é especialmente grave entre os afro-
americanos e os latinos, cujas taxas de obesidade na adolescência são cerca de
50% superiores às taxas dos brancos (Fleming & Towey, 2003). Os adolescentes
obesos têm níveis mais elevados de leptina, pelo que pode ser que o aumento da
obesidade tenha contribuído para o início mais precoce da puberdade entre as
raparigas afro-americanas e latinas nas últimas décadas (shalitin, 2003; sun et al.,
2005).
o que é responsável pelas tendências perturbadoras da obesidade entre os
adolescentes americanos? Não é de surpreender que a dieta e o exercício estejam
implicados. Quase um terço dos adolescentes americanos comem pelo menos uma
refeição de fast food por dia, e o fast food tende a ser extremamente rico em calorias,
carregado de gordura e açúcar (Bowman et al., 2004). Além disso, as porções de
fast-food aumentaram dramaticamente nos últimos anos, à medida que os
hambúrgueres, as bebidas e as porções de batatas fritas se tornaram
“superdimensionadas”.
O estilo de vida americano é mais orientado para o automóvel do que na maioria dos
outros países desenvolvidos, por isso os adolescentes americanos andam mais de
carro e andam menos a pé ou de bicicleta. Centenas de adolescentes americanos
& O'malley, 2007b). Muitas vezes, as empresas de refrigerantes pagam às escolas
em troca de terem permissão para colocar lá as suas máquinas de venda automática,
e as escolas sedentas de dinheiro são geralmente fáceis de persuadir. as empresas
de refrigerantes também oferecem dinheiro a organizações juvenis extracurriculares,
como o Boys and Girls Clubs of America e o YmCA, em troca de poderem vender
cêntimos aos adolescentes que frequentam os seus programas (Boyle, 2004). alguns
começaram a criticar esta prática, mas tal como as escolas, poucas organizações
juvenis conseguiram resistir ao dinheiro.
A obesidade na adolescência é uma fonte de preocupação não só porque não
é saudável durante a adolescência, mas porque prevê problemas de saúde a longo
prazo (davies & Fitzgerald, 2008; The et al., 2010). Cerca de 80% dos adolescentes
obesos permanecem obesos na idade adulta (england et al., 2004). Uma variedade
de riscos para a saúde resultam da obesidade na idade adulta, incluindo diabetes,
acidente vascular cerebral e doenças cardíacas (Corrado et al., 2004). Para resolver
o problema, os profissionais médicos desenvolveram intervenções destinadas a
reduzir a obesidade durante a infância e a adolescência, geralmente através das
escolas. programas bem-sucedidos têm uma variedade de componentes, incluindo
educação nutricional, avaliação dietética, modificações nas refeições oferecidas na
escola e esforços para aumentar a atividade física (stice, shaw, & marti, 2006). no
entanto, esses programas também enfrentam barreiras, especialmente a resistência
dos adolescentes que não vêem necessidade de mudar e dos pais que não estão
dispostos a envolver-se mais.

exercitam-se menos do que os especialistas médicos recomendam, e as mulheres
afro-americanas têm taxas de exercício especialmente baixas.
Um estudo recente descobriu um declínio acentuado na atividade física dos 9
aos 15 anos (Nader et al., 2008). em vez de usar relatórios de atividade física dos
participantes ou de seus pais, os pesquisadores fizeram com que os participantes
usassem um “acelerômetro”, um dispositivo que mede o movimento, durante uma
semana. Aos 9 anos, as crianças praticavam cerca de 3 horas de atividade física
por dia, tanto nos dias de semana como nos fins de semana. no entanto, dos 9 aos
15 anos a taxa de atividade física
Funcionamento físico na idade adulta emergente Embora a maioria das pessoas
atinja a altura máxima no final da adolescência, por outro lado, a idade adulta
emergente, e não a adolescência, é o período de pico do funcionamento físico.
mesmo após a altura máxima ser atingida, os ossos continuam a crescer em
densidade e o pico de massa óssea é atingido na década de 20 (Zumwalt, 2008).
Uma medida de resistência física chamada consumo máximo de oxigênio, ou VO2
máximo, que reflete a capacidade do corpo de absorver oxigênio e transportá-lo para
vários órgãos, também atinge o pico
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40 Capítulo 2
Para a maioria das pessoas, o pico do seu funcionamento físico ocorre durante
a idade adulta emergente. aqui, o nadador americano Michael Phelps nos
Jogos Olímpicos de Verão de 2008.
no início dos anos 20 (parker et al., 2007). da mesma forma, o débito
cardíaco, a quantidade de fluxo sanguíneo do coração, atinge o pico aos
25 anos (lakatta, 1990). o tempo de reação também é mais rápido no início
dos 20 anos do que em qualquer outra época da vida. estudos sobre força
de preensão entre homens mostram o mesmo padrão, com um pico na
década de 20 seguido por um declínio constante (Aldwin & Spiro, 2006).
Em suma, para a maioria das pessoas, a idade adulta emergente é o
momento da vida em que estão no auge da sua saúde e força.
Uma forma de demonstrar isso é ao extremo, em termos de
desempenho máximo na atividade atlética. vários estudos foram realizados
sobre as idades de melhor desempenho dos atletas (ericsson, 1990; schultz
& Curnow, 1988; pedras & Kozma, 1996; Tanaka & seals, 2003). Descobriu-
se que as idades de pico variam dependendo do esporte, com os nadadores
mais jovens (no final da adolescência) e os golfistas mais velhos (cerca de
31 anos). entretanto, para a maioria dos esportes, a idade máxima de
desempenho ocorre por volta dos 20 anos.
a idade adulta emergente é também o período da vida com menor
suscetibilidade a doenças físicas (Keyes & Grzywacz, 2002). Isto é
especialmente verdade nos tempos modernos, quando as vacinas e os
tratamentos médicos reduziram drasticamente o risco de doenças como a
poliomielite, que costumava atacar principalmente durante estes anos (hein,
1988). os adultos emergentes já não são vulneráveis às doenças e
enfermidades da infância e, com raras excepções, ainda não são
vulneráveis a doenças como o cancro e as doenças cardíacas, cuja
prevalência aumenta mais tarde na idade adulta. O sistema imunológico é
mais eficaz durante a idade adulta emergente. Consequentemente, o final
da adolescência e o início dos 20 anos são os anos com menos internações
hospitalares e menos dias doentes na cama em casa (Keyes & Grzywacz,
2002). Em muitos aspectos, portanto, a idade adulta emergente é um
período de vida excepcionalmente saudável.
débito cardíaco Uma medida da quantidade de sangue características sexuais primárias A produção de óvulos e
bombeado pelo coração. espermatozoides e o desenvolvimento dos órgãos
esforços de promoção da saúde para reduzir os problemas sexuais.
de saúde nos jovens, através do incentivo a mudanças nos características sexuais secundárias Mudanças
comportamentos que colocam os jovens em risco. corporais da puberdade não diretamente relacionadas
à reprodução.
Esta não é toda a história, no entanto. Os estilos de vida de muitos
adultos emergentes incluem frequentemente uma variedade de factores
que prejudicam a saúde, tais como a má nutrição, a falta de sono e o
elevado stress de tentar conciliar a escola e o trabalho ou vários empregos
(ma et al., 2002; steptoe & wardle , 2001). estudos longitudinais nos
Estados Unidos e na Finlândia descobriram que a actividade física, a
participação desportiva e o exercício diminuem desde a adolescência até à
idade adulta emergente (Gordon larsen et al., 2004; Telama et al., 2005).
Além disso, nos Estados Unidos e noutros países desenvolvidos, o
final da adolescência e o início dos 20 anos são os anos de maior incidência
de uma variedade de tipos de doenças, lesões e mortes devido ao
comportamento. Os acidentes automobilísticos são a principal causa de
morte entre adultos emergentes nos países desenvolvidos, e os ferimentos
e mortes por acidentes automobilísticos são mais elevados no final da
adolescência e início dos 20 anos do que em qualquer outro período da
vida (National Highway Traffic Safety Administration, 2011). o homicídio é
outra causa comum de morte nos países desenvolvidos durante a idade
adulta emergente (mcCall, land, & parker, 2011). as taxas de contracção
de infecções sexualmente transmissíveis, incluindo o VIH, são mais
elevadas no início dos anos 20 (w enstock et al., 2004). a maioria dos tipos
de uso e abuso de substâncias também atinge o pico no início dos anos 20
(Bachman et al., 2008).
discutiremos as causas destes problemas no Capítulo 13. Por
enquanto, vale a pena notar que nas últimas décadas os especialistas em
saúde chegaram a um consenso de que a fonte da maioria dos problemas
de saúde física na adolescência e no início dos 20 anos está no
comportamento dos jovens. Como resultado, os programas que enfatizam
a promoção da saúde durante estes anos tornaram-se mais comuns. os
programas de promoção da saúde tendem a enfatizar a prevenção de
problemas através do incentivo a mudanças nos comportamentos que
colocam os jovens em risco (por exemplo, conduzir a altas velocidades,
praticar sexo desprotegido, envolver-se em consumo excessivo de álcool).
muitos destes programas centram-se nos primeiros anos da adolescência,
na crença de que estes são os anos em que estão a ser estabelecidos
padrões de comportamento que podem perdurar até ao final da
adolescência, à idade adulta emergente e mais além.
O sucesso de tais programas tem sido misto até agora, como veremos
mais detalhadamente no Capítulo 13. contudo, alguns programas funcionam
melhor do que outros. Child Trends, um centro de pesquisa sem fins
lucrativos sobre crianças e famílias, publicou uma extensa revisão de
programas destinados a incentivar comportamentos e estilos de vida
saudáveis entre adolescentes (hatcher & scarpa, 2001). Depois de analisar
230 estudos, concluiu-se que os programas mais bem-sucedidos adotam
uma abordagem multifacetada (levando em consideração o adolescente,
os familiares, os pares e a comunidade); concentrar-se na mudança de
comportamento em vez de na distribuição de informações; e incluir sessões
de acompanhamento para reforçar os efeitos da intervenção.
óvulo Ovo maduro que se desenvolve a partir do folículo nos
ovários aproximadamente a cada 28 dias.
spermarche Início do desenvolvimento dos
espermatozoides nos testículos dos meninos na puberdade.
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Para melhor ou para pior © Lynn Johnston Productions. Dist. Por Universal Press Syndicate. reimpresso com permissão. Todos os direitos reservados.
Características sexuais primárias
Além das mudanças no crescimento físico e no funcionamento descritas
até agora, dois outros tipos de mudanças ocorrem no corpo do
adolescente em resposta ao aumento dos hormônios sexuais durante a
puberdade. As características sexuais primárias envolvem a produção
de óvulos e espermatozoides e o desenvolvimento dos órgãos sexuais.
As características sexuais secundárias são outras alterações corporais
da puberdade, não incluindo aquelas relacionadas diretamente à
reprodução.
Produção de óvulos e espermatozoides Como observado, o aumento
dos hormônios sexuais na puberdade faz com que os óvulos se
desenvolvam nos ovários das mulheres e os espermatozoides sejam
produzidos nos testículos dos homens. O desenvolvimento dos gametas
é bastante diferente para os dois sexos. As fêmeas nascem com cerca
de 400.000 óvulos imaturos em cada ovário (Norman, 2008). Na
puberdade, esse número diminuiu para cerca de 80.000 em cada ovário.
Quando uma menina atinge a menarca (seu primeiro período menstrual)
e começa a ter ciclos menstruais, um óvulo se desenvolve em um óvulo
maduro, ou óvulo (plural: óvulos), a cada 28 dias ou mais. As fêmeas
liberam cerca de 400 óvulos ao longo de sua vida reprodutiva.
Em contraste, os homens não têm espermatozoides nos testículos
quando nascem e não os produzem até atingirem a puberdade. A primeira
produção de espermatozoides em meninos é chamada de espermatozoide
e ocorre em média aos 12 anos (Bancroft, 2006; Finkelstein, 2001c).
Quando a esperma chega, os meninos produzem espermatozóides em
quantidades surpreendentes. Existem entre 30 e 500 milhões de
espermatozoides na ejaculação masculina típica, o que significa que o
homem médio produz milhões de espermatozoides todos os dias. Se
você for homem, provavelmente produzirá mais de um milhão de
espermatozóides durante o tempo em que ler este capítulo – mesmo que
seja um leitor rápido!
por que tantos? Uma razão é que o ambiente do corpo feminino não
é muito hospitaleiro para os espermatozoides. O sistema imunológico da
mulher registra os espermatozoides como corpos estranhos e começa a
atacá-los imediatamente. Uma segunda razão é que os espermatozoides
têm, em relação ao seu tamanho, um longo caminho a percorrer para
chegar ao óvulo. Eles têm que percorrer o seu caminho ao longo e através do
Fundações Biológicas 41
“Eu era cerca de seis meses mais novo que todos os outros da minha turma,
e assim por cerca de seis meses depois que meus amigos começaram a desenvolver
(essa foi a palavra que usamos, desenvolver), não fiquei particularmente preocupado
casado. Eu sentava na banheira e olhava para os meus seios e
sei que a qualquer dia, a qualquer segundo, eles começariam a crescer
como o de todo mundo. Eles não... . 'Não se preocupe com isso', disse meu
amiga Libby alguns meses depois, quando as coisas não haviam melhorado.
— Você os receberá depois de se casar. 'O que você está falando?'
Eu disse. 'Quando você se casar', explicou Libby, 'seu marido
toque seus seios, esfregue-os e beije-os e eles crescerão.'”
—Nora ephron 2000, Salada Maluca, pp.
várias estruturas da anatomia reprodutiva feminina. portanto, ajuda ter
muitos espermatozoides se movimentando em direção ao óvulo, porque
isso aumenta a probabilidade de alguns deles chegarem ao óvulo no
momento certo para a fertilização ocorrer.
A Anatomia Reprodutiva Masculina e Feminina As mudanças da
puberdade preparam o corpo para a reprodução sexual e, durante a
puberdade, os órgãos sexuais passam por uma série de mudanças
importantes como parte dessa preparação. Nos homens, tanto o pênis
quanto os testículos crescem substancialmente (King, 2005). O pênis
dobra em comprimento e diâmetro. Em sua forma madura, o pênis flácido
(flácido) tem em média 7 a 10 centímetros de comprimento e cerca de
2,5 centímetros de diâmetro. O pênis tumescente (ereto) tem em média
51/2 a 6 polegadas de comprimento e 11/2
polegadas de diâmetro. O crescimento dos testículos durante a
puberdade é ainda mais pronunciado – eles aumentam 2,5 vezes em
comprimento e 8,5 vezes em peso, em média. O crescimento dramático
dos testículos reflete a produção de muitos milhões de espermatozoides.
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42 Capítulo 2
Nas mulheres, os órgãos sexuais externos são conhecidos como vulva,
que inclui os grandes lábios (latim para “lábios grandes”), os pequenos lábios
(latim para “lábios pequenos”) e o clitóris. A vulva cresce substancialmente na
puberdade (King, 2005). Os ovários também aumentam muito em tamanho e
peso. Assim como os testículos crescem como consequência da produção de
espermatozoides, o crescimento dos ovários reflete o crescimento dos óvulos
em maturação. Além disso, o comprimento do útero duplica durante a
puberdade, atingindo um comprimento maduro de cerca de 7 centímetros,
aproximadamente do tamanho de um punho fechado.
A vagina também aumenta de comprimento e sua cor se aprofunda.
Conforme observado anteriormente, um óvulo é liberado em cada ciclo mensal.
Os dois ovários normalmente alternam meses, com um liberando um óvulo e
depois o outro. O óvulo se move ao longo da trompa de Falópio e segue até o
útero. durante esse período, um revestimento de sangue se acumula no útero,
preparando-se para a possibilidade de receber e fornecer nutrientes ao óvulo
fertilizado. Se o óvulo for fertilizado por um espermatozoide durante sua jornada
até o útero, o óvulo fertilizado começa a se dividir imediatamente. quando
atinge o útero, implanta-se na parede do útero e continua a desenvolver-se. Se
o óvulo não for fertilizado, ele será evacuado durante a menstruação junto com
o revestimento sanguíneo do útero.
Embora a menarca seja a primeira menstruação da menina, não é o
mesmo que a primeira ovulação. Pelo contrário, a maioria dos ciclos menstruais
de uma menina nos primeiros 2 anos após a menarca não inclui a ovulação, e
no terceiro e quarto anos apenas cerca de um terço a metade dos ciclos inclui
a ovulação (Finkelstein, 2001d). Somente após 4 anos de menstruação é que
as meninas ovulam de forma consistente em cada ciclo menstrual. Esta
inconsistência inicial leva algumas adolescentes sexualmente activas a acreditar
que são inférteis, mas isto é um infeliz mal-entendido. A fertilidade pode ser
inconsistente e imprevisível durante os primeiros 4 anos após a menarca, mas
é certamente possível. Não se sabe se os meninos experimentam um atraso
semelhante entre a espermatozoide e a produção de espermatozóides capazes
de fertilizar um óvulo.
Características Sexuais Secundárias
Todas as características sexuais primárias estão diretamente relacionadas à
reprodução. Além destas mudanças, numerosas outras mudanças corporais
ocorrem como parte da puberdade, mas não estão diretamente relacionadas
com a reprodução. Essas mudanças são conhecidas como características
sexuais secundárias.
algumas características sexuais secundárias se desenvolvem apenas
para homens ou apenas para mulheres, mas na maioria das vezes as mudanças
que acontecem em um sexo também acontecem no outro, até certo ponto.
Tanto homens quanto mulheres deixam crescer pelos na região pubiana e
embaixo dos braços. Ambos também deixam crescer pelos faciais - você sabia
que os homens têm, mas talvez não tenha percebido que as mulheres também
deixam crescer pelos, apenas uma pequena quantidade, no rosto durante a
puberdade. da mesma forma, o aumento da pilosidade nos braços e pernas é
mais pronunciado nos homens, mas as mulheres também apresentam mais
pêlos nos membros na puberdade. Os meninos também começam a deixar crescer cabelo
vulva órgãos sexuais femininos externos, incluindo os pequenos lábios Parte da vulva; Latim para “lábios pequenos”.
grandes lábios, os pequenos lábios e o clitóris. clitóris Parte da vulva onde se concentram as sensações
grandes lábios Parte da vulva; Latim para “lábios grandes”. sexuais femininas.
no peito e, às vezes, também nos ombros e nas costas, enquanto as meninas
normalmente não o fazem.
Tanto homens como mulheres experimentam várias alterações na pele
(Tanner, 1971). A pele fica mais áspera, especialmente ao redor das coxas e
braços. As glândulas sudoríparas da pele aumentam a produção, tornando a
pele mais oleosa e mais propensa à acne, resultando em um odor corporal
mais forte. homens e mulheres experimentam um aprofundamento da voz à
medida que as cordas vocais se alongam, com os homens experimentando
uma queda mais acentuada no tom.
até mesmo o desenvolvimento dos seios, embora obviamente seja uma
característica sexual secundária que ocorre nas mulheres, também ocorre em
uma proporção substancial de homens. Cerca de um quarto dos meninos
experimenta aumento dos seios no meio da puberdade (Bell, 1998; Tanner,
1970). Isto pode ser uma fonte de alarme e ansiedade para os rapazes
adolescentes, mas para a maioria deles o alargamento diminui no espaço de
um ano.
Nas meninas, os seios passam por uma série de estágios previsíveis de
desenvolvimento (Figura 2.7). A primeira indicação do desenvolvimento das
mamas, um ligeiro aumento das mamas conhecido como botões mamários, é
também um dos primeiros sinais externos de puberdade na maioria das
meninas (Tanner, 1971). durante esta fase inicial, há também um alargamento
da área ao redor do mamilo, chamada aréola. Nos estágios posteriores do
desenvolvimento da mama, as mamas continuam a aumentar, e a aréola
primeiro sobe com o mamilo para formar um monte acima da mama, depois
recua até o nível da mama enquanto o mamilo permanece projetado (Archibald
et al., 2003). ).
A Tabela 2.1 fornece um resumo das mudanças físicas em homens e
mulheres durante a puberdade.
pensando criticamente
A puberdade envolve o desenvolvimento da maturação sexual. Entre
as características sexuais secundárias aqui descritas, quais são
vistas na sua cultura como promotoras do interesse sexual e da
atratividade entre homens e mulheres? Que não são?
a Ordem dos Eventos Puberais
a puberdade é composta por muitos eventos e processos, que normalmente
se estendem por vários anos (Tabela 2.2). Existe uma grande variabilidade
entre os indivíduos no momento dos eventos puberais. Entre os jovens dos
países desenvolvidos, os primeiros eventos puberais podem ocorrer já aos 8
anos nas meninas e aos 9 ou 10 anos nos meninos, ou até aos 13 anos (Ge et
al., 2007; herman-Giddens, wang, & Koch , 2001; sun et al., 2005). A duração
entre o início do primeiro evento puberal e a maturação puberal completa pode
ser tão curta quanto um ano e meio ou até seis anos (Tanner, 1962).
Consequentemente, no início da adolescência, alguns adolescentes
botões mamários O primeiro ligeiro aumento da mama
em meninas na puberdade.
aréola Área ao redor do mamilo na mama; aumenta
na puberdade.
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Fundações Biológicas 43

