Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
AULA 1
Fontes do direito
1/22
2020/02 – 5º semestre – Direito UFRGS – by: @justo_estudos
Costume jurídico
O costume jurídico não se traduz exatamente na ideia que temos de costume que
temos no âmbito das regras sociais, por exemplo. Parte-se aqui de uma
sistematização feita por José Heglan (?) que prevê uma sistematização de como
um determinado ato de conduta pode chegar ao seu reconhecimento como um
costume jurídico. O costume só será aceito como fonte quando efetivamente se
traduzir em um juízo de relevância jurídica.
Hábito de conduta – repetição de um comportamento em circunstâncias
semelhantes;
Hábito social – compartilhamento do hábito de conduta por indivíduos de
uma comunidade;
Regra social ou costume – adquire consequência de obrigatoriedade:
quando o hábito social, ao ser descumprido, gera crítica social;
Costume jurídico – quando há consequência de obrigatoriedade e juízo de
relevância jurídica a partir de uma ideia de correção e coerência (art. 187
CC).
2/22
2020/02 – 5º semestre – Direito UFRGS – by: @justo_estudos
3/22
2020/02 – 5º semestre – Direito UFRGS – by: @justo_estudos
AULA 2
Fontes das obrigações e teoria geral dos contratos
4/22
2020/02 – 5º semestre – Direito UFRGS – by: @justo_estudos
5/22
2020/02 – 5º semestre – Direito UFRGS – by: @justo_estudos
Teoria de J. Schwabe
Segundo J. Schwabe, o efeito das normas constitucionais sobre as relações entre
privados depende muito do tipo de pretensão específica que se queira trabalhar
em contrato, por isso precisa-se saber quando e como direitos fundamentais
colidem no âmbito do Direito Privado (autonomia pressuposta a priori). Deve-se
observar:
Se o direito questionado decorre da Lei, cabe o reconhecimento da
inconstitucionalidade ou de uma interpretação conforme a CF
Se o direito questionado decorre de colisão de liberdades (entre direitos
fundamentais), cabe a ponderação por meio de uma cláusula de
subsidiariedade jusfundamental (ex.: art. 187 aplicado ao 423, caput, CC)
6/22
2020/02 – 5º semestre – Direito UFRGS – by: @justo_estudos
AULA 3
Objeção de consciência em matéria contratual
Objeção de consciência
Um dos pontos mais controversos da objeção de consciência é sobre a sua
natureza jurídica e como será a extensão e tratamento da objeção de consciência.
Define-se objeção de consciência como um descumprimento motivado de um
dever jurídico em razão desse dever ser contrário a um ditame de consciência
(motivo religioso, moral, ético ou humanitário) e vai se diferenciar da
desobediência civil, pois a objeção de consciência tem a finalidade de defesa da
moralidade individual. A desobediência civil não é individual, ela visa uma
mudança política e jurídica sendo exercitada em grupo.
OBJEÇÃO DE CONSCIÊNCIA ≠ DESOBEDIÊNCIA CIVIL
Descumprimento da
Descumprimento da norma jurídica motivado norma jurídica exercida
na moralidade individual em grupo visando uma 7/22
mudança no sistema.
2020/02 – 5º semestre – Direito UFRGS – by: @justo_estudos
1 Liberdade de consciência está prevista no art. 5º da CRFB como direito fundamental, em previsões sobre o
serviço militar e no Conselho Federal de Medicina...
8/22
2020/02 – 5º semestre – Direito UFRGS – by: @justo_estudos
(…)
A oferta tem que estar certa, estar detalha, deve ser completa. Quando o
aceitante traz para esse negócio jurídico uma informação que se torna relevante
para quem faz a oferta a ponto do mesmo negar-se a cumpri-la é quando o
assunto torna-se relevante juridicamente. Ex.: uma senhora anuncia um imóvel
para a locação, o locatário preenche todos os requisitos preestabelecidos
mostrando-se apto a alugar o imóvel, entretanto, em algum momento o locatário
traz a esta relação jurídica a informação de que viverá lá com seu companheiro a
senhora diz que não poderá cumprir com sua obrigação.
