O documento discute como as crenças e intenções influenciam a formação do direito. Ele explica que o direito é resultado de duas fases: normatização, onde legisladores criam normas gerais, e aplicação, onde juízes decidem casos usando normas e interpretações. O documento argumenta que tanto normas quanto decisões jurídicas dependem de raciocínios práticos baseados em crenças e intenções sobre como o mundo funciona e os objetivos do direito.
O documento discute como as crenças e intenções influenciam a formação do direito. Ele explica que o direito é resultado de duas fases: normatização, onde legisladores criam normas gerais, e aplicação, onde juízes decidem casos usando normas e interpretações. O documento argumenta que tanto normas quanto decisões jurídicas dependem de raciocínios práticos baseados em crenças e intenções sobre como o mundo funciona e os objetivos do direito.
O documento discute como as crenças e intenções influenciam a formação do direito. Ele explica que o direito é resultado de duas fases: normatização, onde legisladores criam normas gerais, e aplicação, onde juízes decidem casos usando normas e interpretações. O documento argumenta que tanto normas quanto decisões jurídicas dependem de raciocínios práticos baseados em crenças e intenções sobre como o mundo funciona e os objetivos do direito.
O PAPEL DAS CRENÇAS E INTENÇÕES NA FORMAÇÃO DO DIREITO
Prof. Eugênio Pacelli Vasconcelos Menezes1
O direito efetivado é o resultado de uma construção realizada em duas fases distintas
e complementares: normatização e aplicação da norma. Na primeira fase os legisladores, percebendo e avaliando o mundo, criam normas com características de generalidade (não se dirigem a uma pessoa específica) e abstração (não prescrevem uma ação individualizada), prescrevendo condutas permitidas (faculdade de fazer ou não fazer), proibidas (obrigação de não fazer) e exigidas (obrigação de fazer). Na fase de aplicação a pessoa autorizada a decidir uma situação conflituosa, ou duvidosa quanto ao direito, tomando como parâmetros interpretativos o ordenamento jurídico (conjunto de normas), as construções teórico-práticas da comunidade jurídica, a realidade social em que as normas foram criadas e devem ser aplicadas e os elementos do caso em análise, decide os status normativos dos envolvidos (direitos, legitimações, ônus e obrigações), fazendo-o por meio de proposições jurídicas permissivas, proibitivas e ordenadoras. As normas e as proposições jurídicas decisórias são resultantes de raciocínios práticos, ou seja, de raciocínios voltados para as razões do fazer ou para o fazer. O direito tem característica prescritiva, portanto objetiva algo. De forma geral o direito pretende produzir decisões justas (corretas) e que assegurem segurança jurídica (previsibilidade no comportamento e suas conseqüências), mas existem objetivos mais específicos. Portanto, o direito é intencional. Quando se produzem normas e se as aplicam existem intenções de duas ordens: intenção-meio e intenção-fim. O direito tem como intenção-meio que as pessoas pratiquem ou não determinadas ações (pagar tributo, não-matar), enquanto tem como intenção-fim a produção de uma situação futura desejada (formação de um caixa para que o Estado preste serviços à sociedade, uma sociedade com menos homicídios). Todavia, para a produção de raciocínios práticos também são necessárias crenças e convicções quanto a estado de coisas (o que é, o que existe, como existe) e crenças e convicções instrumentais (o que é necessário para alcançar algo). Assim, pode-se afirmar que os elementos básicos do direito são compostos por crenças, convicções, compreensões, desejos e intenções. Em outras palavras, o conteúdo do direito depende das crenças e intenções sustentadas e fundamentadas por quem produz a norma e a aplica a um determinado caso.
1 Texto escrito com base na Dissertação de Mestrado de Direito Público defendida em 21/05/2008 na PUCMINAS. A referência bibliográfica encontra-se no texto original da Dissertação.