podem ter quase terminado o seu desenvolvimento puberal, enquanto

outros mal começaram. Como os adolescentes experimentam os
primeiros eventos da puberdade em idades diferentes e prosseguem
através da puberdade em taxas diferentes, a idade por si só é um
preditor muito fraco do desenvolvimento puberal de um adolescente
(Archibald et al., 2003).
pode-se observar mais consistência na ordem dos eventos da
puberdade do que nas idades em que eles começam ou na
quantidade de tempo que leva para completá-los (Finkelstein, 2001c).
Para as meninas, os pelos pubianos felpudos costumam ser o
primeiro sinal do início da puberdade, seguido de perto pelo aparecimento dos se

Característica idade da primeira aparição (anos) Característica idade da primeira aparição (anos)

1. Crescimento dos testículos, saco escrotal 91/2–131/2 1. Crescimento de pelos pubianos 8–14

2. Crescimento de pelos pubianos 10–15 2. Crescimento dos seios 8–13

3. Surto de crescimento 10 1/2–16 3. Surto de crescimento 91/2–141/2

4. Crescimento do pênis 101/2–141/2 4. Menarca 10–161/2

5. Mudança na voz 6. 11–15 5. Pêlos nas axilas 10–16

Espermarche 12–14 6. Produção de óleo e suor, 10–16

acne

7. Pêlos faciais e nas axilas 12–17

8. Produção de óleo e suor, acne 12–17

Fonte: Adaptado de Goldstein (1976).