9/22
2020/02 – 5º semestre – Direito UFRGS – by: @justo_estudos
Fontes de equivocidade
Deve-se reconhecer que há a possibilidade de se ter origens/fontes diversas da
possibilidade de interpretação a cerca das questões jurídicas que envolvem a
matéria contratual. Com esse reconhecimento, que vai depender muito da visão
que o interprete tem acerca do ordenamento jurídico, poderemos alcançar
situações distintas em relação a matéria contratual.
Interesses em conflito – interpretação a cerca da extensão de um direito
geral de liberdade ou de igualdade;
Distintos sentimentos de justiça – construção de juizos axiológicos,
problema do condicionamento;
Multiplicidade de métodos interpretativos – positivismo/não positivismo;
discurso/utilitarismo;
Construções dogmáticas – construção e teste acadêmicos dos argumentos
em abstrato para a interpretação dos enunciados normativos.
Indeterminação do Direito
A equivocidade (realidade plural) dos textos normativos pode ocorrer (I) quanto
ao reconhecimento da existência das normas; e (II) quanto à aplicação das
normas pelo sistema jurídico e como isso se dá a partir de uma visão analítica dos
enunciados normativos do Código Civil.
Uma das questões que poderá complicar a análise jurídica do contrato, quando
necessário, é a ambiguidade, que é quando se tem um texto normativo que pode
expressar uma norma N1 ou uma norma N2 a exemplo do art. 13, parágrafo único
do CC.
e Aplicação para questões de normatividade contratual
O que nos compete verificar em concreto é que aplicação nós podemos
reconhecer dessa ideia de indeterminação, em razão da ambiguidade,
especificamente para as questões de normatividade contratual. Nas regras gerais
nós encontramos, desde logo, o texto do artigo 423 do Código Civil que trata e
10/22
2020/02 – 5º semestre – Direito UFRGS – by: @justo_estudos
Nos contratos regulados por essência pelo Código Civil, havendo a ambiguidade,
a solução não é no campo da invalidação das cláusulas mas sim na interpretação
do que é mais favorável ao aderente. Para a professora, para reconhecer o que é
considerado mais favorável exige uma cláusula geral que permita a condução ao
intérprete a uma resposta a esta questão se dá pelo campo da ilicitude.
Artigo 435 aplicado ao teste da ilicitude (art. 187, CC)
e Complexidade
Há uma segunda situação identificada em concreto que é a questão da
complexidade em termos de interpretação, por vezes teremos textos normativos
que podem interpretar norma A ou norma B. A exemplo os Planos de Saúde
(cláusulas abusivas) → discussão quanto à prescrição (art. 205 e 206 CC).
Exemplos de histórico jurisprudencial: Apelação Cível nº 70060034287. Apelação
Cível nº 70060054137. Apelação Cível nº 70053465902.
11/22
2020/02 – 5º semestre – Direito UFRGS – by: @justo_estudos
e Taxativo/exemplificativo
Há ainda uma terceira situação de indeterminação que diz respeito a
interpretação se determinado a enumeração prevista na norma é
taxativa/exaustiva (interpretação única) ou exemplificativa (o que está na norma
é apenas um exemplo do que pode ser restringido ou não). A exemplo o artigo 20
do CC.
Exemplos: Apelação Cível nº 70081993321
AULA 4
Dogmática e correspondência
Robert Alexy, em A Teoria da Argumentação Jurídica, afirma que correspondem à
dogmática uma série de enunciados que se referem as normas estabelecidas e a
própria aplicação do Direito, mas que não podem identificar com sua descrição
unicamente, estando em uma relação de coerência mutua discutindo e formando
o marco de uma ciência jurídica que funciona institucionalmente e tem conteúdo
normativo. Ou seja, Robert Alexy propõe que quando se fale em dogmática tenha
que, necessariamente, conectar a ideia da ciência jurídica com a sua interpretação
e exige o reconhecimento de que o sistema jurídico trabalha tanto no plano
normativo, quanto no estabelecimento das normas por interpretação a partir do
caso concreto.