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44 Capítulo 2
botões mamários (para cerca de 20% das meninas, os botões mamários
precedem o primeiro sinal de pelos pubianos). O próximo evento para as
meninas é geralmente o surto de crescimento, juntamente com o
crescimento dos órgãos sexuais e reprodutivos (vulva, útero e vagina). a
menarca, o desenvolvimento de pelos nas axilas e a secreção aumentada
de oleosidade da pele e suor ocorrem relativamente tarde na puberdade
para a maioria das meninas.
Para os meninos, o primeiro sinal externo da puberdade é geralmente
o crescimento dos testículos, junto ou seguido de perto pelo início dos
pelos pubianos (Archibald et al., 2003).
Esses eventos são seguidos (geralmente cerca de um ano depois) pelo
início do surto de crescimento e pelo aumento do crescimento do pênis,
juntamente com o início do aprofundamento da voz. a espermarca ocorre
entre 12 e 14 anos para a maioria dos meninos. Tanto nos meninos
quanto nas meninas, o crescimento dos pelos nas axilas e a secreção
aumentada de oleosidade da pele e suor ocorrem relativamente tarde na
puberdade. Para os meninos, os pelos faciais também são um dos
desenvolvimentos posteriores da puberdade, geralmente começando
cerca de 2 anos após os primeiros eventos externos da puberdade.
Praticamente todos os estudos que consideramos nesta seção foram
conduzidos com adolescentes brancos no Ocidente (Alsaker & Flammer,
2006). Na verdade, a principal fonte de nossa informação sobre o
crescimento físico e o funcionamento na adolescência continuam sendo
os estudos de Jm Tanner e seus colegas (veja a caixa Focus da pesquisa),
que foram realizados principalmente há 40 a 50 anos em adolescentes
britânicos que estavam em lares adotivos. . As descobertas de Tanner
foram verificadas em numerosos estudos com adolescentes brancos nos
Estados Unidos (Archibald et al., 2003; susman et al., 2003), mas não
temos informações igualmente detalhadas sobre outros grupos étnicos e
culturais em todo o mundo.
Três estudos demonstram as variações que podem existir em outros
grupos. Entre os Kikuyu, uma cultura no Quénia, os rapazes apresentam
as primeiras mudanças físicas da puberdade antes das suas pares
femininas (worthman, 1987), uma inversão do padrão ocidental. Num
estudo com meninas chinesas, Lee, Chang e Chan (1963) descobriram
que os pelos pubianos começaram a se desenvolver na maioria das
meninas cerca de dois anos após o desenvolvimento dos botões
mamários e apenas alguns meses antes da menarca. Este é um nítido
contraste com o padrão das meninas nos estudos de Tanner, que
normalmente começaram a desenvolver pêlos pubianos mais ou menos
na mesma época em que desenvolveram os botões mamários, geralmente
2 anos antes da menarca (Tanner, 1971). Além disso, num estudo
americano (herman-Giddens et al., 1997; 2001), descobriu-se que muitas
raparigas afro-americanas começaram a desenvolver botões mamários e
pêlos púbicos consideravelmente mais cedo do que as raparigas brancas.
Aos 8 anos, quase 50% das raparigas afro-americanas começaram a
desenvolver seios ou pêlos púbicos, ou ambos, em comparação com
apenas 15% das raparigas brancas. Isso era verdade, embora as meninas
negras e brancas fossem semelhantes nas idades da menarca. da mesma
forma, púbico
tendência secular Uma mudança nas características de
uma população ao longo do tempo.
o desenvolvimento do cabelo e dos órgãos genitais começou mais cedo
nos meninos afro-americanos do que nos meninos brancos. estudos como
estes indicam que é importante investigar mais diferenças culturais nas
taxas, no momento e na ordem dos eventos puberais.
Dado um ambiente semelhante, a variação na ordem e no momento
dos eventos puberais entre adolescentes parece ser devida à genética.
Quanto mais semelhantes duas pessoas são geneticamente, mais
semelhantes tendem a ser no momento dos seus eventos puberais, sendo
os gémeos idênticos os mais semelhantes de todos (Ge et al., 2007; van
den Berg, 2007). no entanto, a frase-chave aqui é “dado um ambiente
semelhante”. Na realidade, os ambientes que os adolescentes vivenciam
diferem muito, tanto dentro como entre países. Estas diferenças têm
efeitos profundos no momento da puberdade, como veremos em detalhe
na secção seguinte.
O que você aprendeu?
1. como se aplica a metáfora do termostato
ao funcionamento do ciclo de feedback no sistema
endócrino?
2. O que explica por que a maioria dos atletas de ponta tem vinte e poucos
anos?
3. Quais são as principais diferenças entre o desenvolvimento dos óvulos nas
mulheres e o desenvolvimento dos espermatozoides nos homens?
4. Quais características sexuais secundárias geralmente se desenvolvem mais cedo
em meninas e em meninos?
Respostas culturais, sociais e
psicológicas à puberdade
2.5 Explique como a cultura influencia o momento da puberdade.
2.6 Identificar as taxas de prevalência dos rituais de puberdade
entre culturas e explicar a função desses rituais.
2.7 Descrever como as influências culturais moldam as respostas à menarca e à
semenarca entre adolescentes.
2.8 Resumir as diferenças de género na forma como os rapazes e as raparigas
respondem ao atingir a puberdade relativamente cedo ou tarde.
qualquer que seja a sua cultura, todos os seres humanos passam pelas
mudanças físicas e biológicas da puberdade. no entanto, mesmo aqui os
efeitos da cultura são profundos. As dietas culturais e os níveis de saúde
e nutrição influenciam o momento do início da puberdade. talvez mais
importante ainda, as culturas definem o significado e a importância da
mudança puberal de diferentes maneiras. Estas definições culturais, por
sua vez, influenciam as formas como os adolescentes interpretam e
vivenciam a sua passagem pela puberdade. examinaremos primeiro a
cultura e o período da puberdade e depois a cultura e o significado da
puberdade.
A seguir examinaremos as respostas sociais e pessoais à puberdade,
com foco nas diferenças entre adolescentes que amadurecem
relativamente cedo e adolescentes que amadurecem relativamente tarde.
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Fundações Biológicas 45

Cultura e o momento da puberdade

Alemanha
17
como as culturas influenciam o momento do início da puberdade? A Noruega
definição de cultura inclui as tecnologias de um grupo. As tecnologias Suécia
Dinamarca
incluem a produção de alimentos e os cuidados médicos, e a idade
Estados Unidos
em que a puberdade começa é fortemente influenciada pela medida 16 Finlândia
em que a produção de alimentos proporciona uma nutrição adequada
e os cuidados médicos proporcionam uma boa saúde durante toda a che

infância. Em geral, a puberdade começa mais cedo em culturas onde

15
uma boa nutrição e cuidados médicos estão amplamente disponíveis
(Archibald et al., 2003).
evidências convincentes da influência das tecnologias no momento Idade

da puberdade vêm de registros históricos que mostram uma diminuição 14

constante na idade média da menarca nos países ocidentais ao longo
dos últimos 150 anos. Este tipo de mudança numa população ao longo
do tempo é chamada de tendência secular (Bullough, 1981). Como 13
se pode ver na Figura 2.8, ocorreu uma tendência secular de
diminuição da idade da menarca em todos os países ocidentais para
os quais existem registos. a menarca não é um indicador perfeito do
12
início da puberdade – como já discutimos, os primeiros sinais exteriores
1840 1860 1880 1900 1920 1940 1960 1980
da puberdade aparecem muito mais cedo para a maioria das meninas
Ano da menarca
e, claro, a menarca não se aplica aos meninos. contudo, a menarca é
um indicador razoavelmente bom de quando outros acontecimentos FIGURA 2.8 O declínio da idade da menarca nos países ocidentais.

começaram, e é razoável supor que, se a tendência secular decrescente Fonte: Adaptado de Eveleth & Tanner (1990).

na idade da puberdade ocorreu para as mulheres, também ocorreu

para os homens. a menarca é também o único aspecto do 16, ou mesmo 17 anos (eveleth & Tanner, 1990). Em contraste, a
desenvolvimento puberal para o qual temos registros que remontam a idade média da menarca para as raparigas afro-americanas é de
tantas décadas. os estudiosos acreditam que a tendência secular na apenas 12,2 anos (Herman-Giddens et al., 1997). A menor idade da
idade da menarca se deve às melhorias na nutrição e nos cuidados menarca para as raparigas afro-americanas em comparação com as
médicos que ocorreram durante os últimos 150 anos (Archibald et al., raparigas africanas deve-se muito provavelmente à melhoria
2003; Bullough, 1981). À medida que os avanços médicos reduziram considerável da nutrição e dos cuidados médicos das raparigas afro-americanas.
as doenças e os avanços na produção de alimentos melhoraram a estudos também mostram que dentro dos países, como você
nutrição, a puberdade chegou mais cedo. pode ver na Figura 2.9, as adolescentes de famílias ricas tendem a
Outras evidências do papel da nutrição e dos cuidados médicos
no momento da puberdade vêm de comparações culturais no presente.
Idade da menarca (anos)
quando olhamos ao redor do mundo, descobrimos que a idade média
12 13 14 15 16
da menarca é mais baixa nos países desenvolvidos,
onde a adequação da nutrição e dos cuidados médicos
cervo
é mais alta (eveleth & Tanner, 1990; mcdowell et al., Alta renda Baixa renda
(Descendência africana)
2007; susman & rogol, 2004). Para as meninas nos
Estados Unidos, a idade média da menarca é atualmente cervo
Alta renda Baixa renda
de 12,5 anos (mcdowell et al., 2007; susman et al., (descendência europeia)
2003).
Em contraste, a média é mais elevada nos países em Hong Kong Bem de vida Pobre
desenvolvimento, onde a nutrição pode ser limitada e
os cuidados médicos são frequentemente raros ou
inexistentes (stathopulu, hulse, & Canning, 2003). Em Tunísia Bem de vida Pobre

países que registaram um rápido desenvolvimento

económico nas últimas décadas, como a China e a
Iraque Bem de vida Pobre
Coreia do Sul, registou-se um declínio correspondente
na idade média da menarca (park, shim, Kim, & eun,
África do Sul
1999; Tang et al. , 2004). Bem de vida Pobre
Um contraste esclarecedor é entre as raparigas
africanas em África e as raparigas afro-americanas nos
Estados Unidos. Nos países africanos, a idade média
12 13 14 15 16
da menarca varia muito, mas em nenhum deles é tão
baixa como para as raparigas nos Estados Unidos, e FIGURA 2.9 Idade da menarca em relação ao status socioeconômico (SeS) em vários
em alguns países africanos a idade média da menarca países. Por que a idade da menarca está inversamente relacionada à riqueza?

chega aos 15 anos. Fonte: Adaptado de Eveleth & Tanner (1990).

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46 Capítulo 2

R esea R ch enfoca a pesquisa longitudinal de Tanner sobre o desenvolvimento puberal

do desenvolvimento puberal são conhecidos como “estágios de bronzeamento”,

J. M.e Tanner foi um
sequência biólogoaspectos
de vários britânicodo
que estudou o padrão
desenvolvimento físico
durante a puberdade (Marshall & tanner, 1969, 1970; tanner,
1962, 1971, 1991). sua pesquisa ocorreu principalmente durante
nas décadas de 1960 e 1970 e envolveu meninos e meninas brancos que
viviam em lares adotivos estatais na Grã-Bretanha. através
o uso de avaliações físicas diretas e fotografias, ele
fizeram avaliações cuidadosas do crescimento e desenvolvimento durante a
puberdade. Ao acompanhar adolescentes durante um período de muitos
anos, ele foi capaz de estabelecer as idades típicas em que começam e
terminam vários processos de desenvolvimento puberal, bem como
como a faixa de variação para cada processo. seu trabalho sobre o
desenvolvimento físico dos adolescentes é amplamente aceito pelos
estudiosos da adolescência; na verdade, as etapas de vários aspectos
como mostrado nos exemplos para o desenvolvimento da mama em mulheres
(ver Figura 2.7) e desenvolvimento genital em homens (ver foto anexa).
tanner e seus colegas se concentraram em aspectos específicos do
desenvolvimento físico durante a puberdade: o estirão de crescimento, o
desenvolvimento dos pelos pubianos, a maturidade genital nos meninos, o
desenvolvimento das mamas e a menarca nas meninas (Figura 2.10). Para peito
desenvolvimento (meninas), maturidade genital (meninos) e pelos pubianos,
Tanner descreveu uma sequência de cinco estágios. O estágio 1 é o estágio
pré-púbere, quando nenhuma mudança física apareceu. Estágio
5 é o estágio em que a maturidade foi alcançada e o crescimento é
concluído. Os estágios 2, 3 e 4 descrevem os níveis de desenvolvimento
entre. Além das etapas, tanner descreveu outras

Rapazes

Garotas

Surto de crescimento
10,5–16 13,5–17,5
Surto de crescimento
Crescimento do pênis
9,5–14,5
10,5–14,5 12,5–16,5
Menarca
Crescimento testicular
10–16,5 9,5–13,5 13,5–17
Estágio de mama 3 4 5 23 4 5
Estágio de maturidade genital
2 8– 13–18
Estágio de pêlos pubianos 13 2 34 5 Estágio de pêlos pubianos 2 34 5

10 11 12 13 14 15 16 17 10 11 12 13 14 15 16 17
Anos de idade) Anos de idade)

Figura 2.10 faixas etárias típicas para o desenvolvimento puberal.

Fonte: adaptado de Marshall & Tanner (1970), p. 22.

menstruam mais cedo do que as meninas de famílias mais pobres, em

lugares tão diversos como Hong Kong, Tunísia, Iraque, África do Sul e
pensando criticamente
Estados Unidos (Eveleth & Tanner, 1990). Mais uma vez, podemos inferir
que as diferenças económicas resultam em diferenças na nutrição e nos Na sua opinião, que potenciais problemas sociais e psicológicos podem
desenvolver-se como consequência de meninas mostrarem sinais de atingir a puberdade
cuidados médicos que estas raparigas recebem, o que por sua vez
(como o desenvolvimento inicial dos seios) já aos 8 ou 9 anos de idade?
influencia o momento da menarca.
No que diz respeito à nutrição em particular, há evidências substanciais
que mostram que as raparigas que estão envolvidas em actividades nas
Dado que a tendência secular na idade da menarca foi continuamente
quais existe uma grande pressão para manter o peso baixo, como o ballet
decrescente durante mais de um século nos países desenvolvidos, será
e a ginástica, sofrem de menarca mais tarde e têm períodos inconsistentes
que algum dia as raparigas começarão a menstruar na meia infância ou
quando começam a menstruar. (Robert-McComb, 2008). O corpo responde
mesmo antes? Aparentemente não. Na maioria dos países desenvolvidos,
ao baixo peso como uma deficiência nutricional e atrasa a menarca.
a idade média da menarca tem sido mais ou menos estável desde cerca
de 1970 (Herman-Giddens et al., 1997; McDowell et al., 2007; Susman et
al., 2003).
Embora existam algumas evidências de que uma tendência secular
decrescente no desenvolvimento das mamas e dos pelos pubianos possa
termo de intervalo de reação que significa que os genes
ter continuado desde aquela época (Herman-Giddens et al., 2001), as
estabelecer uma gama de possíveis desenvolvimentos e
ambiente determina onde o desenvolvimento mulheres humanas parecem ter uma faixa de reação geneticamente
ocorre dentro desse intervalo. estabelecida para a idade da menarca . Isso significa que
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Fundações Biológicas 47

mudanças corporais, como crescimento muscular e composição do sangue

(Tanner, 1971).
Os adolescentes estudados por Tanner eram principalmente de famílias
de baixo nível de escolaridade, e muitos deles provavelmente não receberam
cuidados físicos ideais durante a infância (Marshall & Tanner, 1970). Eles
viviam em lares adotivos, o que indica que havia algum tipo de problema em
suas famílias. Assim, os adolescentes nos estudos de Tanner não foram
seleccionados aleatoriamente e, em muitos aspectos, não eram
verdadeiramente representativos da maior população de adolescentes,
mesmo da maior população de adolescentes brancos britânicos. No entanto,
a descrição de Tanner do desenvolvimento na puberdade manteve-se muito
bem. Estudos com adolescentes americanos brancos normais encontraram
padrões muito semelhantes aos descritos por Tanner (Brooks-Gunn & reiter,
1990; Susman et al., 2003). Desde os seus estudos originais, Tanner e seus
colegas também pesquisaram o desenvolvimento durante a puberdade em
outros países, em várias partes do mundo (eveleth & Tanner, 1990).

A pesquisa de Tanner foi longitudinal. Um estudo longitudinal é um

estudo em que os mesmos indivíduos são acompanhados ao longo do
tempo e os dados sobre eles são coletados em mais de uma ocasião. O
intervalo de tempo envolvido pode variar de algumas semanas até uma vida
inteira. Esse tipo de estudo é diferente de um estudo transversal, que
examina indivíduos em um determinado momento. Ambos os tipos de
estudos são valiosos, mas existem certos tipos de informação que só
podem ser obtidos com um estudo longitudinal. Por exemplo, na pesquisa
de Tanner, a única maneira de descobrir quanto tempo normalmente leva
para as mulheres passarem do Estágio 1 ao Estágio 5 do desenvolvimento
dos seios é através de um estudo longitudinal. Se o desenvolvimento da Fotos da maturidade genital dos meninos dos estudos de Tanner.
mama fosse avaliado através de um estudo transversal, seria difícil dizer
para cada menina quanto tempo levou para ela se desenvolver até esse evoluir para o próximo estágio. Com um estudo longitudinal, isto pode
estágio e quanto tempo levaria para ela atingir esse estágio. ser avaliado com bastante precisão.

os genes estabelecem uma série de momentos possíveis em que a
menarca pode começar, e o ambiente determina o momento real da
menarca dentro dessa faixa.
Em geral, quanto mais saudável for o ambiente, menor será o
momento da menarca. no entanto, o intervalo de reacção tem limites:
mesmo em condições relativamente pouco saudáveis, a maioria das
raparigas acabará por atingir a menarca, e mesmo em condições de
saúde óptimas existe um limite inferior de idade em que é pouco
provável que a menarca desça. Dado que o momento da menarca nos
países desenvolvidos mudou pouco nas últimas décadas, parece que
as raparigas nestes países atingiram a idade limite inferior do seu
intervalo de reacção à menarca.
Respostas culturais à puberdade:
rituais da puberdade
a puberdade foi marcada com rituais em muitas culturas ao longo da
história, como a saída da infância e a entrada na adolescência,
particularmente nas culturas tradicionais.
Nem todas as culturas tradicionais têm tais rituais, mas são bastante
comuns, especialmente para as meninas. Schlegel e Barry (1991)
analisaram informações sobre o desenvolvimento adolescente em 186
culturas tradicionais e relataram que a maioria deles tinha algum tipo
de ritual de iniciação na adolescência no início da puberdade: 68%
tinham um ritual de puberdade para meninos, 79% para meninas
(schlegel & Barry, 1991 ).
Para as meninas, a menarca é o evento puberal mais
frequentemente marcado por ritual (uksul, 2004). Em muitas culturas, a
menarca inicia um ritual mensal relacionado à menstruação que dura
toda a vida reprodutiva da mulher. É notavelmente comum que as
culturas tenham fortes crenças sobre o poder do sangue menstrual. tais
crenças não são universais, mas têm sido comuns em todas as partes
do mundo, numa ampla variedade de culturas. Acredita-se
frequentemente que o sangue menstrual representa um perigo para o
crescimento e a vida das colheitas, para a saúde do gado, para o
sucesso dos caçadores e para a saúde e o bem-estar de outras
pessoas, especialmente do marido da mulher menstruada ( Buckley &
Gottlieb, 1988; marvan & Trujillo, 2010). Consequentemente, o
comportamento e os movimentos das mulheres menstruadas são
frequentemente restringidos em muitos domínios, incluindo a preparação
e consumo de alimentos, atividades sociais, práticas religiosas, banho,
frequência escolar e atividades sexuais (Crumbley, 2006).
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48 CAPÍTULO 2

eram obrigadas a tomar um banho ritual chamado mikveh uma semana

após o término da menstruação, como forma de se limparem da
impureza que se acreditava estar associada à menstruação.
Hoje, o tapa foi aposentado. O mikveh ainda existe, mas hoje o banho
tem conotações mais positivas. As mulheres judias ortodoxas relatam
que isso as faz sentir-se ligadas a outras mulheres judias – às suas
atuais amigas judias, bem como às mulheres judias da história
(Kaufman, 1991). Além disso, como a relação sexual é proibida entre
casais judeus ortodoxos desde o momento em que a mulher começa a
menstruar até o momento em que ela completa o micvê, o micvê
também marca a prontidão da mulher para retomar o ato sexual com o
marido e, consequentemente, tem conotações de antecipação sexual
(Kaufman, 1991).

Os rituais de puberdade para os homens não se concentram num

acontecimento biológico específico comparável à menarca para as
mulheres, mas os ritos para os homens partilham, no entanto, algumas
características comuns. Em particular, normalmente exigem que o
jovem demonstre coragem, força e resistência (Gilmore, 1990). A vida
diária nas culturas tradicionais muitas vezes exige que os jovens
A menarca é frequentemente marcada por um ritual nas culturas tradicionais. Aqui, as meninas tenham essas capacidades na guerra, na caça, na pesca e em outras
da tribo N'Jembe da África Ocidental se preparam para a iniciação. tarefas, de modo que os rituais poderiam ser interpretados como um
modo de deixá-los saber o que será exigido deles como homens adultos
e testar se estarão à altura. desafios da vida adulta.
Contudo, as opiniões das culturas em relação ao sangue menstrual
não são uniformemente negativas (Buckley & Gottlieb, 1988; Howie &
Os rituais para os rapazes têm sido muitas vezes violentos,
Shail, 2005). Muitas vezes, o sangue menstrual também é visto como
exigindo que os rapazes se submetam e por vezes se envolvam em
tendo poderes positivos. Por exemplo, às vezes é visto como promotor
vários tipos de derramamento de sangue. Entre os Sâmbia da Nova
da fertilidade e é usado em rituais de fertilidade. Algumas culturas
Guiné, por exemplo, um menino sobe nas costas de um “patrocinador”,
utilizam o sangue menstrual no tratamento de condições médicas e
que enfrenta um desafio de homens mais velhos que batem no menino nas costas.
outras o utilizam para fazer poções do amor (Ladurie, 1979). Algumas
vezes, crenças positivas e negativas sobre a menstruação existem na
mesma cultura.
Um exemplo de ambivalência cultural em relação à menstruação
pode ser encontrado entre os Asante, uma cultura da nação africana
de Gana (Buckley & Gottlieb, 1988).
Entre os Asante, as mulheres menstruadas estão sujeitas a numerosos
regulamentos rigorosos relativos a onde podem ir e o que podem fazer,
e a pena por violar estes tabus pode ser a morte. Contudo, os Asante
também celebram a menarca das meninas com uma elaborada
celebração ritual.
A menina menarca senta-se à vista do público sob um dossel (um
símbolo de honra geralmente reservado à realeza), enquanto outros
se aproximam dela para parabenizá-la, presenteá-la com presentes e
cantar canções e danças em sua homenagem. Assim, nesta ocasião a
menstruação é celebrada, embora no resto do tempo ela seja vista com
muito pavor e medo.

As práticas entre os Judeus Ortodoxos mostram uma ambivalência

semelhante, com uma mudança no sentido de um equilíbrio mais
positivo nas últimas décadas. Tradicionalmente, quando as meninas
contavam às suas mães que haviam atingido a menarca, as mães
respondiam com um súbito tapa ritualístico na cara (Brumberg, 1997).
Este gesto pretendia informar a filha das futuras dificuldades que a Os rituais de puberdade para meninos muitas vezes exigem que eles suportem dores físicas. Aqui,
aguardam na sua vida de mulher. Após a menarca, cada vez que a tradicional briga de pau entre adolescentes da tribo Xhosa do sul da África.
menstruavam mulheres ortodoxas
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Fundações Biológicas 49

C u Lt ura L foco Amadurecimento em Samoa

recentemente, porém, a tatuagem para
Um exemplo interessante
as fêmeas de ritual
vêm das ilhas de puberdade
de Samoa, tantoPacífico,
no Oceano para homens
perto quanto
da Novapara homens jovens passou por um renascimento.
Zelândia. Samoa tornou-se conhecida por muitos americanos no início do Actualmente, a maioria dos jovens faz
século XX, quando a antropóloga Marga ret Mead escreveu um livro sobre a tatuagens na adolescência para demonstrar
adolescência samoana, Coming of Age in Samoa (1928), que foi amplamente lido o seu orgulho pelas formas tradicionais da sua
nos Estados Unidos (e, de facto, em todo o mundo). o mundo). Muitas pessoas cultura, como parte de uma tentativa explícita
ficaram fascinadas pelo forte contraste entre a adolescência em Samoa e a de resistir à absorção total da sua cultura indígena na cultura global.
adolescência no Ocidente.

Uma das diferenças entre Samoa e o Ocidente era ter um ritual para marcar
o início da adolescência. O tradicional rito de passagem para a adolescência
envolvia um elaborado processo de tatuagem entre os 14 e os 16 anos (Coté,
1994).
As tatuagens eram feitas em elaborados padrões geométricos e se estendiam
da cintura até os joelhos (ver foto ao lado). fazer as tatuagens era doloroso,
principalmente para os homens, cujas tatuagens eram mais elaboradas do que
as das mulheres e geralmente levavam de 2 a 3 meses para serem concluídas,
enquanto as tatuagens das mulheres demoravam apenas 5 a 6 dias. Mas os
rapazes viveram isso juntos e tiveram satisfação em compartilhar a provação e
apoiar uns aos outros. Apesar da dor, poucos rapazes ou moças se recusaram a
participar porque ser tatuado era considerado essencial para a atratividade
sexual e para ser aceito como candidato legítimo ao status de adulto pleno.

Este ritual de tatuagem foi profundamente afetado pela globalização da

adolescência. Nos últimos 100 anos, a cultura samoana mudou muito (Coté,
1994; McDade & Worth man, 2004). Missionários cristãos chegaram e
procuraram erradicar uma variedade de práticas nativas que consideravam
imorais, incluindo o ritual da tatuagem. A ascensão do ensino secundário e o
alargamento das oportunidades económicas para os samoanos que imigraram
para a vizinha Nova Zelândia minaram a economia tradicional e fizeram com
que o ritual da tatuagem fosse visto como irrelevante ou mesmo vergonhosamente
“primitivo” por alguns samoanos. Até agora, a maioria dos samoanos abandonou
as suas formas cooperativas e tradicionais de participação no trabalho assalariado
da economia global.
A tatuagem é um rito de passagem tradicional para adolescentes samoanos.