12/22
2020/02 – 5º semestre – Direito UFRGS – by: @justo_estudos
Interpretação autêntica
Há alguns autores que falam sobre a interpretação autêntica que é a
interpretação do enunciado normativo dada pelo próprio criador da normal (legal
ou contratual). Exemplo: enunciados descritivos em matéria contratual; listagem
descritivas; anexos descritivos… O alcance se dá:
Limitação a determinar o significado de uma lei preexistente;13
13/22
2020/02 – 5º semestre – Direito UFRGS – by: @justo_estudos
14/22
2020/02 – 5º semestre – Direito UFRGS – by: @justo_estudos
I → MC → A1 → A2 → A3 → (…) → An
I = intenção
MC = movimento corporal
A = alteração no mundo dos
fatos
An = alteração ilimitada
(…)
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé
ou pelos bons costumes.
15/22
2020/02 – 5º semestre – Direito UFRGS – by: @justo_estudos
16/22
2020/02 – 5º semestre – Direito UFRGS – by: @justo_estudos
AULA 6
Reconhece um Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do
princípio de contrato. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)
segurança
jurídica aos Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais
contratantes fixadas neste Código.
para o alcance
de suas Fim, função e causa
pretensões.
17/22
2020/02 – 5º semestre – Direito UFRGS – by: @justo_estudos
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia
antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.
Ilicitude e invalidade
Adesividade e autonomia – decorrente do estabelecimento de posições jurídicas
correlatadas (problema de configuração) e a mitigação de uma liberdade de
estipulação.
Direito ← → dever (contrato civil) tônica à autonomia
Liberdade ← → não liberdade (contrato consumidor) tônica à vulnerabilidade.
Invalidade (art. 424 CC) – resultado mais grave, por atingir à causa
primordial do negócio (desconfiguração de sua natureza típica) → retira
cláusula contratual;
Ilicitude (art. 423 CC) – resultado por ponderação → interpretação mais
favorável.
Jurisprudências:
• STJ, REsp 469911 / SP, j. em 10.03.20082 (Contrato de seguro-saúde)
• STJ, REsp 1422191 / SP, j, 06.08.2015 (Renovação de contrato de seguro) 3
18/22
2020/02 – 5º semestre – Direito UFRGS – by: @justo_estudos
AULA 7
19/22
2020/02 – 5º semestre – Direito UFRGS – by: @justo_estudos
Declaração e efeitos
A declaração de vontade se submete, institucionalmente, aos efeitos previstos no
ordenamento jurídico (art. 421 CC). Isso é o que se deduz da ideia de função social
20/22
2020/02 – 5º semestre – Direito UFRGS – by: @justo_estudos
Proposta e aceitação
A proposta capaz de identificar a formação do vínculo, que é o que importa do
ponto de vista jurídico, é toda proposta que tem efetivamente uma seriedade, a
proposta tem que estar fundada na ideia de geração de expectativa no outro
contratante. Deve-se observar que esse estabelecimento de vínculo é aquele que
importa necessariamente em obrigatoriedade (art. 427, CC).
A conclusão do momento de declaração (separação da manifestação efetuada
por quem é o seu emissor (contratante)), essa conclusão pode ser imediata ou
demandar um tempo à configuração (questão das tratativas preliminares,
comportamentos concludentes).
21/22
2020/02 – 5º semestre – Direito UFRGS – by: @justo_estudos
5 Tem que se dar na mesma via de divulgação, ressalvada essa faculdade na oferta realizada.
6 Objeção de consciência.
22/22