volta até ficar sangrento (herdt, 1987). Entre os Amhara da Etiópia,
os rapazes eram forçados a participar em competições de
chicotadas, nas quais se enfrentavam e dilaceravam o rosto e o
corpo uns dos outros (leVine, 1966). alguns meninos foram mais
longe na prova de sua coragem, marcando os braços com brasas em brasa.
Entre o povo Tewa do Novo México (também conhecidos como
índios pueblo), em algum momento entre as idades de 12 e 15
anos, meninos foram tirados de suas casas, purificados em
cerimônias rituais e depois despidos e chicoteados nas costas
com um chicote que tirou sangue e deixou cicatrizes permanentes.
Em muitas culturas tribais africanas e asiáticas, os rapazes eram
circuncidados publicamente quando atingiam a puberdade
(Gilmore, 1990).
Embora esses rituais possam parecer cruéis se você cresceu
no Ocidente, os adultos dessas culturas acreditam que os rituais
são necessários para que os meninos façam a passagem da
infância para a idade adulta e estejam prontos para enfrentar os
desafios da vida. Contudo, em todas estas culturas, com a
globalização, os rituais tornaram-se menos frequentes ou
desapareceram completamente nas últimas décadas (ver a caixa
Foco Cultural). Dado que as culturas tradicionais estão a mudar
rapidamente em resposta à globalização, os rituais tradicionais da
puberdade já não parecem relevantes para o futuro dos jovens
(schlegel, 2010). no entanto, a circuncisão pública para rapazes
ainda é mantida como um ritual de puberdade em muitas culturas
africanas (Vincent, 2008).
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50 Capítulo 2
pensando criticamente
Existem rituais nas culturas ocidentais que sejam comparáveis aos rituais
da puberdade nas culturas tradicionais? Deveriam as pessoas nas culturas
ocidentais reconhecer e marcar a conquista da puberdade mais do que
fazem agora? Se sim, por que e como?
Respostas sociais e pessoais à puberdade
Menstruei pela primeira vez quando tinha 13 anos e meio. A primeira coisa que fiz foi ir
até minha mãe. Eu não tinha certeza se havia começado a menstruar ou não, mas
minha mãe sabia. Ela me explicou detalhadamente o que aconteceria. Ela me deu um
abraço e me lembro dela dizendo: “Agora minha filhinha é uma mulher”. Lembro-me de
pensar na época como foi brega ela ter dito isso, mas isso me fez sentir um pouco
melhor. Minha mãe prometeu não contar ao meu pai, já que eu a fiz jurar, embora ela
tenha contado à minha avó, que simpatizou com minha situação chamando-a de “a
maldição”. Minha avó me contou como ela ficou ignorante quando ganhou o dela e como
perguntou à minha bisavó se o irmão dela também o receberia.
—erin, 20 anos (Arnett, dados não publicados)
O Ocidente não tem rituais de puberdade como os das culturas tradicionais.
No entanto, tanto no Ocidente como nas culturas tradicionais, as pessoas
no ambiente social dos adolescentes respondem às mudanças nos corpos
dos adolescentes que significam a puberdade e o desenvolvimento da
maturidade sexual. Os adolescentes, por sua vez, formam as suas respostas
pessoais à puberdade com base, em parte, nas informações fornecidas
pelas pessoas do seu ambiente social. Primeiro, observemos os ajustes
que ocorrem nas relações pais-adolescentes quando a puberdade começa
e, em seguida, as respostas pessoais dos adolescentes à puberdade.
Relações pais-adolescentes e Puberdade Quando os jovens atingem a
puberdade, a metamorfose que ocorre afecta não só eles pessoalmente,
mas as suas relações com aqueles que lhes são mais próximos,
especialmente os seus pais. Tal como os adolescentes têm de se adaptar
às mudanças que ocorrem nos seus corpos, os pais têm de se adaptar à
nova pessoa que o seu filho está a tornar-se.
como as relações entre pais e adolescentes mudam na puberdade?
Na maior parte dos casos, os estudos sobre adolescentes e os seus pais
na cultura maioritária americana revelam que as relações tendem a tornar-
se mais frias quando as mudanças puberais se tornam evidentes (ellis et
al., 2011; paikoff & Brooks-Gunn, 1991). O conflito aumenta e a proximidade
diminui. pais e adolescentes
tabu do incesto A proibição de relações sexuais
entre membros da família. Acredita-se que seja de
base biológica, uma vez que crianças nascidas de
pais intimamente relacionados correm maior risco
de doenças genéticas.
80
60
40
20
0
6–10 11–14 15–18
Anos de idade)
A filha está falando Filha está tocando
O filho está falando O filho está tocando
FIGURA 2.11 Frequência de toques e conversas entre mães adolescentes.
Fonte: Montemayor & Flannery (1989).
parecem sentir-se menos confortáveis na presença um do outro quando a
puberdade é atingida, especialmente na proximidade física.
Num estudo especialmente criativo que demonstrou esta mudança, os
investigadores foram a um centro comercial e a um parque de diversões e
observaram 122 pares de mães e crianças com idades entre os 6 e os 18
anos (montemayor & Flannery, 1989). Para cada par, os pesquisadores os
observaram por 30 segundos e registraram se estavam conversando,
sorrindo, olhando ou se tocando. O resultado mais notável do estudo é
mostrado na Figura 2.11. os adolescentes precoces (11-14 anos) e as
suas mães tinham muito menos probabilidade do que as crianças mais
novas e as suas mães de se tocarem, e os adolescentes tardios (15-18
anos) e as suas mães tocavam-se ainda menos. as mães e os primeiros
adolescentes falavam mais do que as mães e as crianças mais novas,
sugerindo que os estilos de comunicação entre pais e filhos mudam para a
conversa e para longe do toque à medida que a puberdade é atingida.
Outros estudos descobriram que as mudanças físicas da puberdade,
e não apenas a idade, levam à mudança nas relações pais-adolescentes
(ellis et al., 2011). Se uma criança atinge a puberdade relativamente cedo,
as relações com os pais mudam relativamente cedo; se uma criança atinge
a puberdade relativamente tarde, as relações com os pais mudam
relativamente tarde. Por exemplo, um estudo realizado com jovens dos 10
aos 15 anos descobriu que, independentemente da idade, aqueles que
atingiram a puberdade sentiam-se menos próximos das suas mães e
menos aceites pelos seus pais (steinberg, 1987a, 1988). estudos também
descobriram que o conflito com os pais tende a ser especialmente elevado
para adolescentes que amadurecem precocemente (ellis et al., 2011;
sagestrano et al., 1999).
o que há em atingir a puberdade que faz com que as relações entre
pais e filhos mudem? Neste ponto, a resposta é incerta. Várias explicações
foram propostas, centradas principalmente em como o tabu do incesto de
base biológica entre pais e filhos é ativado quando as crianças atingem o
nível de maturidade.
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maturidade sexual, resultando em relações mais distantes (Belsky et
al., 2007). Se esta explicação fosse verdadeira, contudo, seria de
esperar encontrar distanciamento entre os adolescentes e os seus pais
em quase todas as culturas, mas este não é o caso. Na verdade, os
estudos que descobriram que o distanciamento ocorre na puberdade
foram principalmente de famílias americanas brancas com dois pais e
um estudo de famílias afro-americanas (sagestrano et al., 1999). o
distanciamento não é tão comum em famílias latinas ou em famílias
divorciadas chefiadas por mães (Anderson, hetherington, & Clingempeel,
1989; molina & Chassin, 1996).
o distanciamento também não é típico nas culturas tradicionais. O
inquérito de schlegel e Barry (1991) sobre culturas tradicionais descobriu
que as raparigas em culturas tradicionais muitas vezes se aproximam
das suas mães durante a adolescência porque muitas vezes passam
grande parte dos seus dias lado a lado em trabalho partilhado. Além
disso, em quase todas as culturas, os adolescentes de ambos os sexos
tendem a ser mais próximos das mães do que dos pais (mcKinney &
renk, 2011). Se o aumento da distância na adolescência se devesse
ao tabu do incesto, seria de esperar que os filhos adolescentes
estivessem mais próximos dos pais e não das mães. Assim, a questão
sem resposta parece ser: o que há na cultura da maioria americana que
leva a um maior distanciamento entre pais e filhos quando as crianças
atingem a puberdade?
Outra conclusão relativamente aos pais e à puberdade é que a
puberdade tende a começar mais cedo nas raparigas em famílias com
um padrasto ou outro homem adulto não biologicamente relacionado
com a rapariga (Belsky et al., 2007). Descobriu-se que isso também
ocorre em outros mamíferos: a exposição a machos adultos não
aparentados faz com que as fêmeas atinjam a puberdade (milagre,
milagre, & Baumeister, 2003). Não está claro por que homens não
aparentados estimulariam a puberdade nas meninas. Verificou-se
também que o stress e o conflito familiar estão relacionados com a
puberdade precoce nas raparigas (ellis & Garber, 2000; moffitt et al.,
1992). Novamente, a razão para isso não é conhecida.
Respostas pessoais à menarca e à semenarca Embora a menarca
ocorra relativamente tarde no desenvolvimento puberal para a maioria
das raparigas, as suas respostas a ela têm recebido muita atenção por
parte dos investigadores. Isto pode ocorrer porque a menarca é um
evento mais importante do que outras alterações puberais femininas. O
crescimento dos pelos pubianos, o desenvolvimento dos seios e a
maioria das outras alterações puberais ocorrem gradualmente, quase
imperceptivelmente, de um dia para o outro, enquanto a menarca surge
repentinamente um dia, quando não havia nada que a anunciasse no
dia anterior. da mesma forma, a menarca é mais fácil de ser medida
pelos cientistas – é mais fácil identificar quando a menarca começa do
que identificar o início de outras mudanças mais graduais. a menarca
também tem um significado especial porque significa que a ovulação
está começando e a maturidade reprodutiva está chegando. É claro que
a primeira ejaculação dos rapazes tem um significado semelhante, mas
tem recebido muito menos investigação, talvez devido à sua relação
com a masturbação, um tema tabu no Ocidente, tal como o é na maioria
das culturas (laquer, 2004).
como as meninas respondem à menarca? Quase toda a pesquisa
sobre este tema foi conduzida com meninas na cultura majoritária
americana, e para elas a resposta curta
Fundações Biológicas 51
“cada vez que tenho menstruação... tenho a sensação de que apesar
de toda a dor, desagrado e maldade, tenho um doce
segredo e é por isso que, embora não seja nada além de um incômodo para
de certa forma, sempre anseio pelo tempo em que sentirei que se
cret dentro de mim novamente.
—Anne Frank (1942/1997), Diário de uma jovem, p. 117
seria: positivamente em sua maior parte, mas com nuances de
ambivalência. Num estudo com mais de 600 raparigas, Brooks-Gunn e
Ruble (1982) descobriram que as raparigas frequentemente relataram
que a menarca as fazia sentir-se mais “adultas”. muitas raparigas
também indicaram que acolheram bem a menarca porque esta lhes
permitiu alcançar os seus pares que já tinham começado a menstruar
e significou a sua capacidade de gerar filhos. estudos que acompanham
as raparigas ao longo do tempo concluem que a menarca é seguida
por aumentos na maturidade social, no prestígio junto dos pares e na
auto-estima (Archibald et al., 2003).
Porém, nem todas as reações à menarca são positivas. Tanto a
cultura como a biologia podem influenciar as reacções das raparigas.
As culturas podem não fornecer às raparigas nenhuma informação que
as ajude a antecipar isso, ou uma visão que as leve a antecipar isso de
uma forma negativa. durante o século XIX, na sociedade americana,
muitas raparigas nada sabiam sobre a menarca antes de esta ocorrer,
e muitas vezes reagiram com choque e medo quando um dia foram
surpreendidas por ela (Brumberg, 1997; ver a caixa histórica em Focus).
Em todas as culturas, as evidências de estudos antropológicos em
culturas tão diversas como a Turquia rural, a Malásia e o País de Gales
sugerem que ainda hoje as raparigas muitas vezes não recebem
qualquer informação que as prepare para a menarca, o que faz com
que esta seja vivida com medo e consternação ( Howie & Shail, 2005).
A seguir está um exemplo das memórias de uma mulher egípcia:
Seria difícil para qualquer um imaginar o pânico que tomou conta de
mim certa manhã, quando acordei e encontrei sangue escorrendo por
baixo das minhas coxas. . . Fui obrigado a superar
o medo e a vergonha que me dominavam e falar com minha mãe. Pedi
a ela que me levasse a um médico para tratamento. Para minha total
surpresa, ela estava calma e tranquila e não parecia afetada pelo
estado grave da filha. ela explicou que isso acontecia com todas as
meninas e que se repetia todos os meses durante alguns dias. No
último dia, quando o fluxo cessasse, eu deveria me limpar desse
“sangue impuro” tomando um banho quente. . . .
Eu deveria,
portanto, compreender que em mim havia algo degradante que
aparecia regularmente na forma desse sangue impuro, e que era algo
para se envergonhar, para esconder dos outros. (saadawi, 1980, p. 45)
Uma revisão de 14 estudos realizados em diversas culturas
concluiu que a maioria das meninas conversaram sobre a menstruação
com suas mães antes da chegada da menarca, ou receberam
informações de amigos ou da escola, mas as meninas que não estão
preparadas para a menarca vivenciam-na de forma mais negativa
(Chang, Hayter e Wu, 2010). As meninas que amadurecem mais cedo que as outras
Machine Translated by Google
52 Capítulo 2
provavelmente não está preparada para a menarca. Como acontece
mais cedo para elas do que para outras meninas, é menos provável que
tenham aprendido sobre isso através dos colegas, e as suas mães
podem ainda não lhes ter contado sobre isso (lien, haavet, & dalgard, 2010).
mesmo quando as raparigas recebem informações antes dos
homens arche, em algumas culturas pode ser informação que molda as
suas opiniões sobre a menstruação de forma negativa. Por exemplo,
num estudo chinês, a maioria das raparigas na pré-menarca esperava
que a menstruação fosse incómoda, embaraçosa e confusa, enquanto
apenas 10% esperavam sentir-se felizes ou excitadas (Yeung, 2005). As
expectativas negativas em relação à menarca eram especialmente altas
entre as meninas que aceitavam as crenças tradicionais chinesas sobre
a menstruação, como a crença de que a menstruação traz azar, que as
mulheres não devem lavar o cabelo ou comer comida fria durante a
menstruação e que é mais fácil ficar doente durante ou depois
menstruação. Um estudo com meninas mexicanas na pré-menarca
encontrou expectativas igualmente negativas em relação à menarca,
baseadas em visões culturais igualmente negativas sobre a menstruação
(marván et al., 2007). pesquisas também indicam que meninas cujas
mães, colegas ou outras fontes as levaram a esperar que a menstruação
fosse desagradável relatam maior desconforto quando ocorre a menarca
(Brooks-Gunn & ruble, 1982; Tang, Yeung, & lee, 2004; Teitelman, 2004) .
Os resultados dos estudos sobre as respostas das raparigas à
menarca indicam claramente que o grau em que as culturas fornecem
conhecimento e moldam as expectativas em relação à menarca pode ter
efeitos importantes na forma como as raparigas a vivenciam. no entanto,
os estudos também indicam que a maioria das raparigas e mulheres
sente uma certa quantidade de desconforto de base biológica associado
à menstruação. Entre as adolescentes, a maioria relata algum grau de
síndrome pré-menstrual (TPM), a combinação de sintomas
comportamentais, emocionais e físicos que ocorrem na semana anterior
à menstruação (dean et al., 2006). Vários estudos descobriram que de
metade a três quartos das adolescentes sentem desconforto relacionado
com os seus ciclos menstruais, com sintomas que incluem cólicas, dores
nas costas, dores de cabeça, fadiga e depressão, bem como desconforto
geral (meaden, hartlage, & Cook-Karr, 2005; Yonkers et al., 2006).
A fonte mais comum de desconforto são as cólicas, sentidas por 30-50%
das meninas e mulheres (Finkelstein, 2001d). mesmo entre as meninas
cuja experiência de menarca é em sua maioria positiva, muitas não
gostam da confusão de lidar com o sangue strual dos homens e da
obrigação de carregar suprimentos para lidar com isso todos os meses
(Brooks-Gunn & ruble, 1982; Tang, Yeung, & lee, 2003). Além disso,
algumas meninas relatam não gostar dos limites que a menstruação
impõe às suas atividades.
visto sob esta luz, é mais fácil compreender a ambivalência que as
meninas muitas vezes experimentam quando começam a menstruar.
Gostam da confirmação de que estão a desenvolver-se normalmente
em direcção à maturidade reprodutiva, mas podem não gostar do
desconforto e das exigências práticas que acompanham a menstruação
todos os meses. no entanto, meninas adolescentes e mulheres adultas
experimentam uma grande variedade de respostas físicas
síndrome pré-menstrual (TPM) A combinação semenarca A primeira ejaculação de um homem.
de sintomas comportamentais, emocionais e
físicos que ocorrem em algumas mulheres uma
semana antes da menstruação.
à menstruação. No extremo, uma proporção muito pequena de raparigas
e mulheres apresenta sintomas pré-menstruais que são suficientemente
graves para interferir no seu funcionamento diário; por outro lado, alguns
não apresentam quaisquer sintomas e existe uma grande variabilidade
entre estes dois extremos (dean et al., 2006; Yonkers et al., 2008). Dieta
pobre, alto estresse, uso de álcool, sono insuficiente e falta de exercícios
tornam os sintomas da TPM mais graves, mas os orgasmos aliviam as
cólicas pré-menstruais em muitas mulheres (Carroll e Wolpe, 1996). O
ibuprofeno e outros medicamentos também são tratamentos eficazes
para cólicas (Finkelstein, 2001d).
Para os meninos, talvez o análogo mais próximo da menarca seja
a primeira ejaculação, às vezes conhecida como semenarca (não deve
ser confundida com espermarca, descrita anteriormente neste capítulo).
Muito pouca pesquisa foi realizada sobre este tópico.
Dois pequenos estudos (Gaddis & Brooks-Gunn, 1985; stein & reiser,
1993) descobriram que as reações dos meninos à semenarca eram em
sua maioria positivas. Eles gostaram das sensações prazerosas e, assim
como a experiência da menarca nas meninas, fez com que se sentissem
mais adultas. no entanto, a ambivalência também existia para os
meninos. muitos relataram que a surpresa ou o medo faziam parte da
experiência. a maioria das raparigas nos países ocidentais recebe agora
alguma informação sobre a menarca antes de esta acontecer, mas os
pais raramente falam com os seus rapazes sobre a semenarca (Frankel, 2002).
A cultura certamente influencia a interpretação do sêmen arche
pelos meninos. Pode ocorrer através de “sonhos molhados” ou
masturbação, e há uma longa história de vergonha e censura associada
à masturbação no Ocidente (Frankel, 2002; laquer, 2004). talvez por
esse motivo, os meninos americanos tendem a não contar a ninguém
depois de vivenciarem a semenarca (Gaddis & Brooks-Gunn, 1985).
Em contraste, um estudo sobre rapazes na Nigéria descobriu que os
rapazes tendiam a contar aos amigos sobre a semenarca logo após esta
ter ocorrido (Adegoke, 1993), reflectindo talvez menos o estigma
associado à masturbação na cultura nigeriana.
pensando criticamente
Que tipo de preparação para a menarca/semenarca você recomendaria
que fosse oferecida às adolescentes de hoje? Em que idade? Se as
escolas fornecem informações sobre a menarca/semenarca, essa
informação deveria incluir uma discussão sobre a relação entre estes
eventos e a sexualidade?
Tempo de puberdade precoce e tardia
todo mundo pensou que havia algo errado comigo porque eu
ainda parecia uma criança de dez anos até os quinze ou dezesseis anos. Isso tem
foi uma experiência muito ruim para mim, porque todo mundo estava mudando
ao meu redor e eu estava parado. Eu estava mudando na minha cabeça
mas não meu corpo. Meus pais iam até me levar ao médico
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Fundações Biológicas 53

HISTÓRICO ENFOQUE A Menarca como tema tabu

Algumas culturas tradicionais
menstruação, abrigaram
como a crença de quefalsas crenças
o sangue sobre tem
menstrual
poder mágico que pode causar o fracasso das colheitas. contudo, as falsas
crenças sobre a menstruação não são exclusivas das culturas tradicionais.
Nos Estados Unidos, crenças errôneas e até bizarras sobre a menstruação
foram generalizadas até tempos relativamente recentes. Além disso, a
menarca foi envolta em vergonha e segredo, deixando muitas meninas
totalmente ignorantes sobre isso até que de repente se viram sangrando de
forma incompreensível.
A história das crenças americanas sobre a menstruação
e a menarca dos homens é descrita em The Body
Project: An Intimate History of Ameri can Girls, de Joan
Jacobs Brumberg (1997).
Ao longo do século XIX, a menstruação e a
menarca foram consideradas temas tabus na maioria
das famílias americanas de classe média. Um estudo
de 1895 com meninas do ensino médio de Boston
indicou que 60% não tinham conhecimento da menarca
antes de ela ocorrer. Um popular livro de conselhos
para mães de 1882 criticou a “reserva criminosa” e a
“pseudo-delicadeza” que levavam as mães a não
prepararem as suas filhas para a menarca. Outra
escritora de conselhos do século XIX relatou que “muitas
mulheres” escreveram para lhe dizer que estavam
totalmente despreparadas para a menarca, incluindo
uma que escreveu: “Levei quase uma vida inteira para
perdoar minha mãe por me mandar embora para um
internato. escola sem me contar sobre isso.” Um
professor de Cornell e autor de livros para jovens relatou
que muitas universitárias acreditavam que estavam
feridas internamente quando a menarca chegou. Na As mães no século 19
época, a menarca ocorria mais tarde do que agora
raramente discutiam a menarca com as filhas.
(normalmente aos 15 ou 16 anos) e o ingresso na
faculdade era mais cedo (16 ou 17), então muitas meninas experimentaram a
menarca na faculdade.
Por que tanto sigilo? Porque os americanos de classe média daquela
época acreditavam que tinham o dever de proteger a “inocência” das meninas
enquanto pudessem. As crianças que cresceram em quintas aprenderam
muito sobre os factos da vida observando e cuidando dos animais da quinta,
mas os pais da classe média urbana procuraram proteger os seus filhos
dessas realidades cruas. Eles associaram a menarca
com a sexualidade nascente e eram zelosos em proteger a virgindade das
meninas até o casamento. Como parte deste esforço, muitas vezes tentaram
adiar a menarca fazendo com que as meninas evitassem alimentos
sexualmente “estimulantes”, como picles! A menarca veio de qualquer maneira,
com picles ou não, mas eles acreditavam que era melhor manter as meninas
na ignorância da menarca – e da sexualidade – pelo maior tempo possível.
No decorrer do século XX, à medida que a restrição sexual do século XIX
desapareceu, a menarca e a menstruação tornaram-se gradualmente discutidas
mais abertamente. As Escoteiras foram uma das
primeiras organizações a discutir abertamente a
menstruação. A partir da década de 1920, para
obter o distintivo de mérito de Vencedor da saúde,
as jovens escoteiras precisavam ler sobre a
menarca e conversar.
ao líder da tropa sobre isso. Uma quantidade
substancial de informações foi comunicada
divulgados através da mídia. Na década de 1920,
à medida que os “absorventes higiénicos”
produzidos em massa se tornaram populares
(anteriormente, trapos de algodão ou gaze eram
normalmente usados para estancar o sangue
menstrual), os anúncios de pensos higiénicos
ajudaram a abrir a discussão sobre a menstruação.
As empresas que fabricavam absorventes
higiênicos distribuíram panfletos sobre menstruação
para meninas por meio de mães, professores e
escoteiras durante as décadas de 1930 e 1940. Na década de 1940,
O desenho animado produzido pela Disney
Company, “The Story of Menstruation”, foi visto
por 93 milhões de estudantes americanas.
Revistas para meninas, como Seventeen,
forneciam conselhos sobre como lidar com a menstruação
enquanto permanece ativo.
Hoje, é raro que uma menina americana experimente a menarca na total
ignorância do que está acontecendo com seu corpo. Talvez porque a menarca
ocorre agora por volta dos 12 anos, as crenças culturais na sociedade
americana já não associam a menarca à sexualidade, mas sim à saúde e à
higiene. Pode ser que a dissociação da menarca do sexo tenha sido importante
para permitir que esta fosse discutida mais abertamente. Contudo, como
veremos em capítulos posteriores, as discussões abertas sobre a sexualidade
dos adolescentes continuam raras na sociedade americana.

para ver se eu estava deformado ou algo assim, mas eles não estavam, e Nas sociedades industrializadas, um aspecto das respostas dos
finalmente no ano passado comecei a crescer. Minha voz começou a mudar e outros que os adolescentes parecem ter plena consciência diz
respeito às percepções sobre se atingiram a puberdade relativamente
tudo, então acho que sou normal, mas acho que vai ser
cedo ou relativamente tarde, em comparação com os seus pares.
algum tempo antes de parar de me sentir diferente de todo mundo. dentro das culturas, o momento da puberdade parece basear-se
—Steven, 17 anos (citado em Bell, 1998, p. 14) principalmente em fatores genéticos (Anderson et al., 2007). a idade
da menarca das mães prevê fortemente a das filhas (Belsky et al.,
Em alguns aspectos, as respostas sociais e pessoais à puberdade 2007). as idades de menarca das irmãs estão altamente
estão interligadas. Ou seja, um fator que determina como os correlacionadas, e as correlações são especialmente altas entre
adolescentes respondem ao atingir a puberdade é como os outros respondem.irmãs gêmeas idênticas (Ge et al., 2007; van den Berg, 2007).
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54 Capítulo 2
Adolescentes da mesma idade apresentam muitos níveis diferentes de maturidade
física. como a classificação etária das escolas acentua essas diferenças?
contudo, como observado anteriormente neste capítulo, há algumas
evidências de que fatores ambientais, como o estresse, podem
desencadear uma puberdade precoce (derose & Brooks-Gunn, 2006).
O momento da puberdade é especialmente importante nos países
desenvolvidos. Uma característica interessante dos ritos de puberdade
nas culturas tradicionais é que a elegibilidade para os ritos não se baseia
normalmente na idade, mas na maturação puberal. Isto é óbvio no que
diz respeito aos ritos relacionados com a menarca; uma menina participa
na primeira vez que menstrua. contudo, a participação dos rapazes nos
ritos da puberdade também se baseia na maturação e não na idade.
Tipicamente, os adultos da comunidade decidem quando um rapaz está
pronto, com base no seu nível de maturação física e nas suas percepções
da sua prontidão psicológica e social (schlegel & Barry, 1991).
Conseqüentemente, a idade precisa para atingir a puberdade pouco
importa; todo mundo chega lá eventualmente.
Em contraste, a idade cronológica tem muito mais importância nos
países desenvolvidos, como se reflecte no facto de os sistemas escolares
serem classificados por idade – isto é, as crianças são agrupadas com
base na idade e não na maturidade de desenvolvimento. Como
“Uma menina pode alegar que está menstruada há meses e ninguém
jamais saberia a diferença. Foi exatamente o que eu fiz. Todos
o que você precisava fazer era fazer um grande alarido por ter moedas suficientes
para a máquina Kotex e andar segurando a barriga
e gemendo de três a cinco dias por mês sobre a Maldição e
você poderia convencer qualquer um…. 'Eu não posso ir. Estou com cólicas. 'EU
não posso fazer isso. Estou com cólicas. E acima de tudo, rindo, corar
curiosamente: 'Não sei nadar. Estou com cólicas. Ninguém nunca usou o disco rígido
palavra central. Menstruação. Deus, que palavra horrível. Nunca isso.
‘Estou com cólicas.’”
—Nora ephron 2000, Salada Maluca, pp.
classificado por idade Organizado por idade, por exemplo, nas escolas.
Como resultado, a 7ª série, por exemplo, inclui crianças com 12 ou 13
anos de idade, mas seu desenvolvimento puberal provavelmente varia
amplamente, desde aquelas que não experimentaram nenhuma alteração
puberal até aquelas que estão a caminho da plena maturidade. Agrupá-
los nas mesmas salas de aula durante muitas horas todos os dias
aumenta a intensidade das comparações entre eles e torna-os altamente
conscientes de se estão adiantados, atrasados ou “pontuais”, em
comparação com outros.
Muitas pesquisas foram conduzidas sobre a maturação precoce
versus maturação tardia entre adolescentes no Ocidente, remontando a
mais de meio século. Os resultados são complexos. Diferem consoante o
género e os efeitos a curto prazo do amadurecimento precoce ou tardio
parecem diferir dos efeitos a longo prazo.
Os efeitos também diferem dependendo da área de desenvolvimento
considerada: imagem corporal, popularidade, desempenho escolar ou
problemas de comportamento. Para ajudar a esclarecer estas diferenças,
analisaremos os resultados destes estudos separadamente para meninas
e meninos.
Maturação Precoce e Tardia entre as raparigas Os efeitos da maturação
precoce são especialmente negativos para as raparigas. Descobertas de
vários países ocidentais concordam que as meninas que amadurecem
precocemente correm o risco de ter numerosos problemas, incluindo
humor deprimido, imagem corporal negativa, distúrbios alimentares, uso
de substâncias, delinquência, comportamento agressivo, problemas
escolares e conflitos com os pais (lynne et al. al., 2007; mendle, harden,
& Brooks-Gunn, 2010; westling et al., 2008).
por que a maturação precoce é um problema tão grande para as
meninas no Ocidente? Uma das razões envolve valores culturais sobre a
aparência física. Como a maturação precoce normalmente leva a uma
aparência mais baixa e mais pesada, é uma desvantagem nas culturas
ocidentais que valorizam a magreza na aparência das mulheres. Isto
ajuda a explicar porque é que as raparigas que amadurecem precocemente
apresentam taxas mais elevadas de humor deprimido, imagem corporal
negativa e perturbações alimentares (lien et al., 2007; mendle et al., 2007).
Notavelmente, as raparigas afro-americanas e latinas não apresentam
estes efeitos da maturação precoce, talvez porque estas culturas são
menos propensas a ter um físico alto e magro como o ideal feminino (Ge,
elder, regnerus, & Cox, 2001; hayward, Gotlib, schraedley e litt, 1999).
Uma segunda razão para os problemas das raparigas que
amadurecem precocemente é que o seu desenvolvimento físico precoce
chama a atenção dos rapazes mais velhos, que depois as apresentam a
um grupo mais velho de amigos e ao consumo de substâncias, à
delinquência e à actividade sexual precoce (Graber, Nichols , & Brooks-
Gunn, 2010; Weichold et al., 2003). portanto, quando as raparigas que
amadurecem precocemente apresentam taxas mais elevadas destes
comportamentos do que outras raparigas da sua idade, pode ser porque
se comportam mais como as amigas mais velhas do que elas.
as raparigas de maturação tardia partilham poucos dos problemas
das raparigas de maturação precoce, embora sofram de provocações e
de imagem corporal negativa durante os anos em que outras raparigas
começaram a desenvolver-se e elas não (weichold et al., 2003). No final
da adolescência, no entanto, elas tendem a ter uma imagem corporal
mais favorável do que outras meninas (Simmons & Blyth, 1987),
provavelmente porque são mais propensas a acabar com o corpo magro
que tende a ser considerado atraente no Ocidente. culturas majoritárias.
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Fundações Biológicas 55

os estudos sobre os efeitos a longo prazo da maturação precoce

para as meninas são mistos. alguns estudos concluem que a maioria dos “Eu acho nojento que todos vocês me importunem porque eu sou
efeitos negativos diminui no final da adolescência (posner, 2006; weichold grande!" Laura disse, fungando. . .
et al., 2003). contudo, um estudo britânico (sandler, wilcox, & horney,
“Você não acha que eu sei tudo sobre você e seus amigos? Você
1984) e um estudo sueco (stattin & magnusson, 1990) concluíram que as
raparigas com maturidade precoce iniciavam o casamento e a paternidade acha que é divertido ser o maior garoto da turma?”

mais cedo. Além disso, um estudo americano relatou que, aos 24 anos,
as mulheres que amadureceram precocemente tinham mais problemas
psicológicos e sociais do que as mulheres que atingiram a puberdade “na
hora certa” (Graber, seeley, Brooks-Gunn, & lewinsohn, 2004). portanto,
parece necessária mais investigação sobre as consequências a longo
prazo da maturação precoce.
“Não sei”, eu disse. "Eu nunca pensei sobre isso."
“Bem, tente pensar sobre isso. Pense em como você se sentiria se
tive que usar sutiã na quarta série e como todo mundo riu
e como você sempre teve que cruzar os braços na sua frente. E
sobre como os meninos te xingaram de nomes sujos só por causa de como

você olhou."

Eu pensei sobre isso. “Sinto muito, Laura”, eu disse.

pensando criticamente
"Aposto!"
À luz das dificuldades frequentemente sentidas pelas raparigas que amadurecem
precocemente, consegue pensar em alguma coisa que as famílias, as comunidades ou "Eu realmente sou. Se você quer saber a verdade. . . bem, eu gostaria de
as escolas possam fazer para as ajudar?
parecia mais com você do que comigo.

“Eu ficaria feliz em trocar de lugar com você.”

—De Você está aí, Deus? Sou eu, Margaret por Judy Blume (1970)
Maturação Precoce e Tardia entre os rapazes Em contraste com as
raparigas, para quem a maturação precoce tem efeitos esmagadoramente
negativos, os efeitos da maturação precoce para os rapazes são positivos
em alguns aspectos e negativos noutros. os meninos que amadurecem
a maturação tardia não. Para os rapazes, tanto a maturação precoce
precocemente tendem a ter imagens corporais mais favoráveis e a serem
como a tardia colocam-nos em risco de problemas, mas a maturação
mais populares do que outros meninos (Graber et al., 2010; weichold et
precoce também inclui alguns benefícios. Os problemas das raparigas
al., 2003). Isto pode acontecer porque os rapazes que amadurecem
com maturação precoce parecem dever-se, em parte, às suas associações
precocemente obtêm o seu crescimento e desenvolvimento muscular
com rapazes mais velhos, mas as fontes dos problemas dos rapazes com
antes dos outros rapazes, o que lhes dá uma vantagem distinta nas
maturação precoce e tardia não são claras.
actividades desportivas que são tão importantes para o prestígio masculino
Ao ler sobre esses estudos sobre meninos e meninas com maturação
no ensino fundamental e médio. Além disso, o desenvolvimento precoce
precoce e tardia, tenha em mente que cada um desses grupos apresenta
de pêlos faciais, voz mais baixa e outras características sexuais
uma grande variação. Embora a maturação precoce e tardia esteja
secundárias pode tornar os meninos com maturação precoce mais
relacionada com certos tipos de resultados gerais a nível de grupo, os
atraentes para as meninas. os meninos que amadurecem precocemente
efeitos para os indivíduos dependerão naturalmente das suas experiências
também podem ter uma vantagem a longo prazo. Um estudo que
e relacionamentos particulares.
acompanhou rapazes adolescentes com maturação precoce, 40 anos
mais tarde, descobriu que eles tinham alcançado maior sucesso nas suas
Tenha também em mente que, até agora, quase todos os estudos
carreiras e tinham maior satisfação conjugal do que os rapazes com maturação mais tardia (Taga et al., 2006).
realizados sobre o momento da puberdade envolveram adolescentes nas
entretanto, nem tudo em ser um menino com maturação precoce é
culturas majoritárias dos países ocidentais (Güre et al., 2006; lien et al.,
favorável. tal como as suas contrapartes femininas, os rapazes com
2006). Sugeri anteriormente que os efeitos do amadurecimento precoce
maturação precoce tendem a envolver-se mais cedo na delinquência, no
ou tardio podem ser devidos à classificação etária nestes países, mas
sexo e no consumo de substâncias (Graber et al., 2010; silbereisen &
neste momento não sabemos como os adolescentes respondem ao
Kracke, 1997; westling et al., 2008). alguns estudos relatam que os
momento da puberdade em culturas onde não existe escolaridade
rapazes com maturação precoce apresentam taxas mais elevadas de
classificada por idade.
sofrimento emocional (Ge, Conger, & Elder, 2001), apesar das suas
imagens corporais mais positivas. os meninos com maturação tardia
também apresentam evidências de problemas. Em comparação com os
O que você aprendeu?
rapazes que amadurecem “na hora certa”, os rapazes com maturação 1. O que a tendência secular no momento da puberdade indica sobre as mudanças
tardia apresentam taxas mais elevadas de consumo de álcool e de culturais que ocorreram na vida dos adolescentes no último século?
delinquência (Andersson & magnusson, 1990; williams & dunlop, 1999).
Eles também têm notas escolares mais baixas (weichold et al., 2003).
2. Por que os rituais de puberdade para meninos geralmente envolvem testes
Existem algumas evidências de que os rapazes com maturação tardia
de força e resistência?
apresentam níveis elevados de consumo de substâncias e comportamentos
3. como é que as crenças culturais influenciam a experiência das raparigas
desviantes até à idade adulta emergente (Biehl et al., 2007; Graber et al., 2004).
Em suma, os efeitos da maturação precoce e tardia diferem menarca positiva ou negativamente?

consideravelmente entre meninas e meninos. Para as meninas, a 4. Quais são os efeitos a longo prazo de atingir a puberdade relativamente cedo
maturação precoce as coloca em risco de uma série de problemas, mas ou tarde?
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56 Capítulo 2

lápis para desenhar. ela parece gostar e ele lhe fornece materiais cada vez
mais sofisticados à medida que ela cresce. ele também lhe ensina uma
série de habilidades de desenho, pois ela parece pronta para aprendê-las.
Quando chega à adolescência, ela mesma é uma artista bastante proficiente
e desenha muitas obras de arte para clubes escolares e eventos sociais.
ela vai para a faculdade e se especializa em arquitetura, e depois se torna
arquiteta. É fácil perceber como ela se tornou tão boa em desenho, dado
um ambiente que estimulou tanto suas habilidades de desenho – certo?

Não tão rápido. É verdade que o pai lhe proporcionou um ambiente

estimulante, mas também lhe proporcionou metade dos seus genes. Se
houver algum gene que contribua para a capacidade de desenhar – como
genes que promovam o raciocínio espacial e a coordenação motora fina –
ela pode muito bem ter recebido esses genes do pai também. A questão é
que, numa família biológica, é muito difícil separar as influências genéticas
das influências ambientais porque os pais proporcionam ambas, e é
provável que proporcionem um ambiente que reforce as tendências que
transmitiram aos seus filhos através dos seus genes.

portanto, você deve ser cético ao ler estudos sobre pais e adolescentes
em famílias biológicas que afirmam que o comportamento dos pais é a
causa das características dos adolescentes. lembre-se do Capítulo 1:
Correlação não é necessariamente causalidade! Só porque existe uma
correlação entre o comportamento dos pais e as características dos
adolescentes não significa que os pais fizeram com que os adolescentes
tivessem essas características. talvez a causalidade estivesse envolvida,
mas nas famílias biológicas é difícil dizer. A correlação pode dever-se à
semelhança genética entre os pais biológicos e os seus adolescentes, e
não ao ambiente proporcionado pelos pais biológicos.

Uma boa forma de desvendar esse emaranhado é por meio de estudos

de adoção. Esses estudos evitam o problema dos genótipos passivos
efeitos ambientais porque um conjunto de pais fornecia os genes dos
adolescentes, mas um conjunto diferente de pais fornecia o ambiente.
portanto, quando os adolescentes são mais parecidos com os seus pais
adotivos do que com os seus pais biológicos, é possível argumentar
fortemente que esta semelhança se deve ao ambiente proporcionado pelos
pais adotivos, e quando os adolescentes são mais parecidos com os seus
pais biológicos. do que para os seus pais adotivos, é provável que os
genes tenham desempenhado um papel importante. examinaremos estudos
específicos de adoção em capítulos futuros.

Os efeitos ambientais evocativos do genótipo S ocorrem quando as

características herdadas de uma pessoa evocam respostas de outras pessoas.

debate natureza-criação Debate sobre a
importância relativa da biologia e do ambiente no
desenvolvimento humano.
teoria dos efeitos ambientais do genótipo
S Teoria de que tanto a genética como o ambiente
fazem contribuições essenciais para o
desenvolvimento humano, mas são difíceis de
desvendar porque os nossos genes na verdade
influenciam o tipo de ambiente que vivenciamos.
efeitos ambientais do genótipo passivo
S Situação nas famílias biológicas em que os
pais fornecem genes e ambiente para seus filhos,
tornando difícil separar genes e ambiente em
seus efeitos sobre o desenvolvimento das
crianças.
efeitos ambientais evocativos do
genótipo S Ocorrem quando as características
herdadas de uma pessoa evocam respostas de
outras pessoas no ambiente.
efeitos ambientais do genótipo ativo S
Ocorrem quando as pessoas procuram
ambientes que correspondam às suas
características genotípicas.
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Fundações Biológicas 57

em seu ambiente. Se você tivesse um filho que começou a ler aos 3 anos e
parecia adorar, você poderia comprar mais livros para ele; se você tivesse
uma filha que conseguisse acertar arremessos de 6 metros de altura aos 12
anos, você poderia mandar ela para um acampamento de basquete. Você
já foi babá ou trabalhou em um ambiente onde havia muitas crianças? Se
sim, você provavelmente descobriu que as crianças diferem na forma como
são sociáveis, cooperativas e obedientes. Por sua vez, você pode ter
descoberto que reagiu de maneira diferente a eles, dependendo de suas
características. É isso que se entende por efeitos ambientais evocativos
do genótipo S – com a adição crucial da suposição de que características
como a capacidade de leitura, a capacidade atlética e a sociabilidade são,
pelo menos parcialmente, baseadas na genética.

os efeitos ambientais do genótipo ativo S ocorrem quando as

pessoas procuram ambientes que correspondam às suas
características genotípicas. A criança que lê com facilidade pode Quando os adolescentes têm habilidades ou interesses semelhantes aos dos pais,
a semelhança é devida ao ambiente ou à genética?
pedir livros como presente de aniversário; o adolescente com
ouvido musical pode solicitar aulas de piano; o adulto emergente,
para quem a leitura sempre foi lenta e difícil, pode optar por
aplicando seu conhecimento
começar a trabalhar em tempo integral depois do ensino médio, em vez de ir para a faculdade.
A ideia por trás dos efeitos ambientais do genótipo S ativo é que as
Pense em uma de suas habilidades em relação aos genes e ao ambiente
pessoas são atraídas para ambientes que correspondam às suas habilidades
herdadas. que seus pais lhe proporcionaram e descreva como o
vários tipos de efeitos ambientais do genótipo S podem ter sido
envolvido no desenvolvimento dessa habilidade.
efeitos ambientais do genótipo S ao longo do tempo
Os três tipos de efeitos ambientais do genótipo S operam durante toda a
infância, adolescência e fase adulta emergente, mas seu equilíbrio relativo
muda ao longo do tempo (Scarr, 1993). Na infância, os efeitos ambientais
Guia de vídeo:
Gêmeos
do genótipo passivo S são especialmente pronunciados, e o genótipo ativo
S
1. Liste pelo menos 3 semelhanças que
os efeitos ambientais são relativamente fracos. Isto acontece porque quanto
mais nova a criança, mais os pais controlam o ambiente diário que a criança Elyse e Paula tinham em comum como
vivencia e menos autonomia a criança tem para procurar influências descrito neste vídeo.
ambientais fora da família.
Contudo, com a idade, especialmente à medida que as crianças passam 2. Descreva as opiniões de Elyse sobre a natureza
pela adolescência e pela idade adulta emergente, o equilíbrio muda (Plomin,
vs. nutrição. Em seguida, descreva o seu
2009). O controle dos pais diminui, então o genótipo passivo S
opiniões sobre natureza versus criação.
os efeitos ambientais também diminuem. A autonomia aumenta, de modo
que os efeitos ambientais do genótipo S ativo também aumentam. Os
3. Tomemos o exemplo de que ambas as mulheres eram editoras
efeitos ambientais evocativos do genótipo S permanecem relativamente
estáveis desde a infância até a idade adulta emergente. dos jornais do ensino médio e descrevemos como isso poderia
A teoria dos efeitos ambientais do genótipo S não é de forma alguma ter sido impactado de forma diferente pela natureza e também pela criação.
universalmente aceite pelos estudiosos do desenvolvimento humano. Na
verdade, tem sido fonte de vigoroso debate na área (Pinker, 2004). Alguns
estudiosos questionam a afirmação da teoria de que características como
sociabilidade, capacidade de leitura e capacidade atlética são
substancialmente herdadas (Lerner, 2006). No entanto, é atualmente uma
das novas teorias mais importantes do desenvolvimento humano, e você
deve estar familiarizado com ela como parte da sua compreensão do
desenvolvimento durante a adolescência e a idade adulta emergente.
Considero a teoria provocativa e
ÿ
esclarecedora, e irei me referir a
Assista o vídeo
ela nos próximos capítulos.
Desenvolvimento
Biológico e meio
ambiente: a teoria das
interações genótipo-ambiente em
MeuDesenvolvimentoLab
Machine Translated by Google
58 Capítulo 2
Resumindo
Este capítulo apresentou as mudanças biológicas que ocorrem durante a
puberdade, bem como as respostas culturais, sociais e pessoais que
resultam dessas mudanças. aqui estão os principais pontos que abordamos
neste capítulo:
•Durante a puberdade, ocorrem transformações notáveis no corpo dos
jovens. alterações hormonais levam a alterações no funcionamento
físico e ao desenvolvimento de características sexuais primárias e
secundárias.
•As alterações hormonais da puberdade começam no hipotálamo, iniciadas
quando um nível limite de leptina é atingido.
A cadeia de eventos no sistema endócrino vai do hipotálamo à glândula
pituitária, às gônadas e às glândulas supra-renais, até o hipotálamo
novamente, em um ciclo de feedback que monitora os níveis dos
hormônios sexuais (androgênios e estrogênios). Os pontos de ajuste
dos hormônios sexuais aumentam durante a puberdade.
• O crescimento físico durante a puberdade inclui os surtos de crescimento, bem
como o aumento da massa muscular (especialmente em meninos) e da
gordura corporal (especialmente em meninas). O coração e os pulmões
também crescem dramaticamente, especialmente nos meninos.
•A obesidade tornou-se um grave problema de saúde pública nos países
desenvolvidos, especialmente nos Estados Unidos, e a prevalência
deste problema aumenta acentuadamente durante a adolescência. O
aumento da obesidade nos últimos anos deve-se principalmente ao
aumento do consumo de alimentos ricos em gordura e açúcar
(especialmente fast food) e à diminuição das taxas de exercício.
• Em muitos aspectos, a idade adulta emergente é um momento de pico do
funcionamento físico para a maioria das pessoas, quando o desempenho
atlético atinge o pico e a suscetibilidade a doenças e enfermidades está
no seu ponto mais baixo. contudo, os adultos emergentes correm maior
risco do que as pessoas de outras idades de certos problemas devido
ao estilo de vida e comportamento, incluindo mortes em automóveis,
homicídios e infecções sexualmente transmissíveis.
•As características sexuais primárias estão diretamente relacionadas à
reprodução. As fêmeas nascem com todos os óvulos já nos ovários,
mas os machos produzem espermatozoides apenas quando atingem a
puberdade.
•As características sexuais secundárias se desenvolvem na puberdade,
mas não estão diretamente relacionadas à reprodução. As meninas
apresentam o primeiro desenvolvimento das características sexuais
secundárias cerca de 2 anos antes dos meninos. A ordem dos eventos
puberais é bastante previsível, mas os adolescentes variam muito quanto E o que acontece com os adolescentes em culturas minoritárias nas
à idade em que os eventos começam e quanto tempo leva para completá-los. sociedades ocidentais?
• As culturas influenciam o momento da puberdade através de tecnologias
culturais em nutrição e cuidados médicos. O início da puberdade ocorre
mais cedo, quando a nutrição e os cuidados médicos são bons;
conseqüentemente, a idade de início da puberdade
diminuiu de forma constante nos países desenvolvidos durante o século
XX e está agora a diminuir nos países em desenvolvimento.
•Muitasculturastradicionaistêm rituais que dão significado às mudanças
puberais, geralmente focados na menarca para as meninas e em testes
de coragem, força e resistência para os meninos.
•As culturas influenciam as experiências da puberdade dos adolescentes,
fornecendo ou deixando de fornecer aos jovens informações sobre o
que está acontecendo com seus corpos. a menarca pode ser traumática
quando as meninas não estão preparadas para ela, mas as meninas de
hoje geralmente sabem disso muito antes de acontecer.
• Nos países desenvolvidos, a prática cultural da escolaridade baseada na
idade significa que o momento da puberdade tem consequências
importantes para os adolescentes que iniciam a puberdade relativamente
cedo ou relativamente tarde. a maturação precoce é especialmente
problemática para as meninas.
• De acordo com a teoria dos efeitos ambientais dos genótipos, as
influências da genética e do ambiente são difíceis de separar porque, de
certa forma, os genes moldam o tipo de ambiente que vivenciamos.
durante a adolescência e a idade adulta emergente, os efeitos ambientais
do genótipo S passivo diminuem e os efeitos ambientais do genótipo S
ativo aumentam.
talvez o facto mais notável neste capítulo seja que a idade típica para
atingir a puberdade diminuiu acentuadamente nos países desenvolvidos ao
longo dos últimos 150 anos, de modo que agora as primeiras mudanças
evidentes da puberdade ocorrem entre os 10 e os 12 anos para a maioria
dos adolescentes nestes países. países, por vezes até mais cedo. atingir a
puberdade significa atingir a maturidade sexual e, em muitos aspectos, as
crenças e práticas culturais dos países desenvolvidos ainda não se
ajustaram ao facto de os jovens atingirem agora o limiar da maturidade
sexual numa idade tão precoce. os pais muitas vezes não têm certeza de
quando ou como conversar com os filhos sobre as mudanças em seus
corpos e seus sentimentos sexuais. os funcionários da escola muitas vezes
também não têm certeza sobre o que comunicar às crianças.
Os pares adolescentes trocam informações entre si, mas o que dizem uns
aos outros nem sempre é preciso ou saudável. Consequentemente, os
adolescentes muitas vezes vivenciam as suas mudanças biológicas com
informações limitadas sobre as implicações psicológicas e sociais do que
está acontecendo com os seus corpos.
Nesta área, ainda mais do que na maioria das áreas que discutiremos
neste livro, sabemos pouco sobre as experiências dos jovens fora das
culturas maioritárias de classe média dos países ocidentais. como os jovens
nas culturas tradicionais respondem às mudanças biológicas da puberdade?
Nas próximas décadas, a investigação sobre estas questões poderá
fornecer-nos melhores informações sobre as diferentes formas como as
culturas podem melhorar a passagem dos jovens através das transformações
dramáticas da puberdade.
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Fundações Biológicas 59

Termos chave
puberdade 34 ciclo de feedback 35 pequenos lábios 42

sistema endócrino 34 ponto de ajuste clitóris 42

hormônios 34 35 surto de crescimento do botões mamários 43

hipotálamo 34 adolescente 36 pico de aréola 43

hormônio liberador de gonadotrofina (Gnrh) 34 velocidade de altura 36 assincronicidade 37 tendência secular 45

leptina 34 extremidades 37 faixa de reação 46

glândula pituitária 34 índice de massa corporal (IMC) estudo transversal 47
gonadotrofinas 35 38 capacidade vital mikvé 48

hormônio folículo estimulante (FSh) 35 38 consumo máximo de oxigênio (VO2 máx) incesto tabu 50

hormônio luteinizante (Lh) 35 39 débito cardíaco 40 síndrome pré-menstrual (TPM) 52

gametas 35 promoção da saúde 40 semenarca 52

gônadas 35 menarca 41 idade 54

hormônios sexuais 35 características sexuais primárias 41 debate natureza-criação 56

estrogênios 35 características sexuais secundárias 41 teoria dos efeitos ambientais do genótipo S 56 efeitos
andrógenos 35 óvulo 41 ambientais do genótipo S passivo 56 efeitos
estradiol 35 esperma 41 ambientais evocativos do genótipo S 57 efeitos
testosterona 35 vulva 42 ambientais do genótipo S ativo 57
hormônio adrenocorticotrófico (ACTh) 35 grandes lábios